Olá, leitores. O meu nome é Carlos. Eu sou um professor universitário cinquentão, meio barrigudinho e calvo. Nesta minha série de contos, narro as minhas aventuras tentando comer algumas vizinhas e, quem sabe, conquistar o coração de alguma(s) dela(s) para formar um harém com várias esposas (um objetivo de vida bem fácil, eu sei...). Quem puder ler os primeiros capítulos, só procurar a série.
No mesmo em que esta história se passa, eu ainda era casado com a Odete, uma das maiores pegadoras que conheci. Tínhamos um relacionamento liberal e aberto: cada um pode transar com quem quiser à vontade. Desde que o outro não flagre!
No conto passado, após mais uma sacanagem no banheiro, eu e a Eliana fizemos um acordo em que ela me daria uma chance durante um encontro. Se tudo desse certo, talvez ela considerasse ser minha namorada. Mas agora eu preciso me preparar para esse encontro tudo-ou-nada.
Dez anos atrás, eu me sentia no auge. Tinha pique, disposição e um harém virtual para chamar de meu. Meu grupo de WhatsApp era um pequeno paraíso secreto, onde sete mulheres se reuniam para compartilhar desejos, confissões e encontros memoráveis. Mas o tempo passou, e uma a uma elas foram saindo: algumas se casaram, outras mudaram de vida, e bom, eu fui ficando. Até que o grupo se desfez por completo.
A Joana era uma das mais assíduas na época. Uma mulher carola, sempre de saia abaixo do joelho e palavras moralistas, mas que, entre quatro paredes (e nas telas do celular) se revelava uma devassa completa. Era de uma dualidade que me fascinava. Dez anos atrás, Joana tinha 45 anos. Agora, com seus 55, me como ela estava.
Já conversávamos por mensagem há algumas semanas quando a convidei para um almoço perto do campus e ela aceitou.
Quando cheguei ao restaurante, não demorou muito e a vi entrando pela porta.
A Joana continuava a mesma — e ao mesmo tempo, não. Os cabelos tingidos de castanho escuro, presos num coque baixo, denunciavam alguns fios brancos que se recusavam a se esconder. O rosto mantinha a mesma expressão séria. O corpo continuava volumoso: barriga saliente, mas os seios enormes, ainda mais realçados pela blusa social de botões que ela vestia. Usava uma saia longa bege, como de costume, e sapatilhas discretas. Era uma figura de respeito… até eu lembrar das fotos e vídeos que trocávamos no grupo.
Ela sorriu de leve ao se aproximar e se sentou à minha frente.
— Carlos! Quanto tempo…
— Sim, muito tempo, Joana. Você está ótima.
— Ah, Carlos, esses seus galanteios não mudam, hein? — Ela ajeitou a postura. — E você? Como está?
— Entre aulas e reuniões intermináveis. O de sempre. E você? Continua trabalhando no escritório?
— Não mais. Me aposentei no começo do ano. Agora, faço uns trabalhos voluntários na igreja.
— Isso é a sua cara... — comentei. — E como foi essa transição? Aposentar e mergulhar de vez na igreja?
Ela sorriu, mexendo no guardanapo.
— Natural. Já estava envolvida com a igreja há anos. Mas o começo foi difícil. O escritório era minha segunda casa, e de repente, nada mais de reuniões, prazos, rotina… Foi estranho.
Ela pausou quando os pratos chegaram.
— Mas hoje faço viagens missionárias. Já fui para o interior, para algumas comunidades carentes. Tem sido uma experiência incrível.
— Isso é admirável. Mas e a Joana fora da igreja?
— Claro! A igreja não me tirou o prazer pelas coisas boas da vida. Ainda me permito um bom vinho de vez em quando. Só… não exagero mais.
— E o que mais mudou nesses anos?
Ela ficou em silêncio por um instante, pensativa.
— Acho que aprendi a me ouvir mais. A entender melhor o que realmente me faz feliz. E você, Carlos? Continua o mesmo conquistador?
Dei uma risada leve.
— Ah, Joana… O tempo passa para todos nós. Mas confesso que às vezes bate uma saudade daquela época. Eu queria entender mais o que eu fiz de certo e o que fiz de errado naqueles anos.
Ela sorriu com um misto de nostalgia.
— Eu também me lembro daqueles tempos… Eram dias diferentes, não eram?
— Sim, Joana. Eram dias muito diferentes.
Ela hesitou por um segundo, depois soltou um suspiro.
— Ah, Carlos… A vida seguiu seu rumo, né? Depois que saí daquele grupo, quis me focar mais na minha espiritualidade. Comecei a frequentar retiros, foi um tempo de mudança.
— Entendi. Mas o que te fez entrar no grupo na época? Quer dizer… Você sempre teve esse lado religioso bem forte. Como é que conciliava isso?
— Bom, eu acho que na época eu precisava de algo diferente. O casamento tinha acabado há anos, e eu me sentia… carente, acho. Você chegou com aquela conversa toda, aquele jeito safado, e eu entrei na brincadeira.
— Você ficou no grupo por bastante tempo.
— É, fiquei. Porque eu gostava. Foram três anos intensos. As conversas, tudo era novo e excitante. Eu adorava a cumplicidade com as outras mulheres do grupo. A forma como falávamos sobre tudo sem vergonha, sem filtros. Ali, descobri que desejava mulheres tanto quanto homens. E que podia viver isso. Foi libertador, mas também assustador.
— Assustador como?
— Porque me fazia questionar tudo. Minhas crenças, meu passado, o que eu realmente queria. Você sabe, eu cresci ouvindo que certas coisas eram erradas. Mas ali, naquele espaço, nada parecia errado. Apenas natural.
— E o que te fez sair?
Ela desviou o olhar e mexeu no copo de água.
— Comecei a me sentir… incomodada. Como se estivesse vivendo uma vida dupla que não fazia sentido. Era bom, mas depois vinha aquela culpa. O arrependimento. Eu rezava tanto depois de algumas conversas… No fim, decidi que não dava mais.
