Capítulo 23
- Ponto de vista do Greg –
Eu estava decidido. Entrei em contato com George, o velhinho dono das Indústrias Bridge que conheci em NY. Por sorte ele me atendeu com entusiasmo e quando lhe pedi o emprego em sua empresa ele não hesitou em me contratar.
- Achei que não estava interessado na vaga, Sr.Müller. Pelo menos foi o que o Stoch me informou.
- Eu peço desculpas George, mas creio que ouve um erro de comunicação entre nós, eu realmente quero trabalhar com vocês.
- Fico feliz em ouvir isso, seja bem vindo à Bridges S.A., minha secretária entrará em contato para acertar as passagens e a sua vinda para NY. Até lá Sr.Müller!
- Até lá George.
- Greg, que porra é essa? – Perguntou Lana saindo do banheiro envolta em uma toalha branca. – Você vai para Nova York?
- Sim, eu aceitei uma oferta de emprego.
- Então você vai se mandar do país por causa de uma briguinha?
- Lana, isso não é da sua conta. – Falei exasperado.
- Escuta aqui Greg, você gosta dele e ele, de você. Porque diabos vocês não fazem as pazes e vivem felizes para sempre?
- Isso não é um conto de fadas, Lana.
- Tem razão, mas se fosse, você seria o espantalho do Mágico de Oz, já que não tem um cérebro. – Que audácia!
- Escuta aqui...
- Escuta aqui você! – Me cortou. – Para de ser burro e se dê mais uma chance de ser feliz. Aquele homem te ama de verdade, vi nos olhos dele...
- Não importa! Ele vacilou comigo e me disse coisas que me machucaram... – Dessa vez eu quem a cortei.
- E você por um acaso nunca vacilou também? Acorda para a vida Greg, porque depois pode ser tarde demais!
- Está tudo bem aqui? – Minha mãe pergunta da porta do meu quarto. Seu semblante é de desconfiança.
- Tá tudo ótimo tia Lena, eu e o Greg só estávamos competindo pra ver quem gritava mais alto. – Respondeu Lana que me olhou dando uma piscadinha, pôs suas mãos ao redor da boca e deu um super grito que nos fez tapar os ouvidos. – Acho que eu ganhei. – Comentou cínica.
- Vocês são loucos! – Diz minha mãe fechando a porta.
- E então vai ligar para ele?
- Não. – Respondo.
- Você é quem sabe. – Sorriu malignamente.
***
No outro dia eu e Lana fomos ao mercado popular comprar alguns ingredientes para preparar um jantar especial em comemoração à volta dos meus pais.
- Puta merda que peixe fedido, Greg! – Exclamou Lana abanando com a mão em frente ao nariz. – Devolve essa coisa porque deve estar podre.
- Esse é o cheiro do bacalhau, sua fresca.
- Eu que não vou comer essa carniça, vamos ser atacados por uma gangue de urubus assim que deixarmos o mercado. – Reviro os olhos achando graça do seu exagero.
- Está bem sua chata, vamos procurar outra coisa.
Após comprar carne moída, mandioca, temperos caseiros e alguns legumes, resolvemos voltar para casa de ônibus já que estávamos sem dinheiro para o táxi devido à nossas compras.
Tivemos a infelicidade de embarcar em um ônibus lotado e fomos espremidos contra um senhor acima do peso que segurava em uma das barras de ferro do teto e que aparentemente não gostava muito de banhos.
- Com licença, moço. – Pediu Lana.
- Pois não? – Respondeu o senhor solícito.
- Sabia que Rexona não te abandona? – Meu queixo bateu no chão de vergonha.
- Desculpa, como é?
- Então, acabei de sair do mercado e lá tinha um bacalhau que parece um Channel Nº5 em comparação com esse futum. – Essa é a Lana sem papas na língua que conheço.
- Lana, cala a boca. – Sussurrei para ela e fui ignorado.
- Escuta aqui menina não vou tolerar esse desaforo! – Falou irritado.
- Ah, e eu vou ter que tolerar esse fedor?- Argumentou. A esse ponto todos do ônibus riam da situação. - Pode pelo menos abaixar os braços?
