Me descobrindo, me aceitando. - Parte I - Me aceitando
Eae pessoal! Eu sou o Enzo, acabei de completar 18 anos, sou moreno claro, cabelos pretos, 1,70 de altura e corpo definido. Esse é meu primeiro conto aqui, queria muito que me ajudassem dando dicas e dizendo se gostaram, assim eu posso melhorar meus contos cada vez mais pra vocês :)!
Acho que essa história começa quando entrei na minha nova escola, pois lá que conheci Igor (Que logo vocês irão conhecer). Meu primeiro dia nessa nova escola foi normal, todo mundo se conhecendo e fazendo amigos, conhecendo a escola e tentando aliviar um pouco do medo e ansiedade de estar em uma nova escola. Me entrosei com dois meninos, que eram filhos de um amigo do meu pai, Bruno e Gabriel, e com um amigo deles que também havia entrado naquela escola, Felipe. Eu conversava muito com os três, mas com o passar do tempo, acabei me entendendo melhor com Felipe, tínhamos mais coisas em comum, e acabamos nos tornando melhores amigos. Tínhamos duas aulas vagas toda terça-feira, e eu e Felipe, que com o tempo passamos a andar separados de Bruno e Gabriel, costumávamos rondar a escola, comendo um pacote de M&M. Em uma dessas rondas, vi algo que me daria muita dor de cabeça e felicidade futuramente. Sentado na escadaria da escola, estava o homem mais lindo que eu já havia visto, moreno-claro como eu, tinha um corpo lindamente definido, sarado, pernas grossas e torneadas que se destacavam em uma bermuda de tecido fino, braços fortes e musculosos que eram lindos de se ver, também reparei em seu rosto (Talvez o maior erro de minha vida... ou o maior acerto) Tinha cabelos castanhos assim como os seus olhos, olhos um pouco fechados que davam a impressão de que ele estava sempre sorrindo, uma boca carnuda... Sua boca, fiquei longos minutos olhando para ela, não sabia o porque, quando olhei novamente em seus olhos, vi que ele estava olhando para mim, ele acenou para mim, e meu deu um sorriso... Aquele sorriso.... nesse momento, eu não sei o que aconteceu, minhas pernas começaram a tremer, ficaram fracas, meu coração bateu muito forte, e muito rápido, comecei a ficar exitado e mil pensamentos passaram pela minha cabeça. Fiquei um tempo nesse estado de choque, até conseguir recobrar a consciência e acenar de volta com um sorriso meio torto, meio tremido. Devo ter parecido um retardado lá, estarrecido, fixo com o olhar naquele sorriso. Após isso, não consegui mais parar de pensar nele, na escola, em casa, em todo lugar que eu ia, ele estava lá comigo, em meus pensamentos. Eu não sabia o que estava acontecendo, isso nunca tinha acontecido comigo, eu era um homem e ele também! Os pensamentos que estavam passando em minha mente, não poderiam existir. Me senti mal em pensar no seu corpo e em seu sorriso, em suas pernas e em seus olhos. Minha mente era uma completa confusão, o que estava acontecendo comigo?! Eu não sou assim, pensava todo dia. Eu chorava todo dia, hora por ter tais pensamentos, hora por não ter Igor ali para me abraçar. Eu me neguei, e me neguei, eu não era aquilo! Não poderia ser! Eu tentava me distrair com outras coisas, mas nunca conseguia, tv, livros, caminhadas... Nada disso ajudava, e a cada dia que se passava me sentia mais triste com minha condição. Até hoje culpo minha antiga religião, e talvez a sociedade, por esse processo doloroso pelo qual eu passei, pois todo aquele choro, toda aquela dor e negação, eram medo. Medo de ir para o inferno por ter pensamentos gays, medo de apanhar na rua caso alguém por um acaso soubesse ler pensamentos e descobrisse tudo o que eu queria tanto esconder. Minha característica que considero a melhor e mais forte, é minha capacidade de auto-análise, auto-ajuda se quiserem, ninguém me ajuda mais nesse mundo do que eu mesmo. Por muito tempo eu pensei, e por muito tempo eu chorei, mas a cada dia que se passava, eu percebia, que eu não me sentia mal por esse novo sentimento, e sim por ter medo, por achar que estava errado. Demorou muito, mas minha maneira de pensar mudou totalmente, me afastei da religião, pois acho que seria hipocrisia continuar em uma igreja a qual eu não concordo com os ideais. E descobri que não havia nada de mal pensar daquela nova forma, aquele era eu, eu me amava, eu me amo. Eu sou simplesmente um ser humano, com necessidades e desejos. E a partir daquele momento, decidi viver bem com a minha consciência, e não com a consciência de um padre, ou de algum homofóbico... Se eu estivesse bem com minha consciência, estaria tudo bem. Acho que era importante relatar todo esse meu processo de aceitação, por faz parte não só desta história em particular, mas da minha história de vida, e fará parte de todas as histórias que virei a publicar aqui. Bom, a partir do próximo conto começarei a me concentrar em Igor e em minha história com ele. Fiquem tranquilos, não vai ter mais essa coisa chata de processo de aceitação rsrs, só achei importante que vocês soubessem disso. No próximo conto a história de verdade começa. Obrigado, e por favor, me deem dicas e comentem, assim eu posso melhorar o que tiver para melhorar. Obrigado!