Eu não acreditava no que meus olhos acabaram de ver, não, eu não queria acreditar. Naquela hora eu achei melhor não falar nada, fiquei em silencio enquanto ele me olhava, acho que com vergonha do que eu diria, mas não havia nada para dizer, ele já havia falado, eu já havia visto e ponto. Ele tentou se levantar e ir ao banheiro, mas assim que seus pés tocaram o chão e impulsionou seu corpo para levantar ele fraquejou, “o que esse monstro, filho de uma puta, desgraçado fez com você meu pequeno?!” pensei. Corri para ajudá-lo, o peguei no colo e o levei para o banheiro, ao pousar seus pés no chão em frente o vaso continuei o segurando para fazer o que tinha que fazer. Acho que até seu pênis doía porque as lagrimas voltaram a rolar conforme a urina caia. Tentou então se soltar de mim e ir até o chuveiro, mas suas pernas pareciam desfalecidas, dormentes e caiu no chão. Corri para pegá-lo de novo e ao fazer isso vi de novo em suas pernas, logo abaixo de sua bunda, escorrendo pela coxa, sangue e esperma daquele desgraçado. Eu o mataria assim que tivesse a oportunidade, jogaria o cadáver na rua e ainda mijaria em cima. Mas primeiro eu tinha que cuidar do meu menino.
Em baixo do chuveiro ele se apoiava na parede enquanto a água escorria por suas costas, tirei minha camisa para não molhá-la, peguei o sabonete e passei em seus ombros e fui descendo, ao chegar a seus anus abri um pouquinho para ver o estrago, estava dilatado, um pouco inchado e ainda havia um pouquinho de sangue, ao passar o sabonete naquela área suas pernas fraquejaram de novo e eu o segurei, sabia que estava doendo, mais era preciso. Ele chorava e tentava sair, mas eu tinha que ser firme.
-Di, para, por favor, está doendo – chorava.
-Eu sei meu lindo, mas eu tenho que lavar – eu não podia passar só o sabonete, o filho da puta ainda foi capaz de transar sem camisinha. Eu com certeza o mataria.
Peguei a mangueira, tirei o chuveirinho e enfiei em seu anus, ele jogou seu corpo para frente, mesmo sabendo que eu o estava machucando e me machucando junto por velo sofrer eu tinha que ser firme, ele não disse que tudo que aconteceu foi consentido, então ele tinha que agüentar as conseqüências até o fim. Segurei seu corpo de novo, dessa vez com mais força, e tornei a enfiar a mangueirinha, ele gritou de dor e tentou a todo custo sair, eu fui firme, ele então num ultimo ato de escapar se jogou para fora do box, segurei-o de frente e o abracei, ele chorava com o rosto colado em meu peito, já todo molhado por segura-lo. A situação era esquisita, vergonhosa e totalmente apavorante pra mim. Eu estava com uma mão em suas costas, próxima aos ombros, e a outra se encontrava segurando a mangueirinha em seu anus enquanto a água escorria pelas bordas que conseguia achar em seu cuzinho aberto. Acho que se conformando com o que estava acontecendo ele relaxou, ou a água gelada estava fazendo bem a ele, só ouvia agora suas fungadas enquanto eu o acalmava, depois de uns poucos minutos fui lentamente puxando a mangueirinha enquanto ele mordia meu peito, deixei, dor por dor, a água que escorria por suas coxas agora era multi colorida, vermelha, branca e marrom, acho que eu não preciso dizer de que. Peguei o xampu e condicionador e lavei sua cabeça e o resto de seu corpo. Como ele pode fazer isso com um garotinho, com esse cabelinho, esses olhinhos, esse corpinho, sim eu ainda o via como aquele garoto que eu tomei conta, que eu levava pra sair, que ensinei a andar de bicicleta.
Fernando nasceu numa época difícil para seus pais, à lavanderia não ia muito bem, as dividas eram muitas, seu pai não tinha muito tempo pra ele, o amava imensamente e ele idem, mas a figura masculina foi um pouco de se ter por perto. Nunca vou me esquecer do dia em que ele me perguntou sobre masturbação. Não pensei que passaria por isso tão cedo, achei que só aconteceria com meu filho, seus olhinhos brilhavam de curiosidade e eu tremendo de vergonha, como se explica pra um garoto de 9 anos o que é masturbação? Ele era só uma criança, precoce, mas ainda sim uma criança. Nem pinto pra masturbar ele tinha, pra que ele iria querer saber um coisa dessas?
