VIDROS EMBAÇADOS

Um conto erótico de Cláudio Newgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 1215 palavras
Data: 06/05/2022 12:03:42
Assuntos: Heterossexual

Outro dia, fui ao médico, num edifício repleto de consultórios. Como sempre acontece nesses lugares, mesmo quando se tem uma consulta com hora marcada, a hora marcada não é respeitada, e esperei um bom tempo até ser chamado.

Enquanto esperava, e depois de remexer à exaustão no celular, guardei o aparelho e meus olhos passaram a vadiar pela sala. Chamaram minha atenção duas mulheres, no canto, que conversavam baixinho – o assunto deveria ser polêmico, pois gesticulavam impacientemente, as duas.

Provavelmente, mãe e filha, algo em torno de 20 e 40 anos, respectivamente. Demonstravam ser pessoas humildes, pela pouca atualização de suas roupas e praticamente nenhuma maquiagem.

A mais jovem trajava uma blusa de renda branca, de decote cavado, que mostrava seios pequenos, separados; e um short amarelo, “comportado”, mas que expunha bem as coxas, principalmente ao se movimentar – era de estatura pequena, cabelos sem muito cuidado, sardas e outras manchas discretas no rosto. A outra usava roupas na mesma linha da primeira, apenas adequadas a sua idade, e também tinha um corpo não muito diferente, em estatura e simplicidade.

O rosto da mais jovem me chamava a atenção, eu aproveitava os momentos em que falava ou dirigia a atenção para escutar a outra mulher, para lhe observar. Uma vez ou outra, nossos olhares se encontravam, e eu tratava de desviar o meu – tímido que sou. Ela fazia o mesmo. Mas percebi que houve momentos em que nossos olhos se demoravam um pouco mais, e nem eu nem ela nos animávamos a desviá-los.

Fui sentindo borboletas no estômago, mas nesse momento a secretária me chamou e fui para a consulta. Havia sido um momento gotoso, afinal – valera a pena a espera.

A conversa com o médico foi rápida, dentro do normal – geralmente demoramos na consulta menos de um décimo do tempo gasto na espera. Ao sair do consultório, busquei com os olhos as duas mulheres, mas não estavam mais lá. Que pena!, suspirei, e caminhei para a saída do edifício. Uma forte chuva varria a rua, e eu respirei aliviado por ter estacionado bem perto da entrada – um passo apressado e chegaria ao carro sem me molhar.

Quando passei pela porta, dou com as duas, acuadas pela chuva, sob a ampla marquise do prédio. Nossos olhos voltaram a se encontrar, e me dirigi a elas, puxando assunto:

– Que chuva, hein? Estava um solzão quando cheguei...

A mais nova sorriu e comentou algo sobre o tempo; a outra também falou alguma coisa, e nos deixamos ficar, olhando a água que já descia, aos borbotões, pela rua. Resolvi investir:

– Vocês vão para onde? Posso oferecer uma carona? Parece que a chuva vai demorar...

A mulher mais velha fez menção de que iria recusar, mas a jovem foi mais rápida e aceitou o convite, agradecida. Então nos dirigimos ao carro e em segundos estávamos instalados, a mais nova ao meu lado, a outra no banco de trás, e eu manobrando o veículo, para sair do estacionamento.

Enquanto movimento o veículo, deixe-me apresentar minhas passageiras: de fato, eram mãe e filha. Dona Marieta, 38 anos, viera para uma consulta, havia esperado um bocado, até receber a informação de que o médico cancelara sua vinda, por conta de uma cirurgia de urgência. Carol, 19 anos, viera acompanhar a mãe, e tentava acalmá-la, dizendo que essas coisas aconteciam, e que voltariam depois... Mas Marieta não queria conversa. Estava puta com o tempo e a viagem perdida.

– Se não fosse esse moço, a gente estaria toda molhada ou perdendo ainda mais tempo... – comentou Marieta, para a filha, que parecia não prestar mais atenção. Seus olhos acompanhavam o rolo d’água que caía à frente do carro; os meus olhos – por que negar? – por vezes paravam nas coxas franzinas da garota ou nos seios pequenos, semiocultos pela blusinha de renda branca, e um desejo maldoso se manifestava em mim.

