Destinos traçados nas estrelas - Parte I

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Data: 27/11/2020 15:14:49

Destinos traçados nas estrelas

A balada rolava solta e a todo o vapor naquele início de madrugada de um julho gelado, de céu limpo e estrelado, na cidade do interior de São Paulo onde eu morava e cursava o penúltimo ano de faculdade de medicina. Já era praxe os centros acadêmicos de todas as faculdades da cidade organizarem bianualmente, uma em julho outra e dezembro, estas festas que juntavam quase toda a galera jovem da cidade. Eu estava com meu grupo de colegas, alguns caras e algumas garotas, nem todos cursando o mesmo ano que eu. O som que animava a balada não podia ser mais eclético e, algumas bandas e até cantores de sertanejo universitário se apresentavam no palco montado na imensa área de um clube onde a festa rolava.

Em dado momento precisei ir ao banheiro. Diante deles se formavam aquelas filas constrangedoras onde a maioria já estava cruzando as pernas e torcendo para que os desgraçados que tinham conseguido fazer suas necessidades fisiológicas desocupassem o lugar. Como meu pai fazia parte do conselho administrativo do clube, eu conhecia a localização de banheiros menos disputados e não disponibilizados para aquele evento. Cheguei a um deles e, antes mesmo de me postar diante do vaso sanitário, fui surpreendido por gemidos que vinham de um dos boxes fechados. De início, enquanto mijava, achei graça e comecei a rir comigo mesmo, pois pensei que se tratava de alguém tendo uma caganeira ou algo parecido. Porém, não demorei a perceber que os gemidos eram de dor e não um fundo sonoro de algum desarranjo intestinal. O cara que estava lá dentro chegava a soltar urros enquanto parecia estar em luta corporal com alguém, uma vez que a agitação dentro daquele espaço exíguo parecia não caber nele. Será que estão transando lá dentro, pensei, esboçando mais um sorriso ante a hipótese. Se estão, são dois caras, pois os gemidos que eu ouvia vinham seguramente de homens e que, pela gravidade da voz, deveriam ser caras grandes e fortes. Lavei minhas mãos sem pressa, tentando ver se descobria o que estava rolando dentro do box, uma vez que não havia mais ninguém disputando aquele banheiro.

- Está tudo bem aí, cara? – perguntei em dado momento, ante o desespero que parecia aumentar nos gemidos.

- Caralho! Estou fodido, cara! Me dá uma força aqui, pelo amor de Deus! – exclamou a voz agoniada.

- Qual é? Ajuda para o quê? Não estou a fim de ver um marmanjo se cagando todo. – retruquei.

- Porra, antes fosse! Dá uma olhada na minha situação! – revidou o sujeito, abrindo a porta e se mostrando constrangido.

Num primeiro relance, tudo que eu vi foi o cara segurando a braguilha do jeans completamente aberta, por onde se avistava uma pentelhada densa e negra e, parcialmente, uma pica assombrosamente avantajada e uma das bolas do sacão peludo. Eu já ia soltar meia dúzia de palavrões pelo descaramento do sujeito, quando notei que boa parte do jeans estava empapado em sangue.

- O que é isso? – indaguei, agora mais perplexo pelo sangramento do que pela beleza dos genitais.

- Não está vendo? Prendi o caralho nessa porra de zíper! – exclamou, com a cara tensa e contraída de dor.

- E como conseguiu essa façanha?

- Sei lá, cacete! Me dá uma força, faz alguma coisa, porra! – exclamou erguendo a voz comigo como se eu tivesse culpa do que estava acontecendo, enquanto tentava inutilmente mover o zíper, o que só fazia com que seus gemidos se tornassem mais pungentes.

- Tem um baita talho no prepúcio! Estava tentando fazer uma circuncisão por conta própria? – devolvi, no mesmo instante que acabei por reconhecer o sujeito.

- Você vai ficar aí fazendo piada ou vai me ajudar, cacete?

- Você precisa ir a um Pronto Socorro, cara! Tem um bocado de pele entranhado nos dentes do zíper, se continuar puxando vai arrancar metade do prepúcio! – exagerei, embora o quadro não fosse nem um pouco menos drástico.

- Vira essa boca para lá! Pronto Socorro, nem pensar! – retrucou

- Um cara desse tamanho com medo de Pronto Socorro, era só o que faltava! Vai ser o único jeito! – asseverei.

- Não é medo, não! Vê lá se eu vou ter medo! – revidou ofendido. – Os médicos lá me conhecem. Se eu aparecer por lá nessa situação, amanhã a cidade toda está sabendo do acontecido. Vou virar a piada do ano! Nem pensar! – respondeu resoluto.

- E o que é que você quer que eu faça? Estou avisando, o negócio está feio aí embaixo, não é hora de frescura! – afirmei.

- Não é frescura, porra! Ai, meu pinto, merda! A pica está começando a inchar, caralho! – gemeu, insistindo em mover o zíper.

- Só está piorando a situação! Vamos lá, eu te levo até o Pronto Socorro, ou prefere que eu chame um dos teus amigos ou sei lá, alguém para te ajudar? – prontifiquei-me.

- Não! Você é surdo, por acaso? Não ouviu que eu acabei de dizer que se alguém souber disso vou virar piada?

- Não sou surdo não, ô casca grossa! Afinal, quer que eu te ajude como? Fala logo ou dá um jeito de se virar sozinho! – revidei ultrajado

- Me desculpe, cara! É Bruno, não é? Seu nome é Bruno, a gente já se viu no campus da universidade, a Renata é prima de um amigo meu, ela estuda com você, eu sei. – revelou.

Eu também já o conhecia, era o Alex, um tremendo de um galinha que se valia de sua forma física avantajada, de um sorriso sensual e da boa aparência, para dar em cima de um plantel de garotas taradas por um macho como ele. Ele lançava suas iscas para tudo quanto é lado, pois eu tinha dois amigos, um que estudava comigo e outro que cursava engenharia como o Alex, só que um ano atrás, ambos gays discretos como eu, que já tinham saído com ele e, continuavam suspirando pelo sujeito. Eu também o achava atraente, mas seus olhares concupiscentes e seus sorrisos lascivos, não tiveram o efeito que ele desejava sobre mim, devido a minha timidez e falta de coragem em admitir publicamente minha condição de homossexual.

- Bem! Vamos fazer o quê? Se no Pronto Socorro você não quer ir, essa porra continua sangrando pacas e você está com o pau preso no jeans, uma solução precisa ser encontrada urgente! – afirmei.

- Seu pai é dentista, não é? – questionou.

- É, mas ele não vai te atender para resolver um troço desses! Nem pense! Você precisa de um médico, cara! – respondi, não deixando espaço para ele insistir com aquilo.

- Mas ele tem um consultório e lá deve ter alguma coisa que a gente possa usar! E você, não é quase médico? Não sabe o que fazer? Que porra de médico você pretende ser? – questionou.

- Se eu não estivesse com pena de você já teria te dado uns sopapos!! Cara grosso! – respondi.

- Você diz isso porque não está na minha situação! Caraca! Me ajuda! – devolveu, fazendo uma puta cara de cachorro abandonado. Lógico, eu um bundão, manteiga derretida, sempre comovido com as penúrias dos outros, àquelas alturas só faltava botar o cara no colo; especialmente por ele ser um tremendo de um macho lindo e, não tirar aquele par de olhos esperançosos de cima de mim.

- Não sei se meu pai tem algum fio de sutura tão fino no consultório que dê para fazer umas suturas no prepúcio. Ademais, nunca suturei um pinto! – argumentei.

- Qualquer coisa, cara! Qualquer coisa para me livrar dessa porra! – gemeu suplicante.

A caminhada até o carro, entrar nele, acomodar-se no assento foram um drama à parte. Manhoso, o sujeito que mal conseguia dar um passo sem soltar uns berros e uns palavrões, respirava acelerado e, por vezes, me fez recear que fosse acabar desmaiando, o que me daria ainda mais trabalho.

Depois de dar uma rápida passada em casa para pegar as chaves do consultório do meu pai, levei-o até lá e o ajudei a se acomodar na cadeira, outra novela que nem vale à pena mencionar, tamanho o escândalo que ele fez. Localizei e preparei tudo para fazer umas suturas, depois de precisar incisar o prepúcio para liberar a pele que estava entranhada nos dentes do zíper.

