O caminho das borboletas. 13

Eu 1: Mah, calma calma calma. Não se deixa abalar por isso.

Eu 2: Caramba, mas por tudo que eu li, parece que ele ainda sente ou sentia algo por mim.

Eu 1: Agora não importa mais. Vc já fez sua escolha. Ele teve a chance dele. Lembra da carta que fizemos, antes dele partir?

Gente, nunca me deti a falar muito do Vini, porque Ci morre de ciúmes dele. Bem mais que da D... Ela sabe que ele foi muito importante pra mim. Tudo entre nós estava ótimo, até que ele precisou passar por um procedimento cirúrgico e como entre nós havia o impasse da D... e a família dele sabia, não pude visita-lo. Tbm não conversamos pelo telefone, pois a cirurgia foi na parte da face, para resolver um desvio que ele possuía no nariz e o impedia de respirar normalmente. Seria 1 mês doloroso para mim. Na noite anterior ele foi a minha casa para nos despedirmos. Chorei horrores, ele disse que seria apenas alguns dias, e que logo estaria de volta. O abracei muito forte, entre lágrimas nos beijamos e ele se foi. Dia após dia eu escrevia cartas pra ele, para ele não perder nada que aconteceu comigo naquele mês. Passado alguns dias eu escrevi algo mais ou menos assim:

Amor, já faz quase uma semana que não te vejo, estou com tanta saudade que vc não faz idéia. Hoje estava na aula, e discutiamos um texto sobre a vida humana. O professor falava que a vida é como um rio que segue seu curso. Quando por algum instante deixamos alguém na margem, o rio não vai parar. De alguma maneira tudo vai continuar mudando e mudando. Pois a mudança é natural do ser humano. Queria lhe dizer que quando vc voltar para minha vida novamente, tudo vai ter mudado sim. Eu vou estar te amando muito mais do que antes. Volte logo! Amoooo vc.

Eu 2: Lembro. Lembro sim. O rio seguiu seu curso, e não pode voltar. A vida andou, eu mudei, ele saiu da minha vida por uma escolha dele. Mesmo que eu nunca tenha de fato conhecimento sobre o que aconteceu naquele 1 mês, não tenho como voltar minha vida para o ponto em que ele estava.

A hora já estava avançada. Então fui dormir e parei o bate-boca interno. No outro dia haveria culto matutino, e eu precisava estar de pé logo cedo.

Pela manhã o vi, pois não sei se deixei isso claro, mas éramos da mesma igreja. Fingi que nada havia ocorrido, e como nossa comunicação era quase nula desde que tudo havia acontecido, o ignorei naturalmente. O culto terminou, a tarde eu fiquei arrumando algumas coisas no quarto, tomei um banho, descansei um pouco, fui ao culto da noite e voltei para casa. Maurício ligou:

Ele: Oi Amorzinho!

Eu: Oi.

Ele: Como vc está?

Eu: Estou bem, ma. E vc?

Ele: Também estou. Estou com saudades, sabia?

Eu: Hummm. Também.

Ficamos conversando algum tempo até que vejo uma chamada em espera no meu celular. Era Ci. Estava a alguns dias sem falar com ela direito, então falei para Maurício que acordaria cedo, pois no outro dia era segunda. Nos despedimos e retornei a ligação dela.

Eu: Oii. E aí, tudo bem?

Ela: Tudo sim. Menina, o restaurante tá um sucesso. Estou trabalhando muuuuito e aprendendo coisas muito legais. Nunca havia trabalhado com comida japonesa.

Eu: Puxa, que bom! É ótimo te ver animada.

Ela: Pensei que vc estava dormindo.

Eu: Não, ainda não. Estava falando com Maurício, meu namorado.

Ela calou!

Ela: Legal!

Mudança de assunto brusca.

Ela: Você gosta de comida japonesa?

Eu: Adoro!

Conversamos mais um pouco e como realmente estava tarde e eu teria aula no outro dia cedinho, nos despedimos e fui dormir.

