Relato da primeira traição
RELATO DA PRIMEIRA TRAIÇÃO
Na mesma (e verdadeiríssima) seqüência que tenho dado aos relatos que vivi, quero contar como foi a primeira traição de TODA MINHA VIDA! Primeira mesmo! Sinceramente, até a data deste fato eu nunca tinha traído nem namorados, muito menos meu marido num casamento de 16 anos, pois sempre achei isso a maior sacanagem que alguém poderia fazer com quem ama (ou diz amar). Bem, como casada não poderia reclamar da minha vida sexual. Meu marido tem um ótimo dote e é gostoso. Diria, com certeza, que tem muito mais fogo e disposição do que eu mesma, mas eu sentia, eu sabia, que ele deveria estar fazendo algo por fora. Os homens que não se enganem: temos um sentido que nos alerta para isso. Bem, com essa certeza em mente, fiquei na espera de descobrir algo real mas, passados vários meses, o que eu tinha descoberto eram apenas e-mails suspeitos e sinais de sacanagem dele pelo computador. Isso mexia muito comigo. Deixava-me com raiva, mas não iria tomar nenhuma medida precipitada sem antes ter as provas que queria.
Até que um paciente meu me chamou a atenção. Sou dentista e, portanto, trabalho de portas fechadas. Nas suas últimas visitas, percebia que ele sempre tentava um diálogo mais pessoal mas eu, por ser casada, fechava “as portas” na cara dele sem cerimônia. Entretanto, quando flagrei outro e-mail mais picante do meu marido com seus contatos femininos, com claros sinais de sacanagem deles, resolvi dar o troco para responder à altura. Na penúltima visita daquele paciente, assim que ele se sentou na cadeira eu me inclinei mais que o normal e deixei meus seios esbarrando no seu braço. Claro que toda dentista acaba por esbarrar os seios, já que algumas posições exigem que fiquemos próximas e meio por cima do paciente. Acho que, na verdade, eu queria apenas provocar. Queria satisfazer meu ego ferido. Numa dessas encostadas, ouvi ele soltar um som de satisfação, mesmo estando de boca aberta.
Quando acabamos, ele se levantou e, ao invés de se dirigir para a sala de espera, chegou mais perto. Meu coração batia a mil. Eu suava, ainda que tentasse parecer segura. Minha mente fervilhava de raiva de mim mesma, pois grande parte daquela situação tinha sido causada por minha ousadia. Já não me sentia segura, pelo contrário, parecia uma adolescente sendo prensada contra a parede. Quando dei por mim, ele segurava no meu queixo e sua boca colou à minha.
De início, fiquei sem reação. Não sabia o que fazer. Sua língua convidava a minha para contatos mais íntimos, só que eu estava imóvel. Não sei por quanto tempo ficamos nos beijando, mas não foi muito. De repente, pintou um remorso e eu me afastei, pedindo a ele que fosse embora. Fiquei o resto da tarde com aquilo martelando minha mente, em conflito sobre o certo e o errado. No dia seguinte, liguei para este paciente e falei que gostava da simpatia dele, que ele era um cara legal, bonito, mas que não era certo aquilo acontecer, já que nós dois éramos casados. Embora decepcionado, ele entendeu e concordou que a última visita seria apenas para limpeza geral.
Em casa, eu olhava para meu marido e ficava pensando no que eu tinha feito. Por remorso, cheguei a ficar com dó dele mas, ao mesmo tempo, excitava-me a imaginação relembrar o que tinha acontecido no consultório. Conversei com uma grande amiga e ela me disse para ficar tranqüila por dois motivos: primeiro, porque provavelmente meu marido aprontava para cima de mim; segundo, porque o que tinha acontecido era um lance natural e eu não precisaria me preocupar se não me envolvesse. Sua idéia era muito moderna para mim que, aos 37 anos, ainda guardava muitos tabus.