- Para que essa porra? Você não está pensando que eu vou te deixar usar essa faca na minha pica, está? – questionou, quando viu todo o instrumental disposto sobre um campo esterilizado.

- Isso não é uma faca, é um bisturi! Vou, vou sim! Não tem outro jeito de soltar esse bagulho do jeans, a pele que está presa já está necrosada, precisa ser removida para te liberar da calça e para poder restaurar o prepúcio. – esclareci. Se ele não estivesse reclinado na cadeira, tenho a certeza de que teria se estatelado no chão. Os olhos arregalados me encaravam como se eu fosse o próprio doutor Victor Frankenstein, prestes a destrincha-lo como na ficção.

- Você tem certeza do que está fazendo? Tente não soltar toda sua veia sanguinária, que vocês médicos têm, sobre a minha preciosidade. Pretendo ainda fazer muito uso dela! – eu comecei a rir.

- Maluco! Sanguinário! Tô fodido de vez! – balbuciou, choramingando.

- Deixa de ser frouxo! Da próxima vez pense em usar uma cueca debaixo das calças para colocar esse pinto. Então o máximo que pode acontecer é ela ficar presa no zíper e não esse troço! – retruquei, zombando da cara apavorada dele.

- Se eu não estivesse nessa situação vexatória e dolorosa eu ia te mostrar quem é frouxo! E ‘esse troço’ é vital para mim, portanto, vê se não vai fazer besteira! – respondeu. Continuei rindo.

- Alex, você é uma figura! Cara, eu já conhecia seu lado Don Juan, mas esse de bebezão chorão é novidade! Nada como as dificuldades para mostrar a verdadeira cara das pessoas! – afirmei, carregando a seringa com anestésico para iniciar o procedimento.

- Você vai enfiar essa agulha no meu pau! Tá maluco, cara! – exclamou ele.

- Não! Vou enfiar na sua bunda! Claro que vou anestesiar a pele para poder suturar. Ou, quer que eu faça tudo na raça? – revidei.

- Puta que pariu! Eu estou ficando sem ar! Não vou aguentar essa agulha entrando no mau pau! – sentenciou, começando a se agitar na cadeira e puxando a camiseta para cima expondo o tórax como se isso o ajudasse a respirar melhor.

- Se está pensando em desmaiar, anda logo, assim nem preciso desperdiçar o anestésico!

- Caraca! Faz com jeitinho, pelo amor de Deus, eu te imploro! – gemeu. De sua testa o suor escorria como uma cachoeira. Concentrei-me no que precisava fazer.

De tão tenso, ele não parava de falar. Sem coragem de olhar o que estava sendo feito, começou perguntando se eu já o tinha anestesiado, pois não sentira nem a picada e nem eu enfiando a agulha no pau dele. Voltei a rir com as palavras desesperadas e exageradas que usava para soltar a apreensão que o consumia. Liberei o pauzão do zíper incisando a pele do prepúcio, era um cacete maravilhoso, pesado, retão, grosso e bem cabeçudo. Nem o sangue que o envolvia conseguia tirar sua beleza ou deixá-lo menos atraente. Compreendi o porquê dos meus amigos terem ficado tão seduzidos pelo Alex e, continuarem a suspirar por ele depois de ele provavelmente ter transado com eles, algo que ambos mantinham em sigilo. Limpei a rola toda, da glande ao sacão, removendo tanto o sangue que saia do ferimento quanto aquele que já havia coagulado nos pentelhos dele, para que pudesse visualizar claramente as bordas cruentas que teria que unir com os pontos. O Alex continuava tagarela, perguntando e questionando cada movimento que eu fazia.

- Por que você está tão quieto? Tá acontecendo alguma coisa aí? – indagou, ainda sem coragem de olhar para onde o procedimento acontecia.

- Porque você já está falando por nós dois, e eu estou concentrado no que estou fazendo. E, por enquanto, acho que vai continuar convivendo com esse pinto. – respondi irônico.

- Engraçadinho! Você faz piada porque não é com você! – resmungou.

Para ser sincero, eu ficava aflito cada vez que precisava introduzir a agulha, apesar de fina e pequena, naquela pele que inegavelmente era extremamente sensível em qualquer homem. Isso ainda era reflexo da minha inexperiência ante as situações médicas que fariam parte da minha vida no futuro. Achei até bom ele não fixar o olhar no que eu fazia, pois minhas mãos tremiam como as de um parkinsoniano, embora tudo estivesse saindo muito melhor do que eu havia imaginado. Por fim e, afora o inchaço que desfigurava a ponta daquele caralhão, tudo tinha ficado tão discreto e bem coaptado que nem parecia ter havido um estrago daquelas proporções.

- Suas mãos são muito leves e macias! – exclamou ele, de repente.

- E, isso significa o quê? – questionei, ao notar que ele estava bem mais tranquilo e que estava bem à vontade.

- Significa que quase não sinto quando você pega na minha rola. Seus toques são tão delicados que estou começando a ficar com tesão. Se eu ficar de pau duro a culpa é sua! – sentenciou safado.

- Duvido que essa coisa estropiada funcione antes de alguns dias! – retruquei.

- Ei, veja lá como fala! É da minha pica que você está falando!

- Não me diga? O que eu estou remendando aqui, no improviso, é um troço mutilado que você pode se dar por feliz se ainda servir para você mijar! – debochei.

- Não fala isso nem brincando! E, trate de fazer isso certinho ou, antes mesmo que tenha o diploma nas mãos, vou te processar por negligência e imperícia! – ele já estava tão descontraído que sorria fazendo graça.

- Está animadinho, está? Onde foi parar aquele cagão com medo de ir até o Pronto Socorro? – questionei.

- Já disse que não sou cagão! E não vou repetir as razões pelas quais não quis ir ao PS! Você deveria me agradecer por eu estar te dando a chance de ter uma aula prática e, por te deixar brincar com a minha pica. – revidou

- Sem-vergonha! Vá se catar! – explodi. – Eu mereço! Passo metade da madrugada consertando um pinto decepado de um sujeito que mal conheço, e ainda tenho que ouvir uma sandice dessas! – emendei. Ele riu.

- Confessa que gostou, confessa! Pois eu sei de fonte segura que você é gay. Todo gay gosta de uma pica!

- Até já imagino quem é a sua fonte segura, ou melhor, quem são as suas fontes. De qualquer forma, tire seu cavalinho da chuva!

- Cavalinho, não! Garanhão!

- Deixa de ser besta! Pronto, terminamos! Dá uma conferida, para quando depois o pinto cair, não dizer que foi culpa minha. Daqui você está saindo com ele inteiro! Ou, pelo menos, com o que sobrou dele! – zombei.

- Puta merda! Saca só o tamanho dessa porra! Está todo inchado! – exclamou, surpreso com o edema.

- O que você queria? Dá uma olhada no pedaço que ficou entalado no zíper! Cara, você deve ser muito trapalhão para fazer uma cagada dessas!

- Tenta colocar uma rola desse tamanho dentro da calça, depois você me diz se sou trapalhão. – retrucou emproado.

- Pretensioso! Se usasse uma cueca não teria passado por esse perrengue!

- Gosto de deixar o bicho solto! – devolveu com um risinho safado

- Então na próxima vez procure outro trouxa para remendar o bicho solto!

- Gostei de você, Bruno! Tirou a imagem de carrancudo que eu fazia de você! Só lamento que minha pica tenha pagado o pato para isso acontecer. Mas, só de saber que você se encantou por ela, já é meio caminho andado. – afirmou.

- Ficou maluco? Quem se encantou com o quê? Não viaja! Eu anestesiei o pinto, não o cérebro! – respondi.

- Cara, você é muito sério! Dá até medo chegar perto de você! Te passar uma cantada então, sem comentários! A gente precisa cuidar para não levar uma invertida logo de cara.

- Do que você está falando? Que papo louco é esse?

- Eu já fiz uma brincadeira com você uns tempos atrás quando você estava numa rodinha com a Renata e uns amigos no pátio da universidade e você não gostou, só faltou me tacar dois tijolos na cabeça. – afirmou. Eu, sinceramente, não me recordava do episódio. Devo ter achado que era mais um engraçadinho tirando uma comigo por eu ser gay.

- Não me lembro! Só pode ter sido outra besteira!

- Não! Foi uma cantada, muito da sutil e engraçada, mas você não levou na brincadeira. – asseverou.

