Fodi a Esposa Crente do Pastor - Capítulo 1

Um conto erótico de Allan Grey
Categoria: Heterossexual
Contém 5427 palavras
Data: 27/02/2025 17:27:47

O banco de madeira é duro, desconfortável. Me mexo, cruzo e descruzo as pernas, respiro fundo. O cheiro de perfume barato e madeira encerada enche minhas narinas, e eu tamborilo os dedos na coxa tentando ignorar a ladainha do pastor Elias. O sermão é sobre pecado e redenção, como sempre, e as vozes dos fiéis ecoam em coros ensaiados de améns e aleluias.

Olho ao redor. As paredes brancas e altas do templo dão a ilusão de grandeza, mas tudo aqui parece pequeno, abafado. A ventilação fraca faz com que o calor se acumule, e vejo algumas mulheres abanando-se com folhetos de oração. A igreja está cheia, como sempre. Homens de camisas bem passadas e mulheres de vestidos recatados. As crianças estão inquietas, balbuciando e mexendo nos cabelos das mães, mas um olhar severo das figuras maternas as faz se aquietar rapidamente. Tudo segue um ritual.

Observo os rostos ao meu redor. O irmão José levanta as mãos ao céu, como se tivesse encontrado a iluminação divina entre um pagamento atrasado e outro. Dona Cláudia canta com fervor, a mesma que, durante a semana, espalha fofocas pelo grupo das irmãs. O jovem Samuel, que adora falar sobre castidade, tem os olhos cravados na saia de uma das irmãs que está ajoelhada em oração. Todos desempenham seus papéis com maestria, atores devotos de um teatro celestial.

Minha mãe senta-se ao meu lado, radiante, feliz por me ver ali, como se a simples presença dentro da igreja garantisse minha salvação. Seus lábios se movem acompanhando cada palavra do pastor Elias, suas mãos entrelaçadas em um gesto de oração. Olho para ela por um instante e me pergunto se algum dia sentirei essa mesma paz que ela finge ter.

Eu tamborilo os dedos contra a coxa. Não consigo prestar atenção no que está sendo dito no altar. Meus olhos vagueiam pelo teto alto, pelas colunas, pelas grandes janelas que permitem a entrada da luz matinal. É uma bela arquitetura, admito. Mas nada aqui me interessa.

Minha mente começa a viajar. O tempo parece se arrastar, as palavras do pastor tornam-se ruídos distantes, monótonos. Faço um esforço para não bocejar. Se ao menos esse lugar tivesse algo minimamente interessante...

E então, vejo algo. Algo que torna o culto menos insuportável.

Primeiro, é apenas um vislumbre. Um movimento sutil, um pequeno detalhe que me chama a atenção sem que eu saiba exatamente o porquê. Meu olhar volta-se instintivamente para um ponto específico da congregação. O barulho do sermão e das orações parece diminuir, e por um momento, tudo ao meu redor desaparece. Apenas uma presença importa agora.

Não a vejo por completo. Apenas um fragmento dela me captura, algo indefinido e, ao mesmo tempo, poderoso. Meu corpo se retesa levemente, e sinto um formigamento na nuca. Uma presença marcante, algo diferente do restante da multidão.

Meu coração bate um pouco mais rápido. Não sei exatamente o que me atrai nessa visão incompleta, mas sei que preciso olhar de novo. Preciso ver mais. E sei que, a partir desse momento, esse culto nunca mais será o mesmo para mim.

Meus olhos encontram um ponto fixo no meio da multidão. E, por um instante, tudo ao redor se dissolve. O barulho do culto se torna um zunido distante, o sermão do pastor Elias vira um murmúrio irrelevante.

Ela está ali.

Não sei como não a tinha notado antes.

Sentada em um dos bancos mais próximos ao altar, a postura impecável, os ombros retos, as mãos repousando com elegância sobre o colo. O vestido longo cobre sua pele, mas não esconde nada. Pelo contrário. O tecido claro e modesto apenas acentua as curvas que ele tenta esconder. O busto farto se projeta de forma irresistível, comprimido pelo corte conservador da roupa, que se ajusta como se o próprio tecido estivesse lutando contra as leis da moralidade.