No dia que meu paciente retornou, eu estava sozinha, como de praxe. Ele me cumprimentou com um beijo no rosto e se sentou. Começou a falar algo sobre o último encontro mas eu, querendo cortar de vez a conversa, pedi a ele que se deitasse. De boca aberta ele não poderia falar nada. Estava bem perto dele quando, por descuido, meus seios en-costaram novamente no seu braço. Ele olhou nos meus olhos e piscou. Achei lindo, mas perigoso. Tentava me concentrar na limpeza mas ele não tirava os olhos dos meus. Uma hora ele deixou o braço solto e tocou na minha perna. Fiz de desentendida, mas confesso que estava ficando encabulada. Ou excitada?
Quando terminamos, ele se levantou e, me pegando de surpresa por trás, disse que eu tinha mexido com ele, que eu era linda e ele me queria demais. Virou-me contra seu peito e perguntou se eu o queria. Não disse nada. Olhava estática. Então ele me deu um beijo delicioso, quente e molhado. Irresistível. Ao contrário da primeira vez, não o afastei. Acho que pensava no segundo conselho da minha amiga. Ora, não sou mais uma menina. Um beijo daquele realmente me excita, me deixa melada. Ele deixava seu corpo colado ao meu de forma que senti, claramente, quando seu volume se encaixou na minha virilha. Eu já nem respirava direito. Aquilo eram sussurros, que aumentavam à medida que ele pressionava mais seu membro duro contra meu corpo. Quando ele apalpou meus seios quase desfaleci, mas deixei que ele os acariciasse por cima do tecido. Sem tirar os lábios dos meus, começamos um rápido diálogo:
- Tem alguém que acordou - disse-me ele.
- Eu sei, estou sentindo – respondi.
- Queria você.
- Não pode. Não é certo. Somos casados.
- Deixa disso, nós dois queremos.- insistiu ele.
- Não. Eu não vou sair com você, Paulo.
- Então me deixa levar uma lembrança sua, além desse beijo.
- O que você quer dizer com isso??
Sem perder tempo, ele pegou minha mão e apoiou sobre sua calça. Sentir aquele volume abaixo do tecido me deixou melada. Eu sentia o calor e a umidade aumentando estratosfericamente, enquanto o tesão tomava conta do meu corpo. Não me opus – na verdade, até desejei – quando ele abriu a calça e baixou o zíper. Eu mesma enfiei a mão e agarrei aquele colosso, mas sem coragem de colocá-lo para fora. Não vou negar, mas sentir um pinto diferente entre os dedos, depois de 16 anos de casamento, me fez muito bem. Senti-me como uma adolescente diante de sua primeira vez. A mão dele já me alisava sobre o meu sexo, só que a calça jeans branca que eu usava parecia um escudo. Quando ele abriu o botão e ameaçou descer minha calça, eu falei:
- Paulo, eu não vou transar com você, entenda isso.
- Eu não quero que você transe comigo. Apenas relaxe comigo agora...
Olhei nos seus olhos e deixei o clima rolar. Permiti que ele abaixasse um pouco mais minha calça e, com indisfarçável desejo, senti sua mão invadir minha calcinha. Se eu já sussurrava, na hora que seu dedo invadiu minha fenda molhada quase caí na cadeira. Seu dedo grosso percorria minhas dobrinhas de forma lenta e sensual. Entregue ao momento, apenas separei um pouco mais as pernas para facilitar seu acesso à minha parte mais íntima. Quando percebi que ele colocou seu pênis para fora, olhei para baixo e admirei aquele naco de carne duro, com veias saltadas e uma cabeça inchada, lisa e rosada. Sem demora, doida para segurar firme, comecei a masturbá-lo ao mesmo tempo que ele alisava meu clitóris.
