Quando o carro de aplicativo parou em frente ao local, já dava para ouvir o burburinho vindo do pavilhão. Um evento geek em São Paulo... Certo, eu tinha concordado com isso, mas não fazia ideia do que me esperava. Assim que desci do carro e vi o Fernando, precisei me segurar para não rir alto.
Ele estava vestido de... bom, algo. Um elfo? Era difícil dizer com precisão, mas ele parecia tão animado que não quis estragar o momento.
— Você está uma gracinha de elfo. — comentei, tentando soar casual.
Ele riu, mas parecia um pouco confuso.
— Elfo? Não, Joel. Eu sou o Link.
— Tipo... Linkin Park? — perguntei, fazendo uma careta que arrancou dele uma gargalhada.
— Não, bobo. Sou o Link do jogo Zelda. Ele é um herói da Nintendo.
— Ah, claro... Link. Faz todo sentido agora. — forcei um sorriso, tentando disfarçar o completo vazio de conhecimento no meu cérebro. — Mas não se preocupa, eu vou aprender tudo.
— Estou louco para te ensinar. — ele respondeu, me dando um sorriso tão animado que quase fez valer a pena toda a minha ignorância.
Assim que entramos no pavilhão, fiquei imediatamente sobrecarregado. O lugar era enorme, lotado e barulhento. Milhares de pessoas, todas fantasiadas de algum personagem que parecia ter saído de uma realidade paralela.
— Meu Deus... Que universo é esse? — murmurei, olhando em volta como uma criança perdida.
Fernando sorriu e segurou minha mão.
— Bem-vindo ao mundo geek.
Foi aí que comecei a notar os detalhes. Um cara com um boné vermelho passou por nós e acenei, finalmente reconhecendo algo.
— Pera aí, esse é o Mario, né? — perguntei, triunfante.
— É, isso mesmo. Tá vendo? Você já está aprendendo!
O pavilhão parecia uma explosão de cores e sons. Era como estar em outro planeta. Pessoas gritando nomes de personagens, luzes piscando, estandes vendendo tudo o que você podia imaginar – de action figures a camisetas com frases que eu não entendia.
Mas o mais surpreendente foi o Fernando. Ele não dava dois passos sem que alguém parasse para tirar uma foto com ele. Eu fiquei ali, um pouco de lado, observando tudo.
— Ele é famoso aqui ou algo assim? — perguntei para mim mesmo, tentando entender o fascínio.
Enquanto isso, ele posava para fotos, ajustando o chapéu verde e segurando uma espada que, aparentemente, era uma réplica fiel de algo importante no tal jogo.
Quando finalmente tivemos um momento a sós, ele me explicou com paciência sobre o evento, o jogo Zelda, e como aquilo era uma grande parte da vida dele.
— Eu sei que parece estranho pra quem não tá acostumado, mas é um lugar onde todo mundo pode ser quem quiser.
— Você tá me dizendo que isso aqui é tipo uma boate gay, mas com menos Madonna e mais espadas?
Ele riu.
— Não é uma comparação ruim.
Depois de algumas horas, já sentia meus pés latejando de tanto andar e, bom, meu autocontrole começava a vacilar. Fernando nesse traje de "Link" estava sexy demais. O jeito como o tecido realçava as coxas dele e a maneira como ele sorria para todos... Aquilo estava mexendo comigo de um jeito que eu não conseguia ignorar.
— Você não conhece nada de videogame? Nunca gostou de jogar? — ele perguntou.
Durante o evento, memórias da infância surgiram na minha mente, me lembrando de como os funcionários do instituto sempre nos incentivavam a estudar. Eles sabiam que, sem uma boa educação, nossas chances de ter um futuro melhor seriam mínimas. Lá, videogames eram proibidos – imagina só, 30 crianças disputando por um único console? Ia ser o caos. Então, mergulhei no universo dos livros, que se tornou meu refúgio. Por isso, quando vi algumas pessoas fantasiadas de personagens de Harry Potter, a minha saga literária favorita, fiquei empolgado. Era como se uma parte daquele mundo mágico tivesse ganhado vida.
— Então, zero videogame na infância? — perguntou Fernando, arqueando as sobrancelhas, sua expressão curiosa me arrancando um sorriso.
— Zero videogame. Num lugar cheio de criança com muita energia para gastar? Não ia dar certo. — respondi, com um tom leve. — Os funcionários sempre apostaram na gente com os estudos.
— Faz sentido. — Fernando assentiu, mas logo foi interrompido pela centésima pessoa que pediu uma foto com ele. Ele deu um sorriso de desculpas enquanto eu apenas balancei a cabeça.
— Relaxa, é o seu momento de brilhar, cara. — falei, rindo.
Quando finalmente conseguimos continuar a conversa, Fernando lançou outra pergunta que me pegou de surpresa.
— E sobre os seus pais?
Hesitei por um momento, mas decidi ser honesto. — Bem, nunca os conheci. Fui deixado sem nenhum documento ou identificação. Foi a dona Isabel, a cozinheira do instituto, quem me deu o nome e o sobrenome. Ela era incrível, sabe? Tentou me adotar, mas faleceu antes de conseguir. Depois disso, segui até completar a maioridade. — Minha voz saiu mais calma do que eu esperava.
