O acaso que me dominou III

Meninas, adorei saber que gostaram da minha vida, seus comentários acima de qualquer coisa me incentivam a continuar. E em resposta a sua pergunta Laila ♡ Carol <3 FOREVER, não é que eu já gostasse da garota, mas sim que estava começando a sentir alguma coisa, ela tava mexendo com a minha cabeça, entende? Bem, agora vamos retomar o foco.

Continuação:

Karina: Os outros podem não ter percebido, mas eu sim. É claro que tem algo, eu sinto, posso ver no seu olhar que ta balançada por ela e... – a interrompi queria mudar o foco da conversa.

Eu: Não tem nada no meu olhar Karina, desencana. Mas a propósito, por que isso te deixou assim afinal? – perguntei a olhando de forma interrogativa e já temendo a resposta.

Karina: Eu... eu, não sei. Às vezes sinto coisas que não consigo controlar, principalmente quando se trata de você. – ela olhava para baixo como se tivesse vergonha do que estava me falando.

Eu: Como assim Ká? Que história é essa? – perguntava um pouco surpresa, mas nem tanto.

Eu percebia, ela havia mudado comigo, me olhava de uma forma como se quisesse algo, como se me quisesse. E aquilo me assustava. A Karina é linda, branquinha, com olhos azuis que, às vezes se confundem com verdes, uma boquinha pequenininha vermelhinha, cabelos longos e loiros. Devia ter 1,60 de altura por ai, um corpaço, aquele estilo mulherão, mas com rostinho de inocente. Mas apesar de sentir atração por ela, já que além de ser muito bonita, ela também tinha tudo que eu buscava em uma garota, era fofa, brincalhona, inteligente, meiga, carinhosa, atenciosa e por ai vai, não podia corresponder ao que ela sentia, não queria perder sua amizade, nós éramos amigas já há muito tempo e não queria que isso mudasse.

Karina: Bia, eu não sei explicar, mas já faz um tempinho que eu venho sentindo alguma coisa por você. Sei que é loucura, que nós somos amigas e que eu nunca fiquei com nenhuma garota, mas você mexe comigo, eu adoro tudo em você, esse seu jeitinho carinhoso, a forma como sorrir, como fica envergonhada. É algo que eu não consigo controlar, é mais forte que eu. – pasmei, não sabia o que dizer, estava atordoada com tanta informação. Estava parada em silêncio, quando ela voltou a falar. – Sei que é muita informação para você, sei que não me vê com esses olhos, pois para você somos somente amigas, mas eu não posso mais. Depois que vi a forma como olhou para aquela garota, percebi que estava na hora de você saber, de tentar, antes que se envolva com ela e eu não tenha mais nenhuma chance com você. – os olhos dela se encheram de lágrimas.

Eu: Que absurdo Karina, não houve nada entre a garota e eu, e nem vai acontecer, ela tem namorado e eu não vou atrás de ninguém, sabe disso. – parei um pouco pra pensar e depois continuei. – E com relação a tudo isso que você me falou agora, eu não sei o que dizer, eu suspeitava, mas achava que era apenas coisa da minha cabeça, você é minha amiga Ká. Eu preciso de um tempo, preciso assimilar tudo. – sai dali sem dizer nada, passei pelos meninos que olhavam com curiosidade, mas não dei tempo deles perguntarem nada, passei com pressa e fui direto para o banheiro.

Como já passava da hora do intervalo estavam todos em suas salas, sabia que lá estaria vazio e eu precisava ficar só para pensar. Me encostei na pia e fiquei olhando meu rosto no espelho. Pensava comigo, o que diabos está acontecendo. Eu estava confusa, atordoada, até meio perdida. Em um dia o acaso leva aquela garota, que não saia mais da minha cabeça, até a minha porta, no outro descubro que ela estuda na mesma escola que eu, e em seguida ainda por cima, minha amiga de anos, resolve se abrir pra mim e dizer que não pode mais, que sente algo por mim e que não vai deixar de tentar algo. Tava tudo de cabeça pra baixo, eu tava era perdida e enrolada demais. Liguei a torneira e comecei a jogar água no rosto pra ver se amenizava mais os meus pensamentos, mas era em vão. Fechei a torneira e quando olhei novamente para o espelho me deparo com Karina me olhando de uma forma diferente, decidida. Vi ela vindo em minha direção e me virei para olhá-la. Quando ela chegou perto de mim não falou nada, apenas se aproximou mais e me tomou. Fui pega de surpresa com aquela atitude dela, sentia sua boca na minha, tão macia, tão gostosa. No inicio não correspondi ao beijo, mas acabei não resistindo e esqueci que ela era minha amiga e simplesmente correspondi. Era um beijo doce, com vontade, como se ela estivesse esperando aquilo à séculos. Sentia sua língua invadir minha boca timidamente, seu corpo cada vez mais colado ao meu e suas mãos passeavam pelo meu corpo. Eu confesso, já estava perdendo a linha, não sou de ferro e aquela menina quietinha que eu conhecia à anos estava ali me beijando, me agarrando, aquilo era uma tentação, não consegui controlar, minhas mãos começaram a passear pelo seu corpo também, hora estavam em suas costas, hora na sua nuca e de repente já me pegava agarrando sua bunda e a puxando cada vez mais pra mim. Me dei conta do que estávamos fazendo e de onde estávamos e parei subitamente para descontentamento dela. Ela me olhava com uma cara de desejo e com um sorriso no rosto, nunca havia visto ela daquele jeito, mesmo quando a via ficando com os carinhas ela não ficava naquele estado. Olhava pra ela tentando raciocinar, quando percebi que tinha alguém na porta do banheiro, olhei em direção à porta e quase tive um treco, era ela, a garota que não saia dos meus pensamentos, ela percebeu que havia sido pega e deu a entender que já estava ali à algum tempo, pois me olhava de uma forma estranha e notei que mordia o lábio inferior de leve. Vê ela mordendo daquele jeito tão sexy fez minha cabeça imaginar coisas que não cabiam naquele momento. Ao notar que eu olhava fixamente para a porta Karina virou para ver o que era e deu de cara com ela, às duas se entreolharam, Karina fechou a cara e já ia dizer alguma coisa quando a garota saiu de repente. E eu estava ali parada sem reação, ela era irresistível para mim, não conseguia entender que poder era esse que exercia sobre mim. Consegui finalmente me mexer e me encostei na pia tentando colocar a cabeça no lugar novamente, Karina que havia ficado olhando para a porta sem entender nada, agora olhava para mim. Sabia que ela estava chateada não só por termos sido pegas, mas principalmente por ter sido a garota que tinha nos pego no maior amasso e por ter visto a minha reação quando eu a vi. Coloquei os pensamentos no lugar e comecei a falar.

Eu: Ká me desculpa, isso não devia ter acontecido, nós somos amigas. Você é linda e pode encontrar alguém melhor para você. Isso não pode se repetir novamente, não sei o que deu em mim. – falava tentando convencer não somente a ela, mas a mim também. Afinal eu havia correspondido ao beijo e tinha gostado daquilo, mas sabia que não era certo.