Julia estava sentada na sua cadeira no horário de almoço. Dessa vez ela não foi almoçar com sua amiga Larissa. Julia não tinha fome, na verdade fazia alguns dias que não se alimentava direito. A história da sua amiga tinha desenterrado muitas lembranças do seu passado.
Ela nunca esqueceu Luísa, mas aquele amor estava adormecido dentro dela. Fazia algum tempo que não sofria dando por causa disso. Ela aprendeu a conviver com a dor e depois de um tempo essa dor passou. Julia lembrava de Luísa quase todos os dias, mas só sentia saudades. Mas agora não, lembrava a todo momento e a dor voltou.
Poxa porque isso agora? Ela me abandonou, nunca mais apareceu, simplesmente sumiu da minha vida sem dizer nada. Julia pensou.
Júlia estava perdida nos seus pensamentos, nem percebeu que as lágrimas corriam no seu rosto. Só voltou a realidade quando alguém a pegou no seu ombro. Ela olhou e viu sua amiga. Se levantou e a abraçou meio que no desespero. Ali ela chorou, mas chorou muito. Larissa não disse nada, esperou sua amiga se acalmar um pouco. Saiu daquele abraço e ajudou sua amiga a sentar novamente. Perguntou ela o que estava acontecendo.
Júlia: Me desculpe Larissa eu não devia ter feito isso, mas eu precisava de um abraço.
Larissa: Não precisa se desculpar, está tudo bem. Mas acho que você precisa desabafar. Não sei o que houve, mas você anda muito estranha ultimamente. Você raramente sorri, te vejo sempre perdida em pensamentos. Olha se precisar estou aqui, mas se você achar que é algo que eu não deva saber fale com outra pessoa. Só não guarde isso só para você.
Júlia: Eu sei. Você está certa, eu preciso falar com alguém. Na verdade você é perfeita para eu ter essa conversa. Só que é uma história complicada e grande. Quando a gente tiver um tempo eu te falo tá bom.
Larissa: Se o problema é tempo eu resolvo. O dia de hoje está tranquilo. Vou avisar Helen que vamos sair e a gente vai para algum lugar conversar.
Júlia: Acho que Helen não vai gostar da gente sair mais cedo.
Larissa: Não se preocupe. Com minha mulher eu me resolvo.
Larissa saiu e foi até a sala de Helen. Explicou a ela o que tinha acontecido e saiu. Helen não se importou, na verdade até gostou da atitude da esposa.
Larissa voltou a sala. Chamou Júlia e saíram depois de avisar para secretária que não estariam disponíveis no resto do dia. Saíram no carro de Larissa. Foram até uma praça pouco movimentada e se sentaram. Júlia contou toda a história a Larissa que a confortou e tentou a acalmá-la da melhor maneira possível. As duas ficarem o resto da tarde conversando. Júlia estava se sentindo melhor depois de se abrir com a amiga.
Ana voltou para casa depois de mais um dia de aula. Estava pensativa. Não conseguia tirar da cabeça o que Dani falou. O que será que ela quis dizer com aquilo? Ela pensou.
Entrou e foi direto pro seu quarto. Estava sem fome, sem vontade estudar, sua cabeça estava confusa. Sentia falta de Dani, sentiu todos os dias. Sentia falta do seu sorriso, dos seus abraços, começou a chorar e dormiu.
Júlia chegou em casa. Foi no quarto da filha e viu sua filha dormindo. Foi para seu quarto, tomou um banho e se deitou. Estava mais aliviada depois da conversa com Larissa, mas a saudade de Luísa ainda doía muito. Com esses pensamentos acabou dormindo.
Uma mulher morena muito bonita olhava pela janela do seu escritório. Já era tarde, mas ela sempre ficava ali até tarde. Preferia sair a noite para não ser notada por ninguém. Ela também mal conseguia dormir ultimamente, seu olhar era triste. Fazia tempo que aquele olhar se mantia quase que diariamente no seu rosto. A vida foi muito cruel com ela.
A mulher foi tirada dos seus pensamentos por um toque de celular. Foi até a mesa e atendeu. Do outro lado sua amiga e confidente de longa data fala algo importante. Ela escutou com atenção e respondeu;
Mulher: Tem algo de errado nessa história, e só tem um jeito de tirar isso tudo a limpo. Quero vê-la.