O virei pra frente para lavar sua barriga e seu peito e passei o sabonete em seu pintinho, ainda novinho, com pouquíssimos pelos e coberto pelo prepúcio. Não era exatamente um pintinho admito, ele estava passando por aquela fase da pré-adolescência em que o corpo anda todo estranho, nada parece no devido lugar, ou no tamanho certo. Não pude conter o sorriso ao lavar aquele pintinho, lembrei de mim mesmo na idade dele, apesar de não sermos da mesma família ele era um pouco parecido comigo quando tinha sua idade.
Procurei uma toalha no banheiro e não encontrei, só havia um roupão extremamente grande, não queria vestir ele com aquela coisa usada a pouco por aquele viado, mas não havia opção. O vesti com ele o peguei no colo e o botei sentado no vaso, sequei seus cabelos com a toalha de rosto, o penteei e quando olhei em seu rosto ele estava sorrindo.
-O que foi? – perguntei sorrindo também.
-Nada, parece que eu sou criança de novo e você está cuidando de mim que nem fazia antes.
-E isso é ruim? Eu te tratar como aquele molequinho de antes?
-Não, eu gosto.
-E te pegar no colo – o levantei em meus braços e o levei para cama. Mas antes o pus sentado na poltrona e arranquei lençol e edredom da cama deixando só o colchão, forrei de novo com um edredom que achei no armário e o deitei em cima – Fe, posso ver se ta tudo bem? – ele ficou vermelho na hora, mas não se opôs.
Ele se virou de ladinho e eu puxei a parte de trás do roupão pra cima, abri um pouquinho sua bundinha e vi aquele olhinho que estava bem vermelhinho, ao fazer isso ele gemeu um pouquinho, encostei meu dedo e ele gemeu um pouco mais alto. Não sabia se era o certo, mas resolvi fazer assim mesmo. Gritei o meu ex-amigo/funcionário que estava na sala e pedi que comprasse uma pomada hipoglós para passar, entreguei-lhe o dinheiro e ele disse que não precisava, soltei o rosnado que costumava soltar para assustar meus alunos e meus adversários e ele saiu correndo pra farmácia quase se esquecendo que se encontrava só de toalha, pegou uma bermuda e se mandou. Dei-lhe o dinheiro porque não queria que o Fernando tivesse nada que fosse daquele babaca. O tempo de ele sair era o momento pra conversar com o Fernando, assim que a porta fechou voltei para junto dele na cama.
-Fe... – comecei.
-Por favor, não fala nada, eu já sofri de mais por um dia – e fez beicinho pra mim. Ele é era um filho da mãe mesmo, tentei segurar o riso, mas não deu. Ele estendeu os braços pra mim e eu fui pra cama, deitei em seu peito e ele me abraçou – eu sei que você está confuso, mas ninguém está mais confuso que eu. Ontem eu estava na cama com a Morgana, e ainda agora eu estava na cama com um homem.
-Na cama não, você tava no chão.
-Há! Morri de rir.
-Mas como isso aconteceu Fe?
-Eu não sei Di, começou quando ele foi à lavanderia a primeira vez, quando você me ligou para encontrá-lo – me contou então tudo o que aconteceu naquele dia enquanto fazia cafuné nos meus cabelos que eram bem curtinhos – não sei dizer como aconteceu, mas quando ele colou o corpo dele no meu eu senti uma coisa diferente, mas depois não pensei mais nisso, até ontem à noite quando o vi na boate. No começo eu só me diverti dançando, aí eu percebi que ele estava me encarando e vi a cara que ele fez quando viu a gente junto, dançando, e comecei a dançar pra ele.
-Seu pestinha – eu estava em choque.
-Eu sei, mas era só brincadeira – me disse com cara de arrependido, ou quase isso – não pensei que eu iria parar aqui e nem depois que eu comecei a aceitar o que tava acontecendo, podia imaginar que ele era um motumbo da vida - aí eu não pude segurar a gargalhada e nem ele – ele me destruiu muito?
-Com toda a dor que você sentiu e toda a tensão você ainda pergunta se ele te destruiu muito?! – não me contive e dei-lhe uma dedada, ele se jogou pra cima me empurrando com o corpo e eu voltei a rir.
-Isso dói – disse com uma carinha de dor.
-Desculpa. E agora, o que você vai fazer?
-Eu não sei Di.
-Você gosta dele? Por que apesar de tudo a cara que ele está não é só preocupação com o que fez, mas sim com quem ele fez. Preocupação de quando se gosta de verdade de alguém.
-Será?! Mas eu não sinto o mesmo por ele. Eu gosto muito dele, mas não o amo, ou estou apaixonado. Eu não quero magoá-lo Di.
