Eu sabia que isso ia acontecer.
Sabia que, mais cedo ou mais tarde, Miriam tentaria se agarrar ao que conhecia, ao que era seguro. Ao que era esperado dela.
Mas saber não tornava mais fácil engolir a distância que ela impôs entre nós.
Nos cultos seguintes, ela fazia questão de ficar ao lado de Elias, a postura rígida, os olhos voltados para a Bíblia, como se cada versículo pudesse servi-la de armadura. Quando passava por mim, desviava o olhar. Se nossas mãos se encontravam por acidente, ela recuava como se tivesse tocado fogo.
Ridículo.
Como se o fogo já não a consumisse por dentro.
Eu via nos seus gestos. No jeito que apertava as mãos no colo, que mordia os lábios sempre que
Elias falava alguma bobagem no púlpito. Que engolia seco quando, sem querer, seu olhar cruzava com o meu.
Ela queria fingir que nada tinha acontecido.
Mas eu não estava disposto a permitir.
A primeira semana foi difícil.
Não que eu fosse um idiota apaixonado, desses que ficam remoendo o nome de uma mulher na cabeça feito um refrão de música brega. Mas havia algo em Miriam que me desestabilizava. O contraste entre sua doçura e seu desejo reprimido. O jeito como seu corpo estremecia ao menor toque, como se nunca tivesse sido realmente despertada antes.
Eu tinha provado aquilo. Provado dela.
E não conseguia me conformar com a ideia de que seria a última vez.
Não quando eu sabia que ela também não queria parar.
Era isso que mais me irritava.
Se Miriam estivesse realmente decidida, se não houvesse mais hesitação em seus olhos, talvez eu aceitasse. Talvez. Mas ela estava mentindo para si mesma. E eu não era do tipo que deixava passar uma mentira dessas.
No culto de domingo, Elias resolveu se superar.
— A mulher virtuosa sabe qual é seu papel — bradou, a voz ecoando pelo salão abafado. — Ela serve, ela se sacrifica, ela obedece. Assim como Cristo amou a igreja, a mulher deve se submeter ao seu marido.
Minha mandíbula travou.
Olhei para Miriam, sentada na primeira fileira, as costas rígidas, os olhos fixos no nada. Era como se ela estivesse ali e, ao mesmo tempo, em
qualquer outro lugar.
A cada palavra de Elias, eu via seu corpo se encolher mais no banco.
E aquilo me irritou.
Odeio injustiças.
Odeio ver alguém como Miriam, tão cheia de desejo e vida, sendo apagada lentamente.
Lancei um olhar para Miriam.
Ela estava me encarando.
Dessa vez, não desviou.
Um calor correu por mim.
Porque, naquele instante, eu soube:
A armadura dela estava rachando.
Depois do culto, Miriam saiu apressada, mas não sem antes me lançar um olhar duro.
Era um aviso.
Um pedido silencioso para que eu parasse com aquilo.
Mas eu não ia parar.
Eu ia continuar empurrando.
Até que ela não tivesse mais para onde fugir.
Miriam queria fingir que eu não estava ali.
Queria fingir que minha presença não a afetava, que minha voz não fazia sua pele arrepiar, que seu corpo não queimava sob a minha proximidade.
Mas eu sabia a verdade.
E fazia questão de lembrá-la.
No culto seguinte, cheguei mais cedo e escolhi meu lugar com precisão calculada: bem ao lado dela, no banco estreito onde os fiéis se apertavam, onde um toque acidental era inevitável.
Ela percebeu assim que se sentou.
Seu corpo ficou rígido, os ombros tensos, as mãos apertadas no colo. Por um momento, achei que ela fosse se levantar e procurar outro assento. Mas não fez isso.
Talvez porque Elias estivesse logo à frente, ocupado em discutir algo com um diácono. Talvez porque, apesar de todo o seu medo e hesitação, uma parte dela queria estar ali.
E eu sabia exatamente como explorar isso.
O culto começou.
Hinos foram entoados, vozes se ergueram em uníssono, mas eu não cantei.
Em vez disso, deixei meu joelho tocar o dela.
Foi um movimento pequeno, sutil, mas imediato.
Miriam enrijeceu.
Seguiu cantando, a voz ligeiramente trêmula.
Deixei meu toque ali, firme.
E então me aproximei.
