No dia seguinte, após um banho revigorante e um café da manhã preguiçoso, o tempo parecia refletir o que eu sentia por dentro: uma frente fria tomava conta da cidade. Marize e eu permanecemos na cama, em silêncio por um tempo, até que ela decidiu quebrar a barreira que ainda restava entre nós.
Ela me olhou, com aquela expressão séria que eu já conhecia, e começou a falar sobre a noite anterior. Explicou que, depois de se separar do Marcelo, tentou vários relacionamentos monogâmicos, mas nada parecia preenchê-la de verdade. Tentou com rapazes, tentou com garotas, mas sempre faltava alguma coisa. Aquele vazio que ela sentia não desaparecia, e a única vez que chegou perto de algo mais completo foi quando esteve comigo e com a Luana. Porém, agora ela queria mais do que isso. Queria ir além, experimentar o que minha esposa havia confidenciado a ela, que estar com dois homens poderia ser uma experiência intensa e transformadora. Mas ela precisava que fosse com alguém em quem confiasse profundamente, alguém que a protegesse se algo saísse do controle. E esse alguém era eu.
Enquanto ela falava, eu sentia um misto de compreensão e frustração. Ela me contou que, apesar de gostar muito de mim, ainda não estava pronta para um relacionamento sério. Ela não queria entrar em um compromisso sem antes explorar todos os seus desejos, pois temia machucar alguém no futuro, assim como já havia sido machucada. Por isso, na primeira noite juntos, ela decidiu realizar sua fantasia de imediato, sem garantias de que teria outra oportunidade.
Eu a escutava atentamente, tentando absorver tudo aquilo. E, de certa forma, eu entendia. Mas não podia negar o que eu sentia. Disse a ela que me sentia profundamente atraído, que parte de mim queria jogar para o alto os anos que passei com a Luana e tentar algo novo com ela. Mas, ao mesmo tempo, eu não sabia se era realmente o que eu queria.
Marize apenas balançou a cabeça, me abraçou e me beijou suavemente no peito. Seus braços ao redor de mim eram quentes, quase como um refúgio, mas havia algo mais ali – uma distância, uma barreira invisível. Ela se afastou um pouco, me encarou e disse que também gostava muito de mim, que me desejava intensamente, mas que não estava pronta para abrir mão de sua liberdade e de seus desejos. Ela precisava experimentá-los antes de se comprometer, para não correr o risco de, no futuro, trair alguém na busca por algo que ainda não viveu.
Aquelas palavras foram um banho de água fria nos meus planos. Ouvindo aquilo, tudo fez sentido. Quando ela me incentivou a convidar outro homem para nossa cama, eu soube, naquele momento, que ela não queria ser só minha. E por isso, contive meu ciúme, tratei aquela situação com frieza, como se ela fosse qualquer mulher. Mas, ao dizer isso, vi que Marize recuou dos meus braços, quase como se estivesse ofendida.
Continuei, sentindo que precisava ser honesto: "Eu vim a essa cidade por você, Marize. Fantasiei momentos intensos de prazer e paixão com você, momentos só nossos. Eu não queria, nem quero, reviver o que estou tentando deixar para trás. Não quero dividir você, quero você só pra mim."
Ela me olhou profundamente, e suas palavras seguintes selaram o que eu já sabia: "Não seria justo me comprometer com você e manter esses desejos guardados. Mais tarde, eu poderia acabar te traindo, buscando o que não vivi. Prefiro experimentar tudo agora, enquanto ainda estou livre, e depois fazer uma escolha sem mágoas."
Por mais que aquilo doesse, eu sabia que ela estava certa. Ela não queria me ferir, e eu não podia negar que ela foi honesta durante todo o tempo. Usei meu braço para trazê-la novamente para perto, mas agora, com outra perspectiva. Marize não era mais a mulher dos meus planos futuros, mas sim uma amiga íntima, alguém que eu respeitava. Sem resistir ao impulso, comecei a beijá-la novamente, dessa vez com a leveza de quem entende o que precisa ser deixado para trás.
Enquanto a beijava, meu celular vibrou ao lado da cama. Olhei para a tela e vi uma série de mensagens de Luana. Eram muitas, todas perguntando se eu havia chegado bem e dizendo que estava com saudades. Fiquei ali, observando as mensagens por alguns segundos, sentindo um leve peso de culpa crescer dentro de mim. Respondi para ela que havia chegado bem, mas que não respondi antes porque tinha caído no sono, exausto da viagem. Prometi que no dia seguinte estaria de volta em casa e que tentaria levar um presente para ela.
Ao enviar a mensagem, senti um pequeno remorso. Lembrei do acordo que Luana e eu fizemos, e percebi que estar ali, com Marize, era uma quebra desse pacto. A lembrança de Luana veio com força, me trazendo uma mistura de saudade e culpa.
Passamos o resto da manhã e boa parte da tarde num love intenso, algo que eu não vivia há tempos. Cada toque, cada beijo, me fazia relembrar os velhos tempos com Luana. A forma como nossas peles se encontravam, como nossos corpos se encaixavam, me trouxe de volta lembranças que há muito eu tentava evitar. E, no meio de toda aquela paixão, algo começou a se formar dentro de mim: saudade.