A cintura fina afunila antes de dar espaço ao quadril largo, farto, um convite proibido sob a seda opaca do vestido. As coxas pressionadas uma contra a outra, escondidas, mas imagináveis. Meu olhar percorre todo o caminho da barra da saia até onde seus pés repousam, delicados e calçados em sapatos baixos que parecem denunciar um desejo inconsciente de se manter presa ao chão, de não chamar atenção.

O cabelo é escuro e cacheado, volumoso, mas contido em um coque baixo, alguns fios se soltando na nuca, como se desafiassem a prisão imposta por suas próprias mãos. Imagino-os soltos, caindo em cascata pelos ombros nus. Imagino puxá-los, afundar meus dedos neles.

Seu rosto é um poema de contrastes. A pele mulata, macia e uniforme, parece absorver a luz do templo e devolvê-la com calor. Os lábios cheios e bem desenhados, a curva da boca relaxada, mas com um contorno de tentação. Os olhos, negros e profundos, estão fixos no pastor, mas vejo algo ali. Algo submerso. Como um mar calmo que esconde correntes violentas sob a superfície.

Eu engulo em seco.

— Quem é ela? — pergunto baixinho para minha mãe, sem desviar o olhar.

Ela me olha de esguelha, segue meu olhar e sorri, satisfeita com meu aparente interesse em algo dentro da igreja.

— Miriam. A esposa do pastor Elias. — Ela diz isso como se fosse óbvio, como se o fato de Miriam ser a mulher do pastor a tornasse uma entidade inalcançável, uma relíquia sagrada intocável.

Sinto um frio na espinha. E, ao mesmo tempo, um calor baixo, uma fisgada de desejo que se espalha feito veneno doce pelas veias.

A esposa do pastor.

Uma mulher que deveria ser pura, devota, intocada por desejos mundanos. Uma mulher cuja vida, em teoria, está entregue a Deus e ao marido. Mas eu sei o que vi. Sei o que percebi em sua pele, em suas curvas, em seus olhos.

A santidade dela é uma máscara.

E, de repente, quero estar ali para ver o momento exato em que essa máscara cairá.

O culto segue, mas minha atenção está presa em Miriam. Observo-a sem pressa, captando cada detalhe de sua expressão. Há algo de melancólico no modo como seus olhos se perdem no vazio, como se estivesse ali apenas fisicamente, enquanto sua mente vagasse por outro lugar, talvez por outra vida.

A cada palavra do pastor Elias, seu marido, sua expressão se torna mais contida, mais distante. Ela não parece uma mulher plenamente feliz, não parece tocada pelas palavras inflamadas do homem que prega com fervor, mas cuja presença ao lado dela é tão gelada quanto um altar de mármore.

Meus olhos encontram os dela em pequenos momentos furtivos.

Primeiro, um vislumbre rápido. Depois, um segundo olhar mais demorado. E, por fim, um instante a mais do que o permitido. O suficiente para sentir um choque quente percorrer minha espinha quando ela não desvia de imediato.

Não sou o único a notá-la.

Outros homens também lançam olhares sobre Miriam, ainda que de forma contida, reverente. Uma admiração silenciada pelo temor ou pelo respeito ao pastor Elias. Mas eu vejo a verdade em seus olhares. Eles a desejam, mesmo que jamais admitam. Eles imaginam o que está por baixo daquele vestido, o calor de uma mulher tão voluptuosa e, ao mesmo tempo, intocável.

A mãe me cutuca de leve e diz:

— Venha cumprimentar o pastor e sua esposa. Seria descortês não irmos.

Não reluto. Pelo contrário. Quero vê-la de perto. Sentir sua presença não através da distância de um banco, mas no alcance de um toque.

Quando nos aproximamos, o pastor Elias nos recebe com um sorriso formal, que desaparece rápido. Sua voz é firme, mas sem calor. Seu olhar pousa sobre mim com aquela mesma austeridade que ele despeja no sermão.

E então, Miriam.

Agora está diante de mim, e de perto é ainda mais magnética. O perfume dela — uma mistura sutil de baunilha e flores brancas — flutua no ar entre nós, doce, mas com algo oculto sob a suavidade. Algo que incita, que provoca.

Estendo a mão para cumprimentá-la. O toque dela é suave, mas existe uma pressão sutil na ponta dos dedos. Nenhum toque dura mais do que o necessário, a menos que ambas as partes concordem com isso. E nós concordamos. Por um segundo a mais, o contato persiste. O olhar dela se prende ao meu. Um segundo. Dois.