- Uma cantada? O que te faz pensar que eu estou a fim de ouvir cantadas?

- Sei lá! Você é muito bonito, e põe bonito nisso, tem uma bunda que, cara, fala sério, é uma puta de uma bunda gostosa. Eu conheço pelo menos meia dúzia de carinhas lá na engenharia que estão loucos para meter a pica nesse rabo. Vou te confessar uma coisa. Eu dei uma ficada com seus colegas na esperança de você vir a fazer parte do pacote. Só que você é osso duro de roer, não aceita um elogio nem fodendo.

- De um galinha feito você, que já deve ter comido metade das garotas e gays da universidade, aceitar um elogio. Só pode estar tirando uma com a minha cara, né? – respondi.

- Tá bem, não sou nenhum santo, e nem pretendo! Mas, não precisa exagerar. Se dei uns amassos por aí, garanto que não chega a uma dúzia. – afirmou, mais uma vez com aquela cara de pretencioso.

- Bom, por hoje sua consulta acabou! Vou te dar essas amostras de anti-inflamatório e antibiótico, estou escrevendo nas caixas o quanto deve tomar. Estou falando sério, vai precisar tomar conforme estou orientando, ou esse pinto infecciona e você se prepare para se despedir dele. – caçoei.

- Fica tranquilo! Vou cuidar direitinho dele para você. Na próxima vez que for brincar com ele, vai se surpreender com o restabelecimento dele. – devolveu, também caçoando.

- Você é foda, cara!

- Eu quero foda, é um pouco diferente! E você está na minha lista de fodas, na coluna, a realizar! – retrucou.

- Sonha! Sonha, que não precisa pagar por isso! – ele riu. E eu sabia que ia sonhar com aquela jeba maravilhosa, com toda a certeza.

Deixei-o no portão da casa dele, já amanhecia, um clarão ainda bastante inclinado surgia no horizonte. Ficamos um tanto constrangidos um em frente ao outro sem saber como fazer aquela despedida. Ele, atrevido, tentou colocar um beijo na minha boca. Embora estivesse tentado a sentir aqueles lábios sensuais nos meus, não permiti. Verbalizei um – até mais – para disfarçar meu nervosismo. Ele me deu um tapa bem estalado nas nádegas, sorriu e respondeu – valeu, valeu mesmo, Bruno. Te vejo na segunda na faculdade, falou? – eu apenas acenei com a cabeça. Passei todo o restante do final de semana vendo imagens daquele cacetão e daqueles testículos imensos flutuando diante dos meus olhos, sina de gay. Para ser bem honesto, até então eu nunca tinha visto um pinto que não fosse o meu, tão de perto e, muito menos, tocado no cacete de um homem. Mesmo sob as condições em que isso se deu, eu continuava fascinado pelo que aquele caralho continuava me fazendo sentir.

- Bruno! É o Alex! – disse a voz rouca e grave quando atendi o número desconhecido no celular, no meio da tarde do dia seguinte.

- Oi! – porra, como foi que esse cara conseguiu meu celular?

- Pedi seu número para a Renata porque minha pica está deformada e estou sentindo uma puta dor. – continuou ele, como se eu tivesse alguma coisa a ver com isso.

- Tá, e eu com isso? – questionei, puto por achar que aquilo já estava se tornando um abuso e, que ele estivesse se aproveitando da situação para tirar uma com a minha cara, sabendo que eu era gay.

- Acho que seria legal se você desse uma olhada. Só para saber se está tudo bem! – exclamou, na maior cara de pau.

- Eu? Dar uma olhada? Você não acha que isso já é demais?

- Pô! Dá uma força, vai! Que custa?

- Eu já te dei uma bela ajuda, cara! Vá procurar um médico.

- É o que estou fazendo! – a risadinha que acompanhou a resposta me deixou ainda mais irritado. E, eu decidi que ia dar um esporro na Renata por ter dado meu número para esse abusado. O cara estava curtindo com a minha cara.

- Olha Alex, vou ser educado com você. Beleza que a gente já se viu algumas vezes na universidade, que você descobriu que sou gay; mas, numa boa cara, não estou a fim de ouvir você zoando com a minha cara. Quebrei seu galho na hora do sufoco com a melhor das intenções. No entanto, não pense que só por eu ser gay que esteja gostando dessa tiração de sarro de sua parte. – afirmei.

- Não estou zoando com você! Acredite! Caralho, cara, você é travadão por demais! Não precisa me espantar como se eu fosse uma mosca tentando pousar na sua comida. Estou te pedindo ajuda justamente porque você foi muito legal comigo e, porque gostaria que fossemos amigos de agora em diante, só isso. Não tem nenhuma mal-intenção por trás disso, juro! – devolveu ele. Sem saber se estava bancando o tolo, acreditei nele.

- Beleza, então! Vamos esquecer esse papo. Você está tomando as medicações que te dei conforme orientei?

- Estou fazendo tudo direitinho, mas está mais inchado e doendo pra caralho!

- Claro, só pode estar doendo pra caralho. É um caralho! – retruquei. Ele riu.

- Cara, estou fissurado nesse seu bom humor!

- Comece a tomar um analgésico além da medicação que indiquei, vai ajudar.

- E o inchaço? Minha pica dobrou de tamanho! Não que eu não gostasse se ela continuasse desse tamanho, mas a dor não está com nada. – questionou.

- O edema é normal para o dia seguinte ao que precisou ser feito. Foi uma pequena cirurgia. Tem um pós-operatório como qualquer outra. – esclareci.

- Eu ia ficar bem mais tranquilo se você desse uma olhada!

- E eu bem mais aliviado se não precisasse encarar esse troço de novo! – ele voltou a rir.

- Por quê? Ficou assustado? Quem sabe entusiasmado? – indagou pretensiosamente.

- Panaca!

- Vem até aqui! Uma olhadinha rápida! Não vai doer, nem tirar pedaço. – revidou. – Só não vou até aí porque estou todo estropiado e com essa puta dor. Vem, vai? – eu sei lá o que estava acontecendo comigo, em vez de mandar o sujeito à merda, eu queria cuidar daquele macho inconsequente como nunca quis cuidar de alguém antes.

Quem veio me atender com um tremendo sorriso na cara máscula, quando toquei a campainha, foi o pai do Alex, Mario, como fez questão que eu o chamasse, enquanto me levava para dentro da sala. O Mario era espantosamente jovem para um pai cujo filho estava no início dos vinte anos, tinha mais cara de um irmão mais velho do que de um pai. Do pouco que eu conhecia sobre o Alex, logo me passou pela cabeça que ambos haviam inventado essa história do Mario ser o pai dele, o sujeito devia ter, se muito, uns 37 anos. De qualquer forma, fiz de conta que acreditei. Eu estava ali para uma missão que por si só já era espinhosa, não estava a fim de colocar mais minhocas na minha cabeça e, pensei, no final das contas, isso pouco me importa. Era um homem lindo, e esse colírio para os olhos já tinha valido a minha ida até lá. A máxima de que a fruta nunca cai longe do pé ou, de que filho de peixe, peixinho é, não podia estar mais confirmada quando vi aquele homem. Corpão atlético, viril na distribuição sensual de pelos, uma barba por fazer que, antes de denotar desleixo, acentuava a masculinidade, uma energia nos músculos definidos, oriunda da testosterona que corria em suas veias, era típica de machos alfa que mantinham um rebanho de fêmeas ao seu dispor. Um molde do qual parecia terem feito uma cópia com a mesma precisão, assim o classifiquei, se ele fosse realmente o pai do Alex. Isso tudo, para um gay inexperiente como eu, era um chamariz que acendia um alerta em cada célula do meu corpo e, em cada neurônio do meu cérebro. Para completar as semelhanças, lá estava, debaixo da bermuda sob a qual eu podia jurar que não havia uma cueca, o contorno, ao longo da coxa peluda, de uma estrovenga que mais parecia um salame que fora enfiado ali dentro, capaz de instigar os mais lascivos pensamentos. - O Alex me disse que foi você quem suturou a rola dele. – eu corei diante daquele homem ao ouvir essas palavras, era como se, subitamente, eu tivesse uma real intimidade com aquele pinto. Limitei-me a confirmar com um aceno de cabeça. O Mario observou minha timidez com certo prazer, algo intrigantemente incompreensível. – Venha, vou te levar até o quarto dele! O manhoso não saiu da cama hoje. Só reclama que não consegue andar de tanta dor no pinto. – emendou, enquanto me conduzia pela casa.