— Eu fiz algo de errado? — perguntei, com medo da resposta. — Digo, fiz algo que a magoou.
— Não. Você sempre foi honesto conosco. Você era um excelente anfitrião e amante.
— “Mas?”.
— Nunca foi nosso amigo de verdade. Nosso namorado. Nosso marido. No final do dia, todas nós sabíamos que você poderia não estar mais lá por nenhuma de nós.
— Eu... Me desculpe...
— Não precisa se desculpar. Você nunca prometeu isso, de qualquer maneira. Todos sabíamos que era um prazer temporário, ninguém entrou enganado e ninguém saiu brigado.
Era o que eu temia ouvir, mas de alguma forma, admirava sua honestidade.
— Eu... Obrigado, Joana. Obrigado por me ajudar a entender o lado de vocês.
— Sabe. — Ela deu um sorriso. — Nunca é tarde para mudar.
— Amigos?
— Amigos.
O almoço seguiu com conversas amenas. A Joana do grupo realmente não existia mais. Mas no lugar, tinha a Joana, uma amiga que poderia me ouvir quando eu precisasse e a quem prometi a mim mesmo não falhar de novo. Quando nos despedimos, trocamos um beijo na bochecha. E então, cada um seguiu seu caminho.
Assim, graças aos meus encontros com Creuza e Joana, eu tinha entendido tudo que tinha feito de errado no passado e estava decidido a não repetir os mesmos erros. O que foi providencial, pois logo chegou a tão esperada noite da quarta e meu encontro com a Eliana.
Como a sessão que combinamos começaria apenas às 22:40, nós decidimos jantar primeiro e ir para o cinema em seguida. Sem pressão, sem motel, sem sexo. Apenas dois adultos conversando sobre que tipo de relacionamento iriam ter dali para frente.
Escolhi o restaurante Barão Vermelho, uma steakhouse do outro lado da cidade, longe dos olhos curiosos do condomínio. O ambiente tinha luz baixa, mesas bem espaçadas e um cheiro agradável de carne na brasa e madeira envelhecida.
Quando a Eliana chegou, precisei respirar fundo. Ela estava um espetáculo. Vestia um vestido preto justo, daqueles que marcavam cada curva do corpo. O decote generoso exibia os peitões fartos, firmes, moldados pelo tecido como se estivessem pedindo para serem tocados. O cabelo longo e escuro caía em ondas sobre os ombros, e os lábios brilhavam com um batom que me fazia querer beijá-la imediatamente.
— Boa escolha de restaurante — ela disse ao nos abraçarmos. — Só mencionei este lugar uma vez, meses atrás, e você lembrou.
— Eu escuto mais do que você imagina — respondi, puxando a cadeira para ela sentar. — Principalmente quando a pessoa falando me interessa.
Ela riu, jogando os cabelos para trás, e se acomodou. O garçom apareceu para trazer os cardápios, mas eu estava mais interessado na visão à minha frente.
— Carlos, se continuar me olhando assim, vai acabar babando na mesa — provocou Eliana.
— Se isso acontecer, tenho guardanapo — brinquei.
O garçom voltou, e nós fizemos nossos pedidos. Ela pediu um suco de laranja e eu acompanhei. A conversa fluiu naturalmente. Ela sorriu e brindamos, mas logo seu semblante ficou mais sério.
— Carlos, seja honesto comigo. Você quer que eu largue o Leandro? — perguntou, encarando-me com intensidade.
Suspirei, deixando minha taça sobre a mesa.
— Não, Eliana. Eu nunca disse isso. Eu não quero que você largue o Leandro — respondi com calma. — Eu quero namorar você. Quero ter algo real, algo nosso. Mas não quero que você se sinta infeliz ou incompleta. Se você ama o Leandro e quer continuar casada com ele, eu não me importo.
Ela me encarou.
— Então, você está dizendo que não quer e nem exige exclusividade, só quer um relacionamento? Você quer que sejamos namorados, mesmo que eu continue com meu marido?
— Exatamente — afirmei, segurando seu olhar. — Você não precisa escolher entre mim e ele. Eu só quero estar com você, de qualquer forma que funcione para nós dois.
Ela soltou uma risada baixa.
— Carlos, você realmente acredita que isso pode dar certo? Eu dividir meu tempo entre meu marido e meu... namorado? Como se isso fosse simples?
— Nada que vale a pena é simples — retruquei, apoiando os cotovelos na mesa. — Mas quem disse que a gente precisa seguir as regras que os outros impõem? Podemos criar as nossas próprias.
Ela balançou a cabeça, pensativa.
— Não sei se consigo ver isso funcionando. E se o Leandro descobrir? E se eu me sentir culpada? — Ela me encarou. — Você realmente acha que dá para manter esse equilíbrio sem que ninguém se machuque?
Eu respirei fundo e observei a Eliana, percebendo o conflito em seu olhar. Ela não estava apenas hesitante. Estava dividida entre o desejo e a lógica.
— Isso seria uma sacanagem com o Leandro — disse ela. — Ele não saber seria desonesto.
Assenti, compreendendo sua preocupação.
— Concordo. Eu não quero que seja algo às escondidas para sempre. Quero que ele saiba, que ele entenda e, se possível, que ele aceite. Mas talvez precisemos de um tempo para preparar o terreno antes de contar tudo. Jogar isso de uma vez pode ser um choque grande demais.
Eliana franziu a testa.
— Você fala como se eu já tivesse decidido, Carlos. Não coloque palavras na minha boca. Eu ainda não disse que vou fazer isso.
— Eu sei — respondi com um meio sorriso. — Mas estou te dizendo que podemos fazer isso funcionar, se for o que você quer.
Ela soltou um suspiro longo e inclinou o corpo para frente, me encarando nos olhos.
— Certo, então me explica. Como diabos isso funcionaria? Você realmente acha que eu posso ter um marido e um namorado e que isso vai dar certo?
