BROTHERS (Parte - 10)

Greg estava chorando, Dylan havia acabado de sair...

Jorge: Como você pode chorar por ele? Ele te traiu!

Greg: Eu acho que fui muito duro com ele, exagerei!

Jorge: Não exagerou não!

Greg levantou e ficou andando de um lado para o outro...

Jorge: Eu não sei como você pode se preocupar tanto com esse cara!

Greg: Jorge por favor para de falar mal dele tá?

Jorge: Ele é um otário!

Greg já estava cheio, ele sentia que Dylan não estava bem.

Greg: ELE É MEU IRMÃO!

Jorge cresceu os olhos. - Irmão? Você chama seu namorado assim? Rsrsrs... Não seria melhor amor, querido, docinho...

Greg: Ele é meu irmão de verdade, filho do mesmo pai e da mesma mãe.

Jorge: Você está brincando!

Greg: Não Jorge, não estou!

Jorge: Eu... Eu não estou entendendo mais nada!

Greg: Simplesmente nos amamos desde criança, é isso, se você acha nojento, ou que somos doentes, eu não posso fazer nada...

O cel de Greg toca e ele ver o nome Amor. - É ele!

Atende... - Dylan...

Um homem do outro lado da linha responde. - Você era o primeiro número da lista dele, a pessoa em questão sofreu um acidente e está sendo socorrida!

Greg sentou na cama, o cara falou para qual hospital estavam levando Dylan.

Jorge: O que houve?

Greg: O Dylan sofreu um acidente agora pouco, depois de vir aqui!

Greg correu para trocar de roupa...

Jorge: Calma Greg!

Greg: Como calma? Tá maluco? O Dylan, a pessoa mais importante da minha vida, está em um hospital e eu não sei como está!

Greg saiu as pressas e Jorge o acompanhou.

Chegaram ao hospital e Dylan já havia chegado, porém não haviam noticias dele.

Greg andava de um lado para o outro desesperado. - Eu acho que vou surtar!

Jorge: Calma ok?

Greg: Vou ter que avisar aos meus pais, ainda não sei como!

Greg se retirou, pegou o cel e ligou para o pai, pois ele era mais forte.

Edgar: Greg?

Greg: Pai. - Começou a chorar.

Edgar: Filho o que foi?

Greg: O Dylan... Ele sofreu um acidente!

Edgar levou um susto, já houve vários problemas com o Greg, mas com o seu primogênito nunca!

Edgar: Como ele está?

Greg: Eu não sei pai, eu estou perdido, estou arrasado!

Edgar: Calma querido, eu e sua mãe vamos praí tá?

Greg voltou para a sala de espera como um louco, Jorge o abraçou e ele chorou em seus braços.

A enfermeira apareceu para falar sobre Dylan, Greg falou que era seu irmão.

A mesma apenas disse que Dylan estava em cirurgia, seu estado era grave.

Greg: Ele não pode morrer Jorge, meu irmão não, ele é tudo na minha vida, eu o amo!

Jorge: Calma Greg ok? Se você passar mal aqui também, eu não sei o que fazer!

A noite, Greg já estava arrasado, cansado, a pressão de não saber como o irmão estava, deixava-o doente.

Seus pais apareceram.

Greg correu para abraça-los.

Edgar: Alguma noticia?

Greg: Não.

Edgar: Vou procurar saber. - Saiu.

Greg: Mãe se o Dylan morrer eu morro também!

Julia: Calma amor.

Greg: Como calma mãe? Você sabe como amo o Dylan, eu não vou aguentar se algo acontecer!

Edgar apareceu pálido...

Julia: E aí?

Edgar: Ele já está fora de perigo!

Greg: E ele estava correndo risco de vida?

Edgar: Sim. Mas já está fora de perigo e a cirurgia já acabou.

Greg suspirou...

Edgar: Mas pode haver alguma sequela...

Greg: Sequela?

Edgar: Só iremos saber quando ele acordar... Está em coma.

Greg: Eu vou morrer!

Julia: Calma Greg, tudo isso já é muito difícil!

Greg: Eu e o Dylan brigamos feio e ele saiu desesperado, e sofreu o acidente!

Jorge: Greg, não é hora de se culpar!

