A PIZZARIA
PARTE 21
ATENÇÃO: ESSA É A PARTE 21. ANTES DE CONTINUAR, LEIA O PRIMEIRO CAPÍTULO. OBRIGADO.
Votos e comentários generosos de alguns leitores fazem-me continuar, e talvez levar a série até o final, Mas, enquanto estiver agradando, com certeza, sempre terá o seu prosseguimento.
Novamente agradeço os votos e comentários recebidos, sejam eles positivos ou não, até porque, servirão sempre de estímulo à publicação de um novo e inédito capítulo.
Continuando...
A PIZZARIA
PARTE 21
Acordamos cedo na quinta feira. Meus pensamentos estavam voltados à Giovana, e por isso, acabei me esquecendo da conversa que tivera com a minha esposa, na tarde do dia anterior.
Daí ela veio me dizer:
—Você acha que devemos chamar a Rose amor?
—Chamar a Rose pra quê Denise?
—Uai. Ontem à tarde você não deu a ideia de convidá-la pra ir à pizzaria conosco amanhã?
Lembrei-me na hora e respondi:
—Isso mesmo querida. Dá uma ligadinha pra ela hoje à tarde.
—Quem sabe ela topa né?
—À tarde não Edu. Se eu tiver que ligar terá que ser agora mesmo, porque o Toninho está no curral cuidando da ordenha das vacas.
—Então ligue amor. Falei.
Quando Denise ligou para a Rose fiquei curioso em saber qual seria sua resposta, acerca do nosso convite. Mas do pouco que consegui captar da conversa, ambas tratavam de outros assuntos. Falavam sobre roupas, maquiagem, perfumes, marca de esmalte, tinta de cabelo, e uma infinidade de produtos e compras. Menos o principal.
Porém, quando começaram a falar sobre homens, Denise deixou o quarto e foi continuar a conversa em outro cômodo, longe de mim.
Entretanto, percebendo que a minha mulher iria se atrasar para a entrada no serviço, fui até a sala alertá-la, e finalmente as duas encerraram a ligação.
Daí eu perguntei à Denise:
—E aí querida? O que ela resolveu?
—Ela topou Edu.
—Hum... Sério?
—Sim. Nos duas já combinamos o esquema Edu.
—Que esquema amor? Perguntei.
Daí Denise foi falando:
—Amanhã vou dar um jeito de sair do hospital na hora do almoço. E como o Toninho viaja com a Jéssica pela manhã, a Rose passará a tarde aqui em casa comigo.
—E nós duas vamos dar um passeio pela cidade, porque ela quer fazer algumas compras.
—Mais do que óbvio. A Rose, sem as suas compras, não é a Rose. Pensei.
Denise continuou:
—E ela vai dormir em casa conosco amor, no quarto dos meninos. Eu lhe disse que quando “as crianças” chegarem no sábado, a levamos ao sítio, e almoçamos por lá.
Eu respondi:
— Hum... Entendi.
—E o José Carlos sabe que ela irá dormir aqui em casa amor?
—Sabe sim. Só não sabe que nós vamos lá.
—Lá onde amor?
Irritada Denise respondeu-me:
—Que saco Edu! Você não presta atenção em nada cara!
—Do que estamos falando Edu? Fique ligado!
—Desculpe amor. É da pizzaria né?
—Não idiota. É da igreja!
Na verdade, toda vez que eu pensava ou ouvia a palavra “pizzaria”, meu coração pulsava mais forte. E daí uma enorme angústia cobria-me o peito, enchendo a minha alma de saudade.
Meus pensamentos voavam longe, e era inevitável não relembrar minha inesquecível princesa. Então, minha mente ficava tomada de imorredoura lembrança, como se nela estivesse gravado o terno e doce sorriso da Alessandra.
Como eu sentia sua falta! Cada dia sem vê-la, transformava-se num martírio sem fim. Tudo me fazia lembrá-la. Às vezes, à tarde, quando eu avistava alguma Chevrolet Blazer de cor escura transitando pela avenida, um forte sufoco cobria me o peito, e o meu desejo era adentrar no primeiro bar para lavar as minhas mágoas, tamanho o meu sofrimento.
Passei a evitar o trânsito no quarteirão da avenida onde a conheci, e quando pela primeira vez a vi sentada na mesa daquele barzinho, ao lado do Magno. Então eu imaginava que todos os dias, essa mesma mesa era posta naquele mesmo lugar da calçada, como se estivesse a esperá-la.
Nisso, Denise interrompe meus pensamentos, e diz:
—O que foi Edu?
—Foi o que querida?
—Você está estranho. Ficou quieto de repente.
—Parece triste! Falou.
—Não é nada. Estou cansado. Logo passa.
—Mas você prestou atenção no que eu falei Edu?
—Sim, claro. Respondi.
—Pois é. A Rose topou ir à pizzaria conosco amanhã.
Incrédulo, só agora percebi que a ficha caíra. Tive uma ereção repentina, e quis confirmar:
—Jura? Ela vai mesmo?
—Sim. Ela quer.
Infelizmente, Denise estava atrasada para o serviço e não pudemos nos amar ali mesmo. Deu-me tesão pensar na presença da bela loirinha nos acompanhando numa noitada que prometia.
Enfim, a sexta feira chegou. Retornando do trabalho, quando entrei em casa, Denise não estava. Fui procurá-la no nosso quarto, e não a encontrei. Daí, dando uma espiada no quarto dos meninos, vi uma bolsa de couro marrom sobre uma das camas, e deduzi pertencer à Rose.
Com certeza, as duas ainda passeavam pela cidade, em busca das novidades para a bela loira comprar.
