Amada amante (I)

Fernando nos convidou a todos para buscar frutas na chácara de seu pai após o expediente. Ele gostava de nós e nunca levava a sua esposa, o que eu achava ótimo. Ela era muito esperta e com muito senso de moral e não tardaria a perceber os olhares meus e da Lucy. Fomos com a Márcia, porque era inevitável. Lucy estava linda com aquela blusa branca de botões e mangas compridas, calça jeans justa e colada no púbis, sem nenhuma barriga. Conseguimos umas caixas para colocar as frutas e quando estávamos indo embora, ao cair da tarde, olhei para ela e vi vênus ao fundo do céu muito brilhante. Mostrei a ela e acho que balbuciei alguma coisa romântica, ou teria sido apenas o olhar, e ela sorriu, sorriu daquele jeito com os olhos e a boca que eu nunca mais esqueço. Fomos embora e eu percebi que as coisas estavam no ponto. Faltava apenas a última cartada para prendê-la para sempre. Deixei a Márcia em sua casa e paramos na lanchonete drive-in. Pedimos e comemos nosso lanche em meio a muitas risadas e historias. Não tocava nela em hipótese alguma. Acabamos e eu a levei para casa. Não conseguia fazer nada a não ser pensar nela.

Poucos dias depois foi o aniversário da Márcia e fui até lá. Também estavam alguns parentes dela. Lucy foi mais tarde. Conversamos muito e dei um disco do Dire Straits para a ela. Escrevi um poeminha bobo que já havia usado em outras rodas e desconhecido delas. Fez um bom sucesso. Na hora de ir embora levei Lucy para sua casa mas antes avisei na minha casa que ia levar um amigo para sua casa. No caminho não aparentei muita alegria e ela perguntou o que estava acontecendo. Era a hora.

Perguntei se ela não queria parar naquela lanchonete drive-in e parei o carro exatamente no mesmo lugar da outra vez. Era tarde da noite, umas onze e tanto. Pedimos só refrigerante e tentei levar uma conversa séria. Disse-lhe que gostava muito dela mas não devíamos nos encontrar mais. O motivo seria que as coisas estavam indo além de uma simples amizade e isto não podia acontecer. Eu não sabia como iria viver sem ela mas tinha que fazer um esforço. Ele começou a chorar baixinho e depois começou a ficar cada vez mais emocionada. Pedi a ela que deixasse beijá-la como despedida e não esperei a resposta. Segurei sua cabeça de leve e beijei-a na boca enquanto ela chorava cada vez mais. Segurei suas mãos e beijei-a de novo. Ela foi se acalmando e eu acariciava seus cabelos e segurava suas mãos. Afastei o banco do carro e deitei-a no meu colo. A Lua iluminava seu rosto triste e beijei-a de novo. Estava linda. Coloquei minha mão na sua barriga e não toquei em nada que denunciasse algo mais ousado. Abracei-a cada vez mais forte e ela disse que queria que o mundo se acabasse naquele momento para que ela nunca mais esquecesse. Sua voz estava grossa e baixa, quente e apaixonada. Ficamos assim até altas horas da madrugada. Finalmente levei-a para casa e quando cheguei na minha casa o circo já estava armado. Como eu demorei muito para chegar, minha esposa já havia ligado para a Márcia e para a mãe da Lucy.

No dia seguinte, pedi para o Reginaldo testemunhar que eu tinha mesmo ido à casa do Donaldo mas o episódio não foi longe. Afastei-me um pouco da Lucy para ela sentir minha falta e pensar que eu poderia estar arrependido e não mais a procuraria. Esta tática do afastamento no dia seguinte era muito eficiente.

Começamos a nos encontrar com mais frequência. Parava o carro em qualquer lugar e ficávamos nos beijando o tempo todo. Era difícil conseguir um lugar tranquilo e tivemos problemas até com a Polícia por pararmos o carro em ruas residenciais. Um lugar que funcionava mais ou menos bem era perto de uma minha amiga japonesa porque a rua tinha pouco movimento. Mas os carinhos iam ficando mais e mais ousados e precisávamos buscar um local adequado. Descobrimos o tradicional malhódromo da Lagoa e fomos lá muitas vezes.

Tocava seus seios muito levemente por cima da blusa enquanto a beijava até que um dia ela deixou tocá-los de verdade. Não o fiz com as mãos e sim com a boca e muito de leve. Ela não gostava muito e acho que tinha muito medo. Aprendi a tocá-la na xoxota por cima da calça e ela ficava maluca. Com o tempo aprendi a masturbá-la. Mas ela não correspondia em nada. Achei que era timidez mas um dia em que ela me tocou o pênis por cima da roupa, dei um gemido e me retesei como se ali fosse extremamente sensível, como era de fato. Ela passou a me acariciar também por cima da calça mas era impossível gozar assim. Um dia tirei ele para fora e pedi para ela acariciá-lo de leve. Ela pegou o jeito de masturbá-lo e ia até o fim. Geralmente espirrava muito na sua roupa e nas mãos mas ela não parecia se importar. Descobri que deveria sempre trazer um rolo de papel higiênico no porta-luvas do carro.

Um dia, depois do expediente, fomos ao cinema assistir o Nome da Rosa. Depois deixei a Márcia e fomos à Lagoa. Enquanto ela me acariciava o pinto pedi para ela beijá-lo e ela deu uma beijoquinha na ponta. Insisti e ela cedeu mais algumas vezes e pedi para ela abrir um pouco a boca. Sem muito jeito, ela o colocou na boca até a metade e depois tirou. Disse-me que eu estava fazendo ela fazer “cada coisa...”.

(continuará)