“Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
*
*
Eu não quero
Perder o final de semana
Se você não me ama
Finja
Mais algumas poucas horas
Então vai ser hora de ir
Enquanto meu trem desce
A costa leste
Eu me pergunto como
Você vai se manter quente
É tarde demais para chorar
Quebrado demais para ir em frente
*
*
Ainda não posso te deixar em paz
Na maioria das noites quase não dormi
Não pegue de mim
O que você não precisa de mim
*
*
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos acabar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
*
*
Verdade fora de lugar
E velhos amigos
Nunca contando arrependimentos
Pela graça de Deus
Eu não descanso nem um pouco
Nova Inglaterra
Enquanto as folhas mudam
A última desculpa
Que eu vou reivindicar
Eu era um garoto
Que amava uma mulher
Como uma menininha
*
*
Ainda não posso te deixar em paz
Na maioria das noites quase não dormi
Não tire de mim
O que você não precisa de mim
*
*
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos acabar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu
*
*
O paraíso não parece mais
Estar longe, não agora
O paraíso não parece estar longe
O paraíso não parece mais
Estar longe
O paraíso não parece estar longe
*
*
Uma gota no oceano
Uma mudança no tempo
Eu estava rezando
Para que você e eu
Pudéssemos ficar juntos
É como desejar a chuva
Enquanto eu estou no meio do deserto
Mas estou te segurando
Mais perto do que nunca
Porque você é meu paraíso
Você é meu paraíso”
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*
*
Nicole voltou para casa feliz. Se sentia completa e realizada com o Bruno.
Nada como uma noite tórrida para nos fazer sentir completamente feliz, pensou Nicole.
Praticamente andava sobre as nuvens e tudo a fazia sorrir. Nada, mais nada poderia estragar seu dia.
-Bom dia Nic. - falou Eduardo com um sorriso estampado no rosto.
-Aff sempre tem alguém para estragar nossa manhã. - resmungou Nicole.
-O que você disse?
-Nada. Estou apressada, preciso ir para o trabalho...
-Você não trabalha. - falou Eduardo encostado no carro.
-Como sabe? Esta investigando a minha vida - Nicole parou na hora de andar indignada.
-Não. Sua mãe disse ontem que estava a procura. Se quiser...
-Nem comece - falou Nicole levantando a mão o interrompendo enquanto se aproximava dele até ficarem frente a frente. - O que esta tentando? O que você quer? Porque isso agora? Há anos não nos vemos, não somos amigos, não somos namorados e nem...
-Poderemos ser...
-Nunca. Ou preciso soletrar para você.
-Claro que podemos. Você era louc...
-Acertou eu era louca e agora estou no meu juízo perfeito.
-Nic eu errei. Eu sei disso, mas nos dê uma chance. Me dê uma chance de me explicar.
-Mas eu não quero explicação. Não entende isso.
-Por favor, Nic...
-Já o perdoei. É isso que quer perdão?
-Não. Eu quero uma chance.
-Nem em seus sonhos.
Saiu Nicole batendo os pés, irritada. Agora sim tinham estragado sua manhã.
Entrou em casa irritada e batendo a porta.
-O que foi Nic - perguntou sua irmã.
-Não enche. E irmãzinha estou de olho em você viu.
-O que fiz? - pergunta Paula fingindo cara de inocência.
-Terá volta viu. Só estou avisando. - disse Nicole enquanto subia as escadas.
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A noite todos estavam a mesa. Paula, Nicole, sua mãe.
-Nicole você tem entrevista amanhã.
-Como assim, mãe?
-Consegui uma entrevista de trabalho para você. Amanhã as 8 da manhã e nem pense em se atrasar.
-Onde será?
-Saberá na hora.
-Mãe se for...
-Você esta precisando de trabalho não? - interrompeu sua mãe. - Então não tem muito o que reclamar. Amanhã as 8hs e nem pense em não ir.
-Certo mãe. Depois dessa nem que eu quisesse.