Depois, a desconexão. A mão se solta, os olhos baixam, a expressão volta a ser neutra. Mas sei o que senti.

A energia entre nós foi palpável.

E, acima de tudo, sei que ela sentiu também.

Enquanto ainda absorvo aquele contato, vejo Elias se virar abruptamente para Miriam. Seu rosto se fecha e sua voz sai baixa, mas cortante:

— Pare de sorrir assim para todo mundo. Comporte-se.

Miriam abaixa os olhos, os lábios apertados, e assente em silêncio. Mas algo nela endurece. Algo que me diz que, por dentro, ela está sufocada.

Meu estômago revira. Não consigo desviar os olhos da cena. Elias é respeitado, adorado pela congregação, mas naquele instante, tudo o que vejo é um homem pequeno tentando apagar a luz de uma mulher.

Nos cultos seguintes, minha atenção se fixa em Miriam. Eu me sento estrategicamente em locais que me permitem observá-la sem ser óbvio. E observo.

O pastor Elias continua sua pregação fervorosa, mas sua presença ao lado da esposa é tão estéril quanto o altar de pedra. Não há toques afetuosos, nem sorrisos cúmplices, nem sequer um vislumbre de carinho. Ele é frio. Uma distância calculada que a torna uma presença fantasmagórica ao lado dele.

Ela escuta o sermão com atenção contida, os lábios fechados em uma linha pálida, as mãos cruzadas sobre o colo, como se precisasse se segurar para não se desfazer em pedaços. Mas há momentos em que ela desvia o olhar, em que sua mente parece vagar para longe. E são nesses momentos que eu a encaro.

Começo a testar os limites. Pequenos olhares demorados. Um sorriso breve quando nossos olhos se encontram. A maneira sutil como inclino o corpo quando passo perto.

E ela percebe.

Ora corresponde, mesmo que de forma hesitante. Ora recua, os olhos fugindo rápido, como se o simples ato de retribuir meu olhar fosse uma transgressão grave.

O jogo se desenha lentamente, feito um fio tênue sendo puxado aos poucos. Num culto, minha perna toca a dela ao sentarmos na mesma fileira. Não recuo de imediato. Nem ela. O calor atravessa o tecido das roupas, e por um instante sinto sua respiração mudar. Depois, ela se afasta, ajeitando a saia de modo nervoso.

Outra vez, ao cruzarmos no corredor apertado, permito que nossos ombros se rocem.

— Com licença, Miriam — murmuro, baixo, apenas para ela ouvir.

Ela suspira, como se tentasse disfarçar a reação.

E eu me divirto. Mas também me inflamo. Porque o jogo não é apenas dela. É meu também.

Num domingo, encontro-a na sala de café da igreja, ajeitando pratos e talheres sobre a mesa. Está sozinha, o coque bem preso, mas alguns fios escapam na linha da nuca. O vestido azul claro a envolve como um pecado. O decote fechado esconde o que ninguém deveria ver, mas a curva dos seios continua evidente sob o tecido.

Aproximo-me, pegando uma xícara de café, e deixo o silêncio pesar antes de falar:

— Você tem mãos bonitas, Miriam.

Ela ergue os olhos, surpresa.

— Como disse?

— Suas mãos. Delicadas. Bonitas.

Ela enrubesce, ajeitando a barra do vestido como se precisasse se ancorar em algo físico.

— Não sei por que diz isso.

Dou um gole no café, fingindo indiferença.

— Não sei... talvez porque note coisas bonitas.

Ela fica em silêncio por um instante, depois murmura:

— Miguel, não devia dizer esse tipo de coisa.

Mas há um tremor em sua voz. Uma hesitação tímida, um arrepio contido no modo como ela segura a própria xícara com mais força do que o necessário.

Afasto-me, mas antes de sair, lanço um último olhar.

— Então é melhor eu não dizer o resto do que pensei.

E saio antes que ela possa responder.

O jogo continua, e a cada semana, o limite entre o proibido e o desejado fica mais tênue.

O templo está silencioso. O culto acabou há quase uma hora, e a maioria dos fiéis já se dispersou. Apenas alguns poucos ainda circulam pelo salão, recolhendo cadeiras, ajustando detalhes para o próximo encontro. Eu, por outro lado, caminho sem pressa pelos corredores, até que a encontro.

