A lua e a escuridão do céu deixava tudo tão sombrio... estava gelado.
E agora? oque eu farei? - perguntava a mim mesmo angústiado.
Não sei por quanto tempo fiquei naquele lugar pois chorei tanto que minha camiseta ficou toda molhada.
O Isaac não podia fazer isso comigo, não podia sumir desde jeito e me deixar só.
Porque ele não me contou? - falei eu em baixa voz abraçando meus joelhos.
Ele era igual a todos aqueles outros garotos, só queria diversão e sexo, parecia que nunca se importou com oque eu sentia... porque eu acreditei nele, porque confiei naquela noite da nossa primeira vez quando ele disse aquela declaração, eu achava que fosse real.
Oque foi real? - me questionava respirando pesado.
Talvez vocês achem que em exagerei a agir deste modo tanto comigo mesmo quanto com o Isaac, mas pra ser sincero Isaac mexeu muito comigo, nunca havia sentido por ninguém oque sentia por ele, arrisco a dizer que eu o amava mesmo sem nunca dizer isto a ele.
O perder assim derrepente me magoou muito.
Alguns minutos depois quando comecei a colocar os pensamentos em ordem escuto passos ao redor, olhei com a visão meio embaçada alguém parar na entrada do campinho de futebol, não reconheci de primeira quem era, parecia um garoto...
Ele percebeu minha presença e ficou me encarando, e aos poucos foi andando em minha direção.
Era Felipe que trazia consigo uma bola de futebol nas mãos.
O garoto me olhou meio surpreso, e com certo receio perguntou:
-Vinícius? está tudo bem...? - falou num tom de preocupação me olhando de cima.
Olhei pra ele limpando os olhos e puxando uma grande porção de ar.
-Sim. Estou. - respondi.
Eu certamente não queria companhia naquele momento, ainda mais daquele menino com o qual não simpatizava nem um pouco.
Mas a tristeza que eu sentia funcionava como analgésico pra raiva que poderia surgir.
-E que parecia que você estava chorando. - indagou ele.
-Não importa, eu já vou indo... - respondi.
-Ouu - disse ele segurando meu braço. -Sério, oque está havendo?
-Nada cara, já disse que estou bem, deixa eu ir embora. - dizia eu com certa dificuldade, uma nova série de lágrimas seria bem previsível.
-Pode me contar se quiser, não sou tão ruim quanto pensa... sei quando um amigo precisa de uma força. - Felipe olhou em meus olhos.
-É que... - coloquei rapidamente as mãos no rosto e comecei a chorar.
-Ei... calma, oque foi? está tudo bem...
Felipe me abraçou.
Seu abraço era confortável e naquela ocasião não havia oque eu mais precisava, comecei a chorar mais ainda.
Ele só ficou em silêncio enquanto me envolvia em seus braços.
Até que ele não era tão ruim assim- pensei eu suspirando e secando os olhos com a camisa.
-Obrigado. - falei quase num sussurro.
-Que isso. - respondeu ele me soltando.
-Se eu puder fazer alguma coisa por você... - promoveu ele.
-Não, está tudo certo. Obrigado mesmo.
-OK. -Ele esboçou um pequeno sorriso.
-É melhor eu ir embora está bem tarde já.
-Ah nem tanto, eu ia jogar uma bola ali no campinho não quer vir? - Felipe propôs.
-Sozinho? -indaguei.
-É, costumo vir aqui a noite pra esparecer... -respondeu.
-Entendo... agradeço o convite mas amanhã tem aula ainda não se lembra? -expliquei.
-Verdade. Fica pra próxima então.
-Então tá, tchau... disse eu caminhando para trás devagar.
-Falou então, se cuida.
E fui embora.
Cheguei em casa minha mãe me deu bronca por não ligar. Depois fui pro quarto e me joguei na cama, tudo que eu queria era uma boa noite de sono.
Dormi bem rápido. Só acordei no outro dia com o despertador, pensei seriamente em faltar aula mas tinha uma atividade importante marcada pra hoje, tive então que levantar.
