Setenta e Sete Coisas Imorais - Parte 11

Um conto erótico de Cheetara
Categoria: Heterossexual
Contém 1308 palavras
Data: 08/03/2013 00:16:47
Assuntos: Heterossexual

XI

Abro os olhos. É dia já, uma luz amarelada salta das cortinas de uma janela, uma brisa entrando junto. Paredes brancas, um armário na parede, estou numa cama grande e desarrumada. Dor de cabeça. Dor no corpo todo. Estou nu. Não me sinto mais tão doente.

Acordar numa cama desconhecida não é algo inédito em minha vida, e há muito tempo acostumei-me a não ficar aterrorizado cada vez que a amnésia do copo de bar ataca meu ser. Confio minimamente no meu bom senso de bêbado, e mesmo nas vezes que tudo deu certo, pelo menos tive a certeza de que houve uma trepada, de forma que o pior valeu um mínimo de pena. Nunca peguei nenhum tipo de doença, nem coisa parecida, o que pode ser colocado mais como sorte, mas sinceramente não é como se estivesse realmente tão preocupado com minha saúde. Estar vivo é estar gozando junto de uma garota, e todo o resto não é nem um pouco saudável.

Minhas lembranças da noite são invisíveis, embora algo tenha claramente acontecido aqui. Não sei exatamente com quem, mas meu corpo dói a bela dor do sexo, percebo em minhas costas algum arranhão de unhas longas, e há em meu pau alguma coisa que se assemelha a cuspe envelhecido e usado varias vezes, forçado sobre as mais difíceis circunstancias. Olhando para o quarto vejo um calça feminina jogada perto da porta fechada. Um par do meu sapato esta ali também, e os lençóis dessa grande cama aonde estou deitado ainda estão tão desarrumados quanto qualquer outro lençol aonde comi garotas das melhores e piores formas possíveis. Sim, eu me dei bem, e a pergunta que vem em minha ainda não tão sã mente é: “poderei comer novamente a pessoa que comi anteriormente, nesta noite desaparecida?”

Levanto-me e derrubo sem querer uma garrafa de vodka, uma vodka bastante cara, uma garrafa de vodka vazia. Enquanto trepavamos, bebíamos, as duas coisas eram indissociáveis, e é provável que, se eu chupasse meu próprio pau, sentiria claramente o gosto da vodka vazia no chão. Se chupar novamente a buceta da garota que comi, poderei voltar a ficar bêbado.

Garota? Quem eu comi? Foi mais de uma? Foi apenas eu quem comeu alguém aqui? Nenhuma dessas perguntas o quarto responde, e enquanto avanço lentamente para a porta fechada, com os pés daqueles que estiveram na beira da doença e loucura e agora retornam com dores ao mundo dos vivo, abro meus ouvidos o máximo para perceber qualquer mínimo barulho. Há uma dona desta casa, e eu pretendo encontra-la no melhor lugar de seu corpo ainda hoje. Morri ontem, quero estar vivo hoje. Mas nenhum barulho acontece.

Abro a porta e a casa dela é realmente chique. Não tão grande quanto meu pequeno refugio mas bem mais arrumada. Há uma estante com livros, dos mais variados estilos e nacionalidades, uma cozinha escondida mas bem equipada, revistas na sala e tudo aquilo que pessoas costumam colocar em suas casas para torna-las agradável para a habitação. E eu resolvo ignorar por hora esta procura claramente infrutífera da moça e achar logo o banheiro para mijar.

Ouço uma porta abrir e alguém entrar, com o desembaraço claro de quem é o dono do lugar. Apresso-me para mijar mais rapidamente. Uma porta se abre e uma voz veludosa sai atrás:

-Ah! Então você está ai!

Viro-me e vejo uma mulher gorda, a memória rebate dizendo que é aquela gorda que estive masturbando no bar. Eu estava masturbando uma mulher no bar, no meio de seus amigos. A memória vem um pingo de vergonha alcoólatra, mas a cara desta mulher parada na minha frente, observando-me mijar, sem a menor vergonha ou raiva da minha pessoa faz este sentimento desaparecer. Eu termino de mijar, balanço, e viro-me de frente para ela. Encaro pelado a mulher cujo sexo é extremamente provável ontem à noite.

Ela possui cabelos curtos, olhos languidos e penetrantes. É gorda, um pouco mais do que costumo trepar, mas nada horrível. Nenhuma mulher é horrível, nunca. Esta num vestido bem cortado e feito, claramente indicando que em questão de dinheiro essa moça não é tão desamparada assim. Ela aparenta ter bem menos idade que eu, pelo menos uns 10 anos a menos, e mesmo com a maquiagem que contorna seus olhos e o batom em sua boca, percebo que ela é bela por uma natureza. Sorrio o meu melhor sorriso e ela sorri de volta:

- Vem aqui, vem. Comprei umas coisas que acho que você vai gostar.