Miriam está na cozinha da igreja, empilhando louças em uma prateleira alta. Os braços erguidos fazem o vestido colar ainda mais às suas curvas, e, por um momento, permito-me apenas observar. O tecido claro desliza sobre sua pele como uma segunda pele, moldando-se ao corpo que ela tenta esconder sob a moralidade imposta. A cintura fina, o quadril farto, a linha das costas que se arqueava levemente quando ela se inclinava. O coque baixo, sempre contido, mas com alguns fios soltos escapando pela nuca. Imaginei puxá-los, enrolá-los entre os dedos, sentir a textura entre as palmas.

Ela não me vê de imediato. Só percebe minha presença quando dou um passo para mais perto. O som de minha sola contra o piso ecoa na quietude do ambiente. Ela se vira bruscamente, os olhos negros se arregalando ligeiramente antes de suavizar a expressão.

— Miguel… O que está fazendo aqui? — Sua voz saiu baixa, carregada de um nervosismo que ela tentava mascarar.

Dei de ombros.

— Apenas andava por aí. Você parece sobrecarregada.

Ela soltou uma risada curta, sem humor.

— Há sempre muito o que fazer.

— Você faz tudo sozinha?

Ela hesitou por um segundo antes de responder:

— Algumas irmãs ajudam, mas hoje já foram embora.

Assenti devagar, cruzando os braços enquanto me apoiava no batente da porta.

— O pastor Elias nunca te ajuda?

Ela piscou algumas vezes, surpresa com minha pergunta. Era óbvio que não, mas fiz questão de perguntar mesmo assim. Vi seus dedos apertarem o pano de prato por um breve instante antes que sua expressão voltasse à neutralidade.

— Ele tem obrigações maiores.

— Isso não parece justo — digo, e dou mais um passo à frente, reduzindo a distância entre nós. Ela percebe. Seu corpo enrijece de leve, mas não recua.

— O que quer dizer com isso?

Abaixo o tom da voz, como se estivesse prestes a confessar um segredo.

— Que você faz muito. Mais do que deveria. E não vejo ninguém reconhecendo isso.

Ela ri de leve, mas há algo amargo no som.

— Eu faço o que deve ser feito.

— E quem cuida de você, Miriam?

O silêncio se instala entre nós. Um silêncio carregado, denso, no qual posso ver a exata maneira como suas defesas se erguem. Mas também vejo a rachadura nelas. Ela abaixa os olhos, concentrando-se na borda da mesa como se ali estivesse alguma resposta para algo que ela nem sabe como perguntar.

— Eu estou bem — ela diz, mas sua voz trai a firmeza que tenta fingir.

— Não parece — retruco. — Parece cansada. Parece… presa.

Ela fecha os olhos por um breve instante, inspirando fundo. Quando os abre, sua expressão está mais fechada, como se tivesse se recolhido para dentro de si.

— Você não deveria falar assim, Miguel.

— Por quê? Por que é verdade?

Ela me encara, e há um fogo contido ali, um brilho perigoso que me faz querer provocá-la mais. Mas me contenho. Por enquanto.

Dou um meio sorriso e apoio a xícara de volta na mesa.

— Sabe, Miriam… às vezes nos acostumamos tanto com o pouco que recebemos que esquecemos que merecemos mais.

Ela engole em seco. Posso ver a respiração dela se alterando, a maneira como seus dedos crispam levemente sobre a madeira da mesa.

— Não fale assim — ela murmura, mas a convicção em sua voz está se dissipando.

Eu me aproximo apenas o suficiente para sentir seu perfume. Baunilha e flores brancas. Doce, mas com algo quente por baixo. Algo que pede para ser descoberto.

— Não quer que eu fale assim ou não quer admitir que eu estou certo?

Ela respira fundo. Ergue o rosto. Seus olhos se fixam nos meus com algo entre desafio e entrega.

— Você não sabe nada sobre mim.

Sorrio de leve, inclinando-me um pouco mais, deixando minha voz deslizar como um sussurro entre nós.

— Ah, mas eu sei, Miriam. Sei que você sente falta de algo. Sei que há coisas dentro de você que não podem ser apagadas, por mais que tente. Sei que, às vezes, você se permite pensar no que poderia ser… se não estivesse presa a isso tudo.