Edgar: Escute seu amigo, ele está certo!

Alguns dias se passaram e Dylan não podia receber visitas, até finalmente Greg poder ver o irmão...

Greg entrou na sala e o viu naquele estado, Dylan estava todo ferido, com uma faixa na cabeça, entubado.

Greg caiu no choro...

Pegou na mão do irmão. - Dylan por favor, eu te amo... Você não pode me deixar, não pode simplesmente continuar dormindo ou morrer, não pode fazer isso comigo.

Ele deitou a cabeça em seu peito. - Por favor, volta para mim, volta, eu não consigo viver sem você! Você é meu irmão, meu amor, minha vida...

A mãe dele entrou. - Calma Greg.

Greg abraçou a mãe chorando muito.

6 Meses se passaram com Dylan dormindo. Julia e Edgar haviam se mudado para a cidade dos filhos, Greg entrou em depressão profunda. Não saía, não conseguia estudar, não comia direito e dormia agarrado a uma camisa do irmão.

No memento ele estava deitado, Dylan entra pela porta, cheira seu pescoço e ele acorda.

Dylan: Amo seu cheiro maninho!

Greg: Você sempre diz isso.

Dylan: E essa blusa?

Greg: Eu peguei para te sentir perto de mim. Você me deixou, está em coma, não posso ficar sem você Dylan, tenho que te sentir de algum jeito!

Dylan: E porque não me sente agora? Eu estou bem aqui.

Greg abraçou o irmão, Dylan cheirava seu pescoço, Greg baixou seu rosto e beijou o irmão, um beijo lento e demorado, sentindo cada detalhe, cada gosto...

Greg: Eu te amo Dylan. As pessoas podem não entender, coisas ruins podem acontecer, problemas podem surgir... Mas eu simplesmente não posso mandar nos meus sentimentos, eu te amo, a coisa mais viva que existe dentro de mim é o meu amor por você. Você é minha vida, é o ar que respiro.

Dylan sorriu para Greg e foi sumindo aos poucos...

Julia: Greg?

Greg falava dormindo. - Não Dylan, não me deixa, não vai por favor...

Julia: Greg acorda!

Greg acordou assustado e a abraçou.

Julia: Outro pesadelo?

Greg: Sonhei que ele estava aqui comigo. Era tão real...

Julia: Greg você tem que voltar a viver, ter sua vida...

Greg: NÃO! Como pode dizer isso mãe?

Julia: E se ele não acordar mais?

Greg colocou o travesseiro encima da cabeça para não ouvir o que a mãe falava.

Julia: Seu amigo está aqui, quer vê-lo.

Greg: O Jorge?

Julia: Sim.

Greg: Manda ele embora. Não quero.

Julia suspirou. - Mas o terapeuta você vai ver, nem que não queira, hoje ele vem aqui. Nem adianta reclamar!

Mais tarde...

Greg ainda estava deitado agarrado a camiseta do irmão.

De repente o homem alto, cabelos encaracolados e pretos, olhos verdes, pele branca e barba por fazer entra pela porta...

Greg: Eu não quero fazer hoje!

Daniel: Tem certeza? Não quer desabafar? Pôr a dor para fora não te faz se sentir melhor?

Greg sentou na cama. - Nada me faz sentir melhor. Eu sinto como se não tivesse mais vida!

Daniel: Mas você tem Greg, não pode ficar em coma junto a seu irmão e não viver.

Greg: Você não entende?

Daniel: Não, fale: Como se sente?

Greg: Como se arrancassem meu coração fora do peito. Eu amo o Dylan, já te disse um milhão de vezes.

Daniel: Sim.

Greg: Não suporto mais as perguntas da minha mãe, as coisas dela... Eu quero falar, as vezes vem na ponta da língua, mas recuo.

Daniel: Já disse que não. Não é natural nem bom para ela neste momento difícil saber que os filhos se envolvem.

Greg começa a chorar compulsivamente. - Eu não sei mais o que fazer. É muita pressão... Ela me cobra ter uma vida, mas o amor da minha vida está em uma cama de hospital e não posso simplesmente agir como se nada acontecesse!

Daniel: E a culpa? Está melhor da culpa?

Greg: Não. Eu sei que naquele dia ele se acidentou por minha culpa.