Ela me chama para a sala, há sacolas de compras jogadas no chão. Ela pega uma garrafa de vodka extremamente cara e mostra para mim: – achei que você iria gostar, você gosta mesmo de beber, não é? Eu não a permito continuar falando, avanço rapidamente a distancia entre nossos corpos e beijo-a diretamente. Meus braços envolvem-na rapidamente, e sinto em seu corpo uma pequena resistência, não algo que remetesse a não vontade deste ato, mas sim a surpresa. Uma surpresa de quem se acostumou a embebedar garotos idiotas para poder comer-los, que precisava deixa-los desorientados a ponto de não ligarem para seu peso, para seus problemas de autoestima. Eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas resolvo neste instante que iria não apenas comer esta garota totalmente sóbrio, mas como lhe daria o melhor sexo de toda a sua vida, algo que ela poderá se masturbar em segredo, enquanto idiotas bêbados do futuro lhe comerem pensando que comem qualquer atriz aleatória.

Minhas mãos logo envolvem seu corpo, uma sobe até uma de suas mãos, a com a vodka segurada, a faz largar isto no sofá e direciona sua atenção para o meu pinto, mostrando-a como e aonde desejo que se foque. A outra desce até o meio de suas pernas, ainda cobertas com um jeans apertado, força o zíper a descer e logo toda a calça vai junto. Minha língua passeia por toda a extensão de sua boca, toda a extensão de sua perdida alma, sua língua tenta acompanhar mas segue um ritmo estranho, uma espécie de roteiro a não tentar me incomodar. Ela esta com medo, nunca trepou com alguém sem bebidas antes e tem medo do que eu posso achar de seu corpo. Com uma mão desço sua calcinha e demonstro como ela é linda, como minha língua ama não apenas sua boca mas sua buceta também, com o mesmo amor que tenho por qualquer outra parte de seu corpo.

Eu tenho o controle, mas estamos fazendo sexo. Não há controle em sexo se não o controle que permitimos demonstrar para o outro. Uma boa metida não envolve egoísmo. Envolve eu entrando dentro de tudo aquilo que essa mulher gorda na minha frente, tanto física como mentalmente. Mergulhando em sua buceta como mergulho em sua mente, fazendo-a tremer a cada pequeno desvio do clitóris com meus dedos e minha língua do seu caminho normal, levando-a sentar-se no sofá, pernas abertas como nunca esteve, sorriso no rosto, suas mãos agarradas em meus cabelos, demonstrando como, quando, por que, aonde ir. Dois minutos, duas horas, duas vidas dentro dela, descobrindo a cada instante uma novidade naquela buceta nunca vista a olhos claros, no meio do dia, sinto seu gosto, o gosto de um liquido saindo de dentro dela. Suas pernas tremem, seus olhos languidos se fecham, sua mão agarra-me mais forte, os olhos tentam se fechar, ela esta gozando, balbucia coisas inteligíveis, chora levemente um glorioso choro, abre os olhos e me encara num momento, agradecendo e pedindo mais, fecha-os logo em seguida enquanto outro fluxo do prazer que ela tanto deseja ter aproxima-se. Eu continuo lambendo-a, chupando-a, sendo tudo aquilo que ela sempre mereceu.

Esta é só sua primeira gozada. Eu estou vivo novamente. Ainda não é nem meio-dia, e temos a madrugada toda pra entender qual é o único sentido real de se estar vivo.


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Comentários

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Uma ótima notação, não havia percebido. se não me engano todosas outras partes da história se faz em tempo passado, e neste não sei porque fiz no presente. Talvez respondendo ao anterior, que foi no tempo presente mais pela necessidade de viceralidade do personagem doente. Enfim, vou reler, pensar, e talvez modifique a narrativa, passando-a para o passado. Obrigado!

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Corajoso. Por isso mesmo, merece uma boa nota. Confesso que não senti tesão lendo seu conto. O que não quer dizer que seja um conto infinitamente vezes melhor do que a porcariada que eu leio por ai...

Parabéns. Continue escrevendo.

ps.: pode ser seu estilo... mas o fato de você escrever no presente me incomoda. Tipo "Tiro sua roupa... beijo sua boca"... Me parece distante da realidade. Como um sonho. Uma suposição. E não algo que REALMENTE aconteceu. Mesmo que não tenha acontecido.

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