Brutalidade - capítulo 18
Capitulo 18 Um Pedacinho do Paraiso
Estava exausto, aquele foi um dia infernal. Desde o café da manhã até a loucura no banheiro tudo foi um total desastre.
Por algum motivo eu não sentia ciúmes de André e Kayle, eu me envergonhava desse pensamento, mas eu tinha certeza de que ele era meu e naquele momento só não estávamos atracados encima de uma cama aproveitando o thermas por causa da minha inabilidade de perdoar. Mas entre eu confiar no grande babaca e ver outro homem tocando no que eu não podia tocar era outra historia. Cada toque que Kayle deu em André e cada sorriso (afinal, qual era o lance daquele sorriso?) babaca que André devolveu para ele levaram os dois retardados um pouquinho mais perto da cova.
Eu acabei saindo do salão do restaurante e indo preparar minha palestra daquela manha. Dentro do auditório enquanto preparava os slides que me auxiliariam fui acuado pelas duas responsáveis pelo evento.
Marci era um pouco mais baixa que eu, fazia o estilo intelectual, usando roupa social feminina e óculos de leitura, os longos cabelos castanhos amarrados no topo de sua cabeça com um coque. Ao seu lado estava seu oposto natural, Samantha estava usando um estilo esportivo, parecendo que tinha vindo da academia, nariz empinado, loira e olhos verdes, da mesma altura que sua companheira. Mas as aparências enganam e nenhuma das duas mulheres que desciam ali pela escadaria que ficava entre as cadeiras do auditório oval eram o que aparentavam. Apesar da aparência rígida e fria de Marci ela era realmente o coração do time e seu braço forte, ela se dirigia a mim com um sorriso estampado no rosto e assim que chegou perto o suficiente para me alcançar me abraçou, devolvi o abraço com carinho, enquanto isso Samantha ficava atrás dela, com um sorriso forçado, o maldito nariz branco empinado e os olhinhos traiçoeiros, ela parecia estar sempre aclimatizada ao ambiente, mas a verdade é que ela só se intrometia na organização do evento para atrapalhar ou dar alguma sugestão estúpida, mas ninguém podia fazer nada, afinal, ela era a dona da rede escolar. Já Marci já havia estado em sala de aula, logo ela entendia melhor o funcionamento e ela era quem mantinha o bom funcionamento das escolas.
“Gil, não fique nervoso, eu já revisei sua apresentação, está ótima!” e eu realmente não estava nervoso, não até André entrar e se encostar ao lado da porta de entrada no topo do auditório e cruzar os braços, dando um sorriso e uma piscada para mim.
A presença dele era como o sol, me aquecia e prendia minha atenção, eu me odiava por isso. Eu parecia um idiota perto dele. Eu esfreguei meus olhos e voltei a me focar na apresentação, ou pelo menos tentei , minha apresentação não saiu tão bem quanto eu esperava, para a satisfação de Samantha.
Eu me atrapalhei e gaguejei e perdia minha linha de pensamento toda vez que meu olhar era atraído para André no topo das escadas, ele não deveria estar fazendo o trabalho de segurança dele por ai? E o que me matava era o olhar de compreensão que ele me olhava, como se ele passasse pela mesma situação toda vez que eu estava por perto.
Depois da apresentação e de ouvir as reclamações de Samantha eu sai discretamente e fui até o banheiro que ficava no fim do corredor adjacente ao auditório, o banheiro era comum, todo em lajes brancas e um grande espelho em frente as pias, eu lavei o rosto para aliviar a tensão e acalmar o pensamento quando um frio percorreu meu estomago. Eu havia visto na plateia alguém que não deveria estar ali, mas toda a distração fez meu cérebro registrar porem não processar, agora eu começava a raciocinar claramente, sim, sim, eu conhecia aquele rosto.
