O filho do patrão 12

Junior - sabe porque voce não me matou?

Pedro - porque eu sou covarde. (respondi ironicamente).

Junior balançou a cabeça dizendo ''não''.

Pedro - Então?

Junior aproximou-se novamente de mim, e fungou em meu pescoço, chegando ate meu ouvido.

Junior - porque voce esta gamado em mim. Voce esta totalmente nas minhas mãos.

E deu um sorriso, me deixando arrupiado.

Não consegui resistir, e acabei cedendo aquela tentação.

Junior roçaca em meu pescoço, chegando perto da minha nuca.

Tomei coragem, e o afastei.

Junior - O que foi? - Vai disser que não curtiu? (disse ele sorrindo).

Pedro - vai embora daqui cara. Some das nossas vidas.

Junior - vai dar não. Ainda não terminei meu serviço.

Pedro - Tu não tem que terminar nada cara. Se voce conhecer melhor o meu pai, vai entender o que eu tou falando.

Junior - quero que o teu pai foda-se, ele vai pagar por tudo o que fez.

Junior voltou a ser o Junior de antes.

Pedro - Presta atenção de como voce fala do meu pai. (fiquei sério, e serrei o punho).

Junior - calma. Ficou bravinho, foi? (disse ele ironicamente).

Pedro - Tu me tira do serio com essas acusações sem fundamentos.

Junior - Voce não sabe de nada para estar defendendo seu pai.

- E nem voce o conhece para acusa-lo. (Rebati).

Junior - Aí que voce se engana. Eu conheço o seu pai melhor que ninguém.

Junior falou sério.

Pedro - velho. Não sei como voce conseguiu entrar aqui, mas eu vou pedir pra voce sair pelo mesmo caminho, ou então, eu vou usar a razão, e denunciar voce.

Junior fingiu se espreguiçar.

Junior - Balela. Blefe puro. Você não teria essa coragem.

Pedro - Você não brinca comigo, cara.

Parti para cima do Junior, mas ele segurou meus braços.

Junior - Ei. Baixa a bola... Eu vou embora sim, mas antes quero um favor teu.

Pedro - Tu só pode ta de brincadeira... Eu não vou fazer favor nenhum a voce não.

Junior - Você quem sabe... Eu não vou sair daqui.

Eu respirei fundo.

Pedro - fala pô... Qual é o favor?

Junior - Eu quero que tu providencie alguma coisa para eu comer.

Eu ri.

Junior - Ta rindo de que? (Junior aproximou-se do meu corpo, furioso).

Pedro - Tou rindo de tu aí, pedindo comida para o filho do teu desafeto.

Junior - Vai me negar um prato de comida? - Tu esqueceu dos banquetes que eu ti servi quando foi meu hospede?

Pedro - E quando foi isso?

Junior abriu os braços e fez uma expressão engraçada.

Pedro - eu não fui teu hospede cara. Você me sequestrou.

Junior - Que seja... Mas eu o tratei bem. Agora vamos esquecer isso, e pega la a comida.

Pedro - Não vou providenciar nada.

Junior - ah voce vai sim. Tou nesse estado por culpa tua. (disse ele me apontando o dedo).

Pedro - minha?

Junior - Claro que sim. Aquele acidente foi provocado por voce... E agora estou aqui: Sem dinheiro, sem documentos. Nem minha carteira sei aonde estar.

Pedro - E por que não procura pela tua família?

Junior - por que não quero. Quero que voce me ajude. (disse ele firme) - Qualé? Me da o que comer, e eu prometo que vou embora.

Junior me venceu pela insistência.

Junior - Presta atenção no que voce vai fazer. Nada de dar com a língua nos dentes, se não sangue ira rolar. (disse Junior, assim que eu destravei a porta do banheiro).

Não respondi nada, apenas fechei a cara, e me retirei.

Assim que cheguei ao corredor, Vitor, perguntou-me se estava tudo bem.

Pedro - Tudo sim, Vitor. Só me deu uma fome, e eu vou comer alguma coisa.

Vitor - ok.

Desci as escadas, e cheguei ate a cozinha, que ja estava desocupada. Saí procurando por algo para comer, e tiver que fazer uma misturada de varias coisas. Esquentei tudo, peguei um suco e levei ao quarto.

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- Caralho. Ta quente! ( Junior fez careta, assim que pôs o prato em mãos).

