Tudo foi tão frenético, intenso e arrebatador que eu ainda não era capaz de atinar com a realidade; e pensar que o inesperado se tornou surpreendente quando decidi viajar pela Europa a fim de conhecer lugares para jamais esquecer; estava em Amsterdã me preparando para alugar um carro e rodar pela rota dos Moinhos de Vento quando conheci Francis que tinha a mesma intenção; numa conversa rápida descobrimos coisas em comum e acabei me encantando com ele sugerindo que alugássemos apenas um carro e fizéssemos o roteiro juntos; ele não respondeu, apenas sorriu acenando com a cabeça; seguimos pelo nosso trajeto e ao chegarmos aos enormes diques de contenção ficamos maravilhados com a beleza e a força da natureza.
Na volta fomos ao parque das tulipas e quando anoiteceu rodamos até Amsterdã entregando o carro na locadora; jantamos em um bistrô acolhedor e depois caminhamos a esmo pela cidade com o vento gelado do final do inverno e início da primavera soprando em nossos rostos; sem aviso ele correu até uma pequena floreira de onde arrancou um cravo e me entregou cheio de sorrisos, mas ainda sem palavras; Francis havia me cativado de tal maneira que eu não me conformava com uma despedida e por conta disso acabei sugerindo que procurássemos um hotel para passarmos a noite juntos. “Pensei que você não faria esse convite, afinal!”, foram as primeiras palavras proferidas por ele e que soaram como música para meus ouvidos; pegamos um bonde e depois o Metrô até chegarmos a um hotel que eu vira em um site turístico; nos inscrevemos e a gentil senhora da recepção nos deu as chaves de um quarto com varanda.
Assim que entramos liguei o aquecedor enquanto Francis se despia com naturalidade mirando meu rosto e se divertindo com minha expressão embasbacada que foi se tornando acachapante! Francis tinha um corpo esbelto dotado de uma beleza clássica com pele alva e lisa, mamilos róseos, ventre cuidadosamente depilado e um membro de dimensões interessantes que já se apresentava a meio mastro; como eu não conseguia esboçar qualquer reação ele veio até mim enlaçando seus braços ao redor do meu pescoço enquanto seus lábios se aproximavam dos meus; os primeiros beijos foram doces e dotados de uma inocência intrigante e que logo se tornaram tórridos até sua língua invadir minha boca em um ósculo mais profundo.
Eu estava tão impressionado com tudo que acontecia que não era capaz de reagir e quando finalmente consegui fazê-lo foi apenas para retribuir o beijo passeando minhas mãos por sua pele um pouco fria e arrepiada, provocando um impacto luxurioso que me deixava arrepiado; nos quedamos entre beijos por algum tempo até ele tomar a iniciativa de me ajudar a tirar a roupa; ainda de pé ele me abraçou e depois de lamber meus lábios desceu a cabeça até sua boca encontrar meus mamilos que foram vorazmente saboreados com beijos, lambidas e chupões cada vez mais veementes ampliando em mim os arrepios e a vibração correndo em todas as direções; naquela altura senti que era minha vez de tomar a iniciativa e logo estávamos deitados sobre a cama abraçados entre beijos.
Mais uma vez coube Francis explorar um pouco mais o meu corpo e depois de chupar meus mamilos foi descendo com a língua passeando sobre a minha pele arrepiada até que sua boca encontrasse meu membro; ele o segurou pela base enquanto dava longas e deliciosas lambidas que culminaram com ele desaparecendo dentro da boca gulosa do meu parceiro que me premiou com uma mamada pra lá de eloquente e cujo êxtase me fez soltar um gemido prolongado acariciando seus cabelos; Francis me saboreou com tal voracidade entremeada de carinho que eu resistia em não atingir o clímax ansiando por desfrutar ao máximo da boca suculenta de meu parceiro; após algum tempo me deixei levar pedindo a ele o direito de retribuição balbuciando as palavras. Imediatamente Francis girou seu corpo sobre o meu possibilitando que também eu apreciasse o sabor de sua ferramenta cuja rigidez era impressionante.