Esta, a casa, tinha uma atmosfera masculina e cheirava a macho, atestando que ali imperava a testosterona em cada item que se espalhava pelos cômodos. Pairava no ar um clima erótico, ao menos era assim que eu percebia as coisas. Eu nunca tinha sentido algo semelhante em lugar algum onde entrara. A ausência de qualquer detalhe feminino entre aquelas paredes, era algo assustador, mais se parecendo com um covil para onde eram conduzidas as presas daqueles dois machos. Estranhamente, eu tremia ao mesmo tempo em que sentia uma excitação inexplicável.

O Alex abriu um baita sorriso quando me viu entrar no quarto, onde estava reclinado sobre a cama larga, com as pernas bem abertas, permitindo que se visse, sem nenhuma interferência, a tremenda caceta e o sacão sobre o qual ela pendia flácida e pesada. Imediatamente, constatei que a felicidade dele não se devia exclusivamente por eu estar ali, atendendo ao seu chamado; mas por ter conseguido, mais uma vez, que eu cedesse aos seus caprichos, abrindo uma espécie de porta que ele sabia serviria para ele entrar naquele reduto que eu mantinha trancafiado para qualquer um que tentasse adentrá-lo.

- Que bom que você veio! Saca só o meu estado, minha pica está toda estropiada. E, dói pra caralho! – afirmou, se fazendo de coitado desassistido.

- Já te falei, só pode estar doendo pra caralho, é um caralho! – exclamei, o que fez até o Mario dar uma risada.

- É um chorão, não é? – questionou o Mario, divertindo-se com a minha irreverência.

- Você diz isso porque não é sua rola que está toda remendada! – devolveu o Alex, irritado com a interferência do pai.

Para dar um ar mais profissional àquela inspeção de uma parte anatômica tão impudica, eu havia dado uma passada pelo consultório do meu pai para pegar um par de luvas. Achei que se tocasse meus dedos desnudos naquele cacetão estaria demonstrando intimidade demais com algo tão privado. Mesmo assim, fiquei constrangido quando percebi a maneira como pai e filho me observavam com aquele caralhão na mão, examinando-o detalhadamente enquanto o movia delicada e cuidadosamente, enquanto o Alex gemia alegando estar sentindo dor. Flagrei o Mario ajeitando a própria rola dentro da bermuda, era evidente que uma ereção estava em curso por ali. Já a ereção do Alex começou tímida ao primeiro toque dos meus dedos, e estava despojadamente visível, através da glande que emergira por inteiro do prepúcio suturado na véspera. Que maluquice a minha, pensei, onde eu estava com a cabeça quando topei fazer uma coisa dessas? Dois tremendos e insaciados machos observando um gay manipular uma caceta atrevidamente libidinosa. Que interpretação se podia atribuir a isso?

- Para as poucas horas decorridas após o procedimento, está tudo normal, pelo que posso ver. – asseverei.

- E essa puta dor? Vai passar quando? – indagou o Alex.

- Se você tivesse tomado os comprimidos que te falei você já estaria sem ela, mas é teimoso feito uma mula empacada! – disse o pai.

- É isso mesmo, acrescente um analgésico à medicação que te receitei e ela some. – procurei dar às minhas palavras o tom mais profissional possível, pois aquela situação bizarra estava me fazendo sentir uma puta na frente daqueles dois homens sedutores.

- Beleza, vou fazer isso. Pode pegá-los para mim, pai? – questionou o Alex, pelo visto querendo ver o Mario longe dali. – Quando você vem tirar esses pontos? – perguntou, assim que o pai saiu.

- Eles vão cai por si próprios, usei uma sutura reabsorvível, dentro de alguns dias eles se desprendem à medida que a cicatrização se completa. – respondi.

- Que pena! – murmurou ele baixinho em resposta.

- O quê? – questionei, por não ter identificado as palavras.

- Nada, não! É que eu achei que você fosse tirar os pontos. – nem o risinho safado ele conseguiu camuflar naquela cara lavada cheia de pensamentos voluptuosos.

- Pois pensou errado! Já toquei nessa coisa mais do que o necessário. – devolvi. – Aliás, você podia vestir algo bem folgado, uma bermuda de pijama talvez, para guardar esse bagulho acintoso e nos poupar de uma visão dessas. – aconselhei.

- Tá brincando? Nem pensar! Qualquer coisa que rela no meu pau me faz subir pelas paredes. – enfatizou categórico. – Só sua mão macia que não!

- Cuidado para não cair na lábia desse folgado! Desde ontem que não ouço outra coisa a não ser elogios a você, às suas mãos leves e macias, e à sua bunda que, segundo ele, tem um bando marmanjos na faculdade querendo foder. – advertiu o Mario, que voltara com o analgésico e um copo d’água. O que me impressionou e desconcertou, foi a maneira descarada como ele se expressou, sugerindo que ambos já deviam ter tido uma conversa a meu respeito anteriormente e, que meu corpo tinha sido o foco da conversa.

- É mesmo? – gaguejei timidamente, em resposta. Eu precisava sair dali o mais rápido possível, pensei. Inexplicavelmente me senti como uma gazela desprotegida que dois leões estavam prestes a devorar.

- O pior é que não dá para censurá-los! Um garotão lindo e tão dedicado como você, não anda sobrando por aí. – afirmou o Mario. O elogio fez um calafrio percorrer minha espinha. Vindo de um macho maduro e tão atraente como ele, essas palavras tiveram o poder de fazer meu cuzinho virgem piscar feito um alucinado. Uma sensação que nunca havia sentido antes.

O Alex não pareceu na faculdade aquela semana toda. Não que isso fizesse qualquer diferença para mim, mas os colegas que tínhamos em comum, afirmavam que ele tinha pego uma virose e estava se restabelecendo. Por aí percebi que ele estava levando esse segredo bem mais a sério do que eu havia imaginado. Mesmo ausente, ele me enviava diariamente uma foto do cacetão via Whatsapp. Logo após receber a primeira, fiquei furioso. Decorridas umas horas, precisei rir sozinho da audácia dele. No dia seguinte, já aguardava com certa ansiedade por outra. Toda discrição que norteava minha vida de gay não assumido, começava a se diluir ante a desfaçatez com a qual ele vinha se relacionando comigo desde que o socorri. Nunca um cara tinha feito isso comigo antes. Também percebi que estava gostando da situação, embora a reputação do Alex ainda exercesse um peso significativo no meu julgamento. Minha parte racional dizia – mantenha-se afastado desse sujeito se não quiser entrar numa fria. Ele não é o cara certo para você! – mas, bastava eu olhar para as fotos que chegavam diariamente, mostrando o restabelecimento daquela jeba, para meu cuzinho dominar e aniquilar meu bom senso.

- Travadão, como você abandonou seu paciente à mingua, não vindo acompanhar minha recuperação e, pouco se importando se continuo vivo, estou te enviando uma foto da minha pica para que você me diga se está tudo certo! – dizia a mensagem que ele havia gravado junto com a foto. Em seguida, havia um PS digitado – Ah!, Só para você saber, as dores sumiram. Esse constante bom humor dele estava mexendo perigosamente comigo.

- Sinal de que o risco de o pinto necrosar e ter que ser amputado já diminuiu bastante! – respondi na gravação de resposta. Mal a havia enviado, recebi o retorno, um emoji de uma carinha furiosa e zangada. Eu ri, e senti que tinha ganho o dia.

Eu nunca tinha entrado num joguinho de gato e rato como aquele com um homem antes, especialmente esse homem sabendo da minha condição e, aparentemente, estar dando em cima de mim com todo o arsenal do qual dispunha. Era simultaneamente excitante e assustador. A continuar essa brincadeira, eu podia estar municiando o primeiro cara a foder meu cu. Apesar de atraente, as consequências podiam não ser das melhores. Agora eu compreendia o porquê do Alex me chamar de travadão. Eu mesmo me sentia travado, sem saber se deixava a coisa evoluir, ou se botava um ponto final nessa história. Ao contrário do modo de vida inconsequente dele, eu pesava muito bem as minhas atitudes antes de executá-las, para que no futuro não viesse a me arrepender delas.