Me inclinei para o lado, o suficiente para que minha boca roçasse seu ouvido.
— E se o pecado for a única coisa que te faz sentir viva? — murmurei.
Ela parou de cantar.
Seus dedos se apertaram contra o tecido da saia.
O silêncio dela era mais revelador do que qualquer resposta.
Ela fechou os olhos.
Eu vi quando seus cílios tremeram, quando seu peito subiu e desceu numa respiração contida.
Ela sentia.
Ela queria.
E isso me fez sorrir.
Inclinei-me ainda mais, até que meu nariz roçasse sua pele.
O perfume dela invadiu meus sentidos.
— Você sente isso, Miriam? — provoquei, minha
voz mal passando de um sussurro. — Sente o quanto eu estou perto?
Ela engoliu em seco.
Não respondeu.
Mas não recuou.
O sermão começou.
Elias subiu ao púlpito e, como já era esperado, começou a falar sobre moralidade e pecado. Sobre como o diabo se esgueira pelos desejos da carne.
Hipócrita.
Olhei de soslaio para Miriam.
Ela fingia prestar atenção, mas seus dedos ainda estavam inquietos no colo.
Fiz questão de deixar minha perna colada à dela.
De fazer minha respiração alcançar sua pele quando me inclinava.
Era uma provocação silenciosa.
Uma batalha travada entre nossos corpos, enquanto palavras vazias ecoavam pelo salão.
E então, no meio do sermão, Elias olhou diretamente para nós.
Meus olhos encontraram os dele.
Eu não desviei.
Elias franziu o cenho, incomodado, como se pressentisse que havia algo errado, mas sem provas concretas.
Miriam, no entanto, se encolheu.
Abaixou a cabeça, como se quisesse desaparecer.
E foi nesse momento que percebi que era demais.
Pelo menos por enquanto.
Afastei minha perna da dela, criando um pequeno espaço entre nós.
Ela soltou o ar lentamente, como se só então percebesse que o estava segurando.
Seus ombros relaxaram um pouco, mas seus olhos continuaram fixos na Bíblia aberta sobre o colo.
Mas eu sabia que ela não estava lendo.
Sabia que sua mente estava em outro lugar.
Ou melhor… em nós.
Sorri.
Eu podia recuar agora.
Porque sabia que, no fundo, Miriam já estava perdida.
Era só questão de tempo.
O culto acabou, mas Miriam continuava refém dele.
Eu via nos ombros rígidos, na postura contida, no jeito que evitava me olhar enquanto caminhava ao lado de Elias.
Ela tentava se esconder.
Se esconder do desejo. Do pecado.
De mim.
Mas eu não ia permitir.
Esperei Elias se ocupar, sorrindo e distribuindo bênçãos como se fosse um santo.
Hipócrita.
Miriam se afastou, escapando pelo corredor lateral.
Eu fui atrás.
Ela entrou em uma das salas vazias da igreja, deixando a porta encostada.
Eu deslizei para dentro sem fazer barulho, observando-a.
Ela estava de costas para mim, organizando papéis sobre a mesa, tensa, como se tentasse sufocar algo dentro de si.
Mas sua respiração…
Sua respiração me dizia tudo.
Entreaberta. Instável.
Ela sentia.
Sentia minha presença antes mesmo de me ver.
E eu queria que ela sentisse mais.
Aproximei-me até que meu peito colasse às suas costas, deixando que o calor do meu corpo a envolvesse.
Miriam congelou.
Minha boca encontrou sua nuca, quente e faminta.
Ela estremeceu, soltando um suspiro entrecortado.
— Você fugiu de mim — murmurei contra sua pele.
Miriam não respondeu.
Apenas fechou os olhos, entregando-se ao arrepio que percorreu sua espinha.
Minha língua traçou um caminho lento, saboreando cada centímetro da pele sensível de seu pescoço.
— Mas eu senti sua falta… — continuei, deslizando os lábios até sua orelha, provocando-a com a ponta da língua. — Dessa boca. Desse cheiro. Desse corpo…
Meus dedos deslizaram pela lateral de sua cintura, subindo até seus seios, apertando-os por cima do tecido do vestido.
Ela arfou.
Seu corpo se curvou instintivamente para trás, pressionando-se contra mim.
E eu deixei que ela sentisse.
Minha ereção, dura, latejante, encaixada contra sua bunda.