Por um bom tempo ambos nos quedamos naquela troca mútua de carícia oral comigo aproveitando para acariciar as nádegas lisas e roliças de Francis ousando meter os dedos no rego entre elas até encontrar o pequeno orifício que dedei algumas vezes me divertindo com os gemidos abafados dele que devolvia fazendo carícia em minhas bolas; prosseguimos até atingirmos o clímax ao mesmo tempo comigo recebendo uma profusa carga de sêmen que exigiu esforço para não engasgar procurando retê-la para em seguida engoli-la; de seu lado Francis sorveu meu néctar e ao final fez questão de manter o membro dentro de sua boca até que ele murchasse por completo permitindo que escorresse para fora e ele retomasse lambidas em minhas bolas.
Pouco depois estávamos abraçados trocando mais beijos e carícias quando pude sentir o membro dele se tornar rijo novamente o que me deixou bastante surpreso; Francis me fitou e pediu para me penetrar; mirei seu rosto mesclado de singeleza e receio e acenei com a cabeça; me pus de quatro sobre a cama e ele se incumbiu de separar minhas nádegas linguando o rego e salivando sobre o selo; ele repetiu o gesto várias vezes e depois cuspiu sobre seu membro passando a pincelá-lo por toda a região do rego provocando seguidos e incontroláveis arrepios que me enlouqueciam de tesão; logo na segunda estocada ele obteve êxito em arremeter o membro rompendo meu selo laceando as pregas provocando em mim um incontrolável alvoroço entremeado de gemidos e suspiros.
Com expertise e carinho Francis foi enterrando seu membro dentro de mim e mesmo sentindo uma dorzinha desconfortável não arredei me entregando de corpo e alma sentindo o bruto me preencher com as mãos de Francis apertando minhas nádegas e vez por outra cingindo minha cintura; logo as socadas tiveram um início alucinante que não demorou a suplantar a dor por uma delirante sensação de prazer; Francis estocava com ritmo e cadência e nossas respirações pareciam se harmonizar com uma perfeição impressionante; por quase uma hora Francis me submeteu a um empalamento repleto de carinho, de suspiros, de gemidos, de suor e também de um inenarrável prazer.
O suor já prorrompia por nossos corpos e nossas respirações se tornavam céleres e um pouco descompassadas até que sobreveio um clímax indescritível com Francis despejando sua carga quente e espessa dentro de mim, ao mesmo tempo em que eu experimentava um orgasmo sem a necessidade de qualquer espécie de manipulação; ao final de tanto esforço Francis desabou sobre mim ainda com sua ferramenta enterrada em meu selo provocando um sentimento de posse e entrega ao mesmo tempo; acabamos adormecendo tal fora o esforço a que havíamos nos submetido e somente mudamos de posição ainda tomados pela exaustão. Pela manhã ao abrir os olhos vi o rosto singelo de Francis que ainda dormia e que parecia sorrir um sorriso de inocente felicidade.
Assim que acordou ele sugeriu que tomássemos um banho ao que aceitei de pronto; nos banhamos entre beijos e provocações sapecas e ao término decidimos sair para tomar café da manhã e a gentil senhora da recepção sugeriu uma cafeteria tipicamente alemã, cuja dona era peruana; fomos atendidos com enorme carinho pela tal senhora que nos serviu um desejum farto e variado; enquanto saboreávamos o repasto Francis que contou que estudava Belas Artes em Viena se especializando em pintura e fotografia; contou ainda que antes de mim não tivera muitas experiências memoráveis e que se sentia premiado pelo destino com nosso encontro.
Todas as suas palavras eram intensas e cativantes e tive ímpetos de beijá-lo ali mesmo, porém me contive por se tratar de um lugar público; terminamos e refeição matinal e depois fomos passear errantes pelos subúrbios da cidade até descobrirmos uma galeria de arte cuja exposição deixou Francis encantado tomado por um olhar semelhante a alguém que encontrara o lugar perfeito para estar naquele momento; conversamos com a curadora, uma loira simpática e muito bonita que nos elogiou como um casal e ao final deixou seu telefone com Francis caso ele desejasse, um dia, expor seus trabalhos.
