UM AMOR INVULGAR II - XVIII
continuando, as coisas vão complicar um bocado...
- entre.
A porta foi-se abrindo e apareceu a cabecinha do irmão que disse:
- tens visita, Lucas – Jotapê apareceu atras dele com olhos de quem tinha estado a chorar. sorriu timidamente.
Lucas olhou para ele e seu coração encolheu, mas quando seus olhos encontraram-se disparou e sentiu-o sair-lhe pela boca e não conseguia dizer nada. Disse Gabriel:
- entra Jotapê, têm muito que conversar. Eu vou estar no meu quarto, só não se esqueçam que o lanche é às cinco.
Riram-se os dois. Depois que Gabriel saiu, ficou um clima de silêncio quase que palpável no quarto.
- eu…começou Lucas e Jotapê ao mesmo tempo.
- você primeiro - disse Jotapê
- não você – insistiu Lucas
- não, primeiro Lucas – retorquiu ele.
- assim fica difícil
- então, posso ser eu. O teu irmão disse que estavas com problemas de coração. É verdade?
- é mesmo? Que tipo de problemas?
- ele não me disse, mas espero que você diga.
- me perdoa por ser tão insensível contigo.
- eu já te perdoei. Tu não tens culpa…
- eu tenho sim, sou egoísta ao ponto de querer mais…
- não. não és egoísta, só exiges aquilo que tens direito.
-como assim? – Perguntou Lucas levantando-se e começando a caminhar pelo quarto.
- não há nada de egoísta exigir aquilo que é nosso por direito – disse Jotapê com ênfase.
Lucas olhou para ele sem nada entender. E ele disse.
- sim, o meu coração é teu. Até eu sair a instantes para ir embora não me tinha dado conta disso. Foram as piores horas da minha vida.
- e minhas também – disse Lucas olhando nos olhos.
- quer dizer que também me queres, e estás disposto a ficar comigo?
- sim, não quero pensar no dia de amanhã. Quero viver o hoje e isto já me basta. Eu não tenho o direito de esperar tudo do amanhã quando tenho tudo hoje. Por favor me perdoe, João Pedro.
- eu gosto quando me chamas assim – e foi até ele abraçando-o.
- me beija por favor – suplicou ele.
- eu pensei que nunca mais mo fosses pedir.
E eles se entregaram a um beijo calmo mais apaixonado. Depois do beijo ficaram em silencio e abraçados como se nunca mais fossem separar. Depois Lucas olhou para cima admirando a beleza de Jotapê, que o olhou e perguntou:
- o que foi?
- nada não, só estava te admirando. És lindo. Eu nem acredito que estamos aqui.
- tu é que és lindo…desde o dia que entrei naquela sala na segunda-feira eu disse para mim que tu serias meu.
- é mesmo? Quer dizer que me marcaste? Eu podia pensar mil coisas quando percebi que olhavas para mim, menos que me querias.
- é verdade…e mais uma vez me perdoe por tudo. Mas de agora em diante viverei só para ti e não te magoarei e não deixarei que te aconteça nada.
- não penses mais nisto…como eu te disse eu já te perdoei faz tempo.
- é mas, é-me quase impossível não pensar nisso
- mas não penses. Se eu não posso pensar no futuro tu também estás proibido de pensar no passado.
- sabes eu gostei mais de ti quando deste aquela lição ao Alan. Já fazia tempo que estava a procura dela. Por fim encontrou alguém que o enfrentou.
- é mesmo, gostaste do meu jeito violento?
- bem, achei-te muito sexy quando ficaste vermelho de raiva.
- eu fiquei?
- sim ficaste. E estavas lindo.
- para com isso a violência não é coisa boa.
- eu sei, mas que ficas sexy, ah isso não posso negar – disse Jotapê puxando para um beijo. Este beijo foi diferente do outro, era mais exigente e apaixonado. A sua língua devorava a boca de Lucas que gemia. Quando sentiu que Jotapê estava ficar excitado. Afastou-o delicadamente… ficando um rubor na cara.
- acho que alguém precisa de se acalmar um pouco – disse ele.
- agora que estava tão bom…vá só mais um beijinho…
- não João Pedro…acho que o teu amigo está um pouco…
Jotapê ficou vermelho e com muito tesão na voz disse:
- tu é que me deixas assim…não posso me controlar.
- acho melhor controlares, porque o meu mano está no quarto ao lado e pode entrar aqui a qualquer momento.
- podemos então ficar aqui abraçados…
- hummm, sei não. Se ficar perto de ti, não sei do sou capaz de fazer. É melhor não arriscar.
- é mesmo? Estou gostando disso – disse ele indo ao encontro de Lucas que queria se esquivar mas ficou encurralado entre a secretária e o corpo de Jotapê que era claramente mais alto do que ele.
- João Pedro, não faças isso – suplicou enquanto aproximava a boca para beija-lo.
- isso? – e beijou apertando-o contra si.
- humm, meu Deus – disse Lucas entre o beijo.
- como eu gosto da tua boca – disse Jotapê.
- hummm –gemeu Lucas
- isso geme para mim…
Uma batitas na porta interrompeu aquele clima que estava a ficar muito quente. E Lucas agradeceu interiormente a pessoa por tê-lo salvo de fazer uma loucura. Pois ainda não estava preparado para o passo que Jotapê queria.
- entra – disse ele afogante – olhando para Jotapê que tentava disfarçar uma ereção. O que era quase impossível. Dava para perceber que era bem dotado. Mas, Lucas também tinha ficado excitado quando sentiu a pressão do membro de Jotapê sobre o seu enquanto estava em cima da secretária. Porém virou-se para o lado e fingiu procurar algo para disfarçar. Já Jotapê não sabendo que fazer sentou-se rapidamente na cadeira da secretária de Lucas.