Esfreguei-me nela, devagar.
Provocando.
Ela sufocou um gemido, os dedos se agarrando à mesa, como se precisasse de algo para se segurar.
— Está sentindo? — Sussurrei, mordiscando seu lóbulo. — Está sentindo o efeito que tem sobre mim?
Miriam balançou a cabeça, como se quisesse negar.
Como se quisesse lutar contra a verdade.
Mas seu corpo a traía.
Seus quadris se moveram, instintivamente
buscando mais fricção.
Um sorriso se formou em meus lábios.
Ela queria.
Ela sempre quis.
Deslizei minhas mãos para baixo, subindo a saia do vestido apenas o suficiente para que o tecido fino de sua calcinha ficasse ao alcance dos meus dedos.
Toquei-a sobre o pano.
Ela engoliu em seco.
— Você pode tentar fugir, Miriam… — murmurei, enquanto voltava a massagear seus seios, sentindo os mamilos rígidos mesmo sob o tecido. — Mas seu corpo nunca mente.
Seus joelhos cederam.
Segurei-a firme, sustentando-a contra mim.
— Miguel… — Ela sussurrou, trêmula.
Mas não era um pedido para parar.
Era um aviso de que ela estava se perdendo.
E eu queria que ela se perdesse.
Soltei um de seus seios apenas para puxar seu vestido para baixo, revelando a curva deliciosa de seus ombros.
O sutiã logo seguiu o mesmo caminho.
Os mamilos escuros e rígidos ficaram expostos ao ar fresco da sala.
Miriam estremeceu.
Segurei seus seios novamente, sem pressa, aproveitando cada segundo.
Minha ereção ainda pulsava contra sua bunda, e eu a esfreguei nela outra vez, enquanto meus polegares circulavam os mamilos sensíveis.
— Você é linda… — murmurei contra sua pele, antes de pressionar um beijo quente na curva de seu pescoço. — E merece ser adorada.
Miriam arfou, as mãos apertando a mesa com mais força.
Ela estava entregue.
Minha mão ainda estava sobre seus seios nus, sua respiração ainda estava entrecortada, e o desejo ainda pulsava entre nós.
O risco.
O perigo.
O que estávamos prestes a fazer dentro da igreja.
O silêncio na sala era carregado.
O risco de sermos descobertos ainda pairava no ar, mas Miriam não se movia.
Os lábios entreabertos, o peito subindo e descendo sob o vestido amarrotado.
Desejo.
Eu não ia deixá-la escapar.
Não dessa vez.
Segurei sua cintura e a virei para mim.
Seu olhar encontrou o meu, cheio de conflito, de medo, de culpa.
Mas quando minhas mãos apertaram sua carne, quando meu corpo colou ao dela, o medo se dissolveu.
Ela arfou.
E eu a beijei.
Faminto.
Urgente.
Miriam soltou um gemido abafado contra minha boca.
Seus lábios, hesitantes no início, logo corresponderam ao ritmo do meu beijo.
Minha língua deslizou para dentro, e ela me recebeu quente, macia, tímida, mas sedenta.
Apertei-a contra mim, deixando que sentisse cada centímetro da necessidade que me consumia.
Minha ereção latejava, e ela percebeu.
O corpo dela reagiu de imediato, tremendo
contra o meu.
Minhas mãos desceram, segurando suas coxas, puxando-a mais para mim.
Ela arquejou, quebrando o beijo por um instante.
— Miguel… — Sua voz era um sopro, carregada de hesitação, mas também de rendição.
Acariciei seu rosto, deslizando os dedos por sua mandíbula, seus lábios, seu pescoço.
— Sente isso? — murmurei, movendo meus quadris contra os dela, fazendo com que minha ereção pressionasse seu ventre. — Olha o tanto que eu te desejo.
Seus olhos se fecharam, e ela mordeu o lábio.
Minhas mãos desceram por seus braços até alcançar as dela.
Peguei seus pulsos e os guiei até mim, até o
volume rígido que pulsava sob minha calça.
Miriam prendeu a respiração.
Suas mãos estavam mornas, hesitantes, mas eu as mantive ali.
Sobre mim.
Sobre a prova física e inegável do desejo que eu sentia.
— Não tenha medo — sussurrei contra seus lábios. — Me toca.
Ela engoliu em seco.