No final do dia e início da noite retornamos para o quarto onde Francis me pediu para possuí-lo como forma de marcar seu corpo com o meu; nos despimos e já na cama após muitas carícias e tórridos beijos ele insistiu em se colocar de barriga para cima erguendo e abrindo as pernas que cuidou de manter flexionadas segurando-as por baixo dos joelhos; foi então minha vez de cuspir no meu membro deixando-o bem azeitado, gesto que repeti untando o selinho de meu parceiro; tomei posição e projetei a pélvis para frente obtendo êxito logo na primeira estocada; avancei até meu membro desaparecer dentro dele cuja expressão era doce e ao mesmo tempo ansiosa; quando comecei a golpear ele pediu que o fizesse com força, porém eu não me sentia capaz desejando algo mais doce e cadenciado; fodemos até nosso esforço atingir seu limite e quando senti que o gozo sobrevinha tomei o membro de Francis em minha mão aplicando uma vigorosa masturbação.
O resultado de nosso arroubo eclodiu em um novo gozo mútuo profuso que deixou lambuzado o ventre de Francis que gemia sem parar enquanto eu descarregava meu sêmen dentro dele; esperei o membro emurchecer para sacá-lo com cuidado; me deitei ao lado de Francis que me fitou, sorriu, agradeceu de depois me beijou. Na manhã do dia seguinte o sonho acabara e disse a ele que precisava partir; Francis sorriu e disse que me acompanharia até o aeroporto. No saguão já ouvindo o chamado sonoro de embarque trocamos números de celulares e por fim, nos despedimos; alheio ao momento e também ao local ele me abraçou forte colando seus lábios aos meus selando um longo e profundo beijo.
Por quase um ano trocamos mensagens diariamente tanto de áudio como ligações de vídeo usufruindo de uma afeição e desejo à distância; quando descobri que precisava ser submetido a uma cirurgia delicada e de certa gravidade não me contive em contar para Francis, porém somente o fiz dias antes de internação pedindo que ele não se preocupasse porque tudo correria bem e quando fosse possível mandaria novas notícias; achei muito intrigante quando ele não respondeu mantendo um silêncio que me deixou receoso e um pouco atemorizado. Não desejando incomodar meus pais que já se encontravam em idade avançada pedi a uma amiga que me acompanhasse na internação e ela se mostrou muito disposta a atender ao meu pedido.
No curso da anestesia o cirurgião pediu que eu não tivesse medo porque estava em boas mãos e o resultado da intervenção se mostrava muito promissor; mergulhei em uma escuridão aterrorizante com a mente dominada por pesadelos repletos de ameaças e principalmente pela tristeza diante do silêncio de Francis que ainda representava a mais doce lembrança de minha vida; quando retornei a consciência abri os olhos e tudo ao meu redor estava imerso em uma turbidez opaca e sem brilho; aos poucos fui me adaptando até as formas e figuras ganharem consistência e foi nesse momento que senti uma mão apertando carinhosamente a minha; notei um rosto embaçado diante de mim e forcei a vista até obter êxito em afastar os tons difusos revelando o dono daquele rosto …
“Vim sem te avisar porque demorei para conseguir um voo …, mas agora que estou aqui fico ao seu lado o tempo que for necessário!”, foi a resposta dele exibindo um sorriso meigo e dócil, quando perguntei como ele viera; naquele momento centenas de milhares de perguntas orbitavam em minha mente, porém deixei-as de lado para me reconfortar com a presença de Francis ao meu lado. E por todo o período de recuperação e convalescença ele permaneceu ao meu lado cuidando de mim. Assim que me recuperei procurei deixá-lo à vontade para seguir com sua vida e mais uma vez Francis me surpreendeu afirmando que por enquanto tudo que importava era estar ao meu lado, uma resposta que me tocou profundamente. Passamos noites dormindo abraçados desfrutando do calor de nossos corpos nus trocando beijos e carícias infindáveis que sempre culminavam numa entrega sensual ampla e irrestrita. Em uma dessas noites ele linguou meu rego até não poder mais e depois me possuiu de uma forma tão especial que experimentei um gozo intenso e alucinante.
