A mudança
Quando nos casamos, meu marido era sócio minoritário em uma empresa transportadora de cargas no Recife. Na época, eu contava com vinte e dois anos e ele quinze a mais. Como eu morava há mais de quatrocentos quilômetros do Recife, nosso namoro resumiu-se a visitas durante os feriados e uma única vez que em que pude passar uma semana em sua casa. Não que meus pais sejam repressores, mas é que eu trabalhava em uma locadora na minha cidade e, considerando que nosso namoro durou exatos dez meses, não tive tempo de tirar férias antes de me mudar para a capital, de papel passado em cartório.
Antes de conhecer meu marido, cheguei a crer que jamais me casaria, pois, com a quantidade de homens com os quais eu me relacionara anteriormente, em uma cidade de população inferior a trinta mil pessoas, seria praticamente impossível fugir da má fama e encontrar um homem seguro o suficiente para entender que passado é passado. Meu marido jamais questionou minhas experiências anteriores, mas, sendo um homem inteligente e vivido (já havia sido casado antes de me namorar), sabedor de que eu não era mais virgem e não tendo ouvido falar de nenhum namoro sério, deve ter imaginado que alguma coisa de boa acontecera antes. Quando tocávamos, ao largo, no assunto, ele sempre me dizia que não se interessava e agradecia a quem quer que tenha me conhecido antes e me preparado tão bem para que ele desfrutasse de meus melhores anos. Um doce de marido.
Por outro lado, os pouco mais de vinte empregados da transportadora pareciam adivinhar chuva, pois, embora entenda ser normal que homens rudes olhem uma mulher jovem e com um corpinho bonito (modéstia à parte, tenho 1,62, branca, cabelos lisos e castanhos, longos e não demonstro a menor tendência a engordar), não creio que seja costumeiro dirigirem piadinhas à esposa do chefe (claro que não faziam isso na frente dele, nem de qualquer outra pessoa da administração).
Da minha parte, achei melhor não comentar nada com meu marido. Em lugar de criar uma confusão que, certamente, iria expô-lo e a mim, decidi simplesmente evitar as visitas ao seu local de trabalho.
Passados alguns meses de nosso casamento, o grupo decidiu inaugurar uma filial em Fortaleza, passando a direção ao meu marido, que teve de se deslocar até aquela cidade antes de mim, deixando-me a tarefa de realizar a mudança sozinha.
Para transportar nossa mobília, a empresa colocou à nossa disposição um caminhão baú, com o Manoel, um mulato corpulento de aproximadamente quarenta anos, à direção e três homens que ajudariam a colocar os móveis no caminhão e, em seguida, seriam dispensados, cabendo aos empregados da filial cearense o trabalho de descarregar o caminhão em minha nova casa.
A expectativa inicial era a de que pudéssemos carregar o caminhão antes das 18:00 do sábado e, considerando que dado o estado ruim da estrada, levaríamos de doze a quatorze horas de viagem (incluindo as paradas para tomarmos café e estirarmos as pernas), chegaríamos em Fortaleza na manhã do domingo, quando meu marido estaria nos esperando à porta, com os rapazes.
Ocorreu que, apesar de todo o meu esforço, uma mudança não constava entre as minhas principais habilidades e, assim, a tarefa só foi concluída pouco antes das 21:00. É bem verdade que os empregados pareciam um tanto dispersos e mais interessados nas minhas pernas à mostra e no meu shortinho azul (não era escandaloso, mas era curto o suficiente para atiçar a criatividade deles) do que nos móveis a serem transportados.
Manoel, recalculando o tempo, perguntou-me se preferia sair de madrugada, por volta das 4:00 ou se estaria descansada o suficiente para encarar os oitocentos e poucos quilômetros de nossa viagem. Pensando no quanto eu estava louca para completar a mudança e considerando que não havia sequer uma cama para dormir, decidi seguir em frente. Liguei ao meu marido tranquilizando-o e saímos em seguida. Durante as primeiras horas, Manoel pareceu-me cortês e, inclusive, mudou meu conceito inicial segundo o qual considerara-o inculto. Ao contrário, percebi um homem simples, mas bastante atualizado. Mencionei isso e ele me respondeu que, como motorista, tinha muito tempo para ler jornais e revistas, já que não trabalhava durante o tempo em que o caminhão era carregado e descarregado.