-Isso mesmo, mãe. Coloca moral na folgada aqui - falou Paula rindo da cara indignada da irmã.
-Filha, dê uma chance a esse trabalho e não faça bobagem como você sempre faz.
-Aff não faço bobagem. Já expliquei tudo o que aconteceu no último trabalho.
-Eu sei filha. Mas você precisa trabalhar e ajudar nas despesas. – falou sua mãe com uma voz aflita.
-Está acontecendo algo mãe? - perguntou Nicole preocupada.
-Mãe, estamos aqui. Pode contar com a gente. - disse Paula depois de um silêncio ensurdecedor.
-Nada meninas. Nada aconteceu. Bem vou me deitar, lavem a louça do jantar por favor.
Nicole não entendia e nem Paula, mas sentiam que algo estava acontecendo, mas sua mãe não queria dizer.
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Na manhã seguinte Nicole se arrumou com um tubinho preto na altura do joelho, salto alto, maquiagem leve e brincos discretos. Depois da conversa passada com sua mãe sentiu que realmente precisava desse trabalho.
Saiu cedo para o local da entrevista com a mãe.
O prédio era fenomenal. Uma torre imponente um dos maiores da cidade. Dentro era tão suntuoso quanto a parte externa com pisos e paredes em mármore. Observava que cada parte foi intencionalmente planejada com o que havia de melhor.
-Filha espero que dê certo. Me liga assim que acabar a entrevista.
-Tudo bem mãe - a beijou e saiu do carro.
Entrou no prédio imponente e foi até a recepção.
-Bom dia.
-Diga. - falou a atendente com a voz enfadonha.
-Eu... eu vim para a entrevista. Sou a Nicole Junqueira.
-Nicole?! - falou a atendente surpresa.
-Sim, eu...
-Desculpa senhorita. Vamos a levarei até a sala. - falou ela apressadamente.
Nicole não entendeu nada. De enfadonha e irritante, a atendente passou a ser atenciosa e nervosa.
Ao chegar na sala onde faria a entrevista ficou impressionada com o local. Janelas panorâmicas, na qual se via toda a cidade. Uma enorme mesa de mogno, no centro. Um bar em outro extremo, havia duas portas na outra ponta e duas poltronas de couro com uma mesa baixa colocada estrategicamente ao lado das janelas e um sofá.
Ficou encantada com tudo o que via.
-Olá.
Levou um susto, o que a fez quase cair.
-Desculpa, eu...
-Eu que peço desculpa por tê-la assustada. Sou o Leandro. Prazer em conhecê-la Nicole. Então vamos a entrevista?
-Prazer senhor Leandro. Sim, vamos.
Leandro passou todas as informações necessárias sobre o trabalho. Seria secretária, a atual estava prestes a se aposentar e eles queriam alguém novo sem vícios de outro emprego para treinar. O salário era mais do que esperava então decidiu aceitar.
Começaria na semana seguinte e estava empolgada em começar um novo emprego.
Correu para casa para ligar para o Bruno e contar a novidade. Ele acabou recebendo uma ligação de São Paulo e teve que viajar a trabalho as pressas.
Depois daquela manhã nunca mais viu o Eduardo. Acreditava que finalmente ele tinha entendido o recado e a deixado em paz.
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Ao entrar no prédio com o crachá novo. Estava se sentindo uma executiva, exagero mas se sentia assim.
Entrou na sala que trabalharia e encontrou a secretária que iria substituir. Uma senhora encantadora que apesar de todos os erros que Nicole fazia a treinava pacientemente e ria de tudo que ela falava.
Depois de semanas de treinamento e aprendendo a mexer em todo o sistema operacional da empresa, Nicole ia finalmente conhecer seu chefe que tinha chegado de viagem aquela manhã e foi direto para o escritório.
-Nicole.
-Oi Amanda.
-O senhor Almeida pediu para levar o café.
-Tudo bem já irei.
-Olá senhor trouxe o café que pediu... - na mesma hora deixou a bandeja cair. - O que esta fazendo aqui?
