Um amor duplamente proibido (parte 37)

Como prometido, mais um fragmento. Espero que gostem.

Parte 37

Eu – nossa, quer dizer que você não tem só fogo na cama, também sabe botar fogo nas coisas – ele riu – bem e você sabe fazer o que mais?

Rafael – poucas coisas. É muito difícil, principalmente porque não há nem um professor. Alem do mais é cansativo, esse truque da lareira me deixou tonto na primeira vez que fiz, só para ter uma ideia.

Eu – sei, mas me conta, se você existe também existem outras coisas, quer dizer, vampiros, lobisomens, fantasmas, bruxas e essas esquisitices, não é? – esse era um assunto que eu detestava, mas se havia algo lá fora eu tinha de saber para tomar mais cuidado.

Rafael – Bem, para falar a verdade eu não tenho certeza do que é real, sei que pelo menos fantasmas existem, pois encontrei alguns na floresta – nos estávamos sentados na poltrona perto da estante de livros. Ele estava me abraçando e eu estava reclinado sobre seu peito. Um calafrio percorreu meu corpo.

Eu – quer dizer que essa floresta é mesmo assombrada? Espera, como você está aqui agora se encontrou um fantasma? O que aconteceu?

Rafael – na hora eu fiquei com medo mais depois percebi que ele não estava nem ai para mim, tentei falar, mas ele não ouvia. Tentei balançar a cabeça para ver se estava vendo coisas, entretanto ele continuava lá. Abri minhas asas e sai rápido.

Eu – quer dizer que estamos cercados por fantasmas? E se eles resolverem nos assombrar? – eu sentia segurança nos braços de Rafael, mas mesmo assim eu sentia um pouco de medo, pois eu sempre fui medroso e agora eu tinha motivos para ter medo.

Rafael – não fique com medo. Lembra que eu falei que esta casa é muito especial, bem pelo que eu entendi do projeto, e de uns livros de fantasmas, nos estamos seguros, pois nem um fantasma pode entrar aqui – eu confiava nele, mas o medo era monumental.

Eu – e se eles conseguirem entrar, me diz que tem uma forma de afastá-los.

Rafael – eu tive essa duvida. Pesquisei e descobri que eu poderia manipular eles, mandando-os para o céu, para o inferno ou os prendendo. Chega de falar disso, temos que conversar sobre nosso futuro. Você está pronto para voltar às aulas segunda?

Eu – estou, se você estiver comigo eu poderei superar tudo.

Rafael – e seus pais, você já sabe o que falar?

Eu – estou pronto para eles também.

Rafael – bom.

Eu – Rafael, eu sei que é bobo perguntar, mas porque você escolheu a mim, dentre todos no mundo?

Rafael – nos não mandamos no coração, lembra que aquele velho falou que eu saberia em quem confiar e que eu acharia o amor. Bem quando te vi fiquei mexido e quando dei o primeiro beijo tive certeza.

Eu – nossa.

Conversamos bastante, sobre tudo, desde a estrutura da casa – que descobri que tinha uma sala no subsolo que fornecia a energia – até culinária. Finalmente chegou a hora de irmos para a casa de meus pais. Liguei antes para avisar minha mãe, ela havia preparado um almoço especial então eu ficaria até a tarde. Claro, ela provavelmente imaginava que eu ficaria permanentemente, mas eu veria um problema de cada vez. Acabamos de nos trocar e fomos de carro. Foi uma viagem agradável, quando chegamos Rafael estacionou o carro e entramos na casa de mãos dadas. Minha mãe foi a primeira a aparecer.

Maria – meu filho, feliz aniversário – ela disse me dando um abraço como se nada houvesse acontecido, depois virou para cumprimentar Rafael – oi... Lucas, seu pai está esperando na sala, o almoço já ficará pronto – nos seguimos para a sala.

João – pensei que você viria sozinho, mas está tudo bem, feliz aniversário Lucas – ele disse e apertou minha mão.

Eu – pai quer dizer que você aceita o meu namoro com o Rafael – eu disse sem nunca soltar da mão de meu amor.

João – Depois que você foi embora conversei muito com sua mãe, eu infelizmente havia me exaltado, você pode não saber, mas eu tenho um pequeno distúrbio de estresse, o caso é que eu havia parado de tomar os remédios há algum tempo e aparentemente eu estava melhor, naquele dia eu não pensei direito, eu devo desculpas a você – ele disse sinceramente, graças a Deus que ele havia entendido minha situação, nos sentamos.

Eu – tudo bem pai, eu ainda amo vocês.