Quando havíamos percorrido umas cinco horas do percurso, uma colisão na estrada somada às obras realizadas na BR 101, provocara a interdição de parte do trecho pelo qual deveríamos passar e, assim, por sugestão do policial federal que nos abordou, retornamos três quilômetros e estacionamos em um enorme posto de gasolina na beira da estrada que, apesar de uma excelente estrutura que incluía banheiros (limpos) e uma loja de conveniência aberta 24 horas, não tinha pousada e, por isso, se quiséssemos descansar, teríamos que dividir a cabine na qual viajávamos.
Dentro desta perspectiva, considerando que não havia previsão de liberarem o trânsito, e que estávamos, eu e Manoel, acordados há umas dezoito horas, resolvemos pernoitar por lá mesmo. O cansaço era tanto que decidimos comprar duas latinhas de cerveja para cada um relaxar um pouco e dormir em seguida.
Enquanto tomávamos as latinhas (ele acabou logo e eu demorei um pouquinho mais), conversamos um pouco e, não sei como, começamos a falar da reação dos colegas dele na empresa e na razão pela qual eu deixei de frequentá-la. Manoel me disse que quase houve tapas entre os motoristas para decidir quem teria o privilégio de passar a noite comigo na estrada e que aquela paralisação serviria para que ele contasse uma boa história quando voltasse. Rimos muito dessa história e, quando passou minha crise de riso (eu, que raramente bebo, já entrava pela segunda latinha), perguntei se era justo inventar história e me deixar com uma má fama, caluniada, entre os meninos, ao que ele respondeu que inventar a história NÓS dois já inventamos, contá-la ou não caberia a ELE decidir. Agora, se a má fama seria ou não uma calúnia dependia única e exclusivamente de MIM.
Enrubesci e ao abaixar a cabeça percebi o volume que já se formava sob sua bermuda. Ele percebendo cada movimento meu, nem me deixou pensar e perguntou se eu não queria “olhar o material” antes de me decidir e, antes mesmo que eu respondesse, sacou o pau mais gostoso que eu já vi em minha vida. Não sou muito boa em dar detalhes sobre a anatomia masculina, mas aposto que aquele sujeito possui um dote superior aos vinte centímetros, facilmente, com uma largura que não cabe num preservativo normal e a cabeça roxa, enorme, parecendo um cogumelo delicioso.
Vidrada naquela imagem, concluí que a resposta já havia sido dada minutos antes e, sem uma palavra a mais, me abaixei sobre seu colo cheirando aquele mulato gostoso, com um aroma que me lembrava o trabalho braçal, um perfume barato qualquer e o odor que homens de verdade, aqueles que não recuaram nem um centímetro em sua masculinidade, exalam.
Ainda que o pênis não coubesse em minha boca (mal conseguia engolir a cabeça), creio que as minhas lambidas, pequenas mordidas e os alisados tanto no saco como no próprio pau seriam suficientes para que aquele homem gozasse em minha boca. Afirmo isso com base nos gemidos que escutava e que ficarão para sempre na minha memória.
Manoel não queria que aquilo acabasse assim e, então, levantou meu rosto, me deu um beijo de língua e, me deitando de cara pra cima, retirou meu short, minha calcinha, abriu minhas pernas e me enfiou a língua mais áspera e habilidosa que já senti na minha vida. Lambia todo o interior dos meus lábios e dava pequenas mordidinhas no meu clitóris que, a esta altura, estava completamente inchado de tanto tesão. Quando eu estava prestes a gozar em sua boca, o safado me enfiou o indicador na boceta. Tremi e quase entrei em convulsão de tanto que eu gozei na sua boca e na sua mão. Insatisfeito, ele abandonou um pouco meu clitóris e passou a lamber o interior das minhas coxas, beijou meus joelhos e pés e, quando notou que eu estava acesa novamente, voltou com a língua na minha vagina me melando toda com a sua saliva, que se misturava aos meus sucos e escorria para o banco do caminhão. Novamente, Manoel resolveu usar seu indicador. Desta vez, porém, resolveu que o mesmo deveria entrar em outro buraco. Só de lembrar disso, fico novamente arrepiada. O fato é que eu, se pudesse, pararia o tempo ali, com aquele dedo em meu cu e aquela língua maravilhosa brincando em minha vulva. Não preciso dizer que tive outro orgasmo, desmaiando por alguns minutos de tão mole que eu estava.