Junior colocou a arma no criado mudo, e sentou em minha cama.

Junior - Aonde ta o controle da tv?

Pedro - Cara. Tu disse que ia só comer e ir embora.

Junior - Calma po. Eu vou. Só quero assistir enquanto como. Faz tempo que não assisto tv.

Eu dei uma fungada, e entreguei o controle ao Junior.

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Pedro - ta demorando muito pô. O Vitor pode entrar a qualquer momento.

Junior - Que porra é Vitor?

Pedro - meu segurança.

Junior - E não era Antonio?

Pedro - Antonio ta de ferias. Vitor esta o substituindo.

Junior - Entendi. (Disse Junior, levando a ultima colher a boca).

Pedro - Terminou?

Junior - Comeria mais se tivesse.

Pedro - Agora cumpre o combinado.

Junior - Tou caindo fora já. Vou só tirar uma água do joelho.

Junior entrou no banheiro, e não demorou muito eu ouvi o barulho da descarga.

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Junior - Ja tou indo. Mas eu volto! (Disse Junior, saindo do banheiro).

Acompanhei Junior ate a janela, e assim que ele colocou o primeiro pé do lado de fora, eu o chamei.

Pedro - Junior?

Junior - fala.

Pedro - Tu vai dormir aonde?

Junior - eu me viro. Por que? - Vai sentir minha falta? (Disse ele, gozando da minha cara).

Pedro - Por nada.

Junior - Ta certo. Então deixa eu ir.

Fiquei um tempo tentando ver por onde Junior havia entrado, mas antes que eu imaginasse, ele fugiu da minha vista.

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Voltei a cama, e fiquei pensando no Junior. Sentia raiva dele... sentia raiva por ele ter tanta magoa do meu pai... sentia raiva por ele ser abusado... sentia raiva por ele ter me feito tanto mal... sentia raiva por tantos motivos. Olhei para a parte da cama em que ele ficou tanto tempo, e me aproximei devagar tentando sentir seu cheiro. Fiz uma careta querendo mostrar para mim mesmo que eu não estava interessado naquilo. Olhei no relógio, e por um momento pedi para o tempo voltar uns dez minutos, não sei bem pra que, mas queria que voltasse.

Com esses pensamentos loucos, eu acabei dormindo.

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No dia seguinte acordei depois de meio dia. Abri a porta, e la estava Vitor.

- Bom dia. (Eu disse).

Vitor - Bom dia Pedro. Como esta sua agenda hoje?

Pedro - É o que?

Vitor - sua agenda... Seus compromissos.

Pedro - Ah... Eu não tenho.

Vitor - Não tem compromisso pra hoje?

Pedro - Não... Quis dizer que não tenho agenda. Já tomou café?

Vitor - ainda não, esperei voce acordar primeiro.

Pedro - então vamos lá.

Descemos as escadas, e fomos servidos pela Naná.

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Naná - não digo é nada quando tiver com gastrite. Isso são horas de vir tomar café, Pedrinho?

Pedro - tava cansado Naná.

- Ele merece Naná. Depois de tudo o que passou. ( disse meu pai entrando na cozinha ).

Pedro - pai? o senhor em casa a essa hora?

Pai - Hoje é sábado. Resolvi tirar o dia para nós. O que voce acha?

Pedro - pode ser.

Pai - Enquanto a voce. Pode tirar o dia de folga, Vitor.

Vitor - se o senhor precisar de mim, eu posso ficar. (Disse Vitor prestativo).

Pai - Não necessita. Preciso de voce aqui apenas no domingo a noite.

Vitor concordou.

Assim que terminamos nosso café, Vitor se retirou, e meu pai, e eu fomos tomar banho de piscina.

Pedro pai.

Pai - sim.

Pedro - gozado...

Pai - o que?

Pedro - foi preciso isso tudo acontecer, pra o senhor tirar um dia pra nós dois.

- Eu admito meu erro. ( Disse meu pai). - De hoje em diante, esse dia ira se repetir mais vezes.

Eu sorri, e meu pai me abraçou, dentro da piscina.

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A tarde passou, e a noite foi bem monótona. Após o jantar, eu fiquei no quarto, assistindo, filmes, ate tarde. Meu pai havia saído para um jantar de negócios, e havia deixado dois seguranças no corredor, mesmo eu dizendo que não precisava.