Daniel: Quantas vezes já falamos sobre isso Greg? Ele estava alcoolizado!

Greg: Bebeu por minha causa. Eu o tratei mal.

Daniel: Seu irmão te traiu...

Greg: Eu não transava com ele! Já disse isso a você. Estava planejando nossa primeira noite juntos, seria uma surpresa...

Greg levantou, andava de um lado para o outro. - Eu me envolvi com ele ainda muito criança e Dylan me esperou, ele no auge da adolescência, poderia ter a pessoa que quisesse, poderia sair, transar, namorar. Todas as garotas do colégio davam encima dele, mas ele me esperou. Me esperou por anos...

Daniel: E?

Greg: Na primeira escapada dele eu o culpo, o julgo, ele estava anos sem sexo e não vejo seu lado... Que pessoa cruel eu sou! Ele me deu tantas provas de amor e eu só vi sua traição.

Daniel: Você não é cruel, você é humano. Todos nós temos essa auto-defesa, quando algo ruim nos acontece só pensamos em se distanciar daquilo, pensamos em brigar, discutir, magoar, castigar a pessoa que nos fez sofrer. Você não foi diferente.

Greg: Eu só quero que ele acorde, só isso!

Daniel: Mas você tem uma vida, precisa vivê-la, não pode esperar a vida toda por ele.

Greg: Você já me disse isso, nas sabe que não me importo!

Daniel: Ah Greg, você é um dos meus pacientes mais difíceis, a gente não sai do lugar, você não escuta nada do que eu digo!

Greg: Conheço terapeutas, sei que são extremamente contra relações incestuosas como a minha e a do Dylan, mas não vai me fazer ver diferente, eu o amo. Sei que pensa que ele provavelmente me usou porque sou mais novo, mas eu o amo desde criança, sei o que sinto e o que está dentro de mim, eu me declarei muito antes e quanto mais cresço, mais o amo. Sei que você quer que eu viva e siga em frente, mas não me importo com o que você quer, eu vou esperá-lo. Meu amor é verdadeiro. Sei que me acha doente, que nossa relação é doentia e preciso me curar, pois se amor é doença então eu sou doente de Dylan e vai por mim doutor, eu não quero me curar... Eu quero ele me beijando, quero sentir seu toque, seu cheiro. Quero ele.

Daniel: Seu maior problema é que me ver como inimigo, entretanto só quero seu bem.

Greg: Meu bem chama-se Dylan.

Greg voltou para a cama, pegou a blusa e tornou a deitar.

Daniel: Enquanto você pensar assim, não querer ver que quero te ajudar, quero te tirar dessa, não aceitar minha ajuda, não vai ter vida.

Greg: Minha vida está em uma cama de hospital neste momento.

Daniel saiu do quarto.

Julia: Como ele está?

Daniel fez uma cara negativa.

Mais quatro meses se passaram e fazia um ano que Dylan estava em coma.

Algumas coisas mudaram, Greg estava um pouco melhor, continuava amando Dylan mas já saía um pouco, era tristonho mas voltou a estudar, passou a tomar antidepressivos e estava levando a vida na medida do possível.

Algo acontecia que ele não sabia, algo proibido, mas que comparado a sua relação com o irmão é bem mais aceitável pela sociedade. Seu terapeuta estava sentindo algo por ele.

Certo dia ele foi vê-lo em casa, Greg estava tomando banho, sua mãe havia ido ver Dylan e ele estava se arrumando para ir logo após, foi atender a porta de toalha e Daniel não pôde evitar de olha-lo de cima a baixo.

Greg: Vou vestir uma roupa rápido!

Entrou dentro do quarto...

Greg saiu depressa e tropeçou, Daniel o segurou, suas bocas ficaram próximas, ele via o rosto perfeito de Greg bem próximo, não aguentou e o beijou.

Greg em primeiro instante aceitou o beijo, mas depois o afastou...

Greg: O que está fazendo?

Daniel: Eu sinto algo por você Greg, não consigo evitar!