- Interrompo alguma coisa? – disse Gabriel.
- não – apressou Lucas olhando para Jotapê que desatou a rir.
Gabriel sem entender nada disse –
- vejo que já está tudo bem. Vamos lanchar?
- sim vai na frente que nós descemos em seguida.
- ok, juízo – disse o menino e saiu.
- como não interrompeu nada?- disse Jotapê frustrado.
- kkkk – querias que eu dissesse que interrompeste o momento em que estava quase a fazer sexo em cima da minha secretária?
- humm, é algo bem tentador.
- pois, mas temos que esperar mais um pouco. Afinal acabamos de nos conhecer e não me sinto preparado para dar este passo.
- desculpa é que estou a muito tempo na seca, só estou a apensar em mim. Eu vou esperar até quando te sentires pronto. Ok?
- sim, obrigado por compreender. Vamos lanchar, então?
- sim, mas antes quero mais um beijinho…
- não. senão vai começar tudo de novo.
- eu prometo –disse ele fazendo beicinho.
- só um, hein – e beijou-lhe. Ele estava quase a agarra-lo quando Lucas se afastou e disse :
- era só um…
- estraga prazeres – disse Jotapê.
- vamos que tou cheio de fome.
- a minha fome é outra
- e qual seria?
- eu tenho fome do teu beijo
- vai ter que ficar para logo – disse Lucas que saiu a correr do quarto rindo. Jotapê saiu a correr atras dele tentando alcança-lo.
Mas quando começaram a descer as escadas tiveram uma surpresa.
Stuart acabara de entrar em casa e olhou para aquela com curiosidade. Lucas e parou e os eu sorriso desapareceu enquanto agarrava-o por trás e dizia Jotapê:
- o que foi lindo, viste… - Lucas cutucou-o e fê-lo olhar em direção a porta.
- o meu pai acaba de chegar - disse ele nervoso.
Jotapê afastou-se dele automaticamente, mas permaneceu ao seu lado. Desceram lentamente um ao lado do outro.
Stuart olhava para eles com um olhar interrogativo.
- olá pai, você já chegou – disse ele nervoso
- pois, parece que sim. Onde esta o teu irmão?
- está na cozinha a lanchar…e eu ia fazer o mesmo.
- e nem me vais apresentar o teu amigo?
- ah! Des-culpa pai, este é o jota…quer dizer o João Pedro. João este é o meu pai, Stuart.
- prazer, em conhecê-lo sr. Stuart – disse ele nervoso, estendendo a mão. Stuart apertou-lhe a mão de forma até que este fez uma careta. Soltou-lhe a mão e Jotapê levou atras das costas para o esfregar.
- o prazer é todo meu, pode me tratar por você mesmo, afinal és amigo do meu filho, não é? – perguntou ele dando ênfase a última parte da questão.
- si-m –gaguejou ele.
- o Stive, disse-me que estava em casa por isso resolvi vir mais cedo. Onde está ele?
- acho que ele teve que voltar para o estúdio. Teve que resolver qualquer coisa relacionada com o desfile. Parece que um dos manequins ficou doente.
- e vocês?
- nós o quê? – perguntou Lucas
- o que estão a fazer? – disse ele arqueando
- ah, nó-s está-vamos a fazer um trabalho de escola – disse gaguejando.
- um trabalho de escola? Hummm, ta bem. Bem vou ao quarto me trocar e já desço. Depois preciso falar com todos. Entretanto vou ligar para o Stive. Até já.
E Stuart saiu desconfiado.
- acho que ele não gostou de mim – disse Jotapê triste.
- ele só ficou surpreso, nunca tinha trazido ninguém cá em casa…
- é mesmo? Quer dizer que sou o primeiro…colega a vir estudar aqui contigo.
Lucas ficou triste por ele ter dito colega, mas respondeu.
- sim – murmurou.
- então porque, tenho a impressão que não estas contente.
- é que eu pensei que…fossemos mais que colegas, pronto falei – disse ele rapidamente indo em direção a cozinha. Mas Jotapê puxou para si e abraçou-o.
- que tal…ficante…ou amigo íntimo?
- humm, assim está melhor – agora mereço ganhar um beijinho… - e beijou-o sem lhe dar tempo de responder. Lucas afastou-o e disse:
- estás doido, meu pai está em casa, esqueceste?
- não, mas só um beijo não faz mal.
- mesmo assim, eu acho que é arriscar muito.
- ok…- disse fazendo beicinho.
- vamos lanchar, anda.
E foram em direção a cozinha.
- Eu pensei que tinham desistido, por isso comecei – reprovou Gabriel.
- desculpa mano, a conversa demorou mais tempo que o previsto – desculpou-se Jotapê.
- sei – disse Gabriel com um sorriso – pensam que seu parvo. Vocês estavam namorando.
- quem estava namorando!? – perguntou Stuart atrás deles o que os fez sobressaltar e afastarem-se.
- na-namorando?! Ninguém pai – apressou Lucas.
- achas que estou surdo, eu ouvi muito bem o que disse o Gabriel. Há alguma coisa que eu deva saber?
- não há nada para saber – Jotapê olhou para Lucas com reprovação. Porque é que ele não assumia logo que estavam juntos. Tinha medo do seu pai?
- e você, João?
- e-eu…
- já vi que ninguém me vai dizer nada, certo? Gabriel?
- pai…eu só falei aquilo…
- ok, não precisam dizer mais nada. Podem lanchar a vontade. Estou no escritório. Stive deve estar quase a chegar, depois temos uma reunião de família.