Ele levantou apressado.
-Se queimou?
-Não respondeu minha pergunta.
-Sou seu chefe.
-Uma ova que você é meu chefe.
-Nicole. Eu sou o senhor Almeida. Eduardo Almeida.
-Esta tentando me manipular?! Só pode. Isso é algum tipo de brincadeira para você?! Perseguir as pessoas é um passatempo, uma diversão?! Então tudo isso não passou de uma brincadeira de mal gosto para me fazer perder tempo?!
Eduardo deu um passo na direção de Nicole.
-Não estou me divertindo com você - ele murmurou - e o emprego é seu. Posso lhe ensinar muitas coisas. Não é por isso que está aqui? Para aprender?
O rubor cobriu o rosto de Nicole enquanto Eduardo a observava com atenção. Nicole deu-lhe as costas e se afastou.
-Tenha um bom dia, senhor Almeida.
-Está desistindo? - ele perguntou, sabendo que ela jamais desistiria quando desafiada.
-Não estou desistindo. Vou para minha sala, senhor Almeida. - falou Nicole ironicamente.
-Eduardo - ele disse.
-Como?
-Disse para me chamar de Eduardo. Todos aqui me chamam assim.
-Eduardo, então.
Ele continuou a fita-la até que Nicole desviou o olhar. Perguntava-se como ela reagiria caso a pressionasse contra a parede e a beijasse, pela reação em saber quem era seu chefe com certeza levaria um tapa bem dado.
-Eduardo fique sabendo que tudo será estritamente profissional.
Eduardo continuou a olhando de uma forma indecente.
-Não vai dizer nada? - ela perguntou.
-Eu o faria, mas prometi a mim mesmo me comportar.
-Devo me sentir grata então?
-Não mesmo. Sei que eu me sentiria bem mais grato se não estivesse me comportando agora.
Nicole ficou mais vermelha ainda e decidiu sair da sala.
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3 MESES DEPOIS
Vê-lo no dia-a-dia e conviver era quase impossível e difícil. As vezes se sentia confusa com seus sentimentos e anseios.
Ficava constantemente relembrando de tudo e todos os momentos que tiveram e pensou até que ponto estava disposta a perdoá-lo. As vezes sentia vontade de pedir demissão, mas sabia que não poderia. Precisava do trabalho.
Distraída com seus pensamentos esqueceu de fazer as anotações que a Amanda passava, e sabia exatamente a quem culpar. Por alguma razão, ele vinha sendo educado desde o encontro no escritório. Apesar de nada falar passava todo o tempo que podia a observando, o seu olhar dizia tudo o que sentia e queria. Algo que ela sabia e que todos viam.
Aos poucos o encantamento voltava o que colocava em dúvidas sobre seus sentimentos com relação ao Bruno. Já fazia 3 meses e 1 semana que não se viam e as ligações estavam aos poucos se tornando raras e quando se falavam ficavam minutos em silêncio.
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Passaram-se 5 meses até assumir o posto de secretária. Foi então organizada uma festa de despedida para Amanda.
Todos compareceram a festa, inclusive Eduardo. A noite foi animada. Todos dançaram, beberam e se divertiram. Ao final da noite a maioria já tinha ido embora; no bar tocava uma música lenta enquanto Nicole tomava drinks com as meninas do trabalho.
-Vamos dançar.
Nicole voltou seu olhar e viu o Eduardo parado com a mão estendida.
-Eu não sou muito boa dançando. - mentiu Nicole.
-Tudo bem meus pés aguentam.
-Vai garota - falou Patrícia enquanto a empurrava, incentivada por todos.
Ao chegar na pista de dança ele entrelaçou seus dedos ao dela.
-Até que você dança bem...
-Rsss. Estou me esforçando.
Depois de um tempo. Ele a fitou enquanto deslizava o dedo pelos lábios dela, em um toque quente e suave, o que fez Nicole perder o fôlego.
-O que está fazendo? - murmurou.
-Vou beijar você - ele respondeu calmamente.