Ela aperta os lábios, e por um instante acho que vai se afastar. Mas não o faz. Ela continua ali, imóvel, e nesse imobilismo há um grito silencioso, uma guerra travada dentro dela.

Passo os dedos pela borda da mesa, como se traçasse um caminho invisível.

— Você merece mais do que tem, Miriam.

Miriam ergueu o olhar para mim, e por um instante vi algo diferente ali. Algo perigoso. Uma fagulha de irritação, talvez. Mas tão rápido quanto apareceu, ela desviou o olhar, voltando a enxugar os pratos.

— Você não devia falar assim.

— Só estou constatando um fato. — Me afastei do batente e caminhei até a mesa do centro da cozinha, puxando uma cadeira e me sentando. — Você gosta da sua vida, Miriam?

Ela parou.

Não respondeu de imediato.

Eu podia sentir o peso daquela pergunta pairando no ar entre nós.

— Essa não é uma pergunta apropriada.

— Apropriado ou não, você pensou antes de responder.

Ela respirou fundo e colocou o último prato sobre a pia. Não olhou para mim. Apenas permaneceu ali, os dedos apoiados na borda da pia, como se estivesse buscando firmeza.

Levantei-me devagar e caminhei até ela, parando a poucos centímetros de distância.

— Você merece mais do que tem — sussurrei.

Eu estava perto o suficiente para sentir o perfume suave que emanava de sua pele. Baunilha e flores brancas. Doce, mas com algo oculto, algo que pedia para ser descoberto.

Miriam fechou os olhos por um breve instante, e quando os abriu novamente, sua respiração estava mais pesada.

— Miguel…

Meu nome saiu de seus lábios em um tom baixo, quase uma súplica.

Sorri, porque soube naquele momento que já não era uma questão de "se", mas "quando".

E quando a hora chegasse, ela não seria mais apenas a esposa do pastor.

A cozinha da igreja ficou em silêncio depois que Miriam murmurou meu nome. Um silêncio carregado, denso, que parecia vibrar entre nós como um fio prestes a se partir. Ela não se afastou, mas também não me olhou. Ficou ali, os dedos apertados contra a borda da pia, respirando fundo como se precisasse recuperar o controle sobre algo que escapava entre seus dedos.

Abaixei o olhar para suas mãos. Eram mãos cuidadosas, de dedos longos e delicados, mas marcados por um trabalho silencioso. Mãos de quem passa despercebida, de quem serve sem ser servida.

Não era justo.

— Eu te ajudo com isso. — Minha voz saiu baixa, sem pressa.

Ela ergueu o rosto, surpresa.

— Não precisa.

— Eu quero.

Não esperei sua permissão. Peguei um prato e comecei a enxugá-lo devagar, sentindo seu olhar me acompanhar com hesitação. Por algum motivo, aquilo a deixou desconcertada. Talvez porque não estivesse acostumada a ser ajudada.

Ou talvez porque minha presença tão próxima estivesse começando a mexer com ela.

Trabalhamos em silêncio por um tempo. Ela lavava, eu secava. O ambiente era pequeno, e as proximidades forçadas criavam choques inevitáveis. No começo, foram apenas roces leves. O toque de nossas mãos quando peguei um copo que ela acabara de lavar. Um instante de pele contra pele, um breve arrepio que percorreu seu braço antes que ela recuasse rápido demais.

Depois, vieram os toques mais ousados.

Ao passar atrás dela para pegar um pano de prato, deixei que minha mão roçasse suavemente suas costas, o calor dos meus dedos se demorando um segundo a mais do que o necessário.

Vi a forma como seu corpo reagiu. O jeito como sua respiração falhou por um instante, como seus ombros se retesaram antes que ela tentasse disfarçar.

Ela estava sentindo.

A vulnerabilidade começava a transparecer na forma como seus gestos ficavam mais hesitantes, no modo como suas mãos tremiam levemente ao segurar um prato. Sua postura antes tão rígida começava a ceder.

E eu testei mais.

Peguei um garfo que ela acabara de colocar na pia. Nossos dedos se tocaram, e dessa vez, não me afastei tão rápido. Nem ela. Apenas ficou ali, a respiração um pouco mais pesada, os olhos abaixados.

— Você está nervosa, Miriam? — murmurei, minha voz baixa e carregada de intenção.