O Alex voltou à universidade na semana seguinte, encontrei-o na lanchonete quando estava com uns colegas de turma entre uma folga das aulas. Ele me viu na roda de colegas, mas não se aproximou. Limitou-se a esboçar um sorriso acanhado que eu retribuí da mesma forma. Será que voltaríamos àquela convivência impessoal e distante de antes? A resposta a essa questão me afligia um pouco. Minha vontade era a de estreitarmos essa relação até onde nossa imaginação a conduzisse. Havia algo nele que me atraia como um imã, não era apenas aquele cacetão, não era apenas aquele corpão viril, não era apenas aquele ar de sedução que o envolvia, era algo que ia além do palpável, do concreto, era algo bem mais profundo e desconhecido. Poucos dias depois, houve outro desses encontros furtivos, desta vez no estacionamento da faculdade quando ele chegava e eu seguia para cumprir minhas atividades práticas num ambulatório de especialidades da prefeitura onde os estudantes de medicina davam plantão. Foi mais uma vez um simples aceno e um sorriso, só que desta vez, ele beijou os dedos e o assoprou na minha direção. Vi que seu sorriso se ampliou depois de eu rir da sua ousadia.

Como o Alex não saia dos meus pensamentos, no sábado pela manhã resolvi ir ao shopping para comprar meia dúzia de cuecas com as quais intencionava apimentar aquele joguinho velado de gato e rato, presenteando-o com elas. Cheguei a sentir certa excitação quando, na loja, escolhia três no modelo boxer e três no modelo slip, imaginando o pauzão dele dentro delas. O vendedor que me atendia deve ter ficado intrigado me vendo acariciar o tecido das cuecas enquanto me decidia pelas cores, ao menos assim interpretei aquela expressão que se formou na cara dele. Compra feita, pacote de presente esmeradamente compilado e, coração agitado no peito fui à casa do Alex. Embora já fosse final de tarde, o dia continuava bastante quente. Mesmo antes de estacionar junto à calçada diante da casa, vi o Mario aparando a grama do jardim. Ele empurrava o cortador de um lado para o outro, sem camisa, enfiado num short azul marinho desbotado, com o suor a lhe brotar pelos poros. Assim que me viu, veio abrir o portão de ferro carecendo de lubrificação pelo ranger estridente das dobradiças. Procurei disfarçar meu olhar escrutinador sobre aquele tronco onde o suor fazia os pelos negros reluzirem acima da pele bronzeada. Porém, não consegui controlar o estremecimento que tomou conta do meu corpo quando ele me abraçou e me puxou para junto do corpão escaldante e molhado dele. Meu cuzinho já começou a piscar ali mesmo.

- Já faz um tempinho que ele saiu. Deve voltar logo, pois estava de bermuda e tênis. Me dê uns 10 minutos para terminar aqui e eu preparo um suco enquanto você espera por ele. – disse o Mario quando perguntei pelo Alex.

- Não quero atrapalhar! Volto outra hora. – devolvi, assustado feito uma gazela perseguida por um bando de lobos. De onde veio esse receio tolo e infundado eu não saberia dizer.

- Bobagem! Fique e espere. Tenho certeza que já, já ele está de volta. – retrucou ele, voltando a cortar a grama, enquanto meu olhar deslumbrado não conseguia se desviar daquele homem, que parecia ainda mais cativante sob aqueles últimos raios de sol cintilando sobre seus ombros largos.

Mal o Mario havia terminado de fazer uma jarra de suco e o entornava no meu copo quando o Alex entrou na cozinha. Voltei a ficar impressionado com a semelhança física daqueles dois machos. A bermuda abaixo da cintura permitia ver o início das reentrâncias do abdômen dele que iam dar na virilha, onde aquela pica volumosa pendia solta. Um pensamento lascivo me passou pela mente ao supor que cuecas eram acessórios desconhecidos naquela casa.

- Oi! Que surpresa boa! Veio examinar minha pica? – perguntou de supetão, eu corei assim que vi o sorriso moldado nos lábios do Mario.

- Larga a mão de ser sem-vergonha! – balbuciei com a voz titubeando. – Vim te trazer isso aqui! – exclamei, entregando-lhe o pacote para o qual ambos olhavam curiosos.

Eu só devia lhe dar o presente quando estivéssemos sozinhos, assumi de repente. Mas, porra, eu estava tão nervoso que já nem sabia mais o que estava fazendo. Ele o abriu apressadamente, rasgando a fita que amarrava o pacote. Riu assim que viu do que se tratava. Ergueu uma das cuecas no ar e a mostrou para o pai, outro riso se formou na cara do Mario. Eu me senti um imbecil, um sem noção que subitamente via a brincadeira que quis fazer com o Alex se virar contra mim.

- São para prevenir outro acidente! – exclamei, tenso e nervoso.

- Preocupado com a integridade do meu pau, gosto de saber! – devolveu irônico.

- Pare de falar besteira na frente do seu pai! Piada sem graça! – retruquei.

- Aqui não tem desses pudores não! Vá se acostumando, travadão! – exclamou, o que parecia mesmo ser verdade, pois o Mario estava se divertindo com a situação e meu constrangimento. Até nisso essa cumplicidade entre pai e filho se assemelhava ao comportamento colaborativo de uma matilha de lobos. – Não espere que eu vá usar uma coisas dessas! Seria o mesmo que andar por aí com um laço de forca no pescoço! – emendou

- Você é quem sabe! Só espero que da próxima vez você também dê sorte de alguém te socorrer. – respondi embravecido, nem tanto pela inutilidade da minha intenção, mas pelo vexame pelo qual estava passando.

- Não fique bravo comigo! Estou super feliz por saber que está preocupado com a integridade da minha rola! Falando nela, você precisa ver como está tudo cicatrizado, fez um ótimo trabalho, doutor! – o escarnio em sua voz me irritou.

- Não se deixe intimidar pela insolência desse tarado, Bruno! – exclamou o Mario, tentando mitigar o impacto de eu ter que olhar para o caralhão praticamente todo recuperado que o Alex acabara de sacar de dentro da bermuda.

- Estou quase pronto para voltar à ativa, não estou? – questionou o Alex, contente por me deixar embaraçado.

- É o que parece! – mal escutei a droga da minha voz que estava tão retraída quanto eu.

Eles me retiveram ali por horas. Às vezes senti vontade de sair correndo de lá, outras me sentia como se aqueles dois fossem tão íntimos meus como um familiar. Começava a se fazer tarde quando terminamos de dividir uma pizza envolvidos numa conversa descontraída. Por incrível que pareça, consegui relaxar depois de um tempo na companhia deles.

Dali em diante, o Alex e eu passamos nos encontrar com frequência. Na universidade diariamente, entre um intervalo e outro das aulas. Eu me acostumei ao seu modo escrachado atrevido de me dizer certas coisas, pois ficava cada vez mais evidente de que ele estava a fim de meter aquela verga no meu cuzinho e, essa ideia já não me assustava tanto. Havia um show agendado numa cidade vizinha para onde ia convergir boa parte da galera que conhecíamos. O Alex quis que eu fosse com ele e mais ninguém. A ênfase que deu ao – e mais ninguém – me fez ter a certeza de que eu ia perder a minha virgindade em algum momento daquela saída conjunta. Nunca quis que algo chegasse tão rápido quanto o dia daquele show.

A rodovia vicinal que ele pegou na volta do show estava deserta àquela hora da madrugada, havíamos cruzado com apenas dois caminhoneiros notívagos antes do Alex estacionar e desligar os faróis num ponto de escape da rodovia que também servia de ponto de observação de uma elevação majestosa onde aventureiros faziam escaladas e se embrenhavam em trilhas que conduziam ao cume.

- Por que parou aqui? Aconteceu alguma coisa? – perguntei, ao vê-lo desligar o motor e se desvencilhar do cinto de segurança.

- Parei para te fazer ver estrelas! – respondeu apressado.