Os dedos trêmulos deslizaram sobre o tecido da minha calça, explorando o contorno da minha ereção.
Soltei um gemido baixo, encorajando-a.
E então, como se algo dentro dela tivesse se
soltado, Miriam apertou-me.
Minhas pálpebras pesaram.
A sensação das mãos dela sobre mim, mesmo por cima do tecido, era devastadora.
Lentamente, ela começou a deslizar a mão, traçando um caminho incerto, mas curiosamente decidido, ao longo da minha rigidez.
Minha respiração falhou.
E Miriam viu.
Viu o efeito que tinha sobre mim.
Seus olhos se arregalaram, não de medo, mas de poder.
Pela primeira vez, alguém se rendia a ela.
E não o contrário.
— Meu Deus… — Ela murmurou, fascinada, os dedos apertando um pouco mais.
Ela olhou para mim, ainda perdida entre o choque e a excitação.
A ponta dos dedos desceu pelo fecho da minha calça, hesitando.
Eu a encarei.
Esperei.
A decisão era dela.
E então, como se tomasse coragem, Miriam deslizou os dedos para dentro do cós da minha calça, sentindo-me pela primeira vez sem a barreira do tecido.
Soltei o ar de um jeito quase doloroso.
— Isso… — Sussurrei, minha testa caindo contra
a dela. — Assim mesmo…
Miriam mordeu o lábio, encantada, experimentando a textura quente e firme de mim em sua palma.
Seus dedos tímidos começaram a me explorar, e meu corpo reagiu com um arrepio violento.
Segurei seu rosto, beijando-a novamente.
Ela se deixou levar, os movimentos da mão mais ousados, mais confiantes.
Eu gemi contra seus lábios.
E senti quando ela sorriu.
Miriam, minha doce e pecadora Miriam, estava se descobrindo ali.
Descobrindo o próprio poder.
Descobrindo o que era fazer um homem se
render a ela.
— Está sentindo? — murmurei contra sua boca. — O quanto você me enlouquece?
Seus dedos apertaram um pouco mais, testando, provocando.
O silêncio entre nós era carregado.
Miriam me olhava com os olhos escuros brilhando, ainda respirando rápido, as mãos trêmulas ao lado do corpo.
Seus lábios estavam inchados, úmidos do nosso beijo.
Ela parecia em choque com o que tinha acabado de fazer.
Com a forma como me tocou.
Com o efeito que teve sobre mim.
E eu sabia que aquele era um momento crucial.
Ou ela fugia de novo.
Ou finalmente aceitava o que sentia.
Me aproximei devagar, sem quebrar o contato visual.
Minha mão encontrou sua cintura e a puxei de volta para mim.
— O que foi? — murmurei, roçando os lábios no canto de sua boca. — Assustada com o próprio poder?
Ela fechou os olhos, o peito subindo e descendo rapidamente.
Meus dedos deslizaram por suas costas, subindo até sua nuca, afundando-se no coque apertado.
Soltei um dos grampos, sentindo seu cabelo
começar a se soltar.
— Miguel… — Sua voz era fraca, incerta.
— Shhh… — Beijei seu queixo, descendo para seu pescoço, sua clavícula. — Não precisa dizer nada. Só sentir.
Minha outra mão deslizou por suas costas, descendo para sua cintura, apertando suas curvas.
Ela soltou um suspiro, relaxando contra mim.
E então, de repente, senti seu corpo mudar.
Uma decisão silenciosa sendo tomada.
Miriam, pela primeira vez, tomou a iniciativa.
Seus dedos deslizaram por minha camisa, sentindo meu peito por cima do tecido.
E então, sem hesitar, ela começou a descer.
Lenta.
Deliberada.
Seus joelhos dobraram, e ela se ajoelhou diante de mim.
Minha respiração falhou.
Seu olhar encontrou o meu, cheio de intenção.
Seus dedos tocaram o cós da minha calça.
Miriam queria me tomar na boca.
Ali.
Naquela sala vazia da igreja.
O pensamento era devastador.
Mas eu não podia deixar que acontecesse.
Segurei seus pulsos antes que ela avançasse mais.
Ela me olhou, confusa.
— Não — murmurei, a voz rouca. — Temos pouco tempo.
Ela piscou, parecendo surpresa.
— Então vamos priorizar o seu prazer.