Ela umedeceu os lábios, um gesto inconsciente.

— Não… claro que não.

Mas seu tom dizia o contrário.

Soltei um pequeno sorriso, me aproximando apenas o suficiente para que meu corpo ficasse ao lado do dela, quente, presente.

— Então por que está tremendo?

Ela arregalou os olhos, puxando a mão rápido demais. O garfo caiu na pia com um som metálico.

— Eu… preciso terminar isso.

Não respondi. Apenas a observei. Seu peito subia e descia em um ritmo mais rápido agora, e sua pele parecia mais quente. Ela estava completamente consciente da tensão entre nós.

E então, aconteceu.

Ela se virou para pegar um pano, e eu me movi no mesmo instante. Nosso corpo se encontrou, peito contra peito, proximidade crua e inevitável.

Os olhos dela se ergueram, grandes, assustados, mas não houve recuo imediato. Ficamos ali, próximos demais, nossas respirações misturadas no espaço estreito.

Meus olhos desceram para seus lábios.

Miriam prendeu a respiração.

Meu rosto se inclinou, pouco a pouco, testando, provocando. Minha boca ficou a centímetros da dela.

E então, bem ali, no último instante antes do toque, ela fugiu.

Virou o rosto rápido, o corpo girando como se precisasse escapar de algo que queimava. Pegou um pano qualquer e apertou contra o peito, como se aquilo fosse uma âncora.

— Eu… preciso ir.

A voz saiu trêmula, falha.

E, sem mais palavras, ela se afastou.

Mas não rápido o suficiente para que eu não visse.

Seus lábios estavam entreabertos. As mãos tremiam. E seu corpo inteiro estava inflado de um desejo que, por mais que tentasse negar, já começava a transbordar.

No culto seguinte, a igreja estava cheia. O culto seguia o roteiro habitual — louvores, testemunhos emocionados, a voz do pastor Elias ecoando pelo salão. Mas nada disso importava. Nada disso existia.

Tudo que eu via era Miriam.

Ela estava sentada algumas fileiras à frente, como sempre. O vestido creme caía sobre seu corpo como uma segunda pele, modesto, porém incapaz de esconder suas curvas. O coque baixo deixava sua nuca exposta, e o simples vislumbre daquela pele macia me fazia apertar os punhos sobre as pernas.

Mas foi quando ela virou o rosto, quando seus olhos encontraram os meus, que o culto realmente deixou de existir para mim.

O olhar dela não era o mesmo de antes. Não havia apenas hesitação, nem culpa, nem o desejo mal admitido de uma mulher que se negava a sentir. Havia rendição. Um pedido mudo. Um "sim" não verbalizado, mas presente em cada piscada demorada, em cada vez que seus lábios se separavam em um suspiro discreto.

Senti um calor rastejar pelo meu estômago, um fogo lento que subia até minha garganta.

Ela desviou o olhar, mas foi tarde demais.

Eu já tinha visto. Já sabia.

O sermão prosseguia, mas minha atenção estava em cada movimento dela. No modo como apertava as mãos no colo. No jeito que sua respiração oscilava quando eu demorava o olhar sobre sua boca.

Ela sentia.

E isso mudava tudo.

Quando o culto terminou, esperei.

Observei enquanto ela cumprimentava alguns fiéis, trocava palavras breves, sorria de maneira contida. O pastor Elias foi cercado por um grupo de homens mais velhos, discutindo alguma trivialidade teológica. Miriam olhou ao redor, procurando algo. Ou alguém.

Aproximei-me devagar.

Ela me viu antes que eu chegasse perto. O peito subiu e desceu num suspiro mais pesado.

— Precisa de ajuda? — perguntei, a voz baixa, íntima.

Ela demorou um segundo para responder.

— Não. Estou apenas... — sua voz morreu antes que completasse a frase.

Eu dei um passo à frente. Ela recuou, hesitante.

O corredor lateral da igreja estava vazio. A pequena sala de materiais ficava logo ao lado. Tudo conspirando a nosso favor.

Deixei que meus dedos tocassem de leve seu pulso. Ela estremeceu.

— Vem comigo.

— Miguel, eu...

Mas não esperei. Conduzi-a sem força, apenas com a certeza de que ela não resistiria. De que não queria resistir.