Greg: Nossa? E o que a sua profissão diz disso? Sou seu paciente e tenho 16 anos, acho que de acordo com ela você é pedófilo não? Mas creio que você não consegue evitar, como eu e Dylan. Você no momento está indo contra a todos os ensinamentos de cientistas que estudam o cérebro, e o comportamento humano. Olha, nada vai me fazer desistir do Dylan, eu aceito tratamento para aguentar viver esperando-o sem me matar, porque não consigo viver sem ele e preciso de ajuda com isso, mas ajuda para entender meu amor por ele, não.

Greg se sentia muito culpado pois no fundo ele sabia que no inicio, aceitou o beijo, fazia tempo que ninguém o tocava e mesmo sendo virgem, ele agora pôde entender o irmão.

Alguns dias se passaram e Greg se sentia cada vez mais atraído por seu terapeuta, ele não conseguia evitar...

Daniel mais uma vez estava lá, foi até seu quarto e Greg estava lá, começaram a conversar, Daniel o olhava diferente, o encarava...

Greg: Pode parar de me olhar assim?

Daniel: Assim como?

Greg: Você sabe muito bem!

Daniel levantou, puxou Greg pelo braço e o imprensou na parede... - Tentei mas você me deixa cada dia mais louco!

Greg: Por favor, para com isso!

Daniel: Como para? Você também quer, eu sei!

Greg: O amor da minha vida está em um hospital, você conhece minha história! Não posso traí-lo.

Daniel: Ele te traiu, além do mais, você tem que seguir em frente!

Daniel subiu o rosto de Greg que olhou diretamente para o seu.

Greg olhou os olhos verdes de Daniel, sua boca carnuda extremamente sexy e o beijou. Daniel apertava sua bunda e beijava-o descendo para o para seu pescoço deixando Greg louco.

Greg então o afasta de repente.

Daniel: Greg, é o seguinte, eu quero algo sério com você, não quero só sexo, quero namorar, mas só posso se você me aceitar, se você aceitar seguir em frente. Pense nisso.

Saiu...

Os dias passavam e Greg estava cada vez mais confuso.

Sua mãe o chamou.

Julia: Greg eu sei que o Daniel quer algo sério com você!

Greg: Mãe como assim?

Julia: Amor eu sei que você é gay Greg.

Greg: Desde quando?

Julia: Não importa, o que importa é que Daniel é uma pessoa boa, maravilhoso, sério, bonito e confio nele, dê uma chance, não existe ninguém melhor para você que ele.

Greg no momento só pensava que a mãe nem imagina que tinha uma pessoa infinitamente melhor que sempre cuidou dele e que ama de verdade em um hospital.

Naquele mesmo dia ele passou pensando que talvez fosse melhor mesmo dar uma chance para Daniel, estava triste e sem esperança de ver Dylan acordado novamente.

A noite Daniel foi visita-lo.

Greg: Daniel, eu andei pensando e eu aceito.

Daniel: Aceita o que?

Greg: Te namorar, tentar algo.

Greg pensava: Não tenho nada a perder mesmo!

Daniel: Não acredito!

Greg: Pode acreditar.

Daniel se aproximou e o beijou e Greg deixou claro que queria ir devagar e ele como terapeuta entendia que era difícil para Greg.

Uma semana de namoro se passou com encontros, beijos, tudo como manda o figurino.

Greg mais um dia foi visitar o irmão no hospital. - Oi dorminhoco? Ai Dylan, eu te amo tanto... Posso namorar quem for, jamais vou te esquecer. Te amo do mesmo jeito, com a mesma intensidade ou talvez mais. Passo o dia com vontade de dormir logo, pois sei que vou te encontrar nos meus sonhos. Sempre sonho com você, você sabe, eu sempre te conto.

Dylan estava simplesmente dormindo, sua aparência era saudável, de quem estava apenas tirando um cochilo, não ficou uma cicatriz do acidente e ele não tinha nada mais conectado ao seu corpo...

Greg: Você sempre será o amor da minha vida, acho que sabe disso. Empurro minha vida com a barriga, mas minha vida é você, por mais que namore outros...

Greg se aproximou, tirou os óculos e beijou o irmão na boca, como sempre fazia quando ia visitá-lo. Se afastou com os olhos ainda fechados e uma lágrima descendo deles, os abriu e viu o irmão com seus olhos abertos e olhando diretamente para ele como fazia tempo que não via.

Greg ficou pálido. - Dylan?

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