Seus lábios se entreabriram.
Seus olhos se encheram de algo diferente.
Algo que eu não esperava.
Miriam estava comovida.
Talvez nunca tivesse sido colocada em primeiro lugar antes.
Talvez nunca tivesse sentido o que era ser
servida, ao invés de servir.
Toquei seu rosto, deslizando os dedos por sua bochecha, seu maxilar.
Ela fechou os olhos, como se saboreasse o momento.
E eu soube que tinha conseguido.
Aquela era a virada.
Miriam nunca mais seria a mesma.
Eu queria que Miriam sentisse.
Não apenas desejo.
Mas tudo o que aquilo significava.
Que ela soubesse que, pela primeira vez, era ela
quem importava.
Ergui-a do chão sem esforço, fazendo-a soltar um suspiro surpreso quando suas pernas instintivamente envolveram minha cintura. Suas mãos agarraram meus ombros, buscando equilíbrio, mas eu já a tinha completamente sob meu controle.
Dei dois passos e a sentei sobre a escrivaninha de madeira, o móvel rangendo levemente sob o peso dela. O vestido se ergueu até a metade de suas coxas, revelando a pele quente, tremendo sob minhas mãos.
Ajoelhei-me diante dela.
O chão gelado contrastava com o calor que emanava do corpo de Miriam.
Minha visão estava preenchida por suas pernas entreabertas, a respiração acelerada denunciando a antecipação.
Meus dedos deslizaram suavemente pela curva de sua coxa, subindo devagar até encontrarem a fina renda bege de sua calcinha.
Um detalhe mundano. Simples.
Nada sedutor.
E, no entanto, absolutamente irresistível, porque estava encharcada.
Miriam estava molhada para mim.
Tão molhada que a umidade marcava o tecido sem esforço.
Prendi os dedos na lateral da peça e puxei com calma, observando cada segundo em que seu corpo era revelado para mim.
Ela gemeu baixo, hesitante, mas não me impediu.
Deslizei a calcinha por suas pernas, sentindo a
textura do tecido impregnado com seu desejo.
Então fiz algo que a fez prender a respiração.
Levei a peça até o rosto e inspirei profundamente.
Um gesto teatral.
Mas verdadeiro.
O cheiro dela tomou meus sentidos, quente e denso, espalhando-se por meu corpo como um incêndio.
Miriam arregalou os olhos, a boca entreaberta, um misto de choque e excitação evidente em sua expressão.
— Isso é meu. — Minha voz saiu baixa, carregada de promessas.
Dobrando a calcinha, guardei-a no bolso da minha calça, sem desviar o olhar dela.
A posse silenciosa naquilo a fez estremecer.
Ela não disse nada.
Não protestou.
Miriam estava exposta.
Seus joelhos estavam levemente dobrados, as pernas afastadas sobre a escrivaninha, mas, mesmo assim, ela tentava se esconder.
Desde o momento em que removi sua calcinha, sua mão deslizou para cobrir sua intimidade. Seus dedos pressionavam a carne quente, num reflexo envergonhado, e sua respiração parecia trêmula, hesitante.
Eu percebi.
A hesitação, o constrangimento.
O desejo lutando contra a insegurança.
Toquei de leve seus dedos, pedindo permissão sem dizer uma palavra. Ela mordeu o lábio, hesitou, mas não afastou a mão.
— Miriam… — sussurrei, a voz baixa, íntima.
Ela me encarou.
— Me deixa ver você.
Ela não respondeu de imediato. Seus cílios tremularam, o peito subindo e descendo num ritmo descompassado. Mas, depois de um momento de silêncio pesado, sua mão vacilou e, aos poucos, cedeu.
Um arrepio passou por seu corpo quando deslizei os dedos por sua pele, afastando delicadamente sua mão e revelando o que ela tentava esconder.
E então eu vi.
A vulva de Miriam era linda.
Os lábios cheios, úmidos, os pelos crespos e naturais cobrindo parte da pele. Umidade brilhava entre suas dobras, uma evidência silenciosa do que ela sentia, de tudo o que tentava conter.
Ela desviou o olhar, claramente desconfortável.
— Miguel… — murmurou, envergonhada. — Não repara…
Sorri de leve.
— Como eu não repararia? — Minha voz era um fio de desejo.
Miriam respirou fundo.