Em segundos, lançou seu corpo sobre o meu e colou sua boca na minha, a despeito da força que minhas mãos faziam para afastar aquele tronco musculoso. Desisti do meu intento assim que seus lábios úmidos e quentes tocaram os meus. À medida que a língua dele entrava na minha boca, minhas mãos passaram a deslizar sobre aqueles ombros vigorosos e a envolver seu pescoço. O encosto do meu assento foi reclinando lentamente enquanto ele montava em mim, intensificando o ardor daquele beijo que começava a deixar ambos sem fôlego e com a respiração acelerada pela excitação. Depois de muito tempo com as bocas grudadas uma na outra, começamos a fazer pausas curtas só para recuperar o fôlego. Quanto mais pesado ele ia ficando sobre mim, mais eu o envolvia nos meus braços, enquanto minhas mãos não paravam de acaricia-lo. A nesga do céu emoldurada na janela do carro deixava ver a imensidão de pontinhos reluzindo na escuridão. Estrelas gigantescas que a distância havia reduzido àqueles pontinhos minúsculos que pareciam leves diante do peso daquele corpão musculoso debruçado sobre mim. A resposta que ele me dera à minha pergunta era uma metáfora; por isso, ao observar aquele céu estrelado, me senti duplamente recompensado. Pensei que ele fosse me foder ali mesmo, meu cuzinho não queria outra coisa. Embora ele friccionasse sua ereção na minha coxa, logo notei que não era isso que ele planejava. Os beijos foram ficando mais suaves, sem perder a intensidade do carinho envolvido neles.

- Estou louco para te fazer minha fêmea, travadão! – exclamou, ao descer do meu corpo, mantendo, no entanto, a cabeça reclinada no meu ombro, como se não quisesse abrir mão dos afagos que meus dedos faziam em sua cabeleira.

- Uau! O que deu em você? – perguntei quando recuperei a respiração.

- Tesão! Há semanas estou tentando controlar esse tesão que sinto por você. Sei que você também está a fim de mim. Deixa eu entrar em você, deixa? – sussurrou junto ao meu ouvido.

- É uma loucura ficarmos parados aqui no meio do nada a uma hora dessas! – respondi. Uma vez que dizer um simples sim, se tornou subitamente difícil de pronunciar.

- Você acabou de sentir como eu estou louco pela sua bunda. Não vamos mais adiar o que ambos estamos querendo. – argumentou.

- Não agora, não aqui!

- Só um boquetezinho então, como aperitivo! – ele não esperou pela resposta, tirou o caralhão da calça bem diante do meu rosto.

Bastou eu sentir o cheiro de macho que ele exalava para ajustar meus lábios à glande saliente e úmida. Lambi e chupei a cabeçorra com todo carinho, enquanto ele forçava a pica na minha garganta. Minha inexperiência fez com que eu sentisse por diversas vezes o reflexo de náusea tentando expulsar aquele caralhão. Percebendo minha aflição, ele deixou que minha mão guiasse livremente sua jeba, embora pouco mais do que a cabeçorra coubesse na minha boca. Ele me encarava, trabalhando carinhosamente seu membro, com um sorriso de satisfação estampado no rosto libidinoso. Ao mesmo tempo, deixava escapar gemidos quando minha língua deslizava sobre a glande sensível.

- Caralho! Como você chupa gostoso! – grunhiu.

Chupei o sacão e o pau dele por um bom tempo, sorvendo o líquido viscoso que fluía dele. O Alex me agarrou pelos cabelos e socou a pica na minha garganta, soltando um urro junto com a porra que encheu minha boca. Sentindo meu rosto todo em brasa, eu ia engolindo os jatos de esperma junto com o ar que parecia não entrar em quantidade suficiente pelas narinas.

- Tesão da porra! No primeiro boquete você já está engolindo minha porra, travadão? É para me deixar maluco, confessa! – rosnou, enquanto ejaculava numa abundância espantosa. Eu o encarava enquanto lambia e deixava aquela pica limpinha. As costas de seus dedos deslizavam carinhosos pelo meu rosto, depois de eu os lamber com a porra escorrida que ele levava até os meus lábios.

Fiz direitinho? – questionei ao terminar.

- Direitinho? Foi perfeito, foi maravilhoso! – exclamou satisfeito.

- Então vamos fazer um trato. Não me chame mais de travadão, eu não gosto quando se refere a mim dessa maneira. – avisei com firmeza.

- Tá, vou tentar!

- Não! Vai fazer o que te pedi! Me sinto ofendido quando me trata assim.

- Ok, prometo! Até por que um travadão jamais mamaria uma caceta tão gostoso assim.

- Agora me leve para casa! Não pretendo virar alvo de bandidos nesse lugar.

- Sim senhor, doutor! – ironizou, ajeitando-se no assento e pondo o carro em movimento.

O Alex me levou para casa, mas não para a minha como eu imaginava, e sim para a dele, mais precisamente para o quarto dele. Agora eu tinha certeza de que aquilo era um covil, especialmente, porque bastou ele fechar a porta para me tomar em seus braços ainda na escuridão. Enquanto me empurrava em direção à cama, minhas roupas foram sendo arrancadas do meu corpo com uma agilidade impressionante. Nossas bocas estavam novamente seladas uma na outra quando senti a mão dele vasculhando meu rego. Aquele toque ganancioso e predador me fez deixar escapar um gemido lascivo. Só mesmo sendo gay para gemer feito uma gazela abatida apenas porque um macho está esmiuçando a sua bunda, pensei comigo mesmo, diante daquele gemido vindo sei lá de onde, uma vez que eu não era dado a frescuras. Contudo, aquela verbalização do que eu estava sentindo com a investida dele o deixou ainda mais excitado. Enfiei minhas mãos debaixo da camiseta dele enquanto ele erguia os braços para permitir que ela passasse pela cabeça. Mergulhei as pontas dos dedos nos pelos do peito dele, dando leves puxadinhas que o fizeram protestar quando sentiu um pouco de dor. Eu os soltava e acariciava o local como forma de recompensa-lo pela dor que o fiz sentir.

- Safado, você sabe como deixar um macho maluco por você! – grunhiu, enquanto eu repetia o mesmo gesto.

- Sei? – questionei, no mais inocente tom que consegui imprimir à minha voz.

Ele me puxou para junto de si com o ímpeto exacerbado, enfiou a língua na minha boca como se fosse me devorar. Assim que comecei a retribuir sua investida, um dedo começou a entrar no meu cuzinho. Tornei a gemer de puro tesão. Foi a primeira vez que alguma coisa entrou por aquele orifício, e o prazer que isso me causou superou tudo o que já havia sentido. O único motivo pelo qual o Alex acendeu a lâmpada da cabeceira, foi para que eu visse aquele cacetão duro por inteiro quando se despiu e veio me reclinar sobre a cama.

- Preciso responder, ou a prova não está bem diante dos teus olhos? – sussurrou, procurando abrigo nos meus braços, que logo o envolveram.

Nos encaramos por meio de um olhar terno, em silêncio, por alguns longos minutos, antes de um beijo demorado se iniciar de mansinho. Meu corpo tremia com espasmos incontroláveis e ardia de tanto tesão. O dele, quente e com a musculatura se enrijecendo estava pronto para dar vazão ao tesão que o movia. Ele empurrou meus braços contra o colchão, mantendo suas mãos sobre as minhas, voltou a fixar aquele olhar exigente e libidinoso no meu, o que me fez abrir progressivamente as pernas até meus joelhos tocarem os ombros dele. Meu corpo se agitava por vontade própria, sabendo que seria usado para satisfazer a tara daquele macho. O Alex começou a lamber e mordiscar a borda da minha mandíbula, desceu para o pescoço, para um dos mamilos, onde meu êxtase se expunha através do biquinho rosado e rijo saliente na aréola acastanhada, a língua dele dançou ao redor do biquinho me fazendo delirar de desejo. Preso entre os dentes dele, sublimei a dor que senti quando ele tracionou o biquinho com força. Ele estava me devolvendo o que eu tinha feito com os pelos do peito dele. Outras mordidas circundaram meu mamilo e, quando ele começou a descer com as lambidas em direção ao meu ventre, o mamilo estava tão inchado que tinha o dobro do tamanho do não torturado por sua sanha. Pouco abaixo do meu umbigo, ele desviou do meu pinto duro, voltando a lamber e mordiscar minha pele já bem próximo do meu rego aberto. Ele olhou para mim antes de enfiar novamente um dedo no meu cu, que agora estava piscando suas preguinhas rosadas bem diante de seu olhar cobiçoso.

- Ai Alex! – gemi, quando a língua úmida tocou meu buraquinho e começou a se mover em círculos sobre as pregas. Por uns segundos tudo no meu corpo parecia ter parado, o coração, a respiração, a própria consciência. Foi como desfalecer no nada.