Quando acordei, Manoel havia tirado minha blusa e sutiã e estava me lambendo os seios. Também havia tirado toda a sua roupa e ficara me esperando com aquela estaca apontando para o teto do caminhão. Sentei-me eu seu colo e enquanto beijava sua boca (nessa hora eu estava ainda mais lambuzada na boceta), ajustei o colosso entre minhas pernas, pelo que quase vi estrelas. O tesão era muito grande, mas não consegui manter um ritmo coordenado na cavalgada e, por sugestão de Manoel, decidimos que seria melhor se eu ficasse de quatro, com o rosto para a janela do motorista e Manoel atrás de mim, ajoelhado, me fazendo gozar outra vez. Já não aguentando mais, pedi a Manoel que gozasse logo, mas que não o fizesse em minha boceta pois eu estava tentando engravidar e não queria que fosse dele. Manoel se recusava a gozar no caminhão da firma e, assim, me pediu, como quem não quer nada, que eu deixasse ele comer minha bunda, contando que esse era o sonho de cada empregado da empresa. Apesar de lisonjeada, recusei terminantemente e, para não cortar o clima (e como ele continuasse me bombeando a boceta dolorida enquanto conversávamos), pedi que esporrasse em minha boca. Poucos segundos depois eu estava tomando uma quantia enorme de leite quente e grosso (adorei o gosto). Foi preciso muito esforço para não deixar que nenhuma gota fosse desperdiçada.
Extasiados, dormimos por pouco mais de meia hora, antes que o dia amanhecesse e, após um café bem forte, resolvêssemos continuar na estrada (desbloqueada havia horas).
No caminho, conversamos descontraidamente sobre o ocorrido e brincávamos com aquela história de “sonho de consumo da rapaziada” (meu bumbum). Ele assentiu e eu brinquei com ele dizendo que se ele fosse “pequeno” como o meu marido teria realizado seu sonho naquela noite.
Rimos muito e ele começou a ficar agoniado com a sensação de que não teria outra oportunidade de realizar aquele desejo. Continuei a torturá-lo, tirando, novamente, meu short e minha calcinha, alegando calor e, só de camisa, colocando as pernas para cima do banco, calcanhares encostando na minha bunda e joelhos levemente afastados para que ele pudesse me acariciar enquanto dirigia.
Depois de algum tempo naquela brincadeira, Manoel desviou da rota principal, tomou uma estrada costeira, muito esburacada e, sabe-se lá como, encontrou uma saída de terra, meteu o caminhão por entre os matos e encostou, desligando o motor, olhando pra mim e falando que não me preocupasse pois ficaríamos lá por meros vinte minutos.
Não sei o que foi maior, se o medo da sodomia e de ser assaltada ali naquele fim de mundo ou o tesão que aquele homem me causava, só sei que fiquei na posição frango assado, enquanto Manoel lambia o dedo e me enfiava no ânus, voltando a lamber, cuspir e babar na minha boceta, alternando, aos poucos, com linguadas no meu buraquinho. Quando eu já estava “em ponto de bala” (não sei quantos minutos isso demorou), Manoel sacou seu pau imenso e colocou-o com muito jeito em meu reto. Apesar de grande e do diâmetro assustador, ele foi tão carinhoso que a dor inevitável se manteve em níveis suportáveis e, aos poucos, eu estava prestes a experimentar meu primeiro orgasmo anal em minha vida. Manoel ainda me ordenou (essa é mesmo a palavra correta) que eu me acariciasse a vulva enquanto ele me comia carinhosamente o cu, o que só fez aumentar meu prazer (o fato de estar ali submissa à sua vontade e expondo um ato que até então havia sido só meu teve, em mim, o efeito de uma vitória contra quaisquer preconceitos que eu alimentara em minha vida sexual de muitos homens e poucas variações). Na hora certa, gozamos os dois, com Manoel derramando mais uma boa quantidade de esperma em meu ânus. Ficamos inertes até que seu pau amolecesse e saísse de dentro de mim, completamente melado de porra, que eu limpei com minha calcinha e presenteei-a a ele, para que usasse como troféu e prova da veracidade da história que seria contada aos seus companheiros de trabalho.
O restante da viagem transcorreu sem maiores atropelos e chegamos em casa às 14:30. Meu marido, avisado por telefone duas horas antes, estava lá, preocupado e ansioso pela minha chegada, mas, como conhecia o Manoel há muitos anos (havia exigido que fosse ele justamente por julgá-lo o único confiável) e não tinha razões para desconfiar de mim, sequer suspeitou que a minha cara de felicidade não era simplesmente por revê-lo e que uma viagem que durara dezoito horas, com repouso em posto de gasolina e após um dia de mudança não poderia se encerrar com aquele ar de lua de mel.