Amiga: Tem certeza disso? Não imagino como vai ser a reação dela quando te ver.
Mulher: Já esperei tempo demais, você sabe disso. Sabe os meus motivos, mas eu não aguento mais. Está decidido, quero vê-la o mais rápido possível.
Amiga: Tudo bem, te ligo amanhã de manhã e te passo tudo.
Júlia mais uma vez deixou sua filha no colégio e seguiu para o trabalho. Chegou a sua sala, comprimento sua amiga e foi para sua mesa. Mas antes de se sentar Larissa avisa a ela que Helen queria falar com ela na sua sala. Julia perguntou se Larissa sabia o motivo, mas essa disse que não. Que Helen só avisou e foi para sua sala sem falar mais nada.
Júlia achou aquilo estranho. *Será que fiz algo de errado? Ela pensou. Agradeceu a amiga e foi até a sala da sua chefe. Chegou avisou a secretária o motivo de estar ali. Essa já se levantou e avisou Helen e depois falou que Júlia poderia entrar. Júlia entrou e cumprimentou Helen que a mandou se sentar e disse;
Helen: Júlia você está bem? Larissa disse que você não estava muito legal ontem. Está mais tranquila hoje?
Júlia achou meio estranho o motivo da pergunta, mas respondeu que estava bem melhor naquela manhã. Disse que Larissa tinha ajudado muito ela e as coisas estavam bem melhor agora.
Helen: Ninha esposa é um amor mesmo e que bom que você está melhor. Até porque você foi chamada para conhecer sua patroa.
Júlia: Desculpe Helen, mas como assim patroa?
Helen: O escritório que você trabalha é muito grande. Tem uma diretoria em São Paulo que comanda quase tudo, mas na verdade ele tem uma dona. Nada é feito ou resolvido sem a permissão dela. E ela quer conhecer você, pode ser?
Júlia: Acho que entendi 🤭 Pode sim. Mas ela está aqui?
Helen: Está sim. Na verdade ela mora em BH agora. No momento está em seu escritório no último andar nos esperando.
Júlia se levantou e foi seguindo Helen até o elevador. Depois de Helen apertar o botão do último andar as duas ficaram em silêncio. Quando o elevador abriu as portas as duas saíram e foram em direção a uma porta no fim do corredor. Júlia achou estranho porque viu a mesa da secretária vazia. Ela já estava meio nervosa de ir conhecer a sua patroa. Quando chegaram em frente a porta Helen parou, colocou as duas mãos nos seus ombros e disse;
Helen: Olha pode abrir a porta e entrar, ela está te esperando. Eu já avisei que a gente estava subindo. Aconteça o que acontecer fique calma ok.
Júlia: Você é que está me deixando nervosa. Porque disse isso? Ela é brava? Não me diga que ela me chamou aqui pra me demitir? Oh meu Deus Helen!
Helen: Não é nada disso. Desculpe se te deixei nervosa. Só falei isso porque algumas pessoas ficam nervosas ao ver seu patrão e acaba falando ou fazendo besteira. Só isso.
Júlia: Ah entendi, bom pode ficar tranquila, vou agir direitinho. 🤭 Você não vai comigo?
Helen: Não, ela quer conversar com você sozinha e tenho muito trabalho pra fazer. A gente se vê daqui a pouco no escritórios.
Helen se despediu e saiu. Júlia seguiu até a porta e abriu. Nossa o escritório era lindo e muito grande. Deu mais uns passos e viu que atrás da mesa tinha alguém sentado na cadeira. Porém a pessoa estava virada para trás. Provavelmente estava olhando a vista pela janela. Julia chegou mais perto e disse.
Júlia: Desculpe incomodar, mas você queria me ver?
A cadeira se virou e a mulher que estava sentada nela olhou para Julia e disse;
Mulher: Oie Júlia, a quanto tempo.
Júlia reconheceria aquele rosto em qualquer lugar. Ela não podia acreditar nos seus olhos viam. Sentiu suas pernas ficando fracas. Sua respiração estava diminuindo. Suas vistas foram ficando escuras e ela só conseguiu dizer;
Júlia: Você!?!
É desmaiou.
.
.
Continua.