— Não deve ser fácil — admiti. — Mas também vai ser necessariamente um desastre. Casais poliamorosos existem, Eliana. Pessoas que amam mais de uma pessoa ao mesmo tempo e fazem isso dar certo.
— E você acha que o Leandro vai simplesmente aceitar? — ela arqueou a sobrancelha. — "Ah, querido, estou apaixonada por outro homem, mas não quero me separar de você, só quero que ele também faça parte da minha vida", e ele vai sorrir e dizer "Claro, amor, sem problemas"?
— Provavelmente não — admiti. — Mas a gente pode ir construindo isso com calma. Não estou dizendo que vai ser simples, mas se ele te ama e quer te ver feliz, talvez esteja mais aberto do que você imagina.
Ela ficou pensativa.
— E se ele não aceitar? — questionou. — Se ele simplesmente disser que não dá, que não consegue lidar com isso?
— Aí, eu entenderei perfeitamente se você decidir me largar e não mais tentarei nada contigo — respondi com sinceridade. — Mas isso não significa que precisamos desistir antes de tentar.
Ela me olhou com um misto de frustração e fascínio.
— E você, Carlos? Não exige exclusividade minha, mas vai ser exclusivo? Ou vai ser meu namorado e de outras também?
— Eu quero ter outras namoradas, sim — admiti, mantendo o olhar firme no dela. — Mas tudo com transparência. Quero que todas saibam umas das outras e que isso seja algo consentido por todos.
Eliana bufou.
— Isso parece conveniente demais pra você, pra ser sincera. "Ah, eu quero você, mas também quero outras". E eu fico como nessa história? Sendo só mais uma?
— Não se trata de ser "mais uma" — expliquei. — Eu não vejo assim. Cada relacionamento tem seu valor e sua importância. Eu não estou te oferecendo menos do que quero para mim.
Ela ficou em silêncio por um momento, os olhos avaliando cada palavra.
— É justo que você tenha o mesmo direito que me oferece — disse, por fim. — Mas isso não quer dizer que seja fácil de aceitar.
— O que eu mais quero é você. Se você quiser que a gente tenha um compromisso, eu estou dentro. Se quiser continuar com o Leandro, eu aceito. Só quero fazer parte da sua vida.
Ela abriu a boca para responder, mas hesitou. Por fim, suspirou e disse baixinho:
— Querer, eu quero. Mas...
Ela deixou a frase no ar e eu esperei, paciente, observando a Eliana com atenção.
— Eu preciso pensar sobre tudo isso antes de dar uma resposta definitiva — ela disse, finalmente. — Mas, se eu disser "sim", quero impor algumas condições.
— Quais condições?
Ela ergueu os olhos para mim, séria.
— Se eu aceitar, você terá seis meses para me convencer a continuar. Se, e somente se, eu quiser continuar depois desse tempo, nós abriremos o jogo com o Leandro.
— E se o Leandro não aceitar?
— Se ele me mandar escolher, eu escolho o Leandro.
Eu encarei a Eliana por um momento. Não era exatamente o que eu esperava, mas fazia sentido. Ela não estava disposta a arriscar o casamento dela por algo incerto.
— Tudo bem — concordei. — Aceito essa condição.
Ela pareceu relaxar um pouco.
— E tem mais uma coisa. Se vamos ser namorados, a partir de hoje, eu quero total honestidade e sinceridade de você sempre. Se você transar com outra mulher, eu quero saber. Nada de segredos.
— Isso eu já faria de qualquer forma.
Ela permaneceu desconfiada.
— Mesmo? Vai ser sincero comigo sempre?
— Sempre — garanti. — Não tenho interesse em esconder nada de você. Se estamos juntos, isso significa confiança total. Eu vou te contar tudo, sem rodeios.
Ela permaneceu em silêncio por alguns segundos, como se tentasse encontrar algum sinal de hesitação na minha expressão. Mas não encontrou.
— Certo — disse, por fim. — Então, acho que temos um acordo.
— Parece que sim. Agora só falta você decidir se vai mesmo dizer "sim".
O restante do jantar transcorreu de maneira leve. Conversamos sobre amenidades, rimos de histórias antigas e até trocamos algumas provocações sutis. A tensão inicial havia se dissipado, e, por um momento, parecia que tudo entre nós poderia funcionar sem grandes complicações.
Olhei para o relógio e percebi que ainda tínhamos meia-hora antes da sessão do cinema.
— Melhor irmos andando — comentou Eliana.
Pagamos a conta e seguimos para o cinema. No caminho, já no shopping, conversamos sobre o filme e rimos de uma propaganda estranha em uma das vitrines.
Tudo estava correndo bem, até que chegamos ao andar do cinema e entramos na fila para comprar pipoca. A máquina de cartão da atendente resolveu travar bem na nossa vez.
— Ah, pelo amor de Deus... — bufou Eliana.
— Acho que faz parte da experiência.
A máquina voltou a funcionar, pegamos a pipoca e entramos na sala escura. O filme começou tranquilo, mas aí veio outro contratempo: um casal apaixonado sentou bem na nossa frente e passou a sessão toda trocando beijos exagerados e sussurrando coisas um para o outro.
— Acho que eles nem lembram qual filme vieram ver — murmurei para Eliana.
Ela segurou o riso.
Saímos do cinema rindo e seguimos para casa.
No estacionamento do prédio, ficamos nos encarando por alguns segundos. Eu sabia que aquela despedida poderia definir muito do que viria a seguir. Então, sem pressa, me aproximei um pouco mais.
— Obrigado pelo jantar — murmurei. — No fim das contas, foi um bom primeiro encontro, não acha?
Ela sorriu.
— Foi sim. Divertido...
O silêncio confortável se alongou mais um pouco antes da Eliana, sem hesitar mais, me beijar. Foi um beijo tranquilo, sem pressa, um encerramento perfeito para a noite.
— Boa noite, Carlos — disse, quase como um sussurro.