-Ninguém quer magoar ninguém, Fe – disse puxando ele para deitarmos abraçadinhos – mas essas coisas são inevitáveis, principalmente se ele estiver gostando de você de verdade. Você só não pode ficar com ele sem sentir vontade, só para não magoá-lo. Aí, você não estaria bem.
-O que eu faço então?
-Acho que você deveria conversar com ele e explicar tudo, que foi só uma noite, e que está em duvida porque foi uma experiência completamente nova, que estava magoado com a partida da Morgana, que precisa pensar.
-Como você me conhece tão bem – ele deu um beijinho no meu peito e voltou a deitar sobre ele – vou fazer isso mesmo, vou conversar com ele.
-Mas não antes de mim.
No momento em que disse isso Jonathan entrou no quarto como um furacão abrindo portas e todo preocupado, mas quando viu aquela cena ele ficou parado, congelado, e eu senti um prazer enorme com isso, Fernando tentou se levantar, mas meu braço que estava em volta dele o prendeu.
-Eu trouxe a pomada – disse Jonathan quando finalmente lembrou como usar a boca. Colocou a pomada e o troco sobre a cama e saiu.
-Você não devia ter feito isso, Di.
-Porque não? Você não vai me deixar matar ele, vai? Vai me deixar demiti-lo? Mandá-lo pra fora daqui? – ele me olhou com cara de quem não estava acreditando no que eu falava – Então deixa eu me divertir um pouco.
Peguei a pomada, tirei da caixa e passei um pouco na dedo, virei-o de novo de ladinho e passei no seu buraquinho. Quando terminei, ele disse:
-Obrigado, Di.
-De nada – disse dando-lhe um beijinho na testa – agora dorme meu lindo, liguei pra sua mãe e disse que você estava comigo e que te levaria pra casa depois, mas pra te levar pra casa você vai ter que estar andando com as próprias pernas, então dorme um pouquinho que na hora do almoço eu te acordo.
Apaguei a luz e fui pra sala, quando cheguei lá vi a cena mais deplorável que já vi na vida. Aquela montanha de músculos estava no sofá com o queixo no joelho, segurando as pernas e chorando descontroladamente.
-Desculpa Diego. Por favor, me desculpa. Eu não queria machucá-lo, eu me descontrolei, ele estava ali, como sonhei varias vezes, ter aquele corpinho só pra mim era tudo o que eu mais queria, mas não dessa forma, não com tanta dor e violência que eu causei a ele – deixei-o falar, mas aquilo estava enchendo a saco já, então o interrompi.
-Ta bom Jonathan, chega – ele parou de falar e se calou – a minha vontade agora é de arrancar teu pau e enfiar no seu cu pra você ter noção do que causou nele, e depois arrancar sua cabeça com minhas próprias mãos e depois pendurar o que restar numa corrente e usar como saco de pancadas. Mas pelo Fe eu não vou fazer nada contigo, desde que você de comporte daqui pra frente.
-Pode deixar, eu não vou mais tocar nele.
-Quem me dera pudesse acreditar nisso Jonathan. Infelizmente eu não mando em você e muito menos dele. Não posso impedir essa relação de vocês – ele me olhou um pouco chocado com minha informação – O Fe me contou o que aconteceu, me explicou tudo. Mas o que eu quero saber de você é o seguinte. Por que tudo isso? Por que essa violência? Por que cargas d’água você não usou camisinha Jonathan? Esse teu cérebro e tão minúsculo que você não pensa?
- Eu me controlei, no começo. A gente estava fazendo amor, só que eu me descontrolei, ele estava me enlouquecendo. Quando eu senti a aquele cuzinho por dentro, a macieis, a textura eu não consegui parar, ele pediu pra eu parar e eu não parei, eu comecei a fude-lo – e voltou a chorar. Sentei-me ao lado dele no sofá – eu fui um bruto com ele. E a camisinha, eu usei – ele me olhou nos olhos e eu olhei para os seus – mas eu queria sentir na minha pele, queria marcá-lo como meu.
Eu ia matá-lo.
-Por que você fez isso? Você nunca ouviu falar em DST? Ta certo que vocês transaram, e ele ser mais novo que você, então você deveria ser o responsável aqui, você já transou muitas vezes mais e ele só teve a Morgana, e pode acreditar por que ele nunca me esconde nada.
-Me desculpa.
-Para de me pedir desculpas porque se não eu desfaço a promessa que fiz pra ele e te mato agora, não pelo que você fez, mas por sua irresponsabilidade. Olha o teu tamanho, olha a tua idade. Eu não tenho preconceito por você ter o dobro da idade dele, mas sim por ter a mentalidade de uma criança de oito anos, que não sabe o que faz. Muito pelo contrario, as crianças de oito anos de hoje são muito mais responsáveis que você – respirei fundo – promete pra mim que quando acontecer de novo, por que eu acho que vai, vocês vão se cuidar? Que você vai cuidar dele? E que vai esperar ele se recuperar?