Foi quando o barulho da porta abrindo me assustou, dei um passo para trás, pronto para pular contra o invasor, então vi a sola da bota percorrendo o pequeno espaço desde a porta até a área onde me encontrava, eu via a bota avançar por debaixo dos cubículos do banheiro.
Segurei a respiração até que André surgiu pelo pequeno corredor. Eu soltei um suspiro de exasperação e voltei a me concentrar na minha imagem no espelho.
“Você é horrível em palestrar.”
Eu olhei-o fundo nos olhos e seu sorriso cínico cresceu (qual era o acordo entre ele e todos esses sorrisos repentinamente?) . Com passos firmes fui em direção a saída do banheiro, passando por ele.
“Foda-se!” Mas quando passei por ele fui agarrado e prensado contra ele, que me virou de frente para o espelho.
Agora eu tinha a visão de André, atrás de mim, na verdade acima de mim, devido a nossas alturas. Seu braço forte me envolvia pelo peito, os músculos e veias dele saltavam, enquanto o outro segurava meu rosto, eu parecia tão pequeno e frágil perto dele.
“Que boquinha suja.” Passava o polegar nos meus lábios, devagar mas firme. “Linda e deliciosa, mas bem sujinha... Você é lindo, meu amor. E nós dois juntos no espelho, olha só.” E ele olhava com um sorriso sacana nos lábios e outro nos olhos.
“Deixa eu lavar essa boquinha, deixa.” Dito isso me virou contra ele e colou sua boca a minha, sua língua exigindo entrada e tomando posse do caminho para minha garganta. Eu virei minha cabeça para tras e grunhindo ele parecia querer entrar pela minha boca, suas mãos passeavam pelo meu corpo apertando.
Então ele subitamente me pegou no colo e me levou para dentro de um dos cubículos de banheiro, onde havia um vaso sanitário apenas, com aquela tampa de plástico acima, ele fechou –a com o pé e me virou de peito contra a parede, mordendo meu pescoço e suas mãos deslizando para dentro da minha camisa. André retirou minha camisa e jogou-a encima da tampa do vaso. Continuou mordendo meu pescoço e foi descendo até minhas costas e mais abaixo, suas mãos abriram o cinto da minha calça e ele desceu-as, junto com minha cueca boxer, que se juntaram a minha camisa na tampa da privada.
Agora estava eu, pelado, usando apenas os tênis e meias de peito contra a parede, pernas abertas e tremendo de excitação enquanto André se ajoelhava atrás de mim e abria minhas nádegas. Ouvi o chiado de satisfação que ele soltou entre os dentes quando avistou meu anel. Instintivamente me empinei para ele. Um zunido alto tomou conta dos meus ouvidos e minha cabeça quando a língua dele me tocou, minhas pernas amoleceram e ele me sustentou com as duas mãos no meu quadril, atacou meu anel com a mesma volúpia que atacava minha boca.
Depois de quase me matar de prazer ele se levantou, colando eu corpo ainda vestido contra o meu, uma de suas mãos se fecharam ao redor da minha dolorida ereção enquanto o outro me sustentava pelo peito e pelo o pescoço. Ele agora esfregava seu corpo contra o meu enquanto me masturbava, eu sentia o volume da sua ereção pulsando contra minha bunda.
“Você está tenso, meu amor, deixa eu te aliviar um pouco.”
O bastardo estava querendo que eu implorasse por ele dentro de mim, nunca, nem em um milhão de anos!
“Por favor, André...” minha voz quase não existia.
“Por favor o quê, meu amor?”
Merda. “Só... me fode... agora....”
Ele rosnou e me colocou mais do seu peso encima do meu corpo. “Não.”
Eu soltei um som que só pode ser comparado ao de um bebe quando percebe que lhe tiraram o brinquedo favorito.
“Aqui não, meu amor, eu já possui você na boate, não quero te rebaixar a isso de novo, vou ter você inteirinho em minha cama, ou na sua. Mas não aqui.”
Ainda assim sua mão me atormentava, deslizava pelo meu pau. “Goza pro Drezão aqui ver, vai.” E então espalhei por toda a parede à minha frente e em suas mãos.