— Boa noite, Eliana.
Ela saiu no carro, e eu fiquei ali parado, observando enquanto partia.
Na sexta-feira, por volta das 18h, cheguei na academia. O ambiente era bem iluminado, o som de músicas pop tocava em um volume médio, e alguns conhecidos já estavam nos aparelhos. Logo de cara, vi três figuras conhecidas: Rebecca, Carolina e Eliana.
A Rebecca estava na esteira, caminhando em um ritmo constante. Vestia uma legging preta justa e uma regata preta que colava no corpo, deixando seu formato delicado bem desenhado. Sua bundinha empinada, esculpida pelo pilates e a musculação, se destacava enquanto ela andava com leveza.
A Carolina estava sentada no banco de musculação, mexendo no celular, esperando a vez para usar algum aparelho. Ela usava um short preto justo e uma blusa dry-fit amarela, que realçava seu corpo atlético. As coxas dela estavam bem torneadas, e quando ela cruzava as pernas, dava para notar a firmeza dos músculos.
A Eliana, por outro lado, estava na bicicleta ergométrica. Seu corpo escultural era perfeitamente realçado pela legging vinho que moldava suas curvas. A blusa de academia preta, com recortes laterais, deixava partes de sua cintura à mostra. O quadril dela subia e descia conforme pedalava, e eu aproveitei o ângulo privilegiado por alguns segundos antes de cumprimentá-las.
— Boa noite, garotas. Treino pesado hoje? — perguntei, tentando soar casual, enquanto olhava as bundas delas sem nenhuma pressa.
Eliana parou de pedalar e se inclinou sobre o guidão, os seios apertando a blusa. Ela sorriu.
— Boa noite, Carlos. Pelo jeito, sim. Hoje estamos desfalcadas, A Jéssica, a Lorena, a Sarah e a Letícia deram o bolo na gente.
— Nos abandonaram — acrescentou Rebecca, desligando a esteira e secando o rosto com a toalha. — Mas já avisaram no grupo que semana que vem compensam. Vamos ver se cumprem, né?
— Semana que vem, arrumam outra desculpa — brincou Carolina.
Eliana riu e sacudiu a cabeça.
— Bom, pelo menos estamos aqui, as guerreiras de verdade. E olha, Carlos, com esse ritmo, daqui a pouco você vai estar competindo com a gente na resistência.
— Vou precisar treinar muito ainda para alcançar vocês — respondi, sorrindo.
A Carolina guardou o celular no bolso e se levantou, ajeitando a blusa.
— O que importa é que estamos aqui, né? Falando nisso, todo mundo confirmado para o cinema amanhã? — Ela nos olhou com expectativa, sobre a ida para assistir o filme do Godard que tínhamos combinado.
Confirmei com um aceno.
— Claro, Carolina.
A Rebecca sorriu educadamente e também confirmou.
A Eliana esticou os braços, fingindo hesitação, mas sorriu no final.
— Vou também. Não é exatamente meu estilo de filme, mas acho que vale pela companhia.
A Carolina sorriu satisfeita e se alongou antes de ir para o próximo exercício. Enquanto ela fazia isso, eu aproveitei o momento para admirar suas curvas. Sua bundinha ficava ainda mais destacada com o movimento.
Começamos o treino e, durante os exercícios, a Eliana e eu sempre encontrávamos alguma desculpa para encostar um no outro. Quando ela me ajudava com algum aparelho, suas mãos deslizavam pelos meus braços e costas. E quando eu a ajudava, minha mão passeava por sua cintura ou encostava de leve em sua coxa.
Com a Rebecca e a Carolina, era mais discreto. Quando elas precisavam de ajuda com os pesos ou um exercício de perna, eu colocava a mão de leve na cintura ou na parte de trás da coxa. Em alguns momentos, deixei os dedos deslizarem quase imperceptivelmente na bunda delas. Nenhuma delas pareceu perceber ou se importar.
Eu observava enquanto elas faziam agachamentos, extensões de perna e outras atividades que favoreciam o contorno de seus corpos. Era uma visão privilegiada.
Às 19h, olhei o relógio e percebi que era hora de ir.
— Acho que já deu meu tempo — comentei, pegando minha toalha.
A Rebecca e a Carolina olharam para seus próprios relógios e concordaram.
— Sim, também já deu para mim — disse Rebecca, pegando sua garrafa d'água.
— Vou nessa também — completou Carolina, enquanto esticava os braços e suspirava.
A Eliana ainda estava cheia de energia.
— Vou ficar mais um tempo. Preciso terminar minha série de pernas. Nos vemos amanhã no cinema!
Nos despedimos e seguimos para o prédio, deixando Eliana para trás. Enquanto caminhávamos, o suor nas roupas das duas deixava as curvas ainda mais evidentes. Caminhamos até a portaria, conversando sobre amenidades.
— Você precisa de um novo tênis, Carlos — comentou Carolina, apontando para o meu pé. — Esse aí já perdeu toda a estrutura.
— Esse tênis tem história — rebati. — Comprado com desconto numa Black Friday há oito anos.
— História de sofrimento — Rebecca riu. — A gente vai marcar uma tarde de compras pra você.
Eu bufei de brincadeira e já ia mudar de assunto quando avistei Odete saindo pela portaria. Era impossível não notar seu sorriso satisfeito e a maneira como ajeitava os cabelos antes de sair. Eu sabia bem para onde ela ia, mas a Carolina e a Rebecca não. Por isso, inventei sem hesitar.
— Amor, indo trabalhar essa hora? — fingi surpresa.
— Pois é, Carlos — ela respondeu, entrando na encenação sem esforço. — Um serviço extra de última hora. Não posso recusar.
A Rebecca sorriu, inocente.
— Ah, que coisa. Mas pelo menos é bom ter algo fixo, né? Sempre ajuda.
— Sempre — respondeu Odete.
O seu Geraldo nos recebeu com um aceno preguiçoso.