A porta da sala se fechou atrás de nós. O espaço era pequeno, abafado pelo calor da noite. Miriam se virou de costas para mim, o corpo tenso, os dedos crispados ao lado do corpo.

— Isso não pode... — começou, mas sua voz falhou quando dei um passo à frente.

Meu peito quase roçou suas costas.

Ela não se moveu.

— Então me diz para sair. Me diz que não quer isso.

Silêncio.

O único som era sua respiração, acelerada, entrecortada.

Coloquei as mãos contra a parede, uma de cada lado de sua cabeça, bloqueando sua saída.

Ela prendeu a respiração.

Meu rosto estava perto do dela agora, tão perto que eu sentia o perfume de baunilha e flores brancas que já me assombrava há dias.

— Diga, Miriam — provoquei, a voz baixa e arrastada. — Me peça para parar.

Ela apertou os olhos, como se precisasse se agarrar à última migalha de sanidade.

— Eu... — A voz era um fio, um sussurro quebrado.

Eu me inclinei mais.

— Você o ama?

Ela abriu os olhos, chocada com a pergunta.

Não respondeu.

Mas não precisava. Eu já sabia a resposta.

Minhas mãos deslizaram, devagar, roçando seus braços, sentindo a pele arrepiar sob o tecido fino do vestido. Ela arfou, os lábios entreabertos.

— Diga, Miriam... — murmurei, minha boca quase tocando sua orelha.

Ela tremeu. Um suspiro quente escapou de sua boca. Suas mãos, antes fechadas em punhos, relaxaram.

E então ela virou o rosto. Devagar. Quase hesitante.

Nossos olhos se encontraram, tão próximos que eu podia contar cada fio escuro de seus cílios.

E foi ali que aconteceu.

Não sei se fui eu quem avançou ou se foi ela quem cedeu. Tudo se dissolveu no instante em que sua boca tocou a minha.

O primeiro toque foi incerto, um roçar tímido de lábios, quente e frágil como o último fio de resistência que ela ainda tentava segurar. Sua respiração veio curta, entrecortada, e eu senti o tremor suave que percorreu seu corpo quando minha mão apertou sua cintura, puxando-a para mais perto.

A pele sob meus dedos estava quente, mesmo sob o tecido fino do vestido. Um calor que não vinha do abafado da pequena sala, mas da febre que nos tomava.

Miriam suspirou contra minha boca.

Seu aroma — baunilha e flores brancas, tão delicado e doce — se misturou ao gosto quente dos lábios entreabertos. Um gosto que era só dela: levemente cítrico, com um toque de café e desejo não confessado.

Minha língua roçou o contorno de sua boca, pedindo passagem. Ela prendeu o fôlego, e naquele segundo de hesitação, senti seus dedos crisparem contra meu peito.

E então ela se entregou.

Seus lábios se moldaram aos meus num encaixe perfeito, quente e faminto. Sua boca se abriu, sua língua encontrou a minha com uma timidez que logo cedeu ao desejo. O beijo se aprofundou, lento, depois mais urgente, como se estivéssemos nos descobrindo pela primeira vez e, ao mesmo tempo, como se tivéssemos esperado por isso a vida inteira.

Seu corpo colou ao meu. O volume dos seios pressionou meu peito. Suas mãos, antes incertas, subiram para meus ombros, deslizando para minha nuca, os dedos se entrelaçando no meu cabelo com uma mistura de incerteza e desespero.

Ela gemeu. Um som abafado, quase imperceptível, mas que ressoou dentro de mim como uma súplica.

A ponta da minha língua deslizou contra a dela, explorando, provocando. Ela correspondeu hesitante no início, mas logo sua língua entrelaçou-se à minha, quente, úmida, entregue.

Eu podia sentir o coração dela batendo rápido, tão próximo ao meu que pareciam um só. Sua respiração vinha trêmula, entre beijos, e o calor que emanava de sua pele contrastava com a brisa suave que entrava pela fresta da porta entreaberta.

Minhas mãos deslizaram, uma delas subindo para sua nuca, os dedos se enroscando na base de seu coque, puxando de leve, sentindo o arrepio que percorreu sua espinha em resposta.

Ela se arqueou contra mim.

Seu peito subiu e desceu num suspiro profundo quando minha boca deixou a sua para trilhar um caminho lento pelo contorno de seu maxilar, a ponta do meu nariz roçando sua pele quente.

