My Daddy (Parte - 02)
7 anos depois...
Eu: Pai?
Ele: Oi baby... Estou aqui, tomando banho.
Eu: Pai, todos os meus amigos tem um carro. Só você não me deixa dirigir.
Ele: Dan eu já te disse que não.
Saiu do banho com a toalha na cintura e eu o abracei.
Ele: Dan não faz assim filho! Vou me vestir.
Abracei mais meu pai e passei as mãos em suas costas de leve – Vai pai? Por que não?
Ele: Porque não e ponto. Agora vai se vestir para ir a escola. Te mimei demais garoto, agora anda querendo me fazer a cabeça? – Me virei e ele deu um tapa na minha bunda... Saí rindo.
Vocês devem estranhar, mas nós temos muita intimidade desde que eu era criança.
Desço do carro dele, antes de sair lhe dei um beijo na bochecha...
Eu: Pai estou com 17, tá mais do que na hora do senhor me dá um carro! (Aqui a pré-adolescência se encerra aos quinze e com 16 você já pode tirar a carteira e possuir um carro! Como eu disse, há várias coisas que marcam a passagem da infância para a pré adolescência, adolescência e fase adulta.)
Ele: De jeito nenhum! Vai, se não chega atrasado e não entra! – Ele me abraça e dou um beijo em seu rosto.
Corri rindo e encontrei com o Jimmy.
Apresentando minha Família daqui: Minha vó teve dois filhos, meu tio Philip (apelido Phil) e meu pai. Ela sempre teve vontade de adotar então adotou minha tia Candicy, uma negra linda, (alta, olhos verdes) que é mãe do Jimmy. Jimmy é meu primo, mas o considero como meu irmão. É negro, olhos verdes, cabelos raspados (não no zero, estilo Chris Brown) aliás eu acho eles parecidíssimos e falo isso para ele sempre, ele se sente o máximo quando os comparo! Mas sério, parece mesmo. Tio Phil tem dois filhos da qual não me dou muito bem são a Clear e o Jhon (homenagem ao meu vô) sua esposa é Sophia. O Jimmy na verdade herdou o nome do seu pai e se chama Jimmy Jr.
Continuando...
Encontrei-me com ele que já havia chegado...
Jimmy: E aí? Já convenceu o tio a te dá um carro?
Eu: Não mesmo! E você já convenceu o seu pai?
Jimmy: Eu estou em um carro?
Eu: Não seja grosso! (Jimmy fazia parte do time de Basquete! Como disse todos temos que praticar algum esporte. Neste momento ele usava a jaqueta do time).
Jimmy: Olha lá a galera! – Apontou para o time. – Vamos lá comigo?
Eu: Não obrigado! Pode ir... Vou me encontrar com a Sam e a Lisa. (Minhas best friends)
Jimmy: Não te entendo. Ok então!
Não me enturmava com esse pessoal, os acho muito fúteis então não me acompanho. São todos populares e se acham. O Jimmy também é popular, mas é diferente, sempre anda comigo e não se importa, na verdade sempre fala que eu não sou popular por que não quero, vai ver que é mesmo!
Lisa: Oi my loveeee!
Sam: Senta aqui. Alguma novidade?
Eu: Não nenhuma!
Lisa: Estamos empatados.
O sinal tocou e nós todos fomos assistir aula. Quando saímos aconteceu algo desagradável. Encontrei-me com o Jimmy que estava com o resto do time e ele sabe que não gosto dessas pessoas. Na verdade ia passando por perto, mas claro que não ia me aproximar.
Jimmy: Oi Dan, chega aí!
Olhei para o Jimmy com uma cara de ódio... Aproximei-me (ele estava com uma cara sínica)
Jimmy: Pessoal, este é meu primo Dan. Dan esses são ( Me apresentou ao time completo) e por último o Capitão do time Paul e sua namorada Penny.
O Paul me olhava de um jeito esquisito como se me estudasse me media dos pés a cabeça.
Penny: Oi Dan? Sou capitã das líderes de torcida. Sempre te via de longe, Você trabalha no jornal não é? (Atividades extras curriculares).
Eu: Sim. E eu sei, todo mundo aqui conhece Vocês.
Penny: Sempre te achei tão lindo... Você parece um anjo.