Nisso, meu telefone toca. Era o Lelis querendo informações sobre o nosso passeio para logo mais à noite. Eu o confirmei, e ainda lhe disse que teríamos que ir em dois automóveis, porque teríamos a companhia da Rose, amiga da Denise.
Daí ele me perguntou:
—Me diga uma coisa Edu. A Rose é aquela loirinha que estava lá no sítio dos amigos da sua esposa ne?
—É sim. Ela mesma. Respondi.
—Então o marido dela também vai junto com vocês, correto? Perguntou-me.
—Não Leleco. O marido dela viajou. Hoje ela está hospedada sozinha aqui conosco.
—Entendi. Respondeu Leleco.
Depois finalizou:
—Então por volta das 21:00hs passamos aí e vamos todos juntos, pois eu não conheço o caminho.
—Combinado. Falei.
Notei que Leleco não se entusiasmara com a ida da Rose conosco, principalmente quando eu lhe disse que seu marido não a acompanharia, porque teria viajado. Depois, pensando melhor, lembrei-me que Denise havia me revelado que a Giovana ficara com ciúme da aproximação de ambos, por ocasião do almoço no sítio.
E sabedor dessa situação, Leleco dissimulou desinteresse pela loirinha, evitando possíveis conflitos com a esposa.
À tarde, quando Denise e Rose chegaram juntas para se preparar para sairmos, aproveitei que a Rose entrara no banho, e então chamei minha esposa para uma conversa a sós. Daí lhe expus a situação, acerca do ciúme da Giovana.
Denise veio me dizendo:
—Olha Edu. Você tem que ajudar a resolver isso, porque senão será ruim para vocês mesmo.
—Como assim querida? Você não poderia me explicar melhor?
—Ah Edu. Pior que eu não sei como abordar esse assunto delicado com você querido.
—Mas pode falar Denise. Temos que estar preparado para tudo né?
—E eu posso ser sincera? Afinal somos adultos né amor. Perguntou.
—Claro que pode querida. Diga o que é?
—Sabe Edu. Eu estou a fim do Cacá....opss.... Caio!
Incrédulo, exclamei:
—O QUÊ!
—Não seja ingênuo Edu. Você sabe que ele também me deseja.
—Pode ser. Falei.
E perguntei:
—Mas aonde a Rose entra nessa história?
—Ela está a fim do Lelis, Edu.
—Que isso! Como você sabe disso Denise? Não invente as coisas.
—Ela me contou. E se ele souber conduzir, ela abre as pernas pra ele amor.
—Nossa! Que loucura! Falei.
—Mas você tem que ajudar. Ela falou.
—Eu? Ajudar como?
—Pegue a Giovana. Eu sei que ela te olha diferente.
Daí, eu quase me entrego, pois já ia dizendo:
—Já pegue.... opss.......pensei.
—Pensou o que Edu?
—Pensei numa maneira de todos nos entendermos na boa. Respondi.
—Explique, Edu.
Daí eu lhe expliquei:
—Quando chegarmos na pizzaria, você chama o Lelis pra dançar amor.
—Mas eu não estou a fim dele Edu! Você sabe. Quero o Caio!
—Calma Denise, deixe-me continuar explicando, por favor.
—Então continue.
Daí fui falando:
—Vou repetir. Preste atenção amor.
—Quando chegarmos à pizzaria e estivermos no salão, você chama o Lelis para dançar, que eu vou chamar a Rose, entendeu?
— Primeiro você terá que sair com o Lelis, porque sendo você e ele, a Giovana não terá ciúme.
Denise falou:
—Claro que não. Até porque o Lelis não faz o meu tipo, e ela sabe disso.
—E depois? Perguntou-me.
Eu continuei:
—Quando estivermos longe da Giovana e do Caio, que ficarão sozinhos na mesa, nós trocaremos os pares.
—Você vem dançar junto comigo, e a Rose vai com o Lelis.
—Sim. E depois? Perguntou-me.
—Depois eu vou sozinho à mesa onde estarão o Caio e a Giovana, e digo a ele que você quer lhe falar, e que você o espera próximo à pista de dança.
—E daí o Caio deixa você a sós com a Giovana na mesa ne?
— Exato! Isso mesmo querida. Respondi-lhe.
Depois perguntei:
—Você entendeu tudo?
—Entendi sim amor. Quando a Rose sair do banho, eu explico tudo isso pra ela.
Depois, ela ainda me deu umas “cutucadas”:
—Tomara que a Giovana queira mesmo alguma coisa com você Edu.
—Mas eu acho que você não deveria ficar pensando na Alessandra nessa hora.
—Ela não está nem aí pra você, seu bobo!
—De repente, ela está dando pra outro em São Paulo.
—Mas vai dar certo! Completou.
Fiquei estupefato com o que conversamos. Eu nunca imaginaria ouvir pessoalmente uma confissão da própria esposa, de que estaria a fim de ficar com outro. Assim como eu me afeiçoei à Alessandra, eu pensava que ela teria os mesmos sentimentos em relação ao Magno. Afinal, ele fora o segundo homem da sua vida, e parecia gostar muito dela.
Mas, infelizmente, eu estava enganado. E às vezes pensava comigo que se a minha própria esposa era assim, Alessandra também poderia ser igual e não nutrir nenhum laço ou desejo pela minha pessoa. Resolvi parar de pensar na Alessandra, até mesmo por receio de acabar me apaixonando. Melhor seria eu colocar desde já os pés no chão, e deixar a vida continuar, com ou sem a minha princesa.
Agora estávamos todos limpos e arrumados, e apenas aguardávamos a chegada dos três para sairmos. Então, ouvimos uma buzina de automóvel tocando lá fora.
Finalmente, eles chegaram.
Continua no próximo conto...