— Boa noite, seu Carlos. Boa noite, dona Rebecca. Boa noite, dona Carolina.
— Boa noite, seu Geraldo — respondi, enquanto Carolina e Rebecca faziam o mesmo.
Ele coçou a barriga por cima do uniforme e então soltou:
— Dona Rebecca, a senhora ainda tá lá no apartamento do Jonas, né?
Ela assentiu, sem entender onde ele queria chegar.
— Pois então, o Jonas, a dona Cinthia e o seu Raimundo saíram. Não tem ninguém lá. A senhora tem a chave?
Rebecca franziu a testa, confusa.
— Ué… mas a Cinthia sempre fica em casa.
Seu Geraldo ajeitou o boné e remexeu algumas chaves na gaveta.
— A senhora tem uma cópia da chave?
— Não… nunca precisei, sempre tem alguém lá — ela respondeu, começando a perceber o problema.
Entendi na hora. Ela estava sem cópia e, aparentemente, trancada para fora.
— Você quer mandar uma mensagem pra eles? — sugeri.
— Vou tentar — ela pegou o celular e começou a digitar, enquanto o seu Geraldo balançava a cabeça, já prevendo a dificuldade.
Enquanto esperávamos, o seu Geraldo fez questão de remexer algumas chaves na gaveta, só por desencargo.
— É, dona Rebecca, não deixaram nada comigo, não.
Ela suspirou ao olhar o celular.
— O único que respondeu foi o senhor Raimundo. Disse que só chega em quatro horas.
A Carolina fez uma careta.
— Quatro horas? Nossa, mas eles foram pra onde?
— Alguma coisa de família, parece. Esqueceram completamente que eu estava aqui — ela balançou a cabeça. — E agora?
Foi então que a Odete, antes de ir embora, teve a ideia.
— Ah, Rebecca, fica lá em casa. Não tem problema nenhum.
— Jura? — ela sorriu, aliviada. — Eu aceito, então. Obrigada.
Carolina lançou um olhar para mim, divertido.
— Olha aí, Carlos, ganhou companhia.
— Pois é… — murmurei, enquanto caminhávamos em direção ao apartamento.
A Rebecca, despreocupada, ia na frente.
Assim que entramos no meu apartamento, senti o cheiro forte de suor misturado ao perfume delicado da Rebecca. Era uma combinação inusitada, mas que mexia comigo. Olhei para ela, que ajeitava a alça do top, a pele levemente avermelhada pelo esforço. Minha mente já começava a trabalhar contra mim.
— Fica à vontade, Rebecca. Quer alguma coisa? Um suco, uma água? Posso ligar a Netflix, se quiser — ofereci, indo até a cozinha.
Ela me olhou com aquele sorriso tímido e educado de sempre, balançando a cabeça.
— Não quero dar trabalho, Carlos. Só vou ficar aqui e esperar um pouco até a dona Cinthia ou o senhor Raimundo chegarem.
Ela se sentou no sofá e pegou o celular, rolando a tela distraída. O tecido da legging preta colada ao corpo parecia grudar ainda mais em sua pele por conta do suor. A blusa regata molhada delineava os seios de maneira quase hipnotizante. O sutiã estava ligeiramente marcado pelo tecido úmido, e a minha garganta secou.
O jeito como ela cruzou as pernas, se ajeitando no sofá, não ajudava. Me forcei a desviar o olhar, fingindo mexer na geladeira.
— Vou tomar um banho rápido, já volto — disse, tentando manter a voz firme, mas sentindo a excitação crescer.
Ela assentiu, sem desviar os olhos do celular, mas algo na maneira como ela umedeceu os lábios antes de responder fez meu coração bater mais forte. Eu precisava esfriar a cabeça.
Fui para o banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água quente escorrer pelo meu corpo. Mas minha mente não se aquietava. O apartamento estava silencioso, apenas nós dois ali. A Rebecca era uma mulher extremamente gostosa, e vê-la naquele estado — suada, exausta, mas ainda assim deslumbrante — despertava algo primitivo em mim.
"É hoje ou nunca", pensava, sentindo meu corpo responder à ideia. A Rebecca era reservada, fiel ao marido, sempre muito controlada, mas nunca se sabia. A Rebecca era religiosa, mas também era mulher. E eu lembrava de todas as vezes que toquei suas coxas, sua bunda, por “acidente” na academia, sempre deixando a mão lá um pouco a mais do que o necessário. E ela nunca reclamou. Eu tinha uma chance, era tudo ou nada.
Saí do banho com essa certeza. Enrolei a toalha na cintura e voltei para a sala, onde a Rebecca ainda estava sentada, completamente alheia ao que se passava dentro da minha cabeça. Mas isso não duraria muito.
Parei diante dela e, sem hesitar, deixei a toalha cair. Meu caralho, já ereto, ficou à mostra na frente dela, dando solavancos.
— Eu quero você, Rebecca — declarei, observando sua reação.
Ela ergueu os olhos do celular e encarou o meu cacete, surpresa. O tempo pareceu congelar entre nós. Sua respiração ficou presa por um instante, os olhos vagando entre o meu rosto e meu caralho. A expressão dela era indecifrável — choque, hesitação, curiosidade? O silêncio entre nós se estendeu a ponto de se tornar insuportável.
Engoli em seco, sentindo a tensão crescer no ar. O que viria agora? Uma reprimenda, um olhar de desprezo, um afastamento súbito, um grito, um escândalo? Ou…
Então, ela inclinou a cabeça para o lado, os lábios se curvando levemente, e soltou uma risada baixa, quase felina.
Senti um sorriso surgir no meu próprio rosto, acompanhando o dela. Não foi preciso dizer mais nada.
No minuto seguinte, sua legging preta e calcinha estavam jogadas no chão, junto com minha toalha. A Rebecca não queria perdia tempo, tirou mesmo só a parte de baixo da roupa. E já estávamos nos devorando no sofá.