Na verdade ela parecia falar com sinceridade...
Eu: Onrigado! Você também é muito bonita.
Penny sorriu: Agora eu tenho que ir, tenho que marcar treino com as meninas. (beijou o namorado e foi embora).
Jimmy: Gente, vamos para o cinema hoje?
Alguns falaram que não podiam, pois tinham encontros e outros por que já havia marcado de sair com outras pessoas.
Paul: Eu topo. Não tenho nada para fazer hoje. (Ele falava sem tirar seus olhos castanhos de mim. O Paul é musculoso, cabelos negros e lisos).
Jimmy: E Você Dan? Eu sei que não vai sair para lugar algum. Vive preso em casa! Vamos?
Olhei com uma cara de ódio para Jimmy. Nem poderia negar!
Eu: Claro!
Jimmy: Ótimo!
Todos saíram e só ficaram o Jimmy, o Paul e eu.
Jimmy: Dan Você está pálido!
Eu: Sério?
Jimmy: Sim.
Paul: Se essa é a sua aparência de doente, quero ver Você saudável.
Não entendi o que ele quis dizer!
Jimmy: Sério cara! Você está se sentindo bem?
Eu: Sim. Só um pouco indisposto, fraco.
Jimmy: Pode ser gripe. Toma logo um remédio para prevenir.
Paul: E se não for uma gripe? Nunca tome remédio sem a orientação de um médico.
Eu: Exatamente. Jimmy Você é louco mesmo! Tá aí Paul, Você subiu no meu conceito.
Ele sorriu e nossa, o sorriso dele era lindo.
O sinal tocou de novo e fomos todos assistir aula, logo após a aula acabou e fomos embora. Cheguei em casa e como já estava acontecendo a algum tempo meu pai não se encontrava, não entendo... O que será que ele anda fazendo? Estava me sentindo fraco então fui deitar, não senti fome nem nada, apenas queria dormir. Quando acordei já iria dá 6 da tarde, então lembrei do cinema, claro meu pai ainda não estava em casa, ele nunca se desligou de mim assim, e já fazia mais ou menos uns 2 meses que ele estava agindo dessa forma, não ficava mais em casa, não falava para onde ia, o que fazia, como havia sido o meu dia, se eu estava bem, o que eu havia feito, etc. Não entendo por que ele está desse jeito comigo, ele sempre cuidou tanto de mim, eu não estava entendendo como ele poderia agir assim, ele nunca se importou tanto com trabalho a ponto de me abandonar. Arrumei-me e fui. Mandei uma mensagem para meu pai contando para onde iria. Chegando lá...
Jimmy: E aí? Vamos o Paul já entrou, o segui e a gente entrou.
Paul estava lá dentro e logo o Jimmy foi para a fileira da frente onde se encontrava uma garota, sentou ao seu lado, pôs o braço no seu ombro e a beijou e eu logo entendi que ele estava tendo um encontro e me deixou sozinho ali com o Paul. Me subiu uma raiva, ele me chamou, se era para me deixar sozinho com um garoto que eu nem conheço direito que me deixasse em casa mesmo! O filme foi se passando e chegou ao fim, logo ele disse...
Paul: Vamos em uma lanchonete? Estou com fome.
Eu: Vc acabou de comer bastante pipoca e refri!
Paul: E daí? Isso para mim é só um aperitivo!
Eu: Tá... Ok... Vamos! – Falei impaciente!
E o Jimmy? Vocês devem estar se perguntando! - Provavelmente em algum lugar comendo a garota.
Saindo da lanchonete onde ele comeu bastante...
Eu: Bom... A noite foi ótima – Na verdade realmente havia sido, a gente conversou bastante e até que ele é legal.
Paul: Vamos dá uma volta por aí?
Olhei no meu tel e ví uma mensagem do meu pai falando que não iria dormir em casa, aquilo me deu raiva e aceitei. Andamos por algumas ruas, a pé mesmo e sem destino, foi realmente gostoso, as ruas vazias a noite, poucas pessoas passando e a gente falando e fazendo bobagens.
Paul: Vc ficou sério de repente o que aconteceu?
Eu: Meu pai anda estranho ultimamente, dá mais atenção ao trabalho que a mim.