Me lembrei de Luana. Lembrei do acordo que fizemos e que, de certa forma, eu estava quebrando. Nós havíamos concordado em trabalhar nossas questões juntos, em sermos sinceros um com o outro, e aqui estava eu, com Marize, ignorando essa promessa. Por um momento, o remorso tomou conta de mim. Eu não podia culpar apenas Luana pelo que havia acontecido entre nós. Minha recusa em aceitar que também tive minha parcela de culpa nos afastou, e agora, estar com Marize parecia mais uma forma de fugir dessa verdade.
Me perdi nesses pensamentos, distante, até que a voz de Marize me trouxe de volta. Ela apontava para um pássaro que voava bem próximo da janela. O céu, antes carregado pela frente fria, já começava a clarear, e a chuva havia passado. Senti que precisava aproveitar o tempo que nos restava, pois, no dia seguinte, voltaria para casa. Para Luana.
Marize sugeriu uma caminhada, e eu concordei. Saímos, como dois namorados, de mãos dadas, curtindo a brisa fresca que o clima renovado nos trazia. Ali, naquele momento, parecia que o peso do mundo havia desaparecido, e eu só queria prolongar aqueles instantes. Não pensava no futuro, nem nas consequências, apenas no agora.
Perto da pousada, havia uma trilha que não havíamos notado antes. Seguimos por ela, o som das folhas sob nossos pés e o cheiro fresco da terra úmida nos guiando. Estávamos sozinhos, e aquela sensação de liberdade me consumiu. A natureza ao redor, o ar fresco, o silêncio... era como se o mundo fosse apenas nosso.
Foi então que tudo se intensificou. Encostamos em uma árvore, e, sem qualquer hesitação, Marize se ajoelhou diante de mim, me chupando com uma voracidade que parecia não ter fim. Ela estava completamente entregue, e eu, perdido naquele momento de prazer. Quando finalmente gozei em sua boca, ela não hesitou, se levantou, olhou para mim com um sorriso malicioso, e se virou. Encostada na árvore, empinou o bumbum, oferecendo sua buceta para mim. O medo de sermos pegos ali, em plena trilha, aumentava a excitação, e eu a penetrei com intensidade, mas o medo também fez com que eu gozasse rápido demais.
Depois de nos recompormos e rirmos daquela loucura, voltamos à pousada, exaustos e satisfeitos. Tomamos um banho juntos, a água quente correndo por nossos corpos, lavando o que restava da culpa e da excitação do dia. O toque dela sob a água era leve, sem pressa, e tudo parecia tão natural, tão simples.
Mais tarde, nos jogamos na cama e colocamos um filme, embora eu mal prestasse atenção na tela. Meus pensamentos ainda flutuavam entre o que eu havia vivido com Marize e o que eu deixara para trás com Luana. Sabia que aquele capítulo com Marize estava chegando ao fim, e o que restava era encarar o que viria a seguir.
A noite chegou, e com ela a sensação de que estávamos vivendo nossos últimos momentos juntos. Pedimos uma pizza e algumas cervejas, enquanto Marize, mais elegante como sempre, preferiu um vinho. Bebemos mais do que o suficiente, a ponto de quase nos embriagarmos. A bebida trouxe um calor que reacendeu o desejo entre nós, e logo nos encontramos novamente na cama, explorando nossos corpos de todas as formas possíveis. Transamos em todas as posições que podíamos imaginar, cada vez mais intensos, até que Marize se inclinou no meu ouvido e sussurrou: "Quer tirar a virgindade do meu cuzinho?"
Aquele sussurro me pegou de surpresa, e o tesão subiu a um nível completamente novo. Eu nunca tinha pensado nisso, não sabia nem por onde começar. O olhar de Marize, no entanto, era de pura determinação. Ela se levantou, dizendo que já estava preparada para esse momento e foi até o banheiro. Quando voltou, trazia uma pomada anestésica e um brinquedo que parecia um pião de cristal.
"Isso é um alargador," ela me explicou, com um sorriso malicioso nos lábios. "Coloque com jeitinho." O brilho de excitação em seus olhos me fez seguir suas instruções sem hesitar. Com cuidado, comecei a penetrá-la com o alargador, enquanto nossos lábios se encontravam em beijos quentes e lentos. Era como se o tempo tivesse parado, e só existisse aquela conexão entre nós.
Depois de algum tempo, tirei o alargador, e Marize se posicionou, empinando o bumbum para mim, pronta. Foi quando comecei a penetrá-la com meu pau. No início, ela ficou tensa, mas conforme eu avançava, ela começou a relaxar, gemendo de prazer. O calor e a pressão daquele momento eram indescritíveis. Eu a tomava devagar, aumentando o ritmo conforme ela se entregava. O vai e vem nos levou ao ápice, e quando finalmente gozei naquele cuzinho apertado, a sensação de ser o primeiro foi uma delícia.
Exaustos e satisfeitos, caímos na cama e logo pegamos no sono, abraçados. Na manhã seguinte, tomamos um banho juntos, onde o desejo nos encontrou mais uma vez, e transamos sob a água quente, deixando que o último vestígio de nossa conexão fosse gravado em nossas peles.
Por volta das 10 da manhã, nos despedimos na rodoviária. Marize iria voltar para São Bento do Sapucaí, uma cidadezinha charmosa perto de Vila Esperança, e eu, de volta para Santa Catarina, para minha casa, para Luana. Naquele momento, com o ônibus já se afastando, percebi que essa aventura com Marize havia chegado ao fim. Agora, era hora de encarar o que eu havia deixado para trás e descobrir se ainda havia algo a ser salvo no meu casamento.
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