Entrei na frente de Lana visto que o senhor começava a puxar o ar aparentando estar furioso. Mas então o ônibus parou.
- Eu tenho problema de glândula! – Berrou descendo do ônibus levantando o dedo do meio para Lana que retribuiu o gesto.
Olhei para Lana em reprimenda.
- Parabéns você acabou de partir o coração do gordinho.
- Ah, que nada, pelo menos agora tem espaço para por uma família. – Brincou.
Todos riram novamente. Minha amiga é impossível.
***
Chegamos ao apartamento e pus as compras sobre a bancada da cozinha. Eu não tenho muitos dons culinários, mas felizmente, hoje em dia, temos uma coisa maravilhosa que se chama internet. Fomos ao meu quarto onde trocamos de roupa e pus meu celular para carregar.
- Ainda bem que eu sei a senha. – Comentou Lana baixinho.
- O que você disse? – Perguntei sem entender direito.
- Eu disse ainda bem que tenho areia. – Hã? Essa garota tem um parafuso a menos. – É que quero adotar um gato, daí já tenho a areia para por na caixinha dele. – Completou.
- Então tá. – Falei indo para a cozinha.
Pretendia fazer uma torta de carne moída com purê de mandioca e salada de maionese. Liguei o Ipad e sincronizei com a televisão da cozinha, abri o aplicativo de culinária e comecei a cortar os legumes.
- Ponto de vista do Jonathan -
- Pode ir parando Stoch, não é o Greg aqui. Estou te ligando porque o meu amigo precisa de você e eu preciso vê-lo feliz. – Diz a voz feminina.
Paro por um minuto e tento me lembrar de seu nome. Lina, Lena, Luna... Lana! Isso, Lana.
- Estou ouvindo. – Respondi.
- É o seguinte, o Greg aceitou o emprego que aquele velhote ofereceu nos Estados Unidos. Parece que logo ele terá que se mudar para lá. – Engulo em seco com o que ela acabou de me dizer. Então ele pretende deixar o Brasil só para me esquecer?
Olho aflito para o meu amigo que assiste meus olhos se encherem de lágrimas.
- Onde ele está? Quero falar com ele e...
- Cala a boquinha Stoch, ele está me esperando na cozinha e eu não tenho muito tempo. Você vai fazer o seguinte...
Assim escuto em silêncio o plano dela, que parece ser sensato apesar dela parecer ser meio maluca. Lembro de quando ela ameaçou cortar minhas bolas no aeroporto e não parecia estar brincando.
Quando desligo o telefone olhos curiosos me encaram.
- E então? – Perguntou Art.
- Era uma amiga dele, ela quer me ajudar a reconquistá-lo. – Falei. – E eu vou seguir o seu conselho irmão, vou atrás de quem eu amo.
- Assim que se fala cara, esse é o meu garoto. – Falou levantando a mão para que eu batesse, era nosso cumprimento de infância.
- Ponto de vista do Greg –
- Lanaaaa!! – Gritei da cozinha.
- Ai, o que foi? – Perguntou a descarada.
- Você disse que ia me ajudar e até agora eu fiz tudo sozinho. – Protestei. – Onde é que você estava?
- Estava no banheiro. – Respondeu desviando o olhar.
- Mentirosa!
- Claro que foi, estava fazendo o número dois, seu fiscal de privada. – Cerro o olhar em sua direção. Ela está aprontando alguma coisa, isso eu tenho certeza.
***
Estava arrumando a mesa de jantar quando meus pais chegaram em casa.
- Hum, que cheiro maravilhoso! – Comenta mamãe.
- Isso tudo é para a gente? – Pergunta meu pai ao se deparar com a mesa.
- É sim, vamos comer. – Falei servindo meu prato. Eles se sentaram com Lana e se serviram.
- Filho, não está mais indo para o escritório da SEG? – Questiona minha mãe.
- Eu fui chamado para trabalhar em Nova York, mãe. – Comento nervoso. – Por isso tive que sair da SEG.
- Filho, isso é sério? – Meu pai pergunta com orgulho. – Isso foi muito rápido, fico feliz que esteja progredindo assim na sua carreira.
