Capítulo 1: O Protagonista
Sexta-feira. A primeira desde que voltei das férias. Isso deveria ser só mais um dia qualquer, mas algo em mim parecia prestes a explodir. Energia. Ansiedade. Talvez só testosterona mal administrada.
O motivo era simples: happy hour. Geralmente estou na faculdade, atolado em projetos e ouvindo monólogos intermináveis sobre Le Corbusier. Mas, hoje, sem aula e com tempo de sobra, resolvi aceitar o convite. Quer dizer, quem sou eu para negar a oportunidade de testar minha nova… como posso dizer? Versão atualizada.
É isso, estou diferente. Mais confiante. Sabe como é, umas férias transformadoras, experiências inéditas, um pouco de sexo, um pouco mais de sexo, e voilà: outro homem. Ainda não o tipo de homem que entra num bar e vira o centro das atenções, mas também não sou mais aquele cara que passava despercebido.
Enquanto caminhava, parei ao lado de um carro estacionado e usei o reflexo da lataria como espelho. Narcisismo? Talvez. Necessário? Com certeza. Cabelo bagunçado, mas no ponto. Camisa azul-clara, justa o suficiente para destacar os ombros – não que eu tenha muitos. Meu sorriso apareceu meio torto, quase sem querer. Não sou um deus grego, mas… vamos lá, dá para trabalhar com isso.
O bar estava lotado, como sempre. Luz baixa, música alta, um cheiro confuso de cerveja, perfume barato e suor. Eu o atravessei como quem entra numa arena, tentando disfarçar o nervosismo com passos seguros. No canto, perto de uma mesa abarrotada de copos, lá estava minha equipe. E, claro, o motivo real para eu ter vindo.
Primeiro, Erika. Outra estagiária. Cabelos pretos, lisos, brilhosos, e um olhar que poderia destruir civilizações. Ela estava lá, elegante e superior, segurando uma taça de vinho branco como se o ambiente fosse indigno dela.
O que sinto por Erika? Uma mistura perigosa de adoração e autossabotagem.
Depois, Brenda. A supervisora. Loira, madura, cheia de curvas e mistérios. Brenda não era só um desejo, era uma fantasia. Intocável, inalcançável, e, ao mesmo tempo, real demais para ser ignorada.
Ana estava perto dela, mexendo no cabelo enquanto tentava parecer ocupada com um copo de refrigerante. Tímida, mas linda. Uma beleza suave, que não exigia atenção, mas, quando a notávamos, era impossível desviar o olhar. Ana me olhava de vez em quando, mas logo desviava.
E, por último, Vitória. Ah, Vitória. Curta, direta, perigosa. Ela ria alto, jogando o cabelo cacheado para trás, como se tudo ali fosse feito para ela. Se Erika era inalcançável e Ana inalcançada, Vitória era a exceção. A provocação feita de carne.
Meus olhos ainda passaram rapidamente por Katia e Cecília, mas, sinceramente, não vou nem entrar nessa seara. Casadas. E, por mais que eu tenha descoberto algumas coisas sobre mim recentemente, atravessar esse limite não fazia parte dos meus planos – pelo menos por enquanto.
Erika era um sonho distante. Brenda era uma aposta arriscada. Ana era linda, mas intocável demais. Vitória? Vitória me olhava como se já tivesse decidido por nós dois.
Pedi uma cerveja, mas não bebi. Em vez disso, observei os movimentos. Cada sorriso, cada toque de cabelo, cada olhar fugaz. Eu estava em um campo de batalha, e cada escolha seria um passo para frente ou um desastre épico.
A noite estava só começando.
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Gostou do que leu? Isso foi só o começo.
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