Amigo irmão - 2
Com 17 anos eu nunca tinha ficado bebado e só tinha beijado poucas garotas, algumas só pra ficar bem perto dos amigos enquanto Rafael, o filho do meu padrasto, tinha uma rotina de sair com os amigos toda sexta feira. Ele não falava nada sobre as meninas que ele beijava mas eu tinha certeza de ele era o mais pegador da galera.
Não importava o quanto eu negasse, Fael continuava insistindo toda semana pra que eu fosse junto. Dizia que o rolê seria melhor com minha presença, até que um dia eu cedi ao convite e fui com a galera comemorar o aniversário de uma amiga em comum.
Nós já estávamos atrasados pra ir quando ele saiu do banho e eu entrei. Rafael entrou pra fazer a barba porque tinha esquecido enquanto tomava banho e, como já estávamos acostumados um com o outro, a porta do banheiro sempre ficava destrancada. Quando ele entrou, com a toalha enrolada na cintura. Falou algumas coisas e começou a se barbear.
Eu sempre fui grato pelo vidro do box ser transparente e naquele dia fiquei radiante por mais uma oportunidade de observar aquele menino de mármore com músculos discretos e pêlos ainda molhados do banho. Me esfreguei sem nem prestar atenção no que fazia, minha mente estava perdida nele enquanto ele desenhava a barba com a lâmina. Graças aos céus, os segundos estavam durando minutos, estranho ele estar demorando tanto só para aparar alguns pêlos. Foi então que notei que ele me olhava de canto do olho, mas não pro meu rosto, pro meu corpo! Da mesma forma que eu estava fazendo com ele. Seria possível que ele sentia o mesmo por mim? Lógico que não. Até parece. Eu tava tão confuso que imaginei isso. Hahaha tão bobo! Afastei o pensamento e continuei seguindo as curvas do corpo dele com os olhos quando percebi o volume crescente na toalha que ele estava tentando esconder encostado na pia. Por que o pau dele estava ficando duro?
Precisei afastar o pensamento mais rápido que um relâmpago. Ele ainda tinha a toalha e a pia pra disfarçar enquanto eu estava pelado no meio do box transparente. Maldito box transparente. Pensei em mil coisas pra afastar o tesão que subia mas neste momento meu pau já estava meia bomba.
Virei de costas pra ele e terminei de me esfregar. O silêncio dele me deixando ainda mais constrangido. Respirei fundo, desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai do banho. Ele ainda estava desenhando a barba e quando se virou na pia pra que eu pudesse passar, meus olhos foram direto pro volume na toalha dele. O pau inteiro estava marcado direitinho. Ele viu que eu notei e corou na hora. Seu rosto inteiro passou do branco pro vermelho e a única coisa que conseguiu fazer foi dar um meio sorriso sem graça. Eu queria tocar nele. Sempre via aquele pedaço de carne delicioso na minha frente mas nunca tinha chegado tão perto, principalmente duro como estava. CARALHO! Ele era muito gostoso!
Sai do banheiro pra não passar vergonha perto dele. Eu estava tremendo e o silêncio entre nós estava esmagador. Nunca tinha acontecido isso. Ele, sociável e extrovertido, sempre quebrava o gelo de alguma forma mas hoje ele estava diferente como se a doença que eu tinha tivesse o afetado também. Bobeira da minha cabeça, certeza! Até porque, apreciar aquele corpão todo não era doença.
Terminamos de trocar de roupa, ainda em silencio, e só quando estávamos quase prontos pra sair que ele puxou assunto. Nada relevante, só pra quebrar o gelo.
Pegamos carona com um amigo dele e chegamos na casa da aniversariante. Era uma galera legal da mesma idade que a gente. Como era de se esperar, tinha muita bebida e o clima de pegação estava fortíssimo. Rafael se sentou perto de mim na roda de amigos e nos revezamos trazendo bebida e comida um pro outro. Como era de se esperar, a presença dele na mesa atraía as pessoas, principalmente as meninas. Incrível ele ser tão simpático bonito e querido e eu até entendia quem chegava pra conversar com a gente. Ele não era o símbolo do padrão de beleza mas cada detalhe dele o deixava explendido como uma obra única. O contraste dos pêlos e cabelos bem pretos na pele branca, os lábios rosados e brilhantes que ele tinha a linda mania de umidecer lentamente com a língua, os olhos castanhos e expressivos que acalmavam e decifravam qualquer um com muita facilidade… Ele era único!
A turma que estava com a gente já tinha passado da fase da bebida pra fase da pegação. Eu estava usando minha técnica básica de fingir demência em meio às investidas das garotas. Eu não estava afim e minha cabeça ainda estava nas paranóias que criei durante o banho. Estranho era que ele, meu irmão Rafael, era o que mais tinha gente aos seus pés do nosso grupo, e mesmo assim não dava bola pra ninguém. Ficamos o resto da festa assim. Ele me puxando pros assuntos, me fazendo sentir confortável, recusando discreta e educadamente às investidas e eu bebendo, perdido em pensamentos, tentando decifrar meu irmão e tentando entender por que eu queria aquelas pessoas longe dele. Não era ciúme. Eu só queria proteger meu irmão.
A festa foi boa mas voltar pra casa foi melhor ainda. Minha mãe foi nos buscar e, percebendo o quanto estávamos bêbados foi o caminho todo passando sermão. Enquanto ela falava, senti a mão de Fael na minha coxa e com o susto, me virei pra ele e fiquei sem palavras. Ele estava sorrindo pra mim. Me agradeceu pela companhia sussurrando então seus olhos fixaram na minha boca e ele foi se aproximando de mim até que encostou a bochecha no meu ombro onde ficou aninhado até que o carro estivesse dentro da garagem.
Já no quarto, nos arrumamos pra dormir mas, antes de deitar, ele veio até minha cama e se sentou do meu lado. Começou a falar da festa e da nossa noite e eu aproveitei pra questionar sobre por que ele não tinha ficado com ninguém. Na hora ele corou, da mesma forma que tinha acontecido no banheiro e, gaguejando, me respondeu que a cabeça dele estava em outro lugar na festa. Dito isso, meus pensamentos confusos voltaram de uma vez, o silêncio entre nós voltou a nos esmagar e quando olhei pra ele, a cena do carro se repetiu. Sua mão nas minhas coxas, o sorriso tímido no seu rosto, seu olhos fixos na minha boca e seu rosto se aproximando do meu mas, dessa vez, ele me beijou.
A boca dele estava macia e fria, seu hálito de hortelã invadiu minha boca junto de sua língua e eu só pude me entregar. Era, de fato, o que meu corpo pedia todo aquele tempo. A mão dele subiu da minha coxa pra minha cintura e a mão gelada no meu corpo quente me causou um arrepio que o fez se afastar. Nós estávamos ofegantes olhando nos olhos um do outro. O desejo estava ali, exposto, jogado em nossa frente como uma verdade irrefutável. O que fazer diante disso? Se entregar!