Residencial Caiapós - Continuação 02.

Um conto erótico de Marcelo Foppe
Categoria: Heterossexual
Contém 2176 palavras
Data: 17/10/2023 09:31:57
Última revisão: 17/10/2023 09:34:41

- Relaxa pow, sou brother, não vou te condenar, será segredo, beleza?

- Timidamente, digo, blz…

Com o ímpeto descontraído, ele vira a cabeça, olha bem para a minha intimidade e diz: É… Ascendeu mesmo o piloto! E cai na gargalhada!!! Em auxílio, pega o meu short e limpa a gala - possivelmente suja a própria mão, porque era esperma puro, desde o quarto dos funcionários - e entrega a cueca samba-canção outrora emprestada, visto, apresso em colocar todas as coisas na nécessaire e sigo-o para o jogo, contudo, retorno rápido à sauna e capto o meu prêmio que tinha rolado pelo chão.

- Seguindo em direção à portaria, ele continua a segurar o meu short sujo, diante disso, digo:

- Deixa que eu levo!

- Vixe, é mesmo! Ele me entrega - mas descuidada ou intencionalmente - coça a teste com o dedo indicador e médio, deixando assim, a palma da mão próxima a boca e aí nariz.

- Chegamos, finalmente, à recepção do prédio. Domingos já havia se recolhido, estávamos sós. Atrás do balcão, avisto uma desorganização; papel, pertences, cartas tudo amontoado. Vendo a cena pergunto;

- Bagunçado, né?

- Pois é, igual ao cu de Domingos.

- KKKKKKKKKK - Caio gargalha, não sabendo que naquela noite eu já havia visto ao vivo e a cores.

Ele me empurra pelo ombro para dentro do balcão, para a minha surpresa, o espelho com a aproximadamente 20 cm que contorna toda a frente e lateral do balcão é falso, logo, os vigias e porteiros, quando sentados, podem ver o movimento do play e da rua, ficando ocultos.

Posiciono-me no canto direito e ele no canto esquerdo, assim, para quem entra ao elevador é impossível perceber nossas ações em um lance rápido.

Atrás do balcão tem outro menor e abaixo tem dois bancos, ele fica com a cadeira e aproxima para mim um dos bancos. Sento de pernas abertas; a cueca sobe.

Ele pede para tirar o baralho, inclusive, pontua que as cartas já estão embaralhadas, abro a nécessaire, retiro a lata e misturo os montes. Na hora, Carlos retruca dizendo que não é necessário:

- Não precisa, dê que eu divido o morto;

- Blz. Respondo.

Entrego o outro monte e reparto em 11 cartas para cada, coloco o restante ao centro do balcão, Carlos cruza os portava, organizando o morto.

Iniciamos os jogos, abro as cartas recebidas e dentro dos naipes existem imagens de mulheres em posições ginecológicas e atos sexuais. Eu sabia da existência de cartas assim, mas nunca as tinha visto.

Massa, não é? Reverbera Carlos;

- Legal! Rsrs. Respondo e sorrio.

Iniciam o jogo, concentração total, Carlos, começa cavando e descartando, eu pego da mesa ele repete a jogada; cavo da mesa e descarto; continuamos.

O vigia observa ítalo por cima das cartas, constatando que as imagens do baralho tiram a concentração no jogo, discretamente fingindo que está olhando a portaria, abaixa o olhar e vê que a cabeça vermelha da pica dele - a qual está estendida por conta da pungente anterior. O falo de Ítalo está exposto e contrasta com os pelos claros das pernas. Um pulsar, que não é do seu coração, manifesta-se na sua pélvis. Carlos finge e lança sobre a mesa uma das cartas, ao passo que se enterra mais na cadeira, abre as pernas e endireita a sua intimidade - já em ascendência - para direita, expondo-o para quem quiser ver.

Diante do relaxamento de Carlos, Ítalo sente o aroma de virilha exalando; centímetros do seu membro começam a ser acionados; ajusta-se, um pouco, para folgar a cueca e impedir a visão do início da ereção.

Carlos, intencionalmente e escondido através do leque de naipes, pulsa o vergalhão inúmeras vezes, como forma de chamar a atenção do concorrente, contudo, o mesmo estava atônito pelas cartas.

Indiscutível a existência da tensão erótica vivida pelos dois, contudo, talvez pelo medo da surpresa e da reação, nenhum toma qualquer iniciativa, até então. Sem a investida fazer efeito, Carlos retruca;

- Hummm… Vou pegar o café.

Deita as cartas e pega no vão de 80x80, criado pelos moradores para servir como uma pequena copa para os funcionários. Neste espaço, existe uma divisa com um pequeno banheiro, que contém apenas uma pia e um vaso sanitário

Carlos retorna, pega dois copos plásticos e derrama o líquido. Apanho o meu e com uma golada absorvo todo o conteúdo, que estava forte e doce (Realmente uma bebida para quem precisa ficar acordado) observo que o zíper havia descido, agora, encontra-se no meio do púbis, no cume, possibilitando avistar a clara e velada roupa íntima.