Os olhos dela focaram os lábios levemente entreabertos do Eduardo. Sabia que se deixasse levar não conseguiria resistir mais.
-Acho melhor eu ir embora.
-Não vá Nic. Fique por favor.
-Não posso - saiu Nicole apressada passando pela mesa.
Se despediu rapidamente das meninas enquanto seguia para fora do bar.
No momento em que estava chegando no carro o sentiu se aproximando. Tentou desesperadamente achar a chave do carro na bolsa sem sucesso.
Sentiu então Eduardo em suas costas, as palmas de suas mãos a aprisionando contra o carro, contra seus braços. Na hora ela parou de se mexer, não conseguindo pensar em mais nada.
Ele deu um passo a frente a envolvendo totalmente.
Como podia sentir desejo por ele que a magoou tanto? Que traiu sua confiança? Por mais que tentasse não tinha forças para se afastar.
-Vire-se para mim Nic. - ordenou Eduardo.
A sua voz autoritária, o seu cheiro, a pressão do seu corpo contra o dela, instigava Nicole em ceder de forma enlouquecida, de colocar em prática o desejo latente que sentia.
Ela o queria apesar de tudo. O queria muito. Entretanto sabia que não estava pronta. Encostou a testa sobre o carro enquanto fechava os olhos tentando não ceder.
-Me deixe ir.
-Vou deixar. Acredite que irei. - Eduardo sussurrou em seu ouvido, enquanto suas mãos deslizavam pelos seus braços - Agora se vire para mim.
Suas mãos continuavam a deslizar indo em direção a sua barriga trazendo seu corpo junto ao dele em um encaixe perfeito.
-Vire-se Nicole.
-Não posso.
-Sim, você pode. Me dê um beijo. Só um beijo. - ele pediu sussurrando.
Ela voltou seu rosto para ele. Ficaram se olhando por um tempo, até ele inclinar a cabeça encostando sua boca levemente na boca de Nicole. Ao ouvi-la suspirar Eduardo aprofundou o beijo, sua língua entrou em sua boca, em um beijo desesperado, confiante. Aos poucos Nicole se virou totalmente para ele levando suas mãos até os cabelos dele, o puxando mais ainda para si, querendo que seus corpos ficassem mais próximo como se isso fosse fisicamente possível.
A puxou para longe da porta do carro e a levantou do chão enquanto a sentava sobe o capô do carro, sem parar de beijá-la.
Depois de um longo tempo pararam o beijo para recuperar o fôlego. Nicole mal conseguia respirar, seus olhos continuavam fechados, enquanto Eduardo a analisava.
-Quero você Nic. Não consigo evitar... Quero você.
Nessa hora ao ouvi-lo a ficha caiu de onde estavam.
-Por favor, pare. - falou Nicole enquanto ele continuava a beijando e mordiscando seu pescoço. - Para Eduardo. Pare agora. - gritou Nicole.
-O que foi? - ele perguntou. - Por que você gritou?
-Porque não era pra isso ter acontecido. Olha onde estamos?
-Desculpa - falou Eduardo tentando se recompor. - Nic desculpa.
Meu Deus o que fiz, pensou Nicole.
Ela estava excitada ao extremo, irritada por ceder tão fácil e morrendo de vergonha de encará-lo. Não acreditava que tinha perdido a cabeça e logo com ele e ainda em local público onde todos poderiam vê-los.
-Você esta bem?
-Sim... - foi tudo o que ela disse.
-Você quer que eu me humilhe pedindo perdão, pelo que aconteceu agora? - ele perguntou com uma voz arrastada.
-De preferência de joelhos - Nicole confirmou irritada.
-Humm... - Eduardo murmurou - Interessante. Possa imaginar mil e uma maneiras de pedir perdão nessa posição.
-Seu grosso - falou Nicole enquanto saia cantando pneu.
Eduardo começou a rir ao ver a reação que ela teve.
-Eu não vou desistir Nic - falou Eduardo para si - Não depois do que aconteceu...