Semestre in Love. 11 capitulo

Um conto erótico de Luckas Borges
Categoria: Homossexual
Contém 2029 palavras
Data: 06/03/2015 12:38:59

Era Segunda-Feira. Tatiane não havia falado com Derick durante todo o fim de semana. Lizi também não tinha notícias.

- Será que está com raiva? – O garoto ficou preocupado. Não via a amiga desde o golpe do cupido, quando Ian fez a gentileza de devolver as chaves para Kaio.

- Ai magrelo. Eu acho que sim. A Tati é muito sistemática – A última super briga tinha ocorrido há dois meses, no acampamento. Desde então nunca mais guardaram segredos. Tanto que no dia em que Derick voltou a ficar com Ian, Tati estava junto.

Havia uma festa na praça ao lado da escola. O mesmo local onde Derick contara para as amigas sobre ser gay. Por volta das onze horas, Lizi deixou Tati e Derick conversando e saiu de fininho com Michael e os amigos resolveram dar uma volta abeirando o lago.

No caminho, uma voz conhecida os chamou, era Ian. Estava em uma banca de maçã do amor e quando se aproximaram ofereceu uma para cada. A primeira com granulado colorido foi entregue a Derick e de brinde um olhar especial.

Tati já estava se dando bem com o garoto, não havia motivos para continuarem se estranhando. Falavam sobre o plano para ajudar Lucas, um plano complexo, mas que certamente tinha tudo para dar certo. No caminho pelo lago, passando por locais mal iluminados o assunto começou a ficar sem nexo, sobrando apenas risadinhas sem causa aparente.

Decidiram parar em um quiosque fechado há muito tempo. As paredes do local eram envelhecidas e pichadas, algumas mesinhas de cimento estavam quebradas. Encontraram um banco de concreto e resolveram ficar ali.

Tatiane, a garota ecologicamente correta, procurou uma lixeira para jogar os palitos de maçã do amor. Foi então que Ian aproveitou a oportunidade para puxar Derick e beijá-lo como nunca antes. Quando Tati regressou viu os dois se amassando. Não quis atrapalhar. Sentou-se em outro local e ficou fuçando o facebook. Revirava o perfil do Kaio. Daquele dia em diante os dois passaram a ficar e apenas as amigas sabiam do segredo.

Um som vindo ao longe interrompeu a conversa, Lizi e Derick olharam para o portão e observaram o Ranger Rover preto dando a volta e entrando no estacionamento do colégio. Tocava uma música do Link Park, e os pensamentos de Lizi viajaram de volta aos primeiros dias de aula.

Kaio estacionou. Desligou o som, puxou a mochila e fechou a porta do motorista. Em seguida deu a volta e abriu a porta do passageiro. Timidamente, um par de pernas femininas trajando meia calça pied de poule e salto alto tornou-se visíveis.

- Não acredito que ele já está com outra – Lizi bufou observando Crícia chegar por trás.

- Olá meninos – Ela aproximou-se com um sorriso – tudo bem?

A língua coçou para perguntar se a garota não estava vendo aquilo, porém, Lizi segurou-se e continuou a observar. Vários grupinhos pararam para ver a cena, todos curiosos para saber de quem eram aquelas belas pernas e agora, a mãozinha branca que Kaio segurava delicadamente junto a sua.

Um momento de tensão tomou o ar, era a garota nova do atacante do time de futebol que começava a sair do carro. Uma brisa passou pelo estacionamento esvoaçando seus cabelos no exato momento em que Kaio travou as portas e deu-lhe um selinho. Mesmo selinho desejado por todas as estudantes. O selinho do vocalista da banda mais conhecida do colégio. Então, deram as mãos e viraram rumo ao prédio.

- AI...

- MEU...

- DEUS...

Derick e Lizi ficaram pasmos ao ver quem era a “nova” garota.

- Linda – Crícia sorriu e seus olhos encheram de lágrimas.

- Mas o quê?!? – Lizi não conseguia segurar o risinho.

- Faleci – Derick não sabia o que dizer, seus olhos brilhavam como se estivesse tendo uma visão do além.

Aquela garota era uma das mais lindas que já estudaram naquele colégio. Os longos cabelos estavam repicados, o rosto perfeitamente maquiado, a roupa totalmente fashion, os olhinhos brilhando, seus óculos substituídos por lentes de contato. Tatiane era uma princesa.

- Sou ou não sou uma personal Stylist?!? – Crícia olhou para os companheiros e em seguida saiu para abraçar a nova amiga.

Lizi e Derick se entreolharam. Surpresos e sem palavras. Tatiane estava namorando Kaio, sua aparência foi totalmente renovada e pelo visto Crícia, a ex do Kaio, tinha algo a ver com isso.