-Prometo.
-Eu acho bom, porque na próxima eu não respondo por mim – e o abracei. Ele ficou surpreso, mas retribuiu o abraço.
Depois o silêncio pairou até ele voltar a falar.
-Como ele está?
-Dolorido, não está conseguindo andar direito, mas vai se recuperar. Ele era virgem cara, deveria ter ido mais devagar, ele sangrou muito. Você acabou com ele – e rindo completei – Motumbo!
-Mo... o que?
-Nada! – e cai na gargalhada – Acho melhor comprarmos alguma coisa pra comer, ele está dormindo agora pra descansar o corpo e as pernas e depois vai precisar se alimentar. E ele vai conversar com você.
-Conversar o que?
-Eu não deveria falar, mas seria melhor se você já estivesse a par do assunto pra poder pensar – fiquei serio, eu tinha que falar do jeito certo – o Fe, está muito confuso com o que aconteceu, é tudo muito novo, ele tem que pensar na família, em você, nas decisões que vai ter que tomar e principalmente pensar nele mesmo. Não sei se essa foi a sua primeira vez com outro cara e nem quero saber, mas eu vi que você sente muito mais que atração por ele – o olhar que ele me lançou só confirmou isso – mas não se iluda Jonathan, ele pode não estar sentindo o mesmo.
-Como assim? Ele te falou alguma coisa? – disse com uma cara de desespero.
-Ele só me disse que não sabe. Deixa ele pensar, deixa as coisas irem acontecendo naturalmente. Ele só tem quatorze anos, é muito novo pra se prender a alguém. Eu já achava um pouco absurdo ele e a Morgana juntos – ele estava decepcionado com minhas palavras – não faz essa cara. Ele pode estar sentindo o mesmo, só não percebeu isso ainda.
-Mas eu acho que estou apaixonado com ele.
-Eu só lamento por você então. O Fernando é um grande ponto de interrogação, você nunca sabe o que esperar dele. Então não apresse as coisas.
Me levantei e peguei o telefone, liguei para um restaurante e pedi comida enquanto Jonathan ficou sentado no sofá pensando. Isso era bom, ele também precisava pensar em tudo o que aconteceu.
O resto da manha foi normal, assistimos televisão, conversamos um pouco e quando a comida chegou, eu acordei o Fernando. Enquanto ele tomava outro banho, ele adora tomar banho, arrumamos à mesa. Ele já estava conseguindo andar e se sentou à mesa conosco. Almoçamos e conversamos o assunto sexo não foi abordado, era como se nada houvesse acontecido.
Na hora em que fomos embora deixei os dois na sala e fui abrir a porta e esperei. Não houve palavras, só olhares, até Fernando pegar na mão de Jonathan e o guiá-lo para a porta. Ao chegar à porta Fernando se virou para o Jonathan e segurou sua outra mão e na ponta dos pés e deu-lhe um beijo, um selinho e desceu os pés de novo e disse:
-Ontem à noite você beijava bem melhor. Beijava que nem homem – eu não acreditei no que ouvi e muito menos o Jonathan.
Enquanto ri lancei um olhar pro Jonathan que dizia “não te falei?!”. Fernando soltou suas mãos e foi em direção à escada, deixando nós dois de queixo caído. Virou para trás e deu uma piscada de olho para Jonathan que estava incrédulo com aquilo.
Quando cheguei a porta da academia eu estava dando gargalhadas com a cena, mas consegui dizer:
-E agora?
-Acho que vou dar uma chance pra ele, mas sem me envolver demais.
-E como você pretende fazer isso?
-Não sei.
-É só isso que você diz agora, “não sei”?
-Deixa acontecer e vamos ver no que dar – sua barriga roncou nessa hora, mas como eu não sei, ele havia acabado de almoçar. Colocou a mão na barriga e disse – É que fazer sexo me dá fome, muita fome.
Eu ri de novo e o levei a uma lanchonete ali perto onde ele devorou um x - tudo completo. Levei-o pra casa onde toda a família o esperava, mãe, pai, irmão e todo o resto, ele é descendente de italianos por parte de pai e de nordestinos por parte da mãe, então já viu né, esse povo gosta de procriar (kkkk’). Fiquei um pouco por lá e fui embora na esperança de que o meu menino ficaria bem e saberia fazer as escolhas certas, assim como esperava que Jonathan fizesse o mesmo.