Minha cabeça doía pela força do orgasmo e quando ele me deixou sair eu fui até o espelho me arrumar, quando olhei para a cabine ele saia lambendo os dedos. “Eu vou comprar um espelho desses para nossa casa, quero ter você na frente dele.”
Minha primeira reação foi de dar as costas para ele depois desse comentário, mas havia sido um dia difícil e em um momento de sobriedade percebi que continuaríamos nesse jogo de gato e rato eternamente se um dos dois não cedesse.
Mas quando eu olhei para ele não consegui tomar a decisão correta, acho que nunca iria conseguir tomar a decisão correta quando se tratava de André, então sem dizer mais nenhuma palavra sai do banheiro.
Agora deitado na cama, exausto, eu percebia o quão humilhante era nossa situação, desde que ele voltou estávamos nos atacando pelos cantos, nenhuma vez havíamos realmente pardo para conversar, sobre o que ele fez, sobre o que eu fiz enquanto ele estava fora. Mas toda essa historia era muito pesada, como eu chegaria até ele? Como superaria meu próprio orgulho? Que afinal não existia, ele me tinha nas mãos toda vez que me acuava em um canto escuro.
Como eu queria, eu ansiava, ardia por poder me entregar a ele de vez, esquecer o passado, a dor, a violação. Mas que garantias eu tinha de que ele não faria isso novamente? Quando tudo parecesse perfeito ele simplesmente encontraria uma desculpa e sumiria no mundo novamente. Decidi não pensar muito sobre o passado, eu acabaria encontrando um motivo qualquer para perdoar André e dar um salto de fé em direção ao abismo.
Adormeci sem jantar aquele dia.
Quando acordei percebi algo diferente na cama, um calor me circundava, o colchão estava afundado, tinha alguém ali comigo.
“Voce não pode simplesmente entrar no meu quarto sem minha permissão.”
“Eu posso, você é meu.” Meus olhos ainda estavam fechados, sentia sua pele nua contra a minha, tinha certeza que se olhasse para ele sucumbiria.
“Achei que a gente já tinha discutido isso, mas como você entrou?”
“Nossa, como você tá quente, Gil, tão macio.”
“Eu esquento enquanto durmo, você não arrombou minha porta, né?”
“Não, vou arrombar outra coisa.” Sua voz estava embargada de tesão e meu corpo se arrepiou todos, ele foi para cima de mim e começou a morder meu pescoço. O toque dele era elétrico, era tão injusto ele me ter nas mãos daquele jeito.
“Por favor, isso me machuca, acho melhor você...”
“Não! Não me manda embora.” Dessa vez mordeu mais forte “Eu sei que machuquei você, fui mesmo um idiota, mas eu não vou sair daqui, você vai ter que me perdoar e superar, eu te amo.”
Então o puxei de cima de mim e ele forçou seu corpo para baixo. Ficamos nessa guerra, eu puxava ele e ele me pressionava. André percebeu que eu não iria desistir, nem ia o deixar ficar, vi a raiva e rancor tomar conta dos seus olhos, logo ele pegou minhas pernas e enrolou na sua cintura, antes que eu me movesse senti a cabeça do seu pau tocar meu anel, minha vontade era jogar a cabeça para trás e pedir para ele me possuir com tudo, mas eu não conseguia, não era inteligente me entregar para André.
Sua testa encostou-se à minha. “Me beija, se entrega para mim.”
“Não André, não era para ser assim, nós...”
“Eu sei que você é perfeito para mim, e eu vou te convencer isso, nem que seja a força, relaxa amor.” Então senti a pressão, meu corpo queimava de tesão por ele, um pouco menos de controle e eu mesmo me empalaria na sua rola. Sua respiração estava pesada, ele estava tomando uma decisão arriscada, se ele me possuísse a força e eu não o aceitasse aquela seria a ultima vez que estaríamos juntos na mesma cama. “Voce é perfeito para mim, deus, eu tenho que fazer isso, não posso perder você. Você tem que olhar para mim Gil, por favor, me perdoa.”
