Olá, meus queridos. Faz tempo que não escrevo por aqui, e confesso que não estou nada bem. O Jonas tem se afastado de mim, e eu sei muito bem o motivo — ou melhor, por quem.
Vou contar como foi minha experiência na casa de swing com Jonas.
Eu tava me olhando no espelho antes da gente sair, ajeitando o vestido e pensando se essa ideia de boate de swing era realmente uma boa ou se a gente tava só arrumando mais confusão pro último dia. O Jonas me chamou no canto, todo cheio de cuidado, e jogou aquele "vê se não se empolga e estraga tudo". Eu ri pra aliviar o clima, mas no fundo entendi o recado. Ele tava inseguro, e com razão. Depois de tudo que a gente passou… quase jogamos nosso casamento no lixo por causa de ciúme, excesso, coisas mal resolvidas.
Quando a gente chegou lá, confesso que deu aquele frio na barriga. O lugar era bonito, nada daquela vibe de puteiro barato, sabe? Era elegante, luz baixa, umas pessoas bonitas circulando, casais de todas as idades, todo mundo sorridente, bebendo, curtindo.
Aí, não demorou muito pra um casal super simpático puxar papo com a gente. E quando eu digo simpático, era aquele tipo de casal que você olha e pensa: "Meu Deus, até parece propaganda de perfume." Ele, alto, bronzeado, sorriso perfeito. Ela, uma loira de cabelo cacheado, corpo de revista, riso fácil e olhar curioso. Se apresentaram como Rafa e Cláudia, e em cinco minutos já pareciam nossos amigos de anos.
Foram eles que nos deram uma espécie de tour, mostrando cada cantinho da boate. Tinha área de pista, onde o povo dançava como se tivesse numa balada normal. Tinha salinha com sofás, onde os casais ficavam se pegando sem muita cerimônia. E, claro, a área mais reservada, onde a coisa pegava fogo de verdade — essa eu só olhei de relance, e minha perna já tremeu.
Eu tentava disfarçar, segurar a postura, e sempre que dava apertava a mão do Jonas, como se quisesse dizer "relaxa, tô contigo". Eu sabia que ele tava lutando com aquela mistura de tesão e ciúme que sempre aparece nesses momentos. Eu também tava. É estranho, sabe? Porque eu amo o Jonas, e depois de tudo que quase perdemos, eu valorizo cada dia com ele. Mas tem essa parte em mim que gosta de provocar, de sentir o olhar dele me queimando quando homem me nota. É um joguinho perigoso, e eu sempre fico nesse equilíbrio maluco entre o desejo e o medo de estragar tudo.
Luiza, claro, tava soltaça. Dançava, ria, jogava charme pra todo lado. E, vez ou outra, jogava olhares pro Jonas que eu fingia não ver. Não é de hoje que eu percebo que ela tá cada vez mais encantada por ele. Não sei se é amor ou só aquela atração irresistível por um homem comprometido, mas tá ali.
O Rafa e a Cláudia perceberam que a gente tava meio travado e foram super de boa. Chamaram pra gente beber junto, conversar, sem pressão.
Depois de uns bons goles, já tava me sentindo mais leve, sabe? Aquela tensão inicial deu uma baixada e eu consegui entrar no clima da boate. A Cláudia dançava do meu lado, toda solta, e a energia dela era contagiante. E o Rafa, gente, que homem! Todo educado, cheiroso, daquele tipo que te olha nos olhos enquanto fala, mas o olhar já tá te despindo sem nem disfarçar. Eu fingia que não percebia, mas por dentro eu tava toda arrepiada.
Jonas tava ali do meu lado, meio duro ainda, segurando meu copo, me protegendo de um perigo que nem existia (ainda). Eu tentava passar pra ele que tava tudo bem, que ele tava no comando. Segurava a mão dele, beijava de leve, mas a verdade é que, quanto mais a noite avançava, mais eu sentia que meu controle tava indo pro espaço.
Luiza, essa daí, parecia peixe na água. Dançava colada em Pedro, depois vinha se esfregar em mim, depois jogava charme pro Jonas. E eu vi. Vi como o olhar dela mudava quando era pro meu marido. Não era só safadeza de amiga de foda, não. Tinha sentimento ali. A bicha tá se apaixonando mesmo. E eu fingindo que não percebia, porque né? Mais um problema pra resolver, e hoje não era dia pra DR.
A música foi esquentando, a bebida subindo, e quando vi, Rafa e Cláudia tavam colados na gente, aquele papo fiado virando uns toques meio acidentais, umas encostadas "sem querer". Cláudia elogiava meu vestido, passava a mão nas minhas costas, no meu braço. Rafa falava no ouvido do Jonas, rindo, descontraído. E eu? Eu tava no meio, sentindo meu coração disparar e aquela adrenalina safada tomando conta.