Lamentavelmente, chegou o dia em que ele precisava retornar para finalizar seus trabalhos de conclusão de curso, mas prometeu que assim que fosse possível voltaria para me ver; nos despedimos no saguão do aeroporto sem receio de nos beijarmos apaixonadamente próximo do setor de embarque internacional. Foram semanas torturantes em que mensagens, tanto de áudio como de vídeo não eram suficientes para aplacar o desejo que me consumia e por conta disso decidi empreender uma viagem para me encontrar com Francis mesmo que fosse por pouco tempo. Desci no aeroporto internacional de Viena em um anoitecer frio do inverno que parecia ser mais rigoroso que o normal, mas que foi aquecido nos braços de Francis que me aguardava ansioso e repleto de surpresas.
Tomamos um trem em direção à cidade de Bratislava em território Eslovaco e fomos para um hotel situado em um casarão histórico administrado por uma senhora e sua filha ambas muito atenciosas e simpáticas; o quarto era algo deslumbrante não apenas por seus detalhes de época, mas principalmente pela linda varanda que dava para a pequena floresta situada ao redor do local; Francis não perdeu tempo em tirar sua roupa correndo para me ajudar a fazer o mesmo; o primeiro beijo foi tão intenso que quase me deixou sem ar e notei uma expressão enigmática estampada no rosto de Francis que desconversou quando perguntei se havia algo de errado.
Sobre a cama tive uma experiência renovada com ele me beijando para depois percorrer meu corpo com sua boca ávida sugando meus mamilos intumescidos me obrigando a gemer de tesão acariciando seus cabelos; Francis abocanhou meu membro sugando-o com voracidade e também massageando as bolas até que culminássemos em um novo desfrute mútuo com nossas bocas ávidas preenchidas e esfomeadas; embora não houvesse a pretensão de interromper nosso embate oral, Francis que estava por cima de mim decidiu fazê-lo para a seguir colar seu rosto ao meu dizendo que sentira desejo de permanecer assim por algum tempo; é claro que não recusei, ao contrário pousei minha mão sobre seu rosto dando afagos e carinhos. “Se um dia eu não estiver mais aqui, me prometa que jamais se esquecerá de mim …, não diga nada mais …, apenas prometa!”, disse ele num tom sussurrado e ao mesmo tempo angustiado.
Segurando seu rosto entre as minhas mãos tive ímpeto de perguntar a razão daquele pedido, mas diante do olhar ansioso e também entristecido decidi que o melhor a fazer era responder que sim; Francis mostrou-se tão feliz que colou seus lábios aos meus selando um longo e profundo beijo de língua que quase me deixou sem ar. E no momento seguinte eu estava de barriga para cima com as pernas abertas com ele as segurando pelos tornozelos já cutucando meu selo com sua vara em riste; foi uma penetração doce e repleta de carinho que segui-se de uma série de movimentos pélvicos cadenciados estufando e esvaziando meu corpo com uma dedicação impetuosa e apaixonada e que culminou em um gozo profuso e febril. Ao final acabamos adormecendo e logo pela manhã voltamos para Viena onde rumamos para o aeroporto, pois eu precisava retornar. Nos despedimos com um longo beijo que pareceu ter o sabor de ser o último de nossa vida.
Meses depois eu estava de volta, mas para uma empreitada muito mais dolorosa; por meio de uma mensagem da dona da galeria que havíamos conhecido juntos fui notificado do falecimento de Francis em um acidente automobilístico; coube a ela me levar até o cemitério onde o corpo fora enterrado e diante do jazigo com uma lápide onde fora esculpida uma figura do infinito com a inscrição “ETERNAL LOVE” eu caí de joelhos não contendo as lágrimas rolando pelo meu rosto e o grito rouco externando meu sofrimento também eterno. A Dona da galeria me entregou um convite da exposição dos trabalhos de Francis que ocorreria alguns dias depois e com ele um pequeno bilhete; ao abri-lo e ler seu conteúdo não contive o choro soluçante, pois nele estava escrito: “Se um dia eu não estiver mais aqui, me prometa que jamais se esquecerá de mim …, não diga nada mais …, apenas prometa!”. Voltei para casa com o desejo ardoroso de em breve reencontrar Francis para nunca mais sair de seu lado.