“Se você fizer isso André, você vai ter meu corpo, não meu coração.”
“Seu coração é meu, e seu corpo também, seu idiota.” Por um segundo tudo dançou no seu rosto, raiva, arrependimento, medo, excitação. E então ele forçou e entrou em mim em uma única estocada. Ardeu como o inferno, e foi delicioso, mas mantive meu rosto impassível. Ele urrou.
Então ele olhou no meu rosto e seu sorriso desmoronou. “Não! Não! Não!” a cada não ele tirava e metia o pau em mim com força, a pobre da cama parecia que iria quebrar.
Mas meu rosto continuava uma máscara, foi a coisa mais difícil que fiz na minha vida, eu tive que praticamente abandonar meu corpo e flutuar para outro lugar. Seus olhos cresceram de desespero, até que lagrimas começaram a correr, ele estava chorando, então desceu a cabeça até meu peito e continuou chorando, suas lagrimas me molhavam o peito, mas seu pau continuava lá dentro. Naquela hora eu vi o desespero dele e percebi que aquilo me machucava mais do que seja lá o que for que tenha acontecido.
“Por favor, não faz isso comigo. Por favor...” ele chorava como uma criança, soluçava forte, suas mãos passeavam pelo meu corpo, como se quisessem memorizar cada parte que tocava.
Então peguei sua mão, André tentou livrar ela de mim. “Não, por favor.” Mas eu peguei sua mão e levei ela até meu pau, quando ele me tocou viu que eu estava duro. Sua cabeça se ergueu para me olhar, eu ainda estava serio, mas cedi ao meu desejo e comecei a mover meu quadril e apertar a vara dele com meu anel.
“Não faça mais isso comigo, por favor. Eu não queria sentir saudades de você, nem sentir sua falta, ou te amar dessa maneira alucinante, mas eu sinto, não me machuca mais.” E mais uma vez eu estava desprotegido perante André, implorava seu amor, sua proteção.
“Nunca, nunca, nunca, eu prometo.” Um tímido sorriso apareceu entre suas lagrimas, e ele olhou param eu corpo, como se eu tivesse iluminado para ele.
“Eu te amo Drezão.”
Puxei-o para me beijar, mas antes disso ele jogou a cabeça para trás e arfou sem folego, seu quadril tentava colocar dentro de mim mais do que ele tinha. Logo seu corpo entrou nos espasmos que só ele tem depois do gozo, mas ele ao invés de se acalmar continou metendo, me abraçou e enterrou a cabeça no meu pescoço e enquanto tremia continuava o movimento de vai e vem.
“Para André, você vai se machucar.” Ele ficava tão sensivel depois do gozo que se forçasse demais poderia se lesionar ou algo do tipo.
“Me deixa, eu quero.” E então puxei seu rosto para me beijar, o peso do seu corpo me manteve esmagado na cama enquanto sua boca tomava posse da minha recuperando o tempo perdido, eu só pude gemer na boca dele, e quando isso acontecia sentia seus lábios no meu se abrirem num sorriso. Quando comecei a chupar sua língua os movimentos do seu quadril recomeçaram, depois de um tempo eu gozei com a fricção da barriga dele no meu pau e com seu pênis pressionando uma área hipersensível dentro de mim e ele em seguida gozou novamente, achei que ele fosse morrer.
André desfaleceu encima de mim, um sono pesado, suas mãos passavam pelo meu pescoço e cintura. Não era a posição mais confortável, nem a mais limpa também, estávamos suados e grudentos com esperma. Mas naquele momento eu não queria estar em nenhum outro lugar, já era hora de agir nessa historia, dar um salto de fé, acreditar que aquele monstro desmaiado encima de mim faria o possível para me segurar antes que eu me machucasse.