— Sinto muito, Joel. Imagino que tenha sido complicado...
— Tá tudo bem. — cortei, não querendo prolongar o assunto. Me aproximei do ouvido dele e, com um sorriso que eu sabia ser provocador, acrescentei: — Inclusive, olhando agora, você tá muito bonito nesse traje. Tá difícil segurar a vontade de te beijar. Acha que a gente consegue encontrar um lugar mais reservado?
Fernando ficou visivelmente corado, mas seu sorriso denunciava que a ideia o agradava. — Você é impossível, sabia?
— Só estou sendo sincero. — retruquei, dando de ombros e mordendo o lábio para não rir.
E assim, começamos a procurar discretamente por um canto onde pudéssemos escapar da multidão.
Seguimos andando, disfarçando a intenção, até encontrarmos uma área de ativação de um jogo. Estava decorada com painéis enormes e displays interativos, mas o mais importante: havia banheiros desativados que ninguém parecia estar usando. Fernando olhou para a porta de um deles e, ao encontrar a maçaneta destrancada, me lançou um sorriso cúmplice.
Entramos rápido, e eu me certifiquei de trancar a porta atrás de nós. O espaço era apertado, com cheiro de tinta fresca e paredes brancas que refletiam a luz fria da lâmpada acima de nossas cabeças. Não era o lugar mais romântico do mundo, mas naquele momento, não importava.
Eu o puxei para mais perto, segurando sua cintura e capturando seus lábios com um beijo intenso. Fernando retribuiu com a mesma urgência, as mãos explorando meus ombros e deslizando pelas minhas costas. O calor entre nós crescia rapidamente, e a tensão que estava no ar desde que chegamos finalmente explodiu.
Minhas mãos encontraram o caminho sob o traje dele, deslizando pela pele quente e macia. Ele arfou quando minhas unhas roçaram de leve a lateral do quadril, e eu aproveitei para mordiscar o lóbulo de sua orelha.
— Você é tão gostoso, sabia? — sussurrei.
Fernando riu baixinho, nervoso e excitado ao mesmo tempo.
— E você é um perigo, Joel...
Com cuidado, ajudei a abaixar o traje dele, expondo o corpo esguio e marcado por leves curvas que só aumentavam meu desejo. Ele me puxou para mais perto, nossas respirações misturadas e o som abafado das nossas mãos apressadas ecoando pelo pequeno banheiro.
O momento foi rápido, mas cheio de intensidade. Os toques e beijos, a maneira como nossos corpos se moviam juntos, tudo parecia um segredo proibido compartilhado naquele pequeno espaço. Quando terminamos, nossos sorrisos eram cúmplices, e nossos corpos estavam ofegantes.
Enquanto ele vestia o traje novamente, eu ajeitava minhas roupas e tentava controlar a bagunça no meu cabelo. Antes de sair, ele olhou para mim com aquele brilho no olhar que parecia único de Fernando.
— Isso foi... intenso.
— Com você, tudo é. — retruquei, dando um último beijo rápido antes de abrir a porta e verificar o corredor.
Saímos com naturalidade, como se nada tivesse acontecido, e logo estávamos de volta ao evento, disfarçando os sorrisos que insistiam em surgir.
O dia estava sendo tranquilo até que recebi uma mensagem de Murilo no celular. Era um vídeo do último treino que ele havia preparado para mim, cheio de explicações detalhadas e um tom casual que só ele tinha. Dei uma rápida olhada, mas guardei o celular assim que vi Fernando se aproximando. Não queria estragar o clima do nosso encontro.
Estávamos no evento geek, cercados por gente fantasiada e estandes vendendo tudo quanto é coisa relacionada à cultura nerd. Fernando, sempre gentil, me deu de presente alguns pins do Super Mario para colocar na minha mochila. Pequenos gestos assim sempre me desarmavam. Depois de passarmos horas andando e rindo juntos, decidimos lanchar em uma lanchonete badalada de São Paulo. Ele fez questão de pagar a conta, o que me deixou um pouco desconfortável, mas acabei cedendo ao charme dele.
Mais tarde, voltei para casa e me preparei para o trabalho. Peguei o metrô e, às 22h em ponto, já estava no posto, pronto para mais uma noite. Paloma chegou atrasada, o que não era comum, e logo foi repreendida pelo Heitor. Lucas, sempre cheio de fofocas, veio me contar o motivo.
— Parece que ela negou fogo pra um cliente, e o cara foi reclamar direto com o Heitor. — ele disse, com aquele sorriso malicioso.
— Ele é nosso cafetão agora? — perguntei, sem esconder minha indignação.
— Mais ou menos. Pelo menos o otário não cobra da gente. — respondeu Lucas, dando de ombros. — Agora me conta, Joel... semana passada você curtiu me ver ficando naquele cliente?
Revirei os olhos, mas antes que pudesse responder, Lucas continuou com aquela atitude provocadora.
— Qual é, se quiser posso deixar você experimentar de graça. Você tem uma bunda deliciosa. — disse ele, piscando para mim.