— É que… eu não tenho o costume…
Entendi na hora.
A insegurança, o motivo pelo qual tentava se esconder.
Acariciei sua coxa devagar, sentindo os pelos finos ali também, e beijei suavemente sua pele.
— Você acha que eu me importo?
Ela ainda evitava me olhar.
— Elias nunca te chupou, não é? — perguntei, a voz carregada de algo entre curiosidade e indignação.
Ela ficou tensa.
Seus olhos se fecharam por um instante, como se não quisesse responder, mas, no fim, sua sinceridade venceu.
— Não.
Eu travei o maxilar.
— Nunca?
Ela negou com a cabeça, mexendo os dedos nervosamente sobre a madeira da escrivaninha.
— Ele dizia que era pecado.
Soltei um riso curto, seco.
— Pecado?
— Sim. — Ela suspirou, finalmente olhando para mim. — Ele dizia que a boca dele era para pregar a palavra. Que não podia sujá-la com… com isso.
Meus dedos apertaram a carne de sua coxa, indignação borbulhando em meu sangue.
— Canalha — soltei, a palavra cuspida como veneno.
Ela riu, mas foi um riso triste.
— Eu não prego. Então, um pequeno sacrifício
para agradar meu esposo não era um problema.
Eu quis bater em algo.
Ou alguém.
Preferencialmente Elias.
Mas, em vez disso, me inclinei sobre Miriam, deixando que meu olhar queimasse o dela.
— E você? Ele alguma vez se sacrificou para te agradar?
Ela não respondeu.
E o silêncio me deu minha resposta.
O ar entre nós pesava, denso e carregado de algo primal.
Miriam ainda estava tensa, os olhos inquietos, como se seu corpo estivesse dividido entre o desejo e o receio. A boca entreaberta, a respiração acelerada.
Ela estava entregue.
Mas ainda não sabia.
Acariciei sua coxa devagar, sentindo a pele quente sob meus dedos. Meus lábios seguiram o mesmo caminho, pressionando beijos lentos, provocadores. Miriam se encolheu levemente, a antecipação fazendo sua pele se arrepiar.
Então, ergui o olhar e prendi o dela.
— Seu corpo merece mais do que sacrifício — murmurei, minha voz rouca, carregada de intenção.
Ela engoliu em seco.
— Merece adoração.
Miriam suspirou, fechando os olhos por um instante.
Sorri de leve e continuei minha jornada por sua pele.
Primeiro, as coxas.
Minhas mãos se firmaram ali, afastando suavemente suas pernas, enquanto minha boca explorava cada centímetro. Beijos demorados, a ponta da língua traçando caminhos quentes pela sua pele, provocando pequenos tremores.
Ela segurava a beirada da escrivaninha com força, os dedos pressionando a madeira.
Me aproximei ainda mais, sentindo o calor exalando de sua intimidade.
Depositei um beijo suave sobre seu monte de Vênus, sentindo o aroma intoxicante do seu desejo.
Miriam respirou fundo, a tensão evidente em seu corpo.
Então, minha boca desceu mais.
Percorri seus lábios vaginais com beijos lentos, sem pressa, deixando que minha respiração quente provocasse arrepios em sua pele.
Ela soltou um suspiro trêmulo, suas coxas estremecendo sob meu toque.
— Miguel… — sussurrou, num tom de advertência e entrega.
Ignorei.
Ou melhor, aceitei como um convite.
Minhas mãos apertaram suas coxas antes de afastá-las ainda mais.
E então, sem aviso, minha língua deslizou
lentamente sobre seu clitóris.
Miriam arquejou, o corpo se curvando em resposta.
Mas se conteve.
Eu percebi.
A forma como ela prendeu a respiração, como mordeu o lábio para conter um gemido.
Ela não queria fazer barulho.
Talvez medo de ser ouvida.
Talvez medo de se ouvir.
Mas eu queria.
Eu queria que ela sentisse.
Que se permitisse.
Minha língua se movimentou novamente, dessa vez mais firme, explorando sua sensibilidade.
Suas coxas se contraíram ao redor do meu rosto, seu quadril se moveu levemente contra minha boca.
Ela estava molhada, quente, entregue.
E lutava contra isso.
Mas eu não permitiria.
Eu a queria desfeita.
Desarmada.
Completamente minha.