Um sorriso carinhoso, mas possessivo, se esboçou em seus lábios quando pincelou a cabeçorra lambuzada dentro do meu rego até encontrar meu ânus. Com um impulso vigoroso e abrupto o Alex meteu a pica no meu cu. Não estivesse ele tapando minha boca com a mão, meu ganido de dor teria ecoado num alarido quebrando o silêncio da madrugada. Entrei em desespero com a verga entalada no rabo rasgado. Duvidei que aguentaria o impulso seguinte, por isso espalmei minhas mãos em seu peito. Ele me encarava ciente do que acabara de acontecer, e esperava ansioso pela minha aceitação incondicional, enquanto minha carne dilacerada se acostumava com aquela rola pulsando nas minhas entranhas. À medida que meus esfíncteres relaxavam, minhas mãos deslizaram carinhosas para os ombros e bíceps dele, coloquei um sorriso permissivo e receptivo no rosto, abrindo caminho para que um novo impulso fizesse o cacetão deslizar mais fundo no meu rabo. Eles foram se sucedendo, lentos e cuidadosos de início, fazendo o sacão bater contra o rego escancarado. Eu erguia minha pelve e a empurrava contra a virilha do Alex, o que fazia o pintão entrar com tudo no mais profundo abismo do meu cu. Eu queria gritar com aquele misto de dor e prazer, mas sabia que isso acordaria o Mario e exporia toda a minha devassidão. O Alex me ajudava a conseguir o máximo de silêncio possível, beijando minha boca e movendo sua língua dentro dela, enquanto fazia daquele vaivém cadenciado socando meu cu, sua fonte inesgotável de prazer. Tudo a minha volta parecia ter deixado de existir, eu só sentia meu corpo, a dor e o prazer que ele experimentava com aquele homem dentro dele, se fundindo comigo como um amálgama. Só me apercebi de que estava gozando quando a porra já se espalhava sobre meu ventre. Aquele gozo se materializando junto com meus gemidos deixou o Alex ensandecido. Ele sacou a pica do meu cu, girou meu corpo, puxou minhas ancas até eu ficar de quatro, postou-se em pé ao lado da cama e enfiou a rola novamente num único e bruto golpe no meu cuzinho exposto. A força do impulso foi tamanha que pensei que a pica fosse emergir na minha boca. Mordi o travesseiro enquanto ele bombava meu cu desenfreadamente. Ele encobria minha bunda com sua virilha deixando apenas o sacão de fora do meu rabo. A tensão com a qual suas mãos puxavam minhas ancas para junto dele foi aumentando, ele se retesava todo, o vaivém se transformava em socadas bruscas, ele gemeu pela primeira vez, um gemido rouco que tentou frear, mas que eclodiu junto com o primeiro jato de porra injetado no meu cuzinho. Eu ia ficando cada vez mais molhado, o sêmen quente e pegajoso ia se aderindo as minhas entranhas, se espalhando no meu íntimo com a mesma intensidade e ternura que eu sentia por aquele homem, meu primeiro homem, meu primeiro macho. Eu me encontrei comigo mesmo ali naquele instante, pleno e completo.

- Cazzo de cuzinho apertado! Como um cara pode ter uma bunda tesuda dessas e ter um cu tão apertado? – rosnou o Alex, deixando o gozo fluir em meio aquele prazer e aliviar a tensão que se acumulara nele.

Não sei quanto tempo permanecemos engatados esperando que nossas respirações voltassem ao normal, que os músculos tensos começassem a relaxar, que as picas começassem a amolecer. Quando o Alex puxou lentamente o caralhão para fora do meu cu, eu soltei um gemido na passagem da cabeçorra que distendeu mais uma vez meus esfíncteres anais rotos; enquanto ele observava deleitado o cuzinho se fechando, e um pouco de seu leite viril vertendo num filete discreto. Meu corpo despencou exausto e pesadamente sobre a cama, seguido pelo dele. Nus, eles se encaixaram um no outro. Abraçados e em silêncio o sono nos envolveu, deixando aquela sensação de prazer dominar nossos espíritos.

Uma faixa estreita e luminosa atingia meu rosto, vinda da claridade que se infiltrava pela janela, ao amanhecer. Mas, não foi ela quem me acordou, e sim aquele movimento nas minhas costas e o deslizar da ereção para dentro do meu cu.

- Te acordei? – sussurrou a voz grave rente ao meu ouvido

- E quem não acordaria com um troço desse tamanho entrando dentro do rabo? – balbuciei sonolento. O Alex sorriu.

Eu me ajeitei de lado, ergui e fleti ligeiramente uma das pernas, o que empinou e franqueou minha bunda e permitiu que ele metesse a jeba até o talo. O Alex me fodeu num vaivém vagaroso, no ritmo que sua sonolência exigia, fazendo o prazer ir surgindo na mesma lentidão com a qual o sol ia se erguendo lá fora. Com os beijos e o hálito morno dele fungando no meu cangote, acabamos gozando quase ao mesmo tempo, mansa e delirantemente.

- Ah, é você! Que surpresa a essa hora! – exclamou o Mario, quando o Alex e eu entramos na cozinha onde ele preparava um café da manhã tardio de domingo. Além do constrangimento que senti diante do comentário dele, percebi que a surpresa estava em ser eu a estar ali, mas não ao fato de alguém ter passado a noite com seu filho.

- Bom dia! – balbuciei envergonhado, pois havia uma expressão hilária no rosto dele.

- O show deve ter sido bom, vocês chegaram bem tarde! – comentou o Mario, tentando me fazer relaxar. No entanto, fiquei ainda mais envergonhado, uma vez que ele devia ter ouvido tudo o que rolou no quarto contíguo ao seu. O filho acabou de incluir mais um gay em seu rol de presas, deve ter pensado.

- Foi. – respondi. Eu queria evaporar no ar.

- Preparei um bom café para vocês recuperarem as energias! – disse ele. O safado queria me encabular, tripudiando sobre minha vergonha.

- Seu pai deve estar pensando horrores a meu respeito! Não deveríamos ter vindo para cá. – afirmei, quando o Alex estava me levando para casa.

- Não esquenta! Ele não está nem aí com uma coisa dessas. – retrucou ele.

- De tão acostumado que deve estar de ver você trazer suas presas para a cama. – devolvi. Ele riu.

- Você se sentiu minha presa? – indagou.

- Não mude de assunto! Você podia ter me poupado de passar esse vexame.

- Meu pai sabia que eu estava a fim de você e que, mais dia menos dia, isso ia acontecer. – respondeu ele.

- Sabe que até agora eu ainda não engoli essa história do Mario ser seu pai. Sério! Toda essa liberalidade, essa falta de pudor que rola entre vocês é mais coisa de irmãos do que de uma relação pai e filho. Sem mencionar que ele é jovem demais para ser seu pai. – afirmei.

- Sério que você acha isso? Ele vai cair na risada quando souber. – devolveu

- Você não vai contar isso para ele, vai? Não seja nem doido!

- Contamos tudo um para o outro! Acostume-se! Ele é meu pai sim, posso te provar, quer ver meus documentos? – indagou.

- Não quero ver nada!

- Ele tinha dezesseis anos quando eu nasci, logicamente de um acidente de percurso. Minha mãe engravidou de uma única trepada, me teve e ficou comigo até os dois anos. Depois, como os pais dela tinham ficado putos com a situação, levaram-na da cidade e caíram no mundo. Antes de sumirem, me deixaram com meu pai, que na época terminava o ensino médio, obrigando meus avós a cuidarem de mim. Aos catorze anos, eles se mudaram para o litoral, um sonho antigo do meu avô, e desde então, eu moro com meu pai. Essa é a história, pode conferir com ele. – afirmou.

- Você acha que eu vou perguntar uma coisa dessas para ele? Não sou maluco nem bisbilhoteiro! - exclamei exaltado. – Caraca, quer dizer que ele está com 37 anos? – emendei embasbacado.

- Exatamente!

- Não é à toa que se parece com um irmão mais velho, e está tão em forma! – exclamei, ao que ele me encarou inquisitivo.

- Está com comichão nesse rabinho? – questionou sarcástico.

- Não fala besteira! – desde o primeiro dia que o vi, teria respondido, se isso não me fizesse sentir uma puta.