A amiga mudou radicalmente e permanecia a mesma, porém, mais feliz e calma. Quando viu os amigos, seus olhinhos encheram-se de lágrimas e correu em direção aos dois. Um abraço emocionante veio em seguida e um agradecimento que tocou profundamente o coração de Derick. Por causa dele, aquele sonho finalmente tornara-se realidade. Tatiane era A rainha do colegial. Uma princesa vivendo seu romance tão sonhado.

Sobrara apenas um ponto a esclarecer, pois (segundo a lógica), Crícia deveria desempenhar o papel da bruxa malvada e, no entanto, tornou-se a fada madrinha.

- Como assim personal Stylist? – Derick enfim perguntou enquanto observavam a amiga seguir para a sala.

- O up grade foi um presente meu – Crícia respondeu feliz – Minha mãe é gerente e tenho descontos, esqueceram? – sorriu exultante por ter feito uma boa ação.

Os três seguiram para a sala, no caminho algumas questões foram esclarecidas.

- Mas espere ai. Você deveria ficar com ciúmes, afinal, ele é seu ex – Lizi exclamou.

- Na realidade – começaram a subir as escadas – sempre reparei em como o Kaio olhava para a Tati. Sabia sobre a pessoa pela qual foi apaixonado, ele mesmo já tinha me contado a história, mas, não imaginei que ela estudava aqui. No fim, liguei os pontos e entendi porque estava tão mudado.

- E porque não fez nada? Ou melhor, seria o normal. – Derick também estava intrigado.

- Claro que fiquei com ódio, e depois inveja – Eles pararam próximo ao bebedouro – Mas ai pensei melhor e cheguei a uma conclusão. O que poderia fazer contra um amor que já existia antes de nos conhecermos? – Os olhos de Crícia encheram-se de lágrimas, por mais que estivesse conformada, ainda lembrava-se dos momentos especiais que vivera com Kaio.

- Mas tipo, e a vingança? Da noite do mascote?

- Não queria fazer aquilo. Nunca quis. – as palavras de Crícia soaram sinceras – E para compensar ajudei na transformação da Tati. Me redimir sabe?. Quando soube que ela e o Kaio tinham ficado – Crícia tinha seus informantes – fui a casa dela e colocamos os pingos nos “is”. Por fim, nos acertamos.

O professor apareceu na porta e chamou os garotos, e assim os “atrasadinhos” entraram para mais uma manhã de aulas.

ASSUNTOS INACABADOS

Agora tudo estava perfeito. Lizi e o Mickey (Michael), Tatiane e seu príncipe (Kaio) e Derick e seu anjinho (Ian). Tudo como eles sonharam desde o início do ano, entretanto, faltava algo. Derick sentia isso, e o nome daquilo era Lucas.

O garoto estava cada vez mais magro e estranho. Os sumiços da aula intensificaram-se. Naquele dia apareceu usando uma blusa com capuz preto para que ninguém visse seu rosto. Sentiu dó, pensou em tentar uma conversa mesmo sabendo que Ian ficaria com ciúmes.

Após o quarto horário alguém o chamou e ele saiu calado. Derick sabia do que se tratava, era algum usuário querendo adquirir entorpecentes. Foi até a porta e observou o garoto seguir pelo corredor acompanhado. Quando chegou frente a uma sala vazia encontrou o coordenador vindo da outra direção. Seu coração disparou, Aquele era o momento, precisava fazer aquilo agora, para que tudo ficasse perfeito e aquele aperto que carregava desde o início do semestre sumisse de vez.

Pegou o celular e colocou no modo filmagem. Não precisava temer, se o pegassem estaria a salvo. O coordenador não poderia prejudicá-lo dentro do prédio, principalmente em horário de aula.

- Aonde você vai? – Lizi perguntou. Não havia professor na sala neste momento. Eles deveriam copiar alguns cálculos do quadro e resolvê-los em dupla. Desta vez os dois ficaram juntos porque o novo par de Tatiane era Kaio. O que era óbvio e lindo de se ver já que ela morria de rir tentando ensinar as coisas para ele. (o que tinha de bonito tinha de burro).

- Preciso ir ali – Respondeu apressado.

- Mas, e o trabalho? – Lizi mandava muito mal em exatas.

- Ian. Você pode ajuda a Lizi? Por favor? – O garoto já tinha terminado. Ele era cabeça em matemática.

- Ajudo, mas, você vai demorar? – sua voz estava com um leve toque de ciúmes. Talvez soubesse atrás de quem Derick pretendia ir.

- É rapidinho. Prometo – Falou apressado. Não podia enrolar ou perderia a chance.

A sala onde entraram ficava no fim do corredor. Oito salas depois da sua turma. Quando se aproximou observou que a porta estava encostada e no topo da parede havia algumas entradas de ar abertas, só era possível ter visibilidade segura se subisse em algo. Olhou ao redor e achou uma cadeira quebrada.