Meus lábios pressionavam sua pele macia, a textura quente e úmida me embriagando. Eu nunca a tinha visto assim antes—tão entregue, tão crua em seu desejo. Miriam estava ali, deitada sobre a escrivaninha, pernas
entreabertas, se segurando pelo fio da culpa enquanto o corpo gritava pelo prazer que, até então, ela nunca soubera que merecia.
A língua deslizou por seus lábios vaginais, sentindo o gosto dela. Quente, denso, levemente salgado e absurdamente doce ao mesmo tempo. O cheiro do seu desejo preenchia o ar entre nós, uma mistura de baunilha suave e pecado.
Ela soltou um suspiro trêmulo.
Seus quadris se ergueram num reflexo involuntário, como se o próprio corpo estivesse ansioso por mais, antes que sua mente pudesse interferir e lhe dizer que era errado.
Mas não era.
Não dessa vez.
Deslizei a língua entre seus lábios, saboreando cada detalhe. A pele macia, quase sedosa,
úmida e quente, pulsando levemente contra minha boca. A ponta da minha língua circulou seu clitóris, experimentando a textura sensível, sentindo a forma como seu corpo reagia a cada movimento.
Miriam gemeu, um som baixo, quase relutante.
— Miguel… — sussurrou, como se me chamasse de volta, como se tentasse resistir.
Mas minha resposta foi apenas aprofundar meu toque, minha boca envolvendo seu clitóris, sugando com uma lentidão torturante.
O gemido que escapou de sua garganta foi mais alto dessa vez.
E eu sorri contra sua pele.
— Está sentindo? — murmurei entre beijos úmidos, sem parar o movimento da língua. — Isso é para você, Miriam. Isso é seu.
Ela respirava pesado, o peito subindo e descendo de forma descompassada.
Minha língua desceu novamente, explorando cada dobra, cada detalhe de sua intimidade. Pressionei um beijo demorado sobre sua abertura, sentindo o calor que pulsava ali, antes de deslizar a língua para dentro, provando-a de forma mais profunda.
Miriam arquejou, as mãos agarrando a beirada da escrivaninha, como se precisasse de algo para se segurar.
— Meu Deus… — sussurrou, a voz embargada.
A cada nova investida, ela cedia um pouco mais. A cada nova carícia, sua resistência se despedaçava.
E eu queria vê-la inteira assim.
Queria que Miriam sentisse, sem reservas, sem desculpas.
Queria que soubesse que, naquele momento, ela não era serva.
Ela era adorada.
Miriam se debatia sob mim, a respiração pesada e entrecortada, o peito subindo e descendo como se o próprio ar lhe faltasse. O som abafado de seus gemidos preenchia a sala, uma mistura de desejo contido e surpresa pelo prazer que se avolumava dentro dela, ameaçando consumi-la por inteiro.
Minha boca permanecia em seu clitóris, minha língua alternando entre lamber e sugar suavemente, criando um ritmo que a fazia se contorcer, ora tentando se afastar, ora se entregando mais.
Mas agora, eu queria mais.
Com a língua ainda a provocando, deslizei um dedo entre seus lábios úmidos, sentindo o calor
pulsante e acolhedor de sua entrada. Desenhei um círculo ao redor dela, provocando, testando sua reação.
— Miguel… — Ela arfou, tensa.
— Shh… — Sussurrei contra sua pele, sem interromper meu toque.
Seus músculos internos pulsavam, e eu podia sentir o quão pronta ela estava. Lentamente, mergulhei um dedo dentro dela, sentindo a pressão quente ao redor dele.
Ela estremeceu.
— Tão apertada… — murmurei, saboreando a sensação de sua intimidade envolvendo meu toque.
Deslizei o dedo para fora e voltei a introduzi-lo, criando um ritmo lento e ritmado, sincronizando com as carícias da minha língua em seu clitóris.
Seu corpo reagia instintivamente, os quadris se movendo contra minha boca, buscando mais.
E eu lhe daria mais.
Acrescentei um segundo dedo, sentindo sua entrada se abrir um pouco mais para me receber. O calor de dentro dela parecia me envolver, e a maneira como seus músculos a cada novo movimento me dizia tudo o que eu precisava saber.
Ela estava perto.
Miriam mordia os lábios, os olhos fechados, tentando conter o que estava por vir.
Mas eu queria que ela se entregasse.
