O fim pode ser o começo 4

- Oi tudo bem?

- Olá. Tudo bem Tyler!

- Comigo também- digitou ela sem ao menos eu perguntar.

- Desculpa, mas estou ocupado com umas coisas! Ta bom?

- Tá desculpa incomodar.

- Não faz mal.

- Ok.

Barulho do chat novamente. Pensei: Estou disposto a mandar você dormi Tyler.

Olhei lá não era ela. Era o André.

- Olá perdido no mundo!

- Cara, quanto tempo eu..... senti muito a sua falta!- disse eu.

- kkkkkkkkkk, também senti sua falta. Obs: ainda sinto! Você não sente mais? Ou está muito ocupado com o Rafael?

Ele viu meu perfil!

- Claro que sinto sua falta. Principalmente da quantia de idiotice que fazíamos. Como você sabe do Rafael?

- Vi teu perfil, dã!

- Mas e aí como vai a vida.

Pelo que vi nas fotos de André ele estava namorando uma tal de Natália.

- É mais ou menos.

- Por?

- Briguei com meu pai. Ele continua o mesmo mandão de sempre!

- Mas tá inventando o que por aí? Tá trabalhando?

- Não. Só estudando, tô em engenharia de produção. E você o que faz?

- Facul de geologia. Pensei que ia gostar mas não gostei! Agora aguente! kkkk

- Por que não tranca e faz outra?

- Não sei o que vou fazer ainda.

- Tá, Tá. Tenho uma notícia para você!

- O que?

- Vou pra Curitiba neste FDS com meu pai e se você morar no mesmo lugar passo aí com a Natalia minha namorada!

- Claro moro no mesmo lugar. Mas só que a casa antiga foi destruída e foi construida a nova. Já faz um tempo!

- Humm

- Vão, ficar hospedados aonde?

- Naquele hotel, perto da tua casa.

- Ah...sei.

- Preciso ir minha mãe está gritando comigo, foi ótimo conversar um pouco com você!

- Mamãe ainda da bronca na criança? kkkkk

- A durmi Victor. Continua o mesmo rindo da cara dos amigo é ?

- Sempre kkkkk

- Esse não muda! Tchau.

- Tchau

Ele saiu do face e logo também sai, não tinha nada pra fazer mesmo.

- Filho!!!- escutei meu pai gritar.

- Quê?

- Venha aqui.

Desci as escadas e meu pai já veio logo me abraçando.

- O que foi?

- Uma notícia muito boa filho!

- Qual?

Ele estava muito inquieto, queria saber o que era.

- Fui promovido e vamos nos mudar pro Rio de Janeiro amanhã mesmo até as 13:00!

- Ah? Mas...mas...

- Eu sei filho é bom demais!

- E a facul? E a minha vida?

- A filho hoje ainda vamos lá e te tiramos daquela faculdade. E sei que você não gostou de geologia, daí você poderá escolher outra pra fazer. Até sua mãe já tem lugar pra trabalhar, o maior hospital de fraturas do Rio, gostaram do trabalho dela e a contrataram!

- Rafael- falei baixo.

- Vai ter que terminar com ele.

- E meu amigos?

- Ah.....isso não falta, arranja outros.

- Fernanda, agora é 20:27 será que a faculdade dele é aberta?- falou meu pai, pra minha mãe.

- É tem aula a noite lá.

- Vou lá. Já volto.

Antes de meu pai sair falei calmamente:

- A quanto tempo vocês planejaram isso?

- A meses, já tinha essa promoção em vista! Então a um mês atrás recebi a confirmação, não tinha botado muita fé. Mas sua mãe como é otimista, me convenceu que nós íamos e já tinha mandado o currículo dela pro hospital!

Escutar aquilo me causou uma revolta ' Por que eles não me contaram?'

Peguei meu celular e sai. Estava um frio do car..... em Curitiba. Mas nem dei muita atenção a isso. Sai com uma regata cinza e um shorts. Ainda pude escutar enquanto saia, meu pai disse:

- Ele logo volta.

Nunca fui assim de sair de casa sem dizer onde ia, mas agora isso ia mudar!

Fui na academia era o único jeito de me acalmar. Sai era umas 22:15 de lá. Olhei no meu celular tinha uma mensagem do Rafa. Pra um encontro num parque. A essas alturas nem estava raciocinando direito e não consegui desvendar o motivo. Quando nem tinha sentado ele disse:

- Quando você ia me contar?

- O quê? -Agora já entendendo o motivo do encontro.

- Que vai pro Rio?- disse ele com uma lágrima escorrendo.

- Quem te falou?

- Não importa!

Rafa, visivelmente estava magoado. Quando fui abrir a boca pra falar não saiu nada. Só comecei a chorar. Por que estava chorando? Um cara forte como eu chorar!

- Não precisa chorar Vic, vai encontrar pessoa melhor que eu!

- Duas coisas, pra te dizer: 1: Não me chame de Vic e 2: Não quero conhecer mais ninguém eu só quero você!- disse o abraçando o mais forte possível.

- Victor você vai me matar sufocado com esse abraço!

- Ah... desculpe.

- Há pessoas melhores que eu! Tenho certeza.

- Não quero ninguém mais.

- Se eu pudesse te acompanhar eu iria com você, mas não posso! Vá Victor e seja feliz!

- Mas... e você?- falei enxugando as lágrimas.

- Ficarei bem, e tenho certeza que vou encontrar um garoto, legal e gostoso como você- disse ele sorrindo

- Eu não quero ir!

- Você vai Sr. Victor.- Fiquei surpreso pois ele parecia tão mais confortado quanto a mim.

- Uhmpt

- Quero que você leve uma coisa que te lembre de mim! Toma.

Ele me deu uma blusa sua, a que eu mais gostava. Isso me fez lembrar da sua outra blusa e sua apostila que estavam em minha casa.

- Tenho uma apostila sua em minha casa.

- É mesmo, eu...

Quando Rafa iria falar alguma coisa, o peguei e o abracei, com sua blusa em meu ombro.

- Vamos buscar as suas coisas?

- Vamos.

Fomos até minha casa, que era meio longe dali. Eram 23:05 quando chegamos. Subi até meu quarto peguei suas coisas e deixei a blusa que havia me dado. E logo desci.

Entreguei as coisas em suas mão e ele disse:

- É melhor eu ir minha mãe deve estar preocupada comigo- ele se virou para abrir a porta então eu disse:

- Espera- ele se virou e o abracei novamente dei um selinho e disse- Quero que fique com isso, foi uma coisa que escrevi quando eu te conheci no primeiro dia que nos vimos. Só pode abrir quando estar em casa. Obrigado por tudo que me proporcionou. Pelo que me ensinou, por nossos momentos felizes, por nossas superações, pelas lágrimas derramadas, pelas nossas safadezas, pelos nossos abraços e principalmente obrigado por existir- disse tudo isso em seu ouvido.

Mais lágrimas desceram de seus olhos, então ele disse:

- Tchau. Até qualquer dia e que fique claro, não iremos mais namorar mas quero manter contato com você. Tu é uma ótima pessoa.

Somente pisquei para ele. Foi assim que ele saiu e o perdi de vista.

Não havia percebido que minha mãe nos olhava. Ela chegou perto de mim e disse:

- Vá dormir Victor.

Ela estava com olhos vermelhos. Provavelmente também se emocionou.