Tomei meu banho e me arrumei, enquanto me preparava refleti sobre a situação atual que me encontrava.
Decidiria oque fazer.
Eu não iria chorar mais, precisava esquecer o Isaac.
Seguir em frente. - falava pra mim mesmo olhando no espelho.
Quando sai de casa passei cedo no Matheus, precisava de um amigo, do meu melhor amigo pra ser mais exato.
Matheus saiu na frente quando o chamei pela terceira vez. Ele usava o uniforme escolar e estava com um bermuda jeans, seu cabelo estava bagunçando - ele tinha acabado de sair do banho conclui.
-Oi entra - falou ele me cumprimentando com um sorriso.
-Oi. - respondi o abraçando.
-O Isaac me ligou ontem. - disse ele num tom misterioso.
-Ah é? oque ele falou? - respondi de forma irônica.
-Disse que vai ir embora hoje a tarde e queria se despedir.
Fiquei queto. Não imaginava que ele já iria partir... fiquei com raiva e triste por saber que nunca mais o veria de novo.
-Só isso? legal... vai se arrumando por que vamos se atrasar. - argumentei de forma impaciente.
-Vinícius. - exclamou ele.
-Oque?
-Para de agir assim, eu sei que você não tá legal. - adivinhou Matheus.
Esbocei uma expressão triste.
-Claro que não estou né... quando encontro alguém que eu goste essa pessoa logo vai embora... mas... Mas que caralho! - disse eu irritado com tudo.
-Hey vem cá. Vai ficar tudo bem. - Ele me abraça.
-Poxa Matheus ele praticamente namora comigo e não me diz que iria pra Florianópolis. Que saco!
-Relaxa, vai passar. O Isaac é assim mesmo, não esquenta que você é bonito e vai achar outra pessoa legal.
-Falar assim parece fácil. - falei.
-É sério, enquanto isso você me tem pra encher sua vida. -Matheus disse rindo e bagunçando meu cabelo.
Eu não contive uma gargalhada.
-Idiota.
-Idiota que você não vive sem. - Argumentou ele se sentindo.
Matheus era tão bobo mais sabia me fazer sentir melhor, ele tinha o dom de tornar um problema a coisa mais insignificante do mundo.
Deve ser por isso que ele era meu amigo.
Entramos e ele terminou de se vestir, depois fomos pra escola e eu fiquei pensando no que dizer pro Isaac.
Chegamos na sala de aula e ele estava sentado em seu lugar de forma habitual, assim que eu entrei ele me encarou.
Me sentei evitando olhar diretamente pra ele.
Felipe quando me viu sorriu amistosamente. Isso era tão estranho.
A aula vôou e no intervalo fiquei junto do Matheus conversando bobagens com nossos amigos, eu me sentia bem melhor já.
Depois voltei pra sala onde fiz aquela atividade importante, era em dupla, então me sentei com Matheus.
Era uma folha com questões de Matemática. Matheus era muito bom nesta disciplina.
-Nossa você sabe tudo mesmo em. -disse a ele surpreso com a facilidade que respondemos tudo.
-Que nada, tava fácil. - respondeu meu amigo de forma modesta.
Felipe pediu minha borracha emprestada e ao devolve-la percebo algo escrito:
Sabe a número 6? - dizia de letra cursiva.
Olhei pra ele e gesticulei com os lábios bem devagar: letra B.
Ele piscou pra mim acentindo.
-Ué são amiguinhos de novo? - questiona Matheus.
-Pra você ver. -afirmei.
100 minutos mais tarde que é a quantidades de tempo restante até o sinal da saída, eu estava colocando minhas coisas na mochila quando Isaac vem até mim e pergunta:
-Posso falar com você?
-----Fim do capítulo-----
Olá amigos! Como estão?
Então mais um capítulo pra vocês. Não parem de ler viu?
E respondendo a uma pergunta de um dos leitores: Sim meu conto é real.
Então até a próxima abraços!