As Aventuras de Regina - Último Episódio - Uma Despedida
Último Episódio
Como já foi dito em “Aventura na Rússia – São Petersburgo”, Zarya era fluente em várias línguas. Então, seria fácil conseguir um trabalho em algum hotel internacional, aeroporto, até mesmo como tradutora em alguma editora...
“- Que tal trabalhar como tradutora, Zarya? “, perguntei, “ Assim você poderia trabalhar uma boa parte do tempo em casa, e teria horários livres para passear e mesmo viajar, porque dá para fazer o trabalho em qualquer lugar...”
“- É uma ideia interessante.” Nessa época, já havia computadores realmente portáteis, os “laptops”. Como dinheiro não era problema, comprei um de última geração para ela.
Eu tinha um bom amigo, o Franco, que era editor. Entrei em contato com ele , para conseguir trabalhos de tradução para Zarya. Claro que ela não precisaria daquele dinheiro para sobreviver, porque qualquer necessidade dela poderíamos resolver, afinal nossa dívida com ela era imensa. Mas ela queria ter seu dinheiro e, principalmente, aprender a ser “humana” pelo tempo que lhe era designado.
Devagar, Zarya foi se soltando , e logo sabia se virar sozinha na cidade grande. Regina a acompanhava em suas compras, ensinando como escolher roupas, comida, tudo o que fosse necessário.
“- Como é complicado ser humano!” Ela falou, certo dia, quando chegou em casa.
“- É, Zarya, às vezes é muito difícil...”
“- Mas é muito bom também...”
Resolvi pegar dois filmes na locadora, “Asas do Desejo” e “Tão Longe, Tão Perto” de Wim Wenders, o tema era sobre anjos e humanos, e como os anjos eram proibidos de interferir na vida dos mortais.
Zarya e Regina assistiram comigo, e se debulharam em lágrimas.
“- Mas é como aconteceu comigo!!” Zarya falava, chorando. “- Esse diretor sabe como é, deve ter sido um de nós...”
“- Ou ele apenas intuiu como seria...” falei.
“- Anjos, Deusas, seja lá qual o nome que derem, estão sempre observando o nosso mundo... mas por que, afinal, não podem interferir?” Eu perguntei. Também me emocionei com os filmes, mas procurei me manter firme, pois eu queria saber o motivo pelo qual Zarya deveria ser punida por ajudar meros humanos.
“- Ah Roberto...” Zarya falava meu nome de um jeito estranho, como se eu tivesse algum papel nesse “Grande Esquema das Coisas” , embora Regina , já estava claro, fosse a personagem principal.
“-...Existe um equilíbrio no Universo. Se Deuses e Deusas começassem a interferir em todos os momentos, poderia sobrevir o Caos. Porque há outros fatores em jogo.”
“- Sei... Realidades Alternativas, Planos Paralelos acima e abaixo, Véus que ocultam as facetas da realidade, e, obviamente, pessoas que podem transpor essas barreiras.”
“- Deduziu bem. Você, por exemplo, já transpôs as barreiras do Espaço, do Tempo, e de Realidades Alternativas...inclusive conseguiu retornar sozinho de uma a outra, sem a ajuda de Deusas . “
“- Ah, Zarya... eu não sou nada perto de você. Nem vem. Mas acho que Regina está no caminho.”
“- Regina...” Ela pegou na mão de minha esposa, que ainda tinha lágrimas nos olhos por causa do filme, e a acariciou. “... Regina é muito, muito especial.”
“- Especial como?” Regina agora estava curiosa.
“- Especial, porque você é humana, mas tem tudo para evoluir até a Divindade. Como na Profecia do Castelo: Meio Humana, Meio Deusa.”
“- Não sei se quero isso para mim.”
“- Ah Regina... como no Castelo, você não pôde rejeitar seu destino. Chorou três dias e três noites, mas foi em frente.”
Ela olhou fixo para Zarya, depois para mim. Então falou:
“- Sabe...com você aqui, não tenho mais aquela paralisia de pensar no que ocorreu, ou de escrever sobre aquilo. Se você estiver perto, acho que o Livro vai ser escrito logo.”
“- Que bom, querida! Podemos continuar, assim que você quiser...”
Zarya sorriu. De repente, pensei que talvez, apenas talvez, essa decisão de “virar humana” por um tempo não fosse nenhuma punição, e sim mais uma maneira dela nos ajudar.
Aos leitores que acompanharam as histórias de Regina até agora, agradeço imensamente. Foram algumas centenas de milhares de leituras em dois sites. Quando comecei, não imaginava que seriam mais de 150 episódios, achei que em seis ou sete contaria uma história erótica e pronto.