Dei um jeito de puxar Jonas pra um canto, só pra checar se ele tava bem, mas também porque eu precisava de ar. A boate tava quente, e não era só pelo ar-condicionado ruim. Ele me olhou, ainda meio tenso, e eu segurei o rosto dele.
— Amor, a gente tá junto nessa. Se você quiser sair, a gente sai.
Ele deu aquele meio sorriso nervoso, me puxou pela cintura e me beijou ali mesmo. Um beijo forte, possessivo, daquele jeito que me faz lembrar que, no fim das contas, eu sou dele. Mas também sei que aquele beijo tinha medo.
— Só não me deixa de lado, Lu. — Ele falou baixo, no meu ouvido.
— Nunca, amor. — Respondi de volta, sincera.
Quando voltamos pra perto do grupo, Cláudia já tava de mãos dadas com Luiza, rindo e cochichando alguma coisa. Pedro tava no bar, bem de boa, como se já soubesse que a noite ia ser longa e cheia de surpresas. E o Rafa, ah… ele chegou por trás de mim e passou a mão de leve na minha cintura. Meu corpo respondeu antes da minha cabeça, e eu não me afastei.
Eu tava dividida. Entre o tesão da novidade, o medo de perder o controle e a vontade de provar pra mim mesma que eu consigo curtir sem botar tudo a perder.
A noite foi ficando cada vez mais intensa. As luzes piscavam, a música vibrava no peito, e a energia da boate parecia envolver todo mundo num transe meio hipnótico. Eu já tinha bebido o suficiente pra me sentir solta, mas ainda consciente do que tava rolando.
Pedro tava sentado ao meu lado, jogando conversa fora com Cláudia e Rafa, mas eu percebia os olhares que ele me lançava de vez em quando. Não era só safadeza, era algo mais. Como se ele estivesse me enxergando de um jeito diferente. E eu fingia que não percebia, porque, sinceramente? Já tinha problema demais na minha cabeça.
Jonas, por outro lado, tava visivelmente desconfortável. Ele não era de fazer cena, mas eu conheço meu homem. A forma como segurava o copo com força, como os olhos varriam o ambiente sempre atentos… Ele não tava curtindo tanto quanto a gente.
A primeira vez que tentei me aproximar dele, passar a mão pelo peito e puxá-lo pra perto, ele segurou meu pulso e me olhou sério.
— Luana, não exagera. — O tom não era bravo, mas era firme.
Aquilo me fez pisar no freio na hora. Mordi o lábio, assentindo, sem discutir. Não queria forçar nada.
Mas aí a noite foi avançando, a bebida foi deixando ele mais solto, e em algum momento ele simplesmente parou de prestar atenção no que tava acontecendo. Não aprovava, mas também não barrava. Ficou naquela de fingir que não via, só bebendo e desviando o olhar.
Foi quando Rafa e Cláudia começaram a intensificar as investidas. Eles eram naturais, não forçavam, só iam se aproximando aos poucos. Rafa, que até então conversava com Pedro, passou um braço por trás da cadeira dele, se inclinando pra falar mais perto. Cláudia, do outro lado, brincava com meu cabelo, fazendo elogios, deslizando os dedos na minha pele. Eu sentia o calor aumentando, o clima ficando carregado.
E Jonas? Nada. Só fingindo que não via.
Até que ele soltou um “Vou ao banheiro” e levantou, me deixando ali com Pedro e o casal.
Luiza esperou um pouco, mas não demorou muito pra se levantar também. Ela olhou pra mim antes de sair, e eu soube na hora o que ela ia fazer. Ia atrás dele.
Agora éramos só nós quatro na mesa. Rafa e Cláudia continuavam com aquela abordagem suave, jogando charme, falando de como o ambiente era incrível, de como a energia das pessoas se conectava naturalmente. Pedro, ao meu lado, mantinha um sorriso discreto, mas de vez em quando tocava minha perna de leve, como se quisesse sentir se eu reagia.
Cláudia chegou mais perto, me olhando nos olhos.
— Tá tudo bem? — Ela perguntou, sincera.
— Tá sim. Só… preciso de um tempinho — respondi, sorrindo de leve, tentando não parecer mal-educada.
Ela assentiu, sem pressão. Rafa também não forçou. Eles pareciam entender.
Foi quando Luiza voltou pra mesa, ainda ajeitando o vestido. Lançou um olhar pra mim, depois pro Pedro, e depois pro casal.
— Jonas ainda tá no banheiro — ela disse, pegando o copo e bebendo um gole.
Eu não sabia se ela tava me testando ou só compartilhando informação, mas resolvi não entrar no jogo. Apenas dei um sorriso e continuei ali, firme, na minha.
E então, a gente ficou assim. Pedro, eu, Cláudia e Rafa, conversando, enquanto a tensão no ar ficava cada vez mais densa.