Miriam arfou, inclinando a cabeça para trás, como se tentasse encontrar fôlego, mas o desejo já a consumia.

Eu poderia beijá-la ali, na curva suave de seu pescoço, sentir seu gosto inteiro, mas foi ela quem rompeu o momento.

De repente, como se despertasse de um transe, Miriam se afastou, os olhos arregalados, os lábios úmidos e entreabertos.

E eu apenas a observei.

Seu peito subia e descia rápido, a pele ruborizada, os olhos escuros demais, dilatados pelo desejo.

Ela levou os dedos trêmulos aos próprios lábios, como se ainda sentisse o calor da minha boca ali.

E então, ofegante, sussurrou:

— Eu... não posso.

Mas seu corpo, sua voz embargada, seus olhos pedindo por mais, diziam exatamente o contrário.

Eu a observei, o desejo ainda queimando sob minha pele. Mas não insisti. Apenas sorri.

Porque eu sabia.

Ela já era minha.

— Eu... eu não posso — ela repetiu, mas a voz saiu baixa, trêmula, como se nem ela mesma acreditasse nas palavras.

Meus olhos caíram para sua clavícula

, onde a respiração acelerada fazia sua pele brilhar sob a luz fraca da sala. Seu peito subia e descia rápido, traindo a tempestade dentro dela.

Ela deu um passo para trás, mas suas costas já estavam contra a parede.

— Miriam... — minha voz saiu rouca, baixa, carregada do desejo que ainda pulsava em mim.

Ela fechou os olhos com força, balançando a cabeça, como se quisesse se livrar da sensação do meu toque, da minha boca.

Então, num gesto rápido, endireitou o corpo, puxou as mangas do vestido para cobrir melhor os braços, passou os dedos pelo coque, verificando se ainda estava preso. Era uma tentativa desesperada de recompor-se, mas eu via o tremor sutil em suas mãos, o jeito como sua respiração ainda lutava para se acalmar.

Ela engoliu em seco antes de finalmente me encarar. Seus olhos estavam nublados, confusos, mas também ardendo de algo que ela ainda não queria admitir.

— Isso não pode acontecer de novo — disse, e sua voz saiu firme dessa vez, mas sem a convicção que ela queria demonstrar.

Não respondi. Apenas a observei.

Ela umedeceu os lábios, percebeu o próprio gesto e, num sobressalto, virou-se de costas, como se precisasse fugir de si mesma.

O som do tecido deslizando apressado acompanhou sua fuga.

Miriam abriu a porta com um movimento brusco e saiu, desaparecendo pelo corredor, seus passos apressados ecoando como um último rastro de sua presença.

Eu fiquei ali, ainda sentindo o calor do seu corpo contra o meu, o gosto de seus lábios na minha boca.

E soube, naquele instante, que ela podia fugir de mim, mas não de si mesma.

Isso estava longe de acabar.

Continua...

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🔥 Deseja algo mais curto e explosivo?

A série spin-off "Intimidade" traz os momentos mais sensuais e explícitos dos personagens entre um volume e outro.

📘 "Intimidade: Um Conto Erótico de O Mundo é Meu! – Volume I: A Madrasta: Por Trás do Desejo"

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📘 "Intimidade: Um Conto Erótico de O Mundo é Meu! – Volume II: A Madrasta: Desejo Por Um Fio"

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📘 "Intimidade: Um Conto Erótico de O Mundo é Meu! – Volume III: A Madrasta: Toalete Ocupado"

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👷 "Trabalho Duro": Onde poder, sedução e controle se encontram.

Acompanhe Miguel enfrentando tensões eróticas perigosamente sedutoras em uma construtora cheia de personagens irresistíveis.

📘 "O Mundo é Meu! – Volume VIII: Trabalho Duro: A Aprendiz"

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🌹 "Matrioska": Sedução e perigo em uma trama eletrizante.

Explore a história de uma ex-espiã treinada para seduzir, agora lutando para manter sua vida comum enquanto o passado a persegue.

📙 "Matrioska – Volume I: As Várias Camadas de Uma Mulher"

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📗 "Matrioska – Volume II: Jogos de Interesses"

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✨ Prepare-se para atravessar os limites do desejo e da imaginação.

🔗 Descubra mais com Allan Grey: />

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