O sofá rangeu sob o peso e a intensidade dos nossos movimentos. O calor da sua pele, o cheiro do suor misturado com desejo, tudo me fez perder completamente o controle. Sua bucetinha era muito mais apertadinha do que eu seria capaz de imaginar. Não sei se eles transavam pouco ou se o Maurício tinha pau pequeno, mas era uma das bucetinhas mais apertadinhas que eu já tinha conhecido tão intimamente. Isso só me dava mais tesão.
Eu metia com força, enfiava até o talo, para ouvir o barulho dos nossos corpos. A Rebecca jogou a cabeça para trás, de olhos fechados, gemendo com vontade. E eu bombava com tudo. Enfiava como se fosse um cavalo naquela bucetinha da esposa do meu amigo. Meti igual um animal, sem medida.
Fechei os olhos e fodi sem pensar em nada, não queria pensar na minha esposa, no marido dela ou mesmo na Eliana. Só queria foder aquela bucetinha. Fodi como quem fode uma putinha no puteiro. Dando uma estocada mais forte que a outra, querendo ver o sofá aguentava, só ouvindo os gemidos da Rebecca, os rangidos do sofá e os barulhos do meu quadril batendo com força no quadril dela.
Cada investida era mais frenética que a anterior, como se estivéssemos competindo para ver quem conseguia dominar o outro. Os gemidos dela, entrecortados pelo prazer, eram a música que guiava o ritmo. Beijava sua boca com vontade, mordia seu pescoço. Ela respondia com as pernas enroladas na minha cintura, em um abraço. Para que eu não parasse de meter.
Cada movimento dela, cada gemido, cada olhar me dizia que não havia mais volta. Ela estava se entregando, de corpo e alma, à luxúria que há muito tempo escondia atrás daquela fachada de mulher religiosa e correta.
— Eu vou gozar... — conseguiu dizer ela. — Eu vou gozar...
A Rebecca começou tremer na minha pica e eu empurrei o meu pau o mais fundo que pude naquela bucetinha. O gozo tomou conta da mulher. Ela gritava e rebolava, enquanto eu bombava e bombava naquela buceta. Quando o furacão passou, ela se deixou cair no sofá, respirando pesadamente. E eu continuei com meu pau dentro dela, sem bombar.
Trocamos vários beijos. Beijos de paixão. Beijos de luxúria. De entrega. Nossas línguas se digladiando selvagemente. Quando ela estava mais uma vez pronta, pois eu ainda não havia gozado, mostrou isso abrindo bem as pernas. Sem perda de tempo, voltou a bombar na sua buceta, a abraçando forte e estocando com vontade.
A Rebecca arqueava as costas, talvez imaginando se ainda teria mais um orgasmo antes de eu terminar. O ritmo dos nossos corpos se intensificava, a respiração dela acelerava, e eu sabia que estávamos próximos do clímax. O ambiente ao nosso redor parecia desaparecer, restando apenas o som dos nossos corpos se encontrando e os gemidos abafados.
Seu corpo se contorcia com o embalo das minas estocadas, ela agarrava as minhas costas com as mãos, cravando suas unhas e abraçava minha cintura com suas pernas mais uma vez. Não demorou muito para eu sentia o gozo chegando.
Fiz questão de gozar dentro dela, sentindo meu corpo inteiro se contrair com o prazer. Os jatos de porra invadindo sua bucetinha. Ela se segurava firme no sofá, os olhos fechados, completamente submersa na sensação. E eu dando mais estocadas, enquanto os jatos saíam, como se quisessem garantir que cada gota daquela porra ficaria dentro da buceta dela.
Depois, capturei seus lábios num beijo quente e molhado, prolongando aquele momento que sabia que não se repetiria tão cedo.
Quando afastamos nossas bocas, segurei seu rosto entre as mãos e olhei diretamente nos seus olhos.
— Era disso mesmo que você estava precisando? — perguntei, provocando.
Para minha surpresa, ela respondeu sem rodeios:
— Sim.
Fiquei mudo. Aquela resposta direta me pegou desprevenido. O que ela queria dizer com aquilo? Será que o casamento dela com Maurício era apenas aparência? Ou será que, por trás daquela fachada de esposa devota, existia uma mulher insatisfeita, cheia de desejos reprimidos?
Ficamos ali, no sofá, nossos corpos ainda entrelaçados, recuperando o fôlego. Seu corpo quente grudado ao meu. O cheiro do sexo ainda pairava no ar, misturado ao perfume suave da Rebecca. Minha respiração começava a se acalmar. Ela também parecia exausta, o suor secando devagar sobre a pele.
Não falei nada, mas, por dentro, a sensação de conquista me invadia. Eu havia conseguido algo que muitos só podiam sonhar: transar com a Rebecca. Ela era cobiçada, desejada, e agora estava ali, em meus braços, saciada. Não pude evitar um sentimento de vitória. Será que eu realmente conseguiria montar um novo harém? Se sim, a Rebecca era uma adição que eu jamais imaginaria.
O pensamento de que eu estava transando com a esposa do certinho Maurício, um dos sujeitos mais íntegros e dedicados que eu conhecia, invadiu a minha mente em seguida. Com todo o sentimento de culpa que viria com ela. Mas rapidamente afastei essa culpa. "Somos adultos, ela sabia o que estava fazendo", tentei me convencer. Além do mais, não fui eu quem puxou aquele fio solto da fidelidade. A Rebecca quis isso tanto quanto eu.
Permanecemos abraçados por um tempo, nossos corpos ainda enroscados, o silêncio entre nós se prolongando e a minha mente fervilhando de pensamentos. Nenhum de nós parecia ter pressa para se afastar. Meu dedo deslizava pelo braço dela, traçando círculos lentos sobre sua pele macia.
Depois de alguns minutos, resolvi quebrar o silêncio.
— A gente devia se limpar.
Ela soltou um riso discreto. Nos sentamos devagar, desfazendo o abraço e nos afastando aos poucos. Os cabelos bagunçados dela caindo sobre os ombros.