- Obrigado, pai.
- AH, quase ia me esquecendo, eu trouxe uns presentinhos lá da Alemanha. – Falou minha mãe.
- Para mim também? – Pergunta Lana com um sorriso.
- Mas é claro, trouxe uns vestidinhos lindos e você não vai acreditar o que encontrei...
- Vish, começou. – Comentou meu pai enquanto minha mãe falava da sua nova coleção de sapatos que adquiriu em Berlim. – Se a sua mãe for contar a história de como comprou cada par de sapato nós não vamos sair dessa mesa pela próxima década.
- Talvez pelo próximo século. – Concordei rindo.
***
Tive uma noite de sono razoável em comparação com as anteriores, mas logo pela manhã meu sono é interrompido.
- Filhão? – Uma voz me chama. – Ei, Greg.
- Me deixa dormir. – Protesto.
- Qual é Greg, vem dar uma corrida com seu velho? – Diz meu pai ao lado da cama.
Apesar de já ter seu cinquenta e poucos anos meu pai era um homem em forma e cuidava da saúde com frequência. Possuía olhos tão azuis quanto os meus e cabelos negros com poucos fios grisalhos.
- Que horas são? – Pergunto sonolento.
- Pouco mais de seis. Anda logo, te espero lá na sala. – Falou saindo do quarto.
Sabe aquele dia em que você deseja apenas vegetar em sua cama? Esse era um desses dias.
Desafiando a minha própria vontade me levantei e pus uma camisa esportiva roxa e um short de corrida preto. Escovei os dentes e tentei por em ordem meus cabelos rebeldes. Em 10 minutos eu estava pronto na sala.
- Está pronto? Pergunta animado.
- Não. – Respondo com desânimo. – Queria voltar para a cama.
- E cadê o seu espírito aventureiro?
- Dormindo, eu acho. – Digo e o ouço rir.
-Vamos lá seu dorminhoco, nem eu com meus cinquenta e quatro anos sou tão rabugento.
Assim saímos correndo pelas ruas da cidade. Dobramos uma rua e depois outra e mais outra. Meu pai mantinha um bom ritmo e admito que senti um pouco de dificuldade em acompanhá-lo. Talvez eu é quem esteja fora de forma, afinal.
Continuamos a correr até que me sinto familiarizado com as ruas, mal pude perceber quando dei de cara com o prédio do Jonathan. Parei de correr e o encarei enquanto meu pai continuava suas passadas sem me notar. Será que ele está em casa? Será que está bem? Será que sente minha falta? Minha mente é invadida por uma enxurrada de perguntas involuntárias.
Por um instante volto ao dia em que ele abriu seu coração para mim, mas logo meus pensamentos são interrompidos.
- Finalmente! Eu sabia que um dia iria topar com você!- Viro-me e dou de cara com Michelle.
- Michelle, que surpresa desagradável.
- O sentimento é recíproco. – Disse me olhando de cima a baixo. – Que tal uma revanche por aquela humilhação?
Continua ...
Oi galeraaaaaaaaa, espero que tenham gostado. Vou fazer de tudo para postar mais algum cap nesse fds, bjo a todos.
Respondendo aos comentários:
Morennaa, KKKK n fica assim não, é de propósito S2 kkk
Marcos Costa, Valeu por ler S2
magus, voltei só pq vc pediu kkk, te juro q tem 6 pages. Os últimos caps eu farei maior, até pq to devendo hehe S2
nayarah, termina, mas volta KKKK fica triste não Rs
Nick Yale, (preocupado) to lascado contigo KKK <3
Catita, tá mais perto que longe, juro. Tdo mundo ama a Lana KKK s2
Quelsilva, Ave Lana Cheia de Graça KKKK
VALTERSÓ, o mistério continua hehe. Greg que se cuide que a dona Elena é uma fera KKK Abraços
Cintia C, Eita, corre Greg! Boa noite ( ou dia dependendo de quando for ler) princesa s2
Arthurzinho, ele é uma fofa ( meio ogra, mas fofa). Abração!