Olhei no relógio, e ja passava-se da meia noite. Levante, fui ate a janela, e tudo estava tranquilo. Deitei na cama, e tentei dormir, mas não consegui. Desci ate a cozinha, e procurei por algo para comer. Coloquei tudo em uma bandeja,e retornei ao quarto.

Comi enquanto assistia a um filme. Geralmente, assim, sentia sono. Mas não aconteceu. Fui mais uma vez ate a janela, pela ''milésima'' vez, e nem sinal do Junior.

Fiquei sentado na cama, e comecei a puxar papo pelo whats. Estava agoniado, e queria que o tempo passasse logo, e o sono viesse.

Quando finalmente o sono resolveu aparecer, eu fechei meus olhos rápidos, e fui deixando de ouvir barulhos, lentamente.

Comecei a sonhar que alguma coisa passeava pelo meu rosto. Rapidamente abri meus olhos, e era Junior.

- Te matar seria muito fácil. (disse ele sorrindo).

Eu levantei num susto.

Pedro - o que tu quer aqui novamente?

Junior - senti saudades.

Eu fiquei com a boca seca. Que raiva das ironias daquele cara... que raiva daquele cara, que raiva, que raiva...

Pedro - Da o fora daqui Junior. Ja esta passando dos limites.

Junior - Só quero tomar um banho.

Pedro - Tu ta pensando que aqui em casa é o que? - Ontem veio jantar, e hoje tomar banho?

Junior apenas sorriu, e ja foi baixando as roupas ali mesmo.

Pedro - ta fazendo o que?

Junior - Vou tomar banho. Depois eu vou embora.

Pedro - Tu ainda vai ser descoberto cara.

Junior - Sei que tu vai fazer o impossível pra que isso não ocorra.

Pedro - Tu ta é doido véi.

Junior entrou no banheiro rindo.

Depois de algum tempo, resolvi ir ao banheiro indicar para o Junior o local das toalhas.

Olhei pelo box do banheiro, e Junior estava completamente pelado, ensaboando seu corpo.

Pedro - Junior?

Junior passou a mão no vidro, que antes estava embasado, e me olhou dando sinal para que eu concluísse minha fala.

Pedro - Vou deixar toalha aqui. (E apontei para o cabide).

Junior fez sinal de positivo, e retornou ao chuveiro.

Saí do banheiro, mas fiquei pensando em uma desculpa para retornar ao banheiro. Pensei bastante, e a melhor coisa que me veio a cabeça foi perguntar se Junior estava precisando de mais sabonete.

Fiquei um tempão ensaiando.

- Junior. Precisa de mais sabonete aí?

- Junior. Aqui tem mais sabonete se tu quiser.

- Junior. Vou deixar sabonete aqui óh. Se tu quiser é só pegar.

Ensaiei varias fomas diferentes. todas em meu pensamento. Quando finalmente levantei da cama, para retornar ao banheiro, Junior saiu pela porta, apenas de toalha. As gotas d'água percorriam por todas as partes do seu corpo.

Junior - Água tava bem quentinha. (Disse ele balançando o cabelo).

Junior secou-se na toalha, passou um anti transpirante, e depois colocou a mesma roupa que usava, momentos antes.

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Algumas conversas quentes saíram, ate que Junior resolveu ir embora.

Pedro - Junior. (Disse eu, seguido de uma pausa).

Junior - Oi.

Pedro - Dorme aqui po.

Junior riu.

- Mas tu disse que é arriscado. (Disse ele se vangloriando).

Pedro - Mas é melhor que na rua.

Junior - ta preocupado comigo?

Pedro - Não pô. Claro que não.

Junior voltou a sorrir. Parecia um galo com o peito estufado.

Junior - Já que voce insiste tanto, eu vou aceitar.

Junior trancou a janela, deu a volta no quarto, e verificou se a porta estava trancada na chave.

Meu corpo tremeu todo, só de pensar em Junior dormindo na mesma cama que eu, mas Junior apenas pegou uma almofada, e deixou em um tapete, no chão.

Eu fiquei ensaiando chamar ele pra dormir na cama, mas seria me humilhar demais.

Não lembro bem que horas da madrugada aconteceu, só lembro que algo me agarrou por trás.

♫♫♫

Sua boca é minha, domina a minha,

e o que é que as duas tão fazendo tão sozinhas?

♫♫♫

Continua...