— Posso usar o banheiro do quarto? — pediu sem me encarar.
— Claro. Eu uso o da sala.
Enquanto me levantava, observei a Rebecca se afastar. Foi só quando ela virou de costas que uma visão me chamou atenção. Era a primeira vez que eu via a bundinha dela nua. Pequena, redonda, perfeitamente moldada e empinada, como se convidasse um gesto que eu não podia conter. Antes que ela pudesse sair do meu alcance, meu instinto falou mais alto.
Levei a mão e dei um tapa firme, mas não muito forte, na nádega dela, sentindo a maciez da pele. O som seco preencheu o espaço entre nós.
Ela parou por um segundo, surpresa. Depois, virou o rosto na minha direção, com um olhar que misturava repreensão e divertimento.
— Carlos! — O tom era de reprovação, mas um sorriso brincava no canto de seus lábios.
— Não resisti — respondi, dando de ombros com um sorriso safado.
Ela balançou a cabeça, fingindo indignação, mas não disse mais nada. Apenas continuou seu caminho para o banheiro.
Fiquei observando-a sumir pelo corredor. Um pensamento me veio à mente, e não consegui evitar o sorriso malicioso. "Os evangélicos consideram sexo anal um pecado, né?". Mas ela já havia quebrado tantas regras aquela noite. Talvez, se houvesse uma próxima vez, eu descobrisse até onde ela estava disposta a quebrar regras.
No banheiro, me limpei sem pressa. A Rebecca, com certeza, estava preocupada em se limpar sem tomar banho. Ela não podia sair para ir para a academia e chegar de banho tomado e cheiro de sabonete.
Ao sair, nos reencontramos na sala. A minha roupa continuava jogada por ali, mas não tinha pressa em me vestir. Para minha surpresa, a Rebecca também não. Ela permanecia vestida apenas da cintura para cima, com a blusa da academia e o top esportivo, mas da cintura para baixo estava completamente nua. Meu olhar foi naturalmente para lá.
Pelos. Não que fosse exagerado ou descuidado, mas era diferente das mulheres que estavam acostumadas a raspar tudo. Talvez fosse por causa da sua fé, algo que eu sabia ser comum entre as mulheres mais conservadoras, mas ela mantinha os pelos pubianos em quantidade, uma escolha que eu achei... interessante. Uma beleza natural. E, de certa forma, excitante.
Ela me olhava com o rosto levemente corado, parecendo ainda mais sensual naquela mistura de inocência e provocação.
— Então vamos continuar assim? — perguntei, com um sorriso divertido, deixando meu olhar descer propositalmente.
A Rebecca hesitou por um momento, talvez ponderando se deveria colocar sua legging ou, pelo menos a calcinha. Mas então, para minha satisfação, apenas cruzou os braços e respondeu:
— Pode ser. Você não tem como mesmo desver o que já viu. Então, pode olhar a vontade. — Seu tom era casual, mas havia um cansaço sutil em sua voz, como se tentasse minimizar a situação. Ainda assim, seus olhos carregavam um brilho de travessura, mesclado com uma ponta de culpa que ela não conseguia esconder.
Soltei uma risada baixa. Aquela mulher me surpreendia cada vez mais.
— Quer lanchar e ver um filme enquanto o pessoal na casa do Jonas não chega? — perguntei.
— Quero, sim — respondeu ela, andando até a cozinha como se fosse a coisa mais natural do mundo anda nua da cintura para baixo na cada dos outros.
— Melhor deixamos para falar sobre tudo que aconteceu aqui outro dia — comentei casualmente.
— Pelo resto da noite, seremos apenas dois bons amigos?
— Que, por um mero detalhe, estão seminus.
— Por mim, tudo bem — aceitou sem mais discussões. Talvez estivesse aliviada por eu não estar cobrando nada naquele momento.
Na cozinha, fomos nos ocupando com as tarefas. A Rebecca começou a preparar sanduíches, pegando os ingredientes na geladeira. Eu me encarreguei das bebidas, servindo dois copos de suco. Enquanto ela mexia na bancada, a minha atenção foi inevitavelmente atraída pra sua bunda.
Redonda e empinada. Não tão grande, mas bem-feita, proporcional ao corpo dela. A pele macia, as coxas bem desenhadas. E, o melhor de tudo, completamente exposta. A visão era boa demais para ignorar. Me aproximei devagar, me posicionando atrás dela sem fazer barulho.
Então, com vontade, apertei sua bunda com as duas mãos.
Ela se sobressaltou ligeiramente, parando o que fazia.
— Carlos! — A repreensão estava lá, mas seu tom não era exatamente sério.
Apertei mais uma vez, sentindo a firmeza e o formato perfeito em minhas mãos.
— Como você espera que eu resista? — provoquei, soltando um riso baixo.
Ela respirou fundo, como se tentasse manter a compostura.
— Carlos, bons amigos não fazem fom-fom — disse, virando a cabeça para me encarar. — Se fizer de novo, eu vou me vestir.
Levantei as mãos.
— Prometo que não faço mais nenhum fom-fom.
Ela apenas lançou um olhar de aviso e voltou a focar nos sanduíches.
— Você é impossível — murmurou, balançando a cabeça. — Não esqueça de lavar as mãos antes de comer.
Acabei rindo. Até nisso ela era certinha.
Lavamos as mãos, terminamos de preparar tudo e nos sentamos à mesa. Merendamos juntos, conversando sobre amenidades, como se nada de mais tivesse acontecido momentos antes.
Isso era bom, pois quando o silêncio viesse, poderia se tornar um vazio que a consciência da Rebecca acabaria preenchendo com culpa. E eu não queria isso.
Comecei a contar causos da faculdade.
— Você acredita que um aluno meu tentou projetar um transformador usando materiais inadequados, achando que ia revolucionar o setor?
— Sério? E ele achou que isso ia funcionar?
Ela não era da área, mas pelo visto a convivência com o marido a fez entender uma coisa ou outra.