No outro dia eu acordei com o despertar berrando. Queria jogar o celular na parede, mas a pulso... levantei. O dia passou lento e devagar. Chegando em casa tomei um banho e um copo de leite - gente, tomo muuuuito leite. Ci diz que vai me dar uma vaca de presente, rs... - e deitei na rede. Acabei adormecendo. Assim que acordei, tomei outro banho e fiquei no quarto lendo alguma coisa. O celular sinalizou uma mensagem do whats APP. Olhei e era Maurício.

Ele: Oi amor.

Eu: Oi.

Ele: Está fazendo o que?

Eu: Nadinha. Tocando violão apenas. E vc?

Ele: Estou abrindo uma encomenda dos Correios. Chegou hoje. Comprei toda a coletânea dos livros X. (Não me lembro).

Até que meu celular sinaliza um sms.

Sai da tela do whats e quando abri a caixa de entrada e vi o remetente, meu coração acelerou: Era do Vini. Abri e a mensagem e dizia:

Sei que agora vc está pensando horrores de mim. Que sou um crápula, um verme. Não poderia fazer isso com vc. Tive todo o tempo para demonstrar meu amor por ti, mas só me dei conta disso quando lhe perdi. Entre no seu blog, eu escrevi algo lá para vc.

Eu estava aos prantos. Tinha mesmo um blog. Eu usava para contar nossa história e para escrever coisas do meu cotidiano. Coisas que eu gostaria de lembrar no futuro. Mal conseguia segurar o celular de tanto que eu chorava. Abri a página e havia escrito:

Eu sei que vc deve estar pensando horrores de mim. Me perdoe por tudo! Passei todo esse tempo negando o que sentia por vc, até que me dei conta que lhe perdi. Estou escrevendo para dizer que vc foi uma das coisas mais lindas que poderia ter me acontecido. Infelizmente eu deixei me levar por outras coisas e nos perdemos. Quero que vc saiba mah, que a partir se hoje eu estou lutando por vc e só descansarei quando lhe ver com uma aliança no dedo. Aí saberei que é um fim definitivo. E se vc casar, saiba que eu não irei. Posso estar casado e com filhos, eu não irei. Estou lhe esperando, minha branquinha. Amooo vc!

No fim da carta havia um link do YouTube. Abri e era uma música da Banda mais bonita da cidade. Um trecho dizia:

Eu sou das ruas, de qualquer lugar. Existo sempre que você pensar em nós. Não tenho tempo pra guardar recordação. Mas o tanto que eu levar de você, eu deixo um pouco pra me misturar. E não descanso pra você dormir.

Eu chorava como uma criança. Troquei de roupa, coloquei os fones e dei play. Tocava Goo Goo Dolls, Íris. Peguei as chaves de casa e sai na rua sem saber para onde ir, mais uma vez.

Gente, muuuitissimo obrigada pelas leituras. Vc são demais!

- Be da Letty: Thamires, é um prazer imenso ter vc acompanhado minha história. Sempre leio a sua tbm e acabei pegando uma mania de falar pra Ci: Amor, vc jura juradinho com bala de goma? Rs... É do filme Meu malvado favorito, neh? Rs... Beijos pra vc e pra Letícia.

- Al_, Caca+, Sizinha, #Mari#, porra_daniz, Nanda M e Jak7: Muito obrigada, gente. Eu vou continuar sim. Bjoo pra vcs.

- Comodizlarissa: Eu sou virginiana, quase libriana. Faço aniversário 3 dias antes de entrar em libra. Sobre a igreja tem gente que acha que dá um toque diferente, outras não gostam também. Mas como a história é verídica, é difícil desvincular algumas coisas, entende? Mas logo acaba essa parte. E sobre equilíbrio, eu tento, rs... Juro que tento! Amadureci bastante desse período até hoje - a história acontece 1 ano 4 meses atrás- e sem sombra de dúvidas, Ci teve um papel fundamental nesse amadurecimento. Bjoo pra vc.

- Lara Mallone: Como vc consegue escrever tanto num único conto, hein? Rs... Sem contar da dificuldade que tenho de lembrar da riqueza de detalhes. Mas tô tentando, tô tentando. Obrigada por acompanhar, Laura. Bjoo pra vc e pra Júlia e espero que o Tio esteja melhor.

- Amor, lembro da minha história e cada vez mais tenho certeza que deveria ser você. Continuas a me fazer borboletar, como se fosse a primeira vez. Te amooo. Bjooo