Acho que ela notava minhas olhadas porque de vez em quando eu flagrava também as suas para minhas pernas. Os assuntos foram fluindo, e vez em quando nos tocávamos, para enfatizar alguma fala. Nesses toques, que foram ficando mais frequentes e demorados, percebia Carol se remexer no banco, e meus pelos se arrepiarem ao sentir a suavidade de sua mão sobre minha pele. Daí a pouco era a rola que começava a endurecer.

Mas o temporal aumentara potencialmente, e aleguei que estava ficando perigoso dirigir sob aquele aguaceiro, e que pararia um pouquinho, esperando a chuva dar uma amainada. Carol concordou, embora dona Marieta fungasse, impaciente, no banco de trás. Mas cada vez menos a filha parecia levar em conta que a mãe estava tão perto, e nossos papos foram ficando mais animados, em alguns momentos mesmo picantes, nossos toques mais incisivos, nossos corpos (agora voltados um para o outro) estavam mais próximos, como aproximando-se bastante iam nossos rostos.

Quando sua mão deixou-se ficar sobre minha coxa, e fazendo pressão, perdi a compostura com dona Marieta ali tão perto, e a minha própria mão apossou-se da coxa de Carol, que se remexeu no banco, numa posição mais receptiva a minha carícia. Subi um pouco e meus dedos entraram pela perna do short, alcançando sua calcinha, enquanto ela chegava, triunfante, ao meu pau, completamente em riste.

Aí não deu mais pra segurar e nos beijamos avidamente. Lábios carnudos deliciosos, língua fogosa em libidinosa guerra. O ardente beijo impulsionava nossa ousadia e enquanto ela acariciava acintosamente minha rola, por cima da calça, meus dedos já alcançaram a sua caverna encharcada, mais molhada que a rua lá fora.

– Carol, tu vai foder mesmo aqui, é? – a voz de dona Marieta parecia vir de além mundo, rouca e sem qualquer inflexão de contrariedade.

A filha não deu a menor importância e já gemia e se remexia, às minhas carícias, que lhe descobrira os seios e os sugara avidamente. Ela conseguira libertar minha rola e agora a punhetava com firmeza, para, logo em seguida, abaixar-se e toma-la nos lábios, num boquete maravilhoso. Aproveitei o agachamento de seu corpo e introduzi minha mão por trás e por dentro da calcinha, enfiando os dedos, simultaneamente no seu cu e na buceta. Os vidros já estavam completamente embaçados. Nossas vestes não mais nos vestiam.

Num malabarismo só possível a um corpo delgado como o de Carol, ela passou a perna e se estrepou em cima da minha rola, permitindo minha completa tomada daquele território de prazer. Ela gemia e se remexia sobre mim, cavalgando com uma energia louca, dizendo putarias, grunhindo safadezas, gritando prazeres.

Todo aquele movimento não durou muito, porque logo nossos corpos davam sinais de que gozariam, o que aconteceu em meio a estrepitosos gritos e movimentos desencontrados. A respiração apressada, denunciando o recente orgasmo dos dois, fez com que nossos corpos quentes, deitados um sobre o outro, subissem e descessem, sofregamente.

Foi quando um discreto som, vindo do banco de trás, me trouxe à racionalidade de que eu comera a filha, com a mãe ali presente. Olhei discretamente para trás e constatei Marieta, semideitada, com as pernas abertas e a mão enfiada por dentro, em frenética siririca; olhos fechados, lábios cerrados, rosto denunciando todo o prazer que sentia, até que gemeu mais forte e tremeu todo o corpo, principalmente as coxas, gozando com toda a força de sua energia.

A chuva dava sinais de que diminuía e que logo estiaria...


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Comentários

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Nooossssa,sei que esse conto não foi real mas que foi excitante foi parabéns!

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Pois é, Fred, meus contos são literários, não são relatos. Mesmo quando falam sobre algo que realmente aconteceu, a liberdade artística me permite mudá-los... Obrigado pela leitura.

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