João – bem, nos procuramos você no bairro, mas não o encontramos, ligamos para o celular, porem vimos que ele estava em seu quarto. Só nos restou ligar para policia. O delegado Leopoldo é um amigo e ele cuidou pessoalmente do seu caso. O fato é que as câmeras de uma loja filmaram você entrando em um beco, depois uns mal encarados entraram, passou alguns minutos e víamos algumas sombras, provavelmente uma briga. O que deixou o detetive preocupado é que depois de um tempo um dos sujeitos foi atirado para fora do beco todo machucado. O delegado conhecia um dos adolescentes, e foi falar com ele. Jeremias (o adolescente) estava todo arrebentado e dentre outras coisas, disse que eles estavam drogados, e que espancaram você, claro, ele disse que somente assistiu. Entretanto ele também disse que surgiu um sujeito de cabelos loiros e bem curto, sem camisa, disse que seus olhos ficaram vermelhos quando viu quem estava no chão e os espancou, disse que perdeu a consciência e não viu nada mais.

Eu – não me lembro de nada disso. Só recordo de ter vagado sem rumo definido, até que vi que eu estava perdido. Então encontrei esses caras e eles me bateram, eu desmaiei com a dor, depois acordei com Rafael ao meu lado.

João – foi você Rafael, o sujeito que apareceu?

Rafael – foi.

João – pelo que o delegado averiguou, foram três caras alem do Jeremias, ele disse que dois deles haviam morrido, aliais foi por isso que eles conseguiram encontrar tão rápido essa gravação, o delegado estava investigando esse incidente e quando viu a foto de Lucas ele deduziu o seu envolvimento. O ocorrido é recente, mas os garotos mortos eram filhos de gente importante, então essa história esta no começo e ainda vai dar dor de cabeça.

Eu – pai, você acha que eles vão vir atrás de mim?

João – nós ligamos para o delegado e falamos que você está bem, ele iria passar na casa do Murilo, o outro garoto sobrevivente, para checar sua versão. Assim que possível ele viria aqui, ele quer identificar quem é o assassino.

Eu – Assassino? O Rafael estava me protegendo, eles que quase me mataram.

João – é, mas o que interessa é que eles morreram e os pais das vítimas não descansarão enquanto não for feito algo.

Eu – quer dizer que eles podem mandar prender o Rafael?

João – podem e provavelmente vão, até porque o delegado disse que havia algo muito estranho nessa historia, mas disse que é sigiloso, assim não me contou muitos detalhes – e essa agora, quando eu pensei que minha vida estivesse entrando nos trilhos acontecia algo assim, mas realmente tinha algo errado, pois pelo que eu conhecia Rafael ele não iria matar ninguém assim.

Eu – e agora?

João – Terei que contar ao delegado, sugiro que você Rafael ligue para o advogado, você provavelmente vai precisar. Diga-me, você sofre algum distúrbio emocional?

Rafael – não, meus pais morreram depois meus avós, mas eu superei tudo e estou vivendo muito bem.

João – e você tem algum histórico depressivo? Você já pensou em se matar?

Rafael – na verdade eu fiquei um tempo nesse estado, freqüentei um psicólogo e quando meus avós morreram eu quase cometi suicídio, mas algumas coisas aconteceram e eu adiei, mas estava sim em um estado de depressão.

João – quer dizer que você é depressivo, o que fez você sair desse estado? Ou ainda tem resquícios?

Rafael – na verdade eu estava muito em baixo, mas a luz voltou a brilhar para mim quando encontrei Lucas e vi que valia a pena viver. Ele agora é tudo que me prende nessa vida, sinceramente eu vivo para ele – ele me beijou, eu não fiquei constrangido, pois na atual situação isso seria ridículo.

João – entendo, vejo que você parece querer algo sério com meu filho, não vou dizer que gosto, mas depois falamos sobre isso agora algo não sai de minha cabeça.

Eu – o que?

João – primeiro como você achou Lucas? Por que estava sem camisa? E a pergunta mais preocupante, com você o curou? Sim porque eu não vejo marca alguma que demonstre qualquer dano, e pelo que o Jeremias descreveu, o Lucas estava sangrando tanto e tinha tantos ferimentos que eles chegaram a pensar que ele estivesse morto. Como agora ele está intacto, como se isso tivesse ocorrido há anos atrás. Até porque a primeira coisa que o delegado sugeriu foi que procurássemos nos hospitais e não encontramos nem um registro de entrada com o seu perfil.

Agora o bicho pegou. Como explicaria a situação, claro que eu não poderia dizer a verdade, pois o segredo era de Rafael. Como será que eu saio dessa enrascada?

continua...

O que vocês acham, mais um vai ficar sabendo do segredo do Rafael ou vocês sugerem algo para Lucas escapar desse interrogatório? Comentem, critiquem e deixem suas opiniões a cerca da narrativa. Ao final não deixem de atribuir uma nota e até a próxima.