Paul: Ih cara quando começa assim, é porque vai longe... Ele provavelmente cansou de Você e quer viver a vida dele, sendo viúvo principalmente, se ele fosse casado ainda com sua mãe diria que era problemas na relação... Mas não é!
Aquilo me deixou triste... Será mesmo que meu pai havia cansado de mim? Baixei minha cabeça e fiquei visivelmente cabisbaixo.
Paul: Não quis deixar vc triste, falo pela minha experiência, mas não conheço seu pai. – pegou no meu queixo, subiu meu rosto, me encostou em uma parede pixada de uma rua que naquele momento não passava ninguém, olhei em seus olhos e ele me beijou. Foi o meu primeiro beijo.
Gente desculpa falar essas coisas, mas é a minha estória, muitos de vocês vão me criticar, mas a verdade é que eu nunca havia me envolvido com ninguém por que guardo um segredo comigo, e agora vou dividir com vocês, segredo este que divido com minhas amigas Sam e Lisa e ambas me apoiam. Não me julgam. Espero que vocês também não me julguem. Lá vai: Na minha pré-adolescência passei a olhar meu pai com outros olhos, o amor que eu tinha por ele aumentou, mas não continuou sendo fraterno, passei a ama-lo como homem, simplesmente não sei explicar, apenas aconteceu, juro, não é safadeza, é amor, o amo como pai, homem, tudo, ele é meu tudo, minha fortaleza, só tenho ele na vida, ele sempre esteve lá para mim e é minha fortaleza. A gente sempre teve bastante intimidade, quando criança, após o que a Ashley fez comigo passei a dormir com ele, não gostava de dormir sozinho, me acalmava quando colocava minha cabeça em seu peito e dormia ouvindo a batida do seu coração, e ele fazendo cafuné em minha cabeça, fui crescendo e nada mudou, continuamos igual, mas eu passei a vê-lo diferente, ficava sem ar quando chegava a hora de dormir e não aguentava, até que simplesmente um dia ele me disse que estava grande demais para isso. Desde então não durmo muito bem, mas fazer o que? Nunca olhei outra pessoa com estes olhos, nem gatotos, nem garotas apenas existia e sempre existiu meu pai, apenas ele para mim.
Depois que nos beijamos o olhei nos seus olhos e disse...
Eu: Vc tem sua namorada! Pode me explicar o que aconteceu aqui?
Paul: Olha, isso nunca aconteceu comigo, nunca olhei para caras antes, mas vc é extremamente diferente, quando te vi não parei mais de pensar em Você, Você tem uma beleza tão delicada, essa pele branca e lisa, este cabelo ondulado e loiro, estes olhos azuis lindos...
Eu: Olha Paul... euuuu... Eu tenho que ir tá? – Baixei a cabeça com vergonha e sem jeito... Não me imaginava nesta situação com ninguém!
Paul: Eu te levo!
Não disse nada.
Ele me levou em casa e acordei no outro dia e para variar a casa continuava vazia, parecia mais que eu morava sozinho. Os dias se passavam e as coisas só pioravam, havia se passado um mês, eu não sei explicar, me sentia estranho... Fraco, mas achei que era por que não estava comendo, normal, estava preocupado com meu pai, mas passei a cansar fácil, transpirava um suor frio, estava tendo vertigens, minha cabeça latejava e eu não entendia, achei que eram problemas psicológicos, então era manhã e acordei sozinho, fui no quarto dele só pra ter certeza que estava só, e estava mesmo. Então abri seu armário e levei um susto, metade das suas roupas já não estavam mais lá, minha visão escureceu e segurei na porta do armário, me concentrei e voltei a si. Estava ficando com medo, pensava: “sempre tive ele nestas horas em que sentia alguma coisa, não sabia me virar sozinho ainda, sempre o tive do meu lado, tenho medo de ser só, não tenho minha mãe, e estou perdendo meu pai, mas nem sei por quê!” Nem lembrava mais o último dia em que havia conversado com ele... Tomei banho, me vesti e fui para a escola.
Lisa: Dan vc está doente amigo, está visivelmente pálido, não está bem.
Eu: Não é nada, só não estou me alimentando direito, estou sem apetite.
Sam: É o seu pai?
Eu: Sim. Não entendo porque ele está me deixando? Hoje vi seu armário e só tinha algumas peças de roupa.