— Vai sonhando. — rebati, tentando parecer indiferente, mas meu rosto queimava de vergonha e irritação.
A noite seguiu com o fluxo habitual. Atendi dois clientes no banheiro do posto e, como de costume, decidi tomar um banho antes de voltar ao trabalho. O chuveiro gelado era um alívio depois de tanta movimentação, mas minha paz não durou muito.
Enquanto a água caía sobre mim, senti uma presença no box. Me virei rápido e vi Lucas entrando, pelado e sem cerimônia. Antes que pudesse dizer algo, ele se aproximou e me beijou. Tomei um susto, meu coração disparou, mas a intensidade daquele momento me desarmou completamente. Por mais que minha cabeça gritasse para sair dali, meu corpo tinha outras ideias.
Não sei se foi o calor do momento ou a adrenalina que aquele trabalho me proporcionava, mas acabei me entregando. Lucas era experiente, sabia exatamente o que estava fazendo, e a sensação era ao mesmo tempo confusa e excitante.
Ele tinha um sorriso travesso nos lábios, aquele mesmo sorriso que me provocava quase todas as noites no posto.
— Lucas, o que você tá fazendo aqui? — perguntei, mas minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia.
— Relaxa, Joel. Só vim aproveitar a água... e talvez a companhia. — respondeu ele, seus olhos fixos nos meus.
Antes que eu pudesse dizer algo, senti suas mãos na minha cintura. A proximidade dele fez meu coração disparar. O calor do corpo de Lucas contrastava com a água que escorria sobre nós, criando uma mistura de sensações que me deixava sem reação.
Ele não hesitou. Aproximou o rosto do meu e me beijou. Foi um beijo intenso, quase desesperado, que parecia carregar todo o desejo que ele vinha escondendo. As gotas de água escorriam entre nós, aumentando ainda mais a intensidade do contato.
Senti as mãos dele deslizarem pelo meu corpo, explorando cada parte com firmeza. A textura das suas mãos contra minha pele molhada era eletrizante. Eu o puxei para mais perto, nossos corpos se pressionando, cada movimento aumentando o calor que já parecia impossível de controlar.
Lucas mordeu levemente meu lábio inferior antes de descer os beijos para o meu pescoço. Eu não consegui segurar o gemido que escapou. Ele riu baixinho, como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo.
— Tá gostando, né? — sussurrou ele, sua voz rouca soando quase como um desafio.
Eu não respondi. Minhas mãos encontraram o caminho para suas costas, sentindo os músculos tensos enquanto ele continuava a explorar meu corpo. O vapor da água começava a preencher o espaço ao nosso redor, tornando o ambiente ainda mais íntimo.
Cada toque, cada movimento parecia aumentar a tensão entre nós. A mistura do som da água caindo, das respirações ofegantes e dos pequenos gemidos criava uma sinfonia que eu nunca esqueceria.
Sem cerimônia, Lucas foi até a sua roupa que estava jogada no chão e pegou um preservativo. Eu saí do box e abaixei perto dele. Peguei o seu pau e senti que era pesado. As veias sobressalentes, a cabeça vermelha e um tamanho perfeito. Tudo aquilo apontando em minha direção.
Passei a língua na glande e Lucas tremeu na base. Comecei a mamar da melhor maneira que pude. Os nossos corpos molhados deixaram tudo mais sexy. Ele segurou a minha cabeça e forçou, mas aprendi muito com os meus últimos clientes e não arreguei.
— Caralho, Joel. Que boca gostosa. — Lucas disse, bombando o pau na minha boca. — Mas eu quero sentir esse cuzinho também.
Fiquei de quatro no chão, enquanto Lucas encapou o pau e passou lubrificante. Em seguida, ele veio por trás de mim e socou de uma vez. Fiz força para não gritar e chamar a atenção de alguém.
— Porra, caralho. — protestei.
— Engole o meu pau, vai. — ele mandou.
Que sensação boa. Eu não queria admitir, porém, o Lucas estava me dando um grande prazer. O encontro dos nossos corpos molhados fazia um barulho alto.
— Senta em mim. — Lucas pediu, saindo de cima de mim e deitando no chão.
Não fiz cerimônia e sentei gosto no meu colega. Comecei a me masturbar e a quicar no Lucas. Ao mesmo tempo, ele começou a esfregar os próprios mamilos, então senti o seu pau contraindo dentro de mim.
— Vou gozar, caralho! — ele gritou. Não demorou muito e melei a barriga dele.
Levantei rápido, pois estava com vergonha. Tomei um novo banho e o Lucas veio em seguida. Olhei no relógio e passamos quase 15 minutos no banheiro. Torcia para o Heitor não perceber o sumiço dos dois.
— Eu sabia que você ia gostar. — sussurrou ele, antes de sair do banheiro, me deixando ali sozinho, tentando processar o que acabara de acontecer.
Naquela noite, voltei para o meu posto de trabalho como se nada tivesse acontecido, mas por dentro, estava um caos. Lucas tinha acabado de bagunçar ainda mais a minha já complicada rotina.