Derick ligou o celular e ergueu-se cuidadosamente para não ser percebido. O corredor estava vazio e as outras salas barulhentas. Ele apontou a câmera pela entrada de ar e conseguiu filmar o momento exato em que o coordenador recebia o dinheiro das vendas e entregava um novo pacote de comprimidos.

Então a situação ficou estranha. O coordenador conferiu o dinheiro e pareceu estar incompleto. Sem fazer ruídos e sussurrando baixinho ele torceu o braço do garoto e começou a dar leves tapinhas em seu rosto, ainda encapuzado. Conforme falava, aumentava a força até que o capuz caiu e Derick percebeu que um dos olhos estava roxo. O coordenador, ou melhor, aquele traficante safado, já o agredira outras vezes nos últimos três meses.

Uma fúria ardeu dentro de si, como quando enfrentou Kaio no acampamento.

Sem perceber já havia entrado na sala, empurrado o coordenador e o ameaçado com o vídeo. O superior o agarrou para tentar apanhar o aparelho e por alguns segundos eles brigaram. A gritaria chamou a atenção de alguns estudantes que acabaram de ser liberados, mas quando o primeiro entrou no recinto, observou Lucas segurando o homem com o terno todo amarrotado e uma janela larga sem proteção com os vidros estilhaços.

Uma gritaria começou quando perceberam o que ocorreu ali. Derick foi empurrado contra a janela sem proteção e caíra do primeiro andar. Os estudantes pensaram que Lucas era o responsável e o agrediram, o coordenador saiu às pressas fingindo ir buscar ajuda, mas na realidade fugiu.

Uma tragédia e uma injusta condenação.

EPÍLOGO

O céu estava tão lindo, um azul profundo com nuvens branquinhas que pareciam carneirinhos a correr. O céu estava tão, tão lindo e seu azul lembrava os olhos de Kaio. As nuvens encaracolavam-se como os cachinhos de Ian, os passarinhos sorriam como a amiga Lizi. O céu estava azul... mas agora.... estava ficando vermelho... como o óculos da amiga Tatiane, e roxo como... como o último olhar de Lucas – sentiu um vazio, uma dor intensa e tudo ficou escuro e barulhento, então a luz retornou bem fraca.

Seus olhos abriram-se, vários rostinhos o observavam lá de cima, da janela... Quebrada?.... O que aconteceu? Não conseguia falar. Virou o pescoço, mas doeu tanto... tanto... e então viu as silhuetas embaçadas se aproximando. Várias luzinhas vermelhas piscando. Polícia? Ambulância? O que aconteceu?

- Nãaaaoooo...

Gritavam alto, mas ele ouvia baixinho. E quem estaria gritando? E porque gritariam?

- Coelhinhoooooooo

“Coelhinho? Coelhinho?” – Tentou saber o que era coelho, mas, já não sabia. “Coelhinho?”

- Derick, Derick... – Alguém o balançou e ele sentiu dor.

“Derick????”

“O que é Derick?” Não sabia.

Tudo foi ficando frio e as nuvens caiam lentamente. Tudo tornou-se nevoado e frio, tão frio e doloroso.

- Derick... Sou eu, a diretora... está me ouvindo? Derick?

“Diretora? Diretora?” – Procurou em sua mente o que era aquilo e então virou-se sentindo muita dor. Observou a própria mão ensangüentada fechada envolta do celular, e então uma súbita lembrança veio à mente.

- “Lucas” – falou com dificuldade – “Ajuda, Lucas” – tossiu e por fim completou – “celular, lucas, ajuda” – e então tudo ficou escuro e com luzinhas piscando.

Estava na roda gigante, no parque. A roda subia e subia, então ouviu um grito...

- Ian... não... Acalme-se vai ficar tudo bem. Acalme-se.

A roda gigante continuou a dar sua volta ficando cada vez mais alta e mais distante do chão,

- Ian... Acalme-se, Acalme-se.

“Ian????” – Aquilo deveria dizer algo?

“O que significava Ian???”

Mas a palavra já não fazia sentido.


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Comentários

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Isso foi dahora, que bom que do Lucas ele lembrou, pena ter esquecido do Ian, mas vai ser legal ver o Ian reconquistando ele. Isso vai acontecer né? porque se não, voadora nos seus peito amigo, sou ótimo em voadoras, e uso coturno, já imaginou a dor? Tá avisado :)

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Olha só vou fala uma coisa acho Muito Bom o Derick não morre, pq se ele morreu Meu amor ..Tu também vai morre....ISSO E UMA AMEAÇA BJS...TO ADORANDO MAIS POR FAVOR NAO MATA O DERICK...

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Quero mas por favor posta mas!! Hoje ainda ok

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