Retornamos aos jogos. Em tempo, ao aproximar das 01 da manhã, chega um casal, moradores do 801; Carlos ajeita-se na cadeira, estabelecendo uma postura altiva, enquanto pede para me esconder debaixo do móvel. Os consortes saem do Táxi; Carlos abre o portão de ferro liberando o acesso ao prédio; em tempo, cobre as cartas com o livro de protocolo.

Enquanto ajeito-me abaixo do móvel, dividindo espaço com caixas, mochilas e o banco, avisto um ponto mais folgado, que fica ao centro; elejo com esconderijo. Repentinamente, a cadeira executiva aproxima-se; mantendo encaixado entre as pernas do Carlos.

É inevitável o espelhamento do rosto com as suas genitais; o cheiro doce de virilha entorpece. Sentindo a resistência do meu corpo sob o balcão, Carlos inclina-se e solta: - Aguenta aí! Retornando para aguardar os moradores.

O constrangimento não sobrepõe a excitação que sequestra os meus sentidos; A minha expiração estimula-o a ponto de perceber que os dentes do zíper não estão mais resistindo (com certeza ele está gostando do meu constrangimento); caindo um a um; consigo avistar outro corpo tomar forma, o volume antes túnudo, agora, ganha contorno hígido e verticalizado o qual hasteia uma lágrima que escurece a sarja. O encontro com o seu membro será “acidentalmente” inevitável.

O hálito quente é carvão aos estímulos de Carlos; em meio ao cárcere, questiono se realmente vislumbro uma performance espontânea da natureza ou sou caça em uma subversiva intenção.

Carlos já perdeu o controle, os glúteos, pernas estão contraídos, os senhores estão cada vez mais próximos e o suplício - que não mais existe - torna-se em uma excitante oportunidade; a segunda na mesma noite. As contrações aumentam, ele projeta o corpo para trás afastando-se um pouco, inclina-se para sustentar para direita, apoiando com o braço no apoio da cadeira, apertando ainda mais os glúteos, Ziiiiii, o mastro vence a resistência e projeta-se por completo, ultrapassando ainda a fenda da roupa íntima; um espirro contido em uma gota cai acima da minha sobrancelha.

- Ítalo, fica aí! - Ele responde.

Não demora muito, o casal chega ao saguão, cumprimenta e aciona o elevador. Carlos tenta ocultar o pênis fechando as pernas, mas é pior, o que antes estava oculto, agora mostra-se valente, rígido, inclusive, paulatinamente, a pele deixa brotas o jambo proibido.

A porta do elevador se abre, ele empurra a cadeira para trás e grune:

- Fica de olho rápido na portaria.

Carlos estava suando, a cor morena deu lugar a uma imagem pálida, levanta-se do jeito que está e foge para a copa. Em tempo o sigo.

Rapidamente escuto um barulho forte.

Carlos foi cagar…

- Tá podre, hein pai? Kkkkkkk

- Porra foda… O café preto, sem comer nada, bateu certo.

Damos risada.

Neste momento, a cena se repete igual a de Domingo, hoje, estamos mais íntimos, pois, avistamos as nossas intimidades.

- Man, pega papel para mim? O filho da puta do Domingos terminou e não repôs.

- Está onde? Questiono.

- Veja se não está na caixa, abaixo do balcão.

- Blz.

O cheiro começa a tomar conta tá recepção, Carlos defeca de porta aberta. Sem medo algum. Afinal, quem chegaria próximo das 3 da manhã. Visando ajudar o amigo, vasculho tudo e encontro um resto. Ao retornar, Carlos estava aliviando-se; com uma mão apoiada sob os pentelhos e com a outra revelando e escondendo a cabeça da pica. Fico estático.

Opa, manda o papel aí! Com bastão estendido, apoiado sob a proa da tampa do vaso sanitário, Carlos pega aquele resto de papel higiênico sorrindo para mim. Em reflexo, retribuo o espaço dizendo - Você é uma onda, maluco!!!

Em meio a descontração é impossível não observar o membro de Carlos. Ele agia com trivialidade, sem qualquer vergonha, naquele ato, éramos cúmplices, como um casal. Com destreza pega parte do papel e inclina-se para se limpar, e não se intimida com a minha presença, pelo contrário, ainda expõem mostrando a excreta. O falo fica mais disponível, contaminando o chão com o líquido preseminal. Em que pese ele performasse como uma pessoa parda, percebe-se que o bronzeado é oriundo do sol; a barriga, púbis e o cacete são claros e a cabeça assemelha-se a minha, só que mais robusta.