— Completamente confiante. Disse que era sustentável e inovador. Só esqueceu da parte de que ia superaquecer e explodir com a primeira sobrecarga.
Ela riu baixinho, e eu soube que estava funcionando. Precisava manter o tom leve.
— Pelo menos a intenção foi boa. Se bem que acho que meu cliente da semana passada daria um jeito de processar a empresa mesmo assim.
— O que houve?
— Um caso absurdo. O cara achou que podia recusar pagar a multa do condomínio porque 'não concordava com ela', como se fosse opcional. Disse que ia me contratar para contestar na justiça, mas não tinha nem contrato assinado com a nossa firma.
— Então ele queria um advogado de graça?
— Basicamente. Quando expliquei que a nossa firma não era defensoria pública, ele sumiu.
Continuamos trocando histórias de nossos trabalhos. Contei sobre um professor veterano que jurava que ainda dava aulas com quadro negro e giz, enquanto os alunos sofriam para entender seus rabiscos. Ela respondeu com uma história sobre uma cliente que tentava fugir de um divórcio alegando que o casamento nunca tinha sido consumado — e depois ficou furiosa quando o juiz aceitou o argumento do marido. A Rebecca riu em alguns momentos, revirou os olhos em outros, e eu soube que estava conseguindo manter a noite agradável para ela.
Depois de comer, fomos para o sofá. Abri a Netflix e deixei que ela escolhesse o filme. Ela demorou uns minutos, rolando pelas opções, e no fim escolheu uma comédia romântica.
Sentamos lado a lado, e, depois de uns vinte minutos de filme, senti quando ela se aproximou devagar e pousou a cabeça no meu ombro. O peso dela ali, a confiança implícita no gesto, me fizeram sorrir de leve. Seu perfume suave se misturava ao calor do seu corpo, e por um instante, tive a sensação de que o tempo desacelerava ao nosso redor. Meu coração bateu um pouco mais forte quando senti sua respiração ritmada contra minha pele. Não fiz nenhum movimento brusco, apenas deixei, apreciando o momento.
O filme continuou. A respiração dela estava calma, mas eu sabia que sua mente trabalhava em alta velocidade. E, depois de uma hora e pouco, finalmente veio a pergunta:
— O que eu sou agora? — A voz dela estava baixa, quase um sussurro.
Fiquei em silêncio por um instante, esperando que ela continuasse.
— O que isso faz de mim? Uma pecadora adúltera? Uma putinha?
Suspirei e apertei de leve a mão dela, que descansava sobre a minha perna.
— Você é minha amiga, Rebecca.
Ela se afastou ligeiramente para me encarar.
— Amiga? — repetiu com um pequeno riso sem humor. — Não dá pra chamar de "amigo" alguém para quem eu me entreguei assim. Bem ou mal, nós somos muito mais que isso agora.
Meus olhos baixaram por um instante, mas me obriguei a manter o autocontrole. A posição dela no sofá, com as coxas nuas expostas sob a luz da sala, era um convite silencioso para que meus olhos vagassem.
Encarei seus olhos, sem desviar.
— Então me chame de melhor amigo. Ou do que quiser. Você não tem obrigação nenhuma comigo. Mas no que precisar, eu estarei aqui para te ajudar, para te ouvir.
Ela continuou me olhando, sua expressão oscilando entre dúvidas e emoções conflitantes. E então, finalmente, ela respondeu:
— Obrigada.
Continuamos ali, em silêncio, até que, uma hora depois, o celular dela vibrou. Ela olhou a tela e suspirou.
— O senhor Raimundo finalmente chegou.
Nenhum de nós se mexeu imediatamente. Mas então ela se sentou direito, deixando as pernas roçarem uma na outra antes de se inclinar para pegar a calcinha caída ao lado do sofá. Observei, atento, o modo como seus dedos delicados ergueram o pequeno pedaço de tecido rendado. Ela a deslizou lentamente pelas pernas, ajustando-a nos quadris com um movimento suave. Por um instante, pude admirar sua bundinha nua uma última vez, antes que ela se inclinasse para pegar a calça legging preta e começasse a vesti-la, puxando-a aos poucos, centímetro por centímetro, cobrindo cada curva com a elasticidade justa do tecido.
Desviei o olhar quando ela ergueu a cabeça, vestindo-me sem pressa.
Quando já estava pronta para ir, ela parou na porta e me olhou uma última vez. Um momento de hesitação. Então, sem dizer nada, inclinou-se e encostou os lábios nos meus.
O beijo foi breve. Quando se afastou, seus olhos estavam diferentes. Mais resolvidos, talvez.
— Boa noite, Carlos.
— Boa noite, Rebecca.
E então ela se foi.
Pois bem, leitor. No próximo capítulo, vamos ter as confusões da ida ao cinema com Carolina, Eliana, Enéias e cia. Além disso, vou por à prova a confiança da Eliana e da Rebecca em mim sobre revelar à Eliana sobre o aconteceu na sexta de noite.
AVISO AOS LEITORES: Este conto/capítulo faz parte do crossover da sexta-feira muito louca. Todos os contos abaixo se passam ou terminam na mesma sexta-feira e, embora possam ser lidos de forma independente, há encontros e desencontros entre os personagens e interações inesperadas.
Fazem parte deste crossover os seguintes contos:
* Quem vai Comer a Advogada Evangélica? - Capítulo 03
* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou não. - Capítulo 06
* Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 04 (ainda não publicado)
* Minhas coleções de calcinhas, amantes e putinhas (ainda não publicado)
* Eu, minha esposa e nossos vizinhos - Parte 09 (ainda não publicado)
* Apostei que Faria Aquela Médica Certinha Virar Minha Putinha - Parte 02 (ainda não publicado)
Coloquem nos comentários para quais são as mulheres que vocês torcem para que estejam nesse harém de esposas do Carlos no final da saga. Daqui a duas ou três semanas, teremos a continuação.