Pessoal, só falta criarem um fã-club do Edu nos comentários =D Meus lindos, agradeço por acompanharam meu conto. Continuem votando, opinando, torcendo. Uma história só existe se houver pessoas para lê-la...
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“Pra ser sincero não espero que você minta” – Engenheiros do Hawaii
É meus caros, foi isso mesmo! Minha primeira reação foi “Eu vou matar ele”. Mas depois pensei melhor. Ele era filho da diretora e se nós brigássemos, eu estaria encrencado na escola. Havia jeitos melhores de fazê-lo sofrer. Roubar Biel é uma delas.
Levantei do chão e com muita dificuldade cheguei em casa. Tentei disfarçar ao máximo a dor que eu sentia. Caso minha mãe perguntasse responderia que era a mochila pesada. Por sorte ela não perguntou, por que eu não gosto de mentir para ela.
Liguei para Biel. Eu teria que contar para ele o que Matheus havia feito. Se ele acreditaria são outros quinhentos.
- Biel, tudo bem cara?
- To bem sim, viado!
- Mano, preciso muito falar com você... Você pode vim aqui hoje? – Perguntei sério.
- Aconteceu algo? – Ele perguntou preocupado.
- Sim. Mas deve ser falado pessoalmente.
- Araujo...
- Não Biel, não é nada disso que você está pensando.
- Tudo bem! Se der, eu vou!
Aguardei ansiosamente a chegada de Biel. Eu nem sabia se ele ia, mas todas as vezes que tocava o telefone ou a campainha da casa eu ia correndo atender, até que uma hora ele chegou.
Fomos até meu quarto e fechei a porta, ele me olhou apreensivo.
- Não se preocupe, eu não vou fazer nada que você não queira.- Dei um sorrisinho.
- Como você sabe o que eu quero? – Ele perguntou num sorriso safado. Era esse tipo de atitude que me deixava louco.
- Biel, hoje voltando da escola, fui cercado por três garotos. Um deles me deu um murro na barriga e outro um chute no mesmo local. – Contei pra ele a parte “menos pior”.
- Você ta bem cara? – Ele perguntou preocupado.
- Sim, sim. O problema é que um deles me entregou isso. – Mostrei o bilhetinho pra ele. Ele leu e me olhou sério.
- Araujo, você pode mais do que isso...
- O que? – Perguntei confuso.
- Você pode armar um plano melhor pra eu terminar com o Matheus. Você é mais inteligente que isso. – Merda. Ele achou que eu havia inventado tudo pra ele terminar com o Matheus.
- Não cara! Por que eu mentiria descaradamente assim? – Tentei argumentar.
- Essa nem é a letra dele. Agora, nem toque nesse assunto de novo... – Achei melhor parar de falar do Matheus antes que o Biel ficasse mais bravo comigo.
- Ok. Quer perder uma partida de futebol no vídeo-game? – Perguntei sério.
- Pra você? Vai sonhando...
Depois disso ficamos a tarde inteira jogando vídeo-game. Rimos demais, era nessas horas que eu tinha certeza que éramos feitos um pro outro. A tarde passou e Biel foi embora para sua casa, enquanto eu ficava pensando nele.
Durante esse resto de semana, me aproximei mais de Biel. Durante os intervalos sempre que eu o via, mesmo perto do Matheus chegava e dava um abraço amigo, fazia um carinho de brincadeira e etc. O Matheus ficava pra morrer vendo que Biel retribuía.
Por precaução comecei a andar com um canivete no bolso e evitava ruas com grupinhos de amigo. Mas um dia foi inevitável.
Era sexta-feira. Estava eu voltando pra casa com meus fones de ouvido quando eu sinto uma pancada na minha perna. Cai pra frente, já tentando pegar o canivete no bolso. Como eu estava de blusa de moletom, deixei ele escondido na manga.
Antes que eu pudesse contar ou ver quem era, recebi um chute na boca do estomago, me fazendo ficar deitado. Só então vi as mesmas três pessoas em volta de mim. Mas tinha uma a mais. Matheus.
- O que foi que eu te disse, Araujo? – Ele perguntou. Fiquei meio ajoelhado no chão.
- Pra eu ficar longe de Biel. – Respondi, morrendo de raiva.
- E o que você fez?
- O melhor pra ele, coisa que você nunca fez. – Na hora que eu acabei de falar, vi o tanto que eu tava fudido. Ele com uma barra de ferro me acertou do lado da barriga. Fiquei na mesma posição, mas senti todo o meu ar deixando o corpo.
- E o que você vai fazer depois de hoje?
- Continuar fazendo o melhor pra ele, coisa que você nunca fez. – Outra porretada. Cai deitado de lado. Nunca havia sentido tanta dor na vida, mas decidi que não recuaria.
- Resposta errada. Você vai mudar de escola e nunca mais falar com ele.
- Jamais! Nunca vou deixar ele com você! – Dei uma cuspida nele. Ele tentou me acertar de novo, mas desviei.
- Peguem ele! – Na hora que ele disse, os três começaram a me acertar com murros e chutes. Juntei toda a energia que eu tinha, mesmo lutando contra a dor, tirei o canivete da manga e me joguei contra Matheus.
Acertei-o na perna, cravando o máximo que eu consegui. Ele deu um grito de dor e já virou uma “barrada” na minha cabeça. Senti o mundo rodar. E não parou por ai, varias agressões seguiram. Toda minha força e energia deixaram meu corpo. Tudo o que podia fazer era esperar o pior.
Já não conseguia raciocinar direito. Via apenas alguns clarões. As agressões param.
Depois disso, não lembro de nada que aconteceu.