- Kkkkkk, o pai… A tensão foi muita, virou tezão! Pelo visto, não foi só eu que está com a barraca armada, né?

Fito-me e o escoteiro estava alerta.

- Pois é, uma espada de Jedi! (Risos)

"Inocentemente", com as calças arriadas ao chão, Carlos levanta e mostra:

- Porra! Até que é parecido com o meu!

Não ficando por menos, tiro o mastro para fora e medimos;

- Em termo de Comprimento é parecido, mas no quesito grossura, ganho! Replico.

- Nada disso, fica aqui do meu lado.

Entro no banheiro e ficamos lado a lado, com os braços encostados. Carlos é mais alto bobagem; os nossos membros são realmente parecidos; o dele pende um pouco para direita e o meu à esquerda (reflexo da forma como acomodamos na cueca). Agora temos dois soldados a postos, pronto para briga. Carlos, incita lançando a baba em mim, esta cai no meu púbis, em resposta, ao invés de jogar melo a sua barriga com a cabeça da minha taça, diante daqueles conflitos, inicia-se uma verdadeira guerra.

Cada um, com as armas em punho, começam a confrontar os mastros, cada vez que encontramos os nossos corpos, percorre um desejo eletrizante de fundir-se em um só, as investidas que antes era rápidas - em câmera lenta vão desacelerando - agora os movimentos são mais precisos, as glandes se beijam; os fluidos naturais se minutaram, o sorriso dá lugar ao suspiros mais intensos; o atrito cede espaço à toques mais demorados, e os movimentos circulares que ascendem e defendem os nossos músculos são mútuos, contudo, ao invés daquele sexo velado ser selado com um beijo, a confluência sensorial advém dos lábios das uretras. Nossas mãos se encontram.

Não estamos mais resistindo aos impulsos, Eu seguro Carlos pela nuca e aproximo a sua testa da minha, consigo sentir o seu hálito entrar às minhas narinas e o meu ao dele; ele me agarra pela nuca, também, e geme baixo, assoprando o ar fazendo bico com o lábios, em resposta replico o mesmo movimento, contudo, uma força maior é estranha interrompe o nosso equilíbrio, desestabiliza as estranhas e empurra, empurra, empuuuuurrra… comprimimos os nossos corpos naquele movimento e… AAAAAA, gemidos, espasmos, promovem a imersão dos nossos rostos aos ombros opostos, Carlos morde o meu trapézio e eu abocanho o seu pescoço; a saliva percorre lentamente a sua jugular como o sangue recém ingerido pelo vampiro; eu, abasteço-me do seu suor, como alimento estrutural e viril; os músculos cardíacos pulsão intensamente, sendo possível sentir os batimento das caixas torácicas; nossas mãos são tomadas pelo visco do nosso prazer, o dele mais vasto por estar firme e inaugural, o meu, mais liquido devido ao terceiro gozo da noite, ele apara nosso sentimento como um cuidado quase paterno, mistura com o meu, agora, desliza entre o seu falo até o meu, com uma das mãos, depois, faz com as duas, como se quisesse impregnar partículas astrais dele em mim. Eu, ofegante e estático, mantenho a posição, pois não consigo processar os últimos acontecimentos; tombo para a porta, ele, fica catatônico, massageando a mim, como se fosse um cristal impoluto; observo que, àquela postura do meu consorte, ao mesmo tempo que era incômoda, pacificou os meus sentidos; com cuidado, aproximo aquele corpo curvado - e humano - para recebê-lo em meu peito aberto; acalento-o, firmando um silêncio íntimo.

Carlos está visivelmente envergonhado, eu no florescer da maioridade, consolo um homem feito.

- Hey, man, tá tudo bem?

- Está.

Levanto o seu rosto, olho fixamente para os seus olhos e digo:

- Somos irmãos de punha, man! Estamos unidos agora.

- Descontraído ele sorri, tá certo, cabeção… Desculpa aí qualquer coisa.

- Desculpe o rapaz? Não tem que pedir perdão, não! Replico.

- É… Como tinha tido antes, é o nosso segredo… kkkkkkkk foi bom demais, nego. Carlos descontraído retoma o semblante pueril.

Constatado o restabelecimento do vigia, pergunto:

- Man, tem água aí?

- Tem um filtro.

Pego dois copos plásticos, coloco um para cada, dou duas goladas no meu, preencher novamente e entrego o outro para Carlos. Pergunto, que horas Domingo acorda e se acorda. Ele responde que em tese, Domingos deveria voltar às 2 da manhã, para que fosse possível eu promover a ronda, mas acertei com ele voltar sempre às 3 horas da manhã. Certo, respondo e complemento:

- Vou me limpar aqui na pia.

- Não! Vá a sauna e tome banho, leve a nécessaire e a toalha, vou me limpar aqui e já ele chega, trocaremos de posto, deixe lá as coisas e depois (…)

(Continua)


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