Lisa: Você comeu hoje?
Eu: Não. Não quero.
Lisa: Quer sim. Vamos no refeitório e Você vai comer! Vem.
Fomos ao refeitório, mas só foi chegar e sentir o cheiro dos alimentos me deu uma ânsia, mas não tinha o que vomitar, pois não havia comido nada desde o outro dia, na verdade a cada dia que passa como menos. Minha cabeça doía então me segurei na mesa, minha visão escureceu, fiquei tonto...
Lisa: Dan Você está bem?
Tudo apagou!
Quando acordei logo percebi que estava na enfermaria do colégio. A enfermeira me perguntou se estava bem e disse que havia desmaiado por causa da minha pressão, houve uma queda súbita, me deu bronca por não comer direito e as meninas me fizeram comer...
Na verdade, daquele dia em diante tudo só piorou, não conseguia praticar meus exercícios direito, sentia dor em todo meu corpo, estava assustado, sozinho, meu pai não parava em casa. Passaram-se mais alguns meses e era um domingo, havia acabado de acordar, escovei meus dentes e fui ver a hora, era 1:00 da tarde. Mas isso estava sendo normal para mim, pois estava sonolento demais e tudo que inventava de comer botava para fora, porém quase nem tinha apetite então não vomitava muito. Deitei novamente, pois não conseguia muito ficar acordado, logo o telefone toca e eu atendo.
Dan: Oi?
Minha avó: Dan? Amor venha para cá... Já faz meses que seu pai vem e não te trás love, tenho saudades! – A musica estava alta e estava acontecendo a reunião de família que sempre há nos finais de semana e era óbvio que meu pai estava lá!
Eu: Como assim vó?
-- Vem meu amor, seu pai está aqui com a Emily, só está faltando vc, toda vida que pergunto ele me diz que vc saiu com amigos, está na hora de vir ver a família também hein?
Eu: Tá vó, estou indo!
Já chega aquilo tudo estava muito estranho e eu iria saber de tudo agora, estava muito mal, mas não queria nem saber... Quem era Emily? Como assim eu saindo sempre com amigos e por isso não participar das reuniões de família?
Peguei um táxi... O motorista ainda me perguntou se estava bem... Fui direto para a casa dela! Chegando lá ouvi pessoas gargalhando, conversando e logo entrei porta adentro e me deparei com minha família feliz e em uma ponta da mesa estava meu pai com uma mulher muito bonita do lado, ela era ruiva natural, olhos verdes, magra, nem alta nem baixa e com leves sardas. Minha avó disse:
-- E viva os noivos! Espero que vcs sejam muito felizes! – Meu pai deu um beijo na ruiva.
Olhei para as mãos de ambos e usavam alianças. Não acreditei no que estava acontecendo! Não. É mentira! Ele estava noivo e não me disse nada, é isso? Em um certo momento o Jimmy estava do lado da mesa em que ficava de frente para mim e me viu. Foi obvio seu espanto, tenho certeza que todos ali sabiam que ele estava me escondendo menos minha avó que me ligou e também a conhecia e sabia que não aceitaria.
Jimmy: Dan?
Nesta hora meu pai virou e me viu, seu sorriso se desmanchou, Minha cara de decepção era visível, não falei absolutamente nada apenas me virei e ia saindo... Eu já estava chorando, não entendia por quê ele me excluiu da sua vida daquela forma. Estava muito mal para argumentar, falar algo, discutir, minha cabeça estava doendo demais, estava com um zumbido no ouvido insuportável, meu corpo todo doía, estava me sentindo fraco, soando frio e era como se todo o sangue do meu corpo estivesse fugindo de mim.
Jimmy: Dan espera. – Correu até mim, senti sua mão pegando meu braço. Nessa hora já não aguentei mais e me entreguei, simplesmente caí nos braços do Jimmy. – Dan, o que está acontecendo? – Seus olhos desesperados...De repente vi todo mundo ao meu redor falando ao mesmo tempo e ouvi minha avó:
-- Liguem para a emergência.
Minha cabeça estava confusa, minha visão escura, então vi meu pai me pegando nos braços.
Meus olhos escureciam mais e mais...
Ele: Daaannn...
Então desmaiei em seus braços.
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