No entanto, creio que já comentei anteriormente, a história foi se contando sozinha, como se fosse um tipo de escrita automática , os capítulos foram se estendendo, e Regina, a personagem principal, foi evoluindo. Isto tem uma relação direta com os princípios esotéricos envolvidos na base da história. Quem já participou de algum grupo esotérico, Ordem, Irmandade, Fraternidade ou similar aprendeu que os centros de energia mais abaixo na escala energética estão ligados ao sexo. À medida que a pessoa evolui espiritualmente, as energias vão ascendendo até os chackras mais elevados.
Porém, deve haver um equilíbrio para que o organismo humano esteja em homeostase, ou seja, bloquear o sexo não é saudável, tampouco faz bem ficar apenas no sexo.
E isto é que me levou a questionar a continuidade das histórias em sites de contos eróticos. Isto porque, na fase atual da vida de Regina, os episódios teriam muito mais aventura e filosofia do que propriamente sexo selvagem, e colocar sexo apenas pelo sexo para que o conto entre na classificação “erótico” não me faria sentir bem. Além disso, nesta semana terminei um capítulo onde Regina precisa ajudar uma menina, menor de idade. O episódio inteiro não tem nada a ver com sexo, e sim com o fato de que, a partir das aventuras dela, em um futuro distante é formada uma religião inteira dedicada à “Deusa das Lágrimas” ( como podem conferir no episódio “Os Últimos Dias de Regina – O Grande Esquema das Coisas). Embora eu considere muito interessante, estaria fora do contexto de “Conto Erótico”.
Então, decidi encerrar por aqui a postagem das aventuras da belíssima mulher de olhos verdes. A história continua, mas provavelmente será publicada em uma série de livros, e ainda estou decidindo de que forma publicar.
Os dois sites têm um sistema de notificação para avisar o autor quando alguém faz um comentário, e eu verifico isso regularmente. Novamente, agradeço aos leitores que comentam. Aos que prestaram mais atenção e me contataram em meus sites de fotografia, posso responder por lá também.
E como encerrar a história aqui? Com um pequeno “Trailer” das histórias que se sucedem.
Regina e Roberto ( O “Número Um”) estão em sua casa, mas em uma época anterior aos acontecimentos dos primeiros episódios. Zarya, a Deusa eslava que os havia ajudado em São Petersburgo e depois salvo a vida dos dois na chamada “Batalha Final”, estava em forma humana, hospedada na casa deles.
Ela consegue um emprego como tradutora de livros, e passa a conhecer o cotidiano da vida dos humanos, inclusive volta a fazer sexo com o Número Um, em condições menos estressantes, obviamente com Regina ao seu lado.
Nem tudo corre como o esperado. Em vez da vida tranquila nos anos seguintes, escrevendo o Livro que depois se tornaria a “Profecia”, logo em seguida recebem a visita de Drake ( da Agência) que consegue localizar o Número Um. Depois, voltam a encontrar Adrian ( do episódio “Uma Estranha Tarde”) que os reconhece imediatamente, embora ainda não tenham se encontrado pois estão no passado. Ele se revela ser um “Viajante do Tempo” e por isso os reconheceu. A partir daí, conhecem a Máquina do Tempo, que tem relação com um Portal que Regina criou no Castelo para a Irmandade do Círculo Vermelho. Mas isto só será descoberto muito depois, após várias viagens no tempo.
Também continuarão os episódios relacionados a realidades paralelas, que são diferentes da linhas de tempo. Exemplificando: realidades paralelas são como estradas que nunca se encontram, e linhas do tempo alternativas, embora modifiquem uma realidade, são como bifircações em uma mesma estrada.
E o sexo? Inicialmente, Regina e Número Um haviam decidido evitar ménages e swing para evitar que pessoas como Meister viessem a perceber a enorme energia sexual dela, mas após algum tempo, percebem que não há como impedir que determinadas coisas aconteçam, o que vai criar novas encrencas e confusões para os dois ( na verdade, quatro, porque Zarya e o viajante do tempo estarão presentes em várias histórias).
Como podem ver, haveria material para mais uma centena de episódios. Mas, sem tanta carga sexual como nos iniciais, não seria adequado publicar nestes sites de contos eróticos.
Um outro detalhe é que, uma vez prontos os livros, os contos serão gradativamente retirados. Ficarão apenas os que não estão relacionados às aventuras de Regina.
Não lembro onde li isto, eu poderia dizer que é de Shakespeare, mas não estou certo.
“ Partir é tão triste que direi Boa-Noite até que seja dia.”
( Na verdade, é Shakespeare mesmo: Toda despedida é dor. Tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia.)
Regina dá boa noite a todos. E espera revê-los – quem sabe – em sonho ou em livro.