Eu tinha medo, medo de estar ali. Medo de gostar. Medo de chegar alguém. Medo de não conseguir esconder ou encarar meu marido. Medo de passar dos meus limites. Olhava para o relógio, que marcava 4:52. O próximo paciente chegaria em breve, isso se já não estivesse na sala de espera. Fui envolvida de tal forma naquilo que um formigamento tomou conta do meu colo. Aquele arrepio intenso, interno, abaixo do umbigo, que faz aumentar a umidade, que dilata a vagina, que acelera o nosso coração. Percebendo meu estado, ele ficava girando o dedo sobre meu grelinho ou, quando não, ia com ele deslizando pela fenda, passando sobre minha vagina até quase chegar lá atrás. Eu podia sentir, milímetro a milímetro, seu dedo cincundando minha vagina, passando lentamente pela borda do orifício. O silêncio era quebrado apenas pelas nossas respirações ofegantes.
Claro que eu estava com minha mão agarrada firmemente no seu pinto. Eu podia sentir o calor que vinha daquele pedaço de carne rígida. Com movimentos entrecortados por causa de nossa posição, eu o masturbava sem muita cadência, ora mais rápido, ora apenas segurando, ora mais lentamente. Nossas línguas se laçavam enquanto nos alisávamos, como numa disputa para ver quem faria o outro gozar primeiro. Eu mal conseguia me controlar, pois ele me masturbava da forma que eu gosto quando estou sozinha, com o dedo correndo na vertical. Virando-se quase de frente para mim, minha mão ficou livre para movimentos mais longos em seu pênis, desta vez ritmados. Acelerando o máximo que eu conseguia, quando ele falou que não estava mais se agüentando eu pedi a ele que gozasse. Ele parou de me beijar, se retesou e não resisti não olhar para baixo. Vi seu pinto pulsar três vezes antes de sair o primeiro jato grosso de esperma, acertando o encosto da cadeira. Tomada por um êxtase sem precedentes, a mera visão de seu leite continuando a sair me fez explodir num orgasmo delicioso, auxiliado pelos seus dedos que comprimiam meu clitóris contra meu púbis com muito mais vigor. E, para conter meu sonoro orgasmos, eu mordia os lábios enquanto minhas pernas estremeciam.
Eu olhava o esperma brotando daquele pequeno orifício, melando minha mão e escorrendo para o chão. Queria me abaixar ali, lamber aquele pau gostoso, sugar aquela porra do jeito que adoro fazer, babar com seu pau retesando na minha boca, mas já seria demais para mim. Ficamos ali, um com a mão no sexo do outro, estáticos, com nossas cabeças apoiada nos ombros do outro. Apertei seu pau e vi uma única gotinha brotar do orifício. Havíamos acabado de gozar. Levantei a calça e ele fez o mesmo, guardando seu pinto ainda intumescido. Eu dei a ele alguns guardanapos para se limpar e fiz o mesmo comigo. Não sabia mais o que pensar. Estava confusa. Antes do orgasmo, eu tinha convicção de que não estava fazendo nada tão errado mas, depois do gozo, já não tinha essa certeza. Paulo veio me beijar mas eu dei apenas um “selinho”, talvez mais em consideração, mas sem desejo algum. Era como se eu tivesse começado a sentir nojo, talvez não dele, mas de mim. Deveria ter resistido mais?
Quando ele foi se despedir, perguntou quando a gente ia se ver de novo, mas eu lhe respondi que não iríamos mais nos ver. Falei que tinha sido legal, só que aquilo não iria se repetir. Claro que ele tentou ligar várias vezes nos dias que se seguiram e chegou até a mandar alguns torpedos, mas nunca os respondi. Para minha sorte, o último paciente não apareceu e pude ir embora.
Cheguei em casa e olhei para meu marido com compaixão. Nós, mulheres, somos mesmo idiotas. Sabemos que nossos homens aprontam mas, na hora de dar o troco, caímos em desespero diante do conflito ético. Tranquei a porta do banheiro e entrei debaixo do chuveiro. Chorei o tempo todo, mas saí de alma lavada. Literalmente. Beijei meu marido antes de dormir com um carinho que há muito eu não cativava.
Aquela foi minha primeira experiência de infidelidade. Pode parecer bobinha, mas para mim foi algo extraordinário, muito além dos meus limites. Foi boa, mas não prometi outra para mim mesma. Na verdade, algo além daquilo só iria acontecer quase três anos depois. Será outro conto. Aguardem...