Queria vê-la desmoronar.
Acelerei os movimentos dos dedos, massageando o ponto mais sensível dentro dela ao mesmo tempo em que minha língua
trabalhava com mais precisão sobre seu clitóris.
O corpo dela ficou tenso.
A respiração falhou.
E então, aconteceu.
Miriam se arqueou sobre a mesa, a boca entreaberta num gemido sem som. Seus músculos internos apertaram meus dedos com força, e uma onda quente e pulsante passou por todo o seu corpo.
Ela gozou, sem reservas.
Sem culpa.
E enquanto sua respiração começava a se acalmar, enquanto os tremores ainda percorriam suas coxas, eu continuei ali, saboreando cada segundo de sua entrega.
Porque, pela primeira vez, Miriam foi adorada.
Me levantei lentamente, sentindo o calor ainda vibrante da pele de Miriam sob meus dedos. Ela estava deitada sobre a mesa, ofegante, as pernas ainda trêmulas do clímax recente. Seu peito subia e descia enquanto tentava recuperar o fôlego, os olhos fechados como se não acreditasse no que acabara de acontecer.
Passei a língua pelos lábios, saboreando os últimos vestígios do gosto dela. Doce, quente, inebriante.
— Você tem o gosto do pecado mais gostoso que já provei — murmurei, limpando a boca com o dorso da mão, sem tirar os olhos dela.
Miriam abriu os olhos devagar, ainda parecendo perdida entre o prazer e a culpa.
— Miguel… — Sua voz era um sussurro rouco,
carregado de algo que eu não conseguia definir completamente.
— Sim? — inclinei-me sobre ela, a palma da minha mão deslizando devagar por sua coxa ainda entreaberta.
— Eu… — Ela desviou o olhar, mordendo os lábios, e eu soube que estava buscando as palavras certas. No fim, tudo que conseguiu dizer foi um tímido: — Obrigada…
Sorri de canto, acariciando sua perna com os dedos leves.
— Quem deveria agradecer sou eu — murmurei, inclinando-me até meu rosto ficar a centímetros do dela.
Miriam piscou, confusa.
— Você se entregou para mim — continuei. — Me deixou ver a mulher que existe por baixo dessa fachada de servidão. Me deixou sentir você. Isso
vale mais do que qualquer palavra.
Seus olhos me encararam com algo diferente agora. Uma mistura de surpresa e algo mais… algo que se assemelhava a admiração.
Um sorriso pequeno, quase tímido, surgiu em seus lábios.
— Foi… incrível — confessou baixinho, corando.
— E foi só o começo — provoquei, deslizando as mãos para sua cintura e puxando-a levemente para mim.
Ela engoliu em seco, seus olhos desviando para baixo, onde a ereção que eu mal conseguia conter pressionava o tecido da calça.
Minha mão desceu até o cinto.
Miriam prendeu a respiração.
O metal fez um som baixo ao ser afrouxado.
Eu abri o botão da calça, mantendo meu olhar cravado nela.
Ela ficou imóvel, os lábios entreabertos, esperando.
— Agora… vamos continuar nossa celebração, não vamos?
O som do zíper descendo preencheu a sala.
E então, Miriam fechou os olhos e mordeu os lábios, antecipando o que estava por vir.
Então, a maçaneta girou.
Meu corpo congelou.
Miriam, ainda deitada sobre a mesa, arquejou. O vestido subia perigosamente em suas coxas, os seios parcialmente expostos pelo decote desalinhado.
Então, a porta se abriu.
Minha mãe.
O choque estampado em seu rosto foi como um balde de água gelada. Seu olhar passou de mim para Miriam, registrando cada detalhe da cena: minha mão ainda perto do zíper da calça, o rubor no rosto de Miriam, os lábios dela inchados dos beijos que trocamos.
A incredulidade dela se transformou em um sussurro sufocado:
— Meu Deus…
O silêncio foi cortante.
Miriam se apressou para ajustar o vestido, os dedos trêmulos puxando o tecido de qualquer jeito. Seu rosto queimava de vergonha e medo.
Minha mãe não conseguia tirar os olhos dela. Depois, virou-se para mim, os olhos duros.
— Miguel… — Sua voz saiu grave, cheia de reprovação. — O que você pensa que está fazendo?
Engoli em seco.
Não havia como explicar aquilo.
Continua...
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