Entre Fogo e Desejo - parte 1

Um conto erótico de Casalmanaus
Categoria: Heterossexual
Contém 1035 palavras
Data: 07/03/2025 21:12:52

A noite tinha aquele ar de mistério, um frescor leve no vento que entrava pela varanda, balançando suavemente as cortinas de linho e a lua cheia, cujos raios dourados iluminavam parcialmente o ambiente. A sala estava aquecida pela lareira acesa, e as chamas lançavam sombras dançantes pelas paredes, criando um jogo de luz e escuridão que fazia tudo parecer ainda mais íntimo. Sobre o tapete felpudo, perto do fogo, Luna, a gata preta de Helena, estava acomodada como uma pequena esfinge. Seus olhos âmbar seguiam cada movimento no ambiente com uma atenção quase hipnótica.

Helena estava sentada no sofá, a pele dourada pelo brilho da lareira, as pernas cruzadas elegantemente. O vestido claro de seda deslizava sobre suas curvas, a fenda lateral revelando a suavidade de sua coxa quando ela se movia. A taça de vinho pendia delicadamente entre seus dedos, enquanto seus olhos percorriam a figura de Kaio — e ela sabia que não era a única a observá-lo.

Kaio estava de pé, perto da lareira, com aquele ar confiante que fazia qualquer espaço parecer pequeno para ele. Alto, forte, a pele escura reluzindo sob a luz quente do fogo. A camisa branca de linho se ajustava aos ombros largos, e a barba bem-cuidada emoldurava seu sorriso — um sorriso lento, predador, que prometia coisas que não precisavam ser ditas.

No canto da sala, sentado em uma poltrona de couro, Augusto observava tudo. Seu olhar se fixava em Helena, sua esposa, mas ocasionalmente se deslizava para Kaio. Havia uma tensão ali — mas não era incômoda. Era algo denso, carregado de expectativa. Um jogo que ambos pareciam dispostos a jogar.

Então, Kaio… — Augusto começou, a voz baixa, quase preguiçosa, mas os olhos brilhavam. — O que você acha da minha Helena?

Kaio demorou a responder. Primeiro, deixou seu olhar vagar lentamente pelo corpo dela, sem pressa, como quem saboreia a visão. Helena sentiu o calor subir pelas bochechas, mas não desviou os olhos.

Acho… — Ele disse, com aquele tom grave e rouco. — Que ela é uma deusa maravilhosa.

O elogio ficou suspenso no ar como uma carícia, e Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela tomou um gole do vinho, tentando disfarçar o sorriso que ameaçava aparecer.

É mesmo? — Augusto provocou, inclinando-se um pouco para frente, claramente se deliciando com a cena. — E o que mais você acha?

Kaio deu passos à frente, aproximando-se de Helena. Seus olhos nunca deixaram os dela. Ele se sentou ao lado dela no sofá, a proximidade fazendo com que o perfume amadeirado dele a envolvesse.

Acho que ela sabe exatamente o efeito que causa. — A voz dele era quase um sussurro. — E se diverte com isso.

Talvez. — Helena respondeu, inclinando-se ligeiramente na direção dele.

O silêncio que se instalou não era desconfortável — era elétrico. Kaio estendeu a mão, roçando os dedos na mecha de cabelo dela, deslizando-a para trás da orelha, um gesto lento, quase íntimo demais. Helena prendeu a respiração, mas não se afastou.

Do outro lado da sala, Augusto assistia com olhos famintos, os dedos tamborilando devagar no braço da poltrona.

— Vocês estão muito à vontade. — Ele comentou, a voz carregada de uma emoção difícil de disfarçar.

— Deveríamos não estar? — Kaio perguntou, sem desviar o olhar de Helena.

Ela sentiu a mão dele deslizar pelo braço dela, a ponta dos dedos traçando um caminho lento pela pele exposta. O toque era leve, mas incendiava. Ela não conseguia se lembrar da última vez que sentira algo tão intenso apenas com um simples gesto.

— Acho que eu gosto disso. — A voz de Augusto era um pouco mais rouca agora. De ver vocês assim.

Kaio sorriu — aquele sorriso cheio de promessas — e inclinou-se mais para perto. O rosto dele estava a poucos centímetros do dela, e Helena sentia a respiração quente contra sua pele.

— E você gosta disso? — Ele perguntou para Helena, quase num sussurro.

— Gosto. — Ela admitiu, sem hesitar.

A tensão se tornou quase insuportável. O toque de Kaio deslizou até a cintura dela, traçando círculos lentos que a faziam estremecer. Ela sabia que Augusto observava cada movimento, sabia que isso só aumentava o desejo dele — e isso a excitava ainda mais.

— Você me provoca, Helena. — Kaio disse, a voz grave. — E acho que gosta disso também.

— Gosto. — Ela repetiu, a voz baixa, quase um gemido contido.

Luna, a gata, no canto junto à lareira, ergueu a cabeça, como se sentisse a energia que tomava conta do ambiente. Seus olhos brilhavam na penumbra, observando a cena com aquela quietude felina.

Kaio aproximou o rosto ainda mais, seus lábios quase tocando os de Helena. Ela sentiu o hálito quente, o desejo pairando entre eles como uma tempestade prestes a explodir. Mas, no último momento, ele desviou — roçando a boca suavemente na linha do maxilar dela, depois descendo lentamente até o pescoço.

Ela fechou os olhos, a respiração acelerada, e quando ele pressionou um beijo leve logo abaixo da orelha, um suspiro escapou de seus lábios.

— Kaio… — Ela murmurou, a voz trêmula.

Do outro lado da sala em sua poltrona, Augusto assistia, o peito subindo e descendo rapidamente, os olhos fixos em cada toque, cada gesto. Ele não dizia nada, mas a excitação estava estampada em seu rosto.

Kaio afastou-se devagar, seus olhos encontrando os de Helena novamente. A mão ainda estava em sua cintura, o polegar traçando movimentos lentos que a faziam arder.

— Você quer que eu pare? — Ele perguntou, mas não havia nenhuma intenção de recuo na voz.

— Não. — Ela respondeu, sem pensar.

A tensão ficou ainda maior. E então, como se ambos soubessem que estavam no limite, Kaio afastou-se um pouco — mas não muito. A promessa estava ali, no olhar dele, nas mãos que ainda tocavam a pele dela, nos lábios que quase se encontraram.

Augusto se levantou lentamente, cruzando a sala até eles. Parou atrás da esposa, as mãos pousando levemente em seus ombros. Ele se inclinou, os lábios roçando de leve a nuca dela. Acho que isso foi só o começo. — Ele murmurou.

Kaio sorriu, um brilho perigoso nos olhos e concordou: eu também acho. Helena nada disse, apenas sentiu seu corpo arrepiar.

E enquanto a lareira continuava a crepitar, espalhando calor e sombras, Luna apenas observava — como se soubesse que aquela noite ainda guardava muitas promessas.

Continua....


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