O caminho das borboletas. 56
Entramos no carro, e eu não desgrudava dela um único momento. Preciso ressaltar que a ex-dela, veio junto. A Samara acabou se tornando muito amiga de Ci. Eu falei dela rapidamente, uns contos atrás. Sempre nos falávamos por telefone também. Ela era uma pessoa bacana, mas eu tinha algumas inquietações com ela. Não nada relacionado à Ci, mas a essa ligação que havia entre elas. Mais pra frente, eu vou explicar melhor. A Samara namorava uma moça de Recife tbm, e elas nunca haviam se visto. Era o primeiro encontro delas e aquilo me deixava inquieta. Ci e eu conversamos muito antes da vinda da Samara com ela, mas sempre obtive respostas não-conclusivas. Por exemplo, uma vez conversamos:
Eu: Amor, a Samara tem carteira assinada no trabalho dela?
Ci: Tem, sei lá. Deve ter.
Eu: Mas vida... ela vai vir aqui pra trabalhar com que? E vai morar com quem?
Ci: Mah, ela vai viver a vida dela. Tem a namorada dela e tal. Ela quer ir. Deixa ela com as coisas dela.
Eu: Mas amor, e se a namorada dela não gostar dela? Como elas já pretendem morar juntas assim?
Ci: Mah, para de se preocupar com o problema dos outros.
Sempre era assim e Ci mudava o discurso. Mas não era problema dos outros, era problema nosso. Afinal, se o relacionamento delas não desse certo, ela voltaria a morar com Ci, e eu já não era favorável à essa relação. Já era hora de cada um andar com suas próprias pernas. Então aquilo tudo tinha relação conosco sim. A Samara veio junto e quando passou o êxtase maior da euforia, eu pude olhar pra ela de verdade. Ela era alta, de porte físico cheinha, tinha um cabelo estranho. Ela em si era estranha, embora nada tivesse contra ela. Ainda que se vestisse como mulher, seu jeito era muito masculino. Tinha olhos sofridos, e era retraída. Fiquei pensando como Ci se envolveu com ela. Eu não notava absolutamente nada de atraente nela, sem contar detalhes de higiene, que Ci chegou a comentar que ela não tinha. Fui despertada dos meus pensamentos por Ci.
Ci: Tá tudo bem, princesa?
Eu: Sim, amor. Estava com tanta saudade de ti.
Ela me deu um beijinho de esquimó. Eu sorri e ela sussurrou no meu ouvido: Tô doida pra chupar sua pepeka.
Corei ^^
Sogra: O que é que vcs estão sussurrando aí, hein?
Ci: Xiii mãe, larga de ser curiosa, rs...
O carro parou e descemos. Chegamos em casa e eu não via a hora de tomar um banho. Abri minha mala, peguei minhas coisas e fui logo para o banheiro. Ci também tomou banho, a Samara tomou em seguida. Depois que almoçamos, Ci e eu ficamos a sós no quarto e era a hora de dar o presente de aniversário dela. Abri a mala, peguei uma caixinha de uns 20cm aveludada vermelha. Ela me olhava com olhos curiosos. Abri a caixinha e havia uma tornozeleira.
Eu: Sei que você usa tornozeleiras, mas essa não é uma qualquer. É sua e é única. Mandei fazer especialmente pra você.
Havia diversos pingentes e eu comecei a falar.
Eu: Esse violãozinho é de quando você me viu a primeira vez, lembra? Eu estava tocando violão na igreja.
Ela estava com os olhinhos marejados, e balançou a cabeça. Continuei.
Eu: Esse F já sabe, neh? Rs...
Ela sorriu e disse: Sei sim. É o F do Facebook.
Eu: Rs... Isso mesmo.
O f é exatamente igual a fonte que aparece no Face. Continuei.
Eu: Esse aviãozinho é da distância, e significa o quanto senti sua falta.
Ela passava as mãos no rosto, secando as lágrimas. Prossegui.
Eu: Essa chupeta é dos filhos que pretendo ter com você. 2: Laura e Vinícius. (Ela que escolheu o nome do menino, mesmo que fosse o nome do meu ex. Ela gostava e eu tbm gosto. Mas não nos trás lembranças passadas. Isso é o que importa.)
Ela já chorava bastante.
Eu: Esse M é de Mah e o C é de Ci.
Por fim chegamos no último pingente. Ela me olhou bem no fundo dos meus olhos.
Eu: E esse coração... é o meu. Agora eu estou dando ele pra você.
Ela me abraçou chorando.
Ci: Meu... tu não existe. Eu te amo!
Eu: Eu existo sim, meu amor. E agora estou aqui com você. Te amoooo.
Nos beijamos e coloquei a tornozeleira nela. Ela saiu toda feliz pra mostrar pra todo mundo e eu fiquei no quarto rindo. Minha sogra entrou no quarto.
Sogra: Menina, quanto tu pagou pra fazer uma coisa dessas?
Eu: Rs... importa? Não faz diferença. Foi a minha maneira de fazer ela nunca esquecer da nossa história.
Ficamos rindo e já era quase 17h. Estar com ela fazia o tempo voar, sem sombra de dúvidas.
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Mais tarde, se der, um publico mais um. Beijos e queijos ^^