Há mais de três meses eu frequentava a casa do Alex com regularidade, era ali que eu acabava com o pintão dele enfiado e galando meu cu quando regressávamos dos programas que passamos a fazer juntos. Ainda estávamos naquela fase do tesão ditando as regras, mas além dele, começava a se esboçar algo que calava mais fundo em nossas almas. Esse sentimento recíproco ainda não tinha nome, talvez porque fossemos imaturos demais para identificá-lo, talvez porque tivéssemos receio de que ele viesse a nos aprisionar de alguma forma, o que ambos não desejávamos naquela fase da vida. A frequência com a qual eu era recebido naquela casa também havia estreitado os laços com o Mario. Apesar de eu não admitir, ele me perturbava, me perturbava muito e, de tal maneira que passei a ter sonhos eróticos com ele, o que acabava por me deixar retraído e encabulado quando estávamos frente a frente. O pior de tudo, é que eu quase podia jurar que ele percebia o quanto eu me sentia mexido em relação a ele e, aquela postura firme e madura com a qual me tratava, carregada de uma intimidade crescente, tornava tudo ainda mais difícil para mim.

Foi por essa época também, que o Alex e eu tivemos nossa primeira briga. Foi no meu aniversário. Meus pais resolveram fazer um churrasco para comemorar a data que eu particularmente não curtia comemorar. Entre alguns colegas da faculdade, já velhos conhecidos da minha família, me senti na obrigação de convidar o Alex. Ia ser o début dele na minha família, eu não podia estar mais nervoso com essa situação, pois temia que aquela intimidade que nos unia fosse percebida por alguém e começasse a gerar perguntas para as quais eu não tinha respostas. Foi sob essa pressão que eu o apresentei como um amigo da universidade, enfatizando e dando um tom descompromissado à palavra amigo. A expressão com a qual o Alex me encarou quando o apresentei dessa forma aos meus pais já assinalava que eu tinha pisado na bola. Durante todo o churrasco ele ficou na dele, estava um pouco mais seco e me respondia praticamente só com monossílabos, o que aumentava meu desconforto. A caminho da casa dele, onde havíamos combinado de passar mais uma noite juntos, a coisa estourou.

- Então é isso! Amigo. É assim que você me trata diante da sua família. Esse é o Alex, um amiguinho! – ele dirigia devagar, estava nervoso e com raiva, tamborilava os dedos no volante, não olhava na minha direção. – Olha, papai e mamãe, este é meu amiguinho Alex! – ironizou furioso, em continuação.

- O que você queria que eu dissesse?

- Eu sou teu macho! Não sou a porra do seu amiguinho! Sou o macho que fode o teu cu! Como você acha que eu quero ser tratado? De amiguinho? – explodiu, mal eu tinha concluído a pergunta.

- Ah! Beleza! Você espera que eu simplesmente chegue na frente deles e solte a bomba, olha pai e mãe, este é o homem para quem estou dando a bunda porque sou viado. – devolvi a ironia.

- Não estou para gozação! Não sei se você já percebeu, mas eu estou puto com você! Você é maior de idade, não é mais um moleque, e devia simplesmente ter dito, esse é meu namorado Alex. O mundo não ia acabar ali só porque você se referiu a mim como aquilo que realmente sou. Tudo, mas tudo mesmo, menos amiguinho! – berrava ele.

- Eu nunca me abri com meus pais, aliás, nunca me abri com ninguém sobre o fato de ser gay. O que você queria, que eu o fizesse justamente hoje, com a casa cheia de amigos e parentes. Eu nem sei como meus pais vão reagir se eu contar. – devolvi, sob aquela tremenda pressão.

- “Se” você contar? Não me diga que ainda pretende se esconder por trás desse disfarce de bom moço por muito tempo! Quem sabe até arrumar uma namoradinha com a qual vai desfilar por aí para dar credibilidade à imagem que construiu? É isso? – questionou colérico. – Depois, ainda reclama quando eu te chamo de travadão! Responde para mim, o que você é?

- Pare com isso Alex, por favor! Você está sendo injusto comigo, não percebe? Eu preciso preparar o terreno para soltar uma bomba dessas lá em casa. Não posso simplesmente chegar e falar que sou gay e que já tenho um homem com o qual vou para a cama. – argumentei, sentindo um nó travando minha garganta.

- Faça como quiser! É um amiguinho que você quer, é um amiguinho que você terá! – revidou.

- Não fale assim! Você sabe muito bem que não é isso! Você sabe o quanto eu gosto de você.

- Faço uma ideia, depois de ser chamado de amiguinho! – voltou a ironizar. Aquela pressão toda sobre mim fez rolar a primeira lágrima pelo meu rosto, quente e sofrida. Ele se calou quando me viu enxugá-la com as costas da mão, desceu do carro, entrou pisando firme em casa e foi direto para o quarto.

- O que deu nele? – perguntou o Mario, quando me vi parado desamparado na sala diante dele.

- Está zangado comigo! – balbuciei, segurando o choro.

- O que foi que aconteceu? – quis saber, vindo me abraçar.

- Não sei direito! Eu o apresentei aos meus pais como meu amigo e ele ficou furioso. – revelei, aconchegado naquele tórax imenso e caloroso que, para variar, estava pecaminosamente nu.

- Dê um tempo a ele! O Alex tem esses rompantes de imaturidade de vez em quando, especialmente quando tem a questão sexual envolvida. – retrucou, dando-me a certeza de que ele estava a par de toda intimidade que rolava entre mim e seu filho.

- Me desculpe! – gaguejei, antes de outra lágrima aflorar nos meus olhos. – Você deve achar que sou um pervertido. – emendei, quando a voz já estava mais firme.

- Que bobagem! Você não tem do que se desculpar. Ser gay não é nenhum demérito! Nunca se sinta humilhado ou diminuído por causa disso! Sei que deve estar com dificuldade de assumir isso diante dos outros, mas tudo virá a seu devido tempo. – aquele homem se tornava cada vez mais atraente aos meus olhos, não só no aspecto físico, mas na sensatez, equilíbrio e maturidade que expressava.

- Obrigado! – agradeci sincero, me afastando ligeiro daquele peito que, sem eu notar, estava acariciando com as pontas dos dedos inquietos.

- Vá lá reconquistar aquele turrão! Sei que você é capaz de dobrá-lo com a maior facilidade, basta jogar esse charme por cima dele, para que ele fique a seus pés como um cachorrinho abanando o rabo de felicidade. – aconselhou.

- Zangado como ele está, não sei não! – exclamei.

O Mario estava certo, fui ter com o Alex no quarto, ele fingia estar num joguinho do videogame, fuzilando e detonando inimigos que surgiam na tela, sem olhar para mim. Havia tirado a roupa com a qual tinha ido ao churrasco e vestido um short. Sentei-me ao lado dele reclinado na cabeceira da cama, ele não desviou o olhar da tela ignorando minha presença, apertando com agilidade e fúria os botões do console do videogame que estava vencendo a batalha e lhe tirando vidas e pontuação. Levantei-me e comecei a me despir, caminhei até o banheiro e voltei com uma toalha de banho nas mãos estendendo-a sobre o espaço livre da cama. Voltei a me reclinar perto dele e deslizei minha mão sobre a coxa grossa e peluda dele. Ele soltou uns rosnados quando perdeu mais uns pontos no jogo. Também fixei meu olhar na tela, como se meu interesse também estivesse focado no jogo. Minha mão adentrou sorrateira pela abertura do short, deslizando suave até meus dedos tocarem na pica. Massageei carinhosamente a cabeçorra, enquanto ela se insuflava entre meus dedos. Aprofundei minha mão e a fechei ao redor do sacão peludo, afagando delicadamente cada um dos testículos. A ereção já estava tão grande que não encontrava espaço dentro do short. Guiei-a até uma das aberturas da perna e a cabeçorra emergiu lustrosa, inflada e úmida. Passei dois dedos sobre o orifício uretral de onde escorria o pré-gozo e os levei aos meus lábios, onde os lambi sensualmente. De soslaio, ele não perdia um lance dos meus movimentos; na tela, seus inimigos virtuais estavam acabando com ele. Toda atenção dele estava centrada em mim como eu queria. Puxei suavemente a jeba mais para fora e afundando minha cabeça entre suas pernas, coloquei a jeba na boca. Ela deu um pinote, ao sentir meus lábios se fechando ao redor dela e sorvendo aquele sumo viscoso que escorria impregnando o ar com seu cheiro almiscarado. O Alex voltou a soltar um rosnado, desta vez não pelo jogo, mas pela maneira carinhosa como eu o chupava. Ergui meu olhar na direção do rosto dele, ele queria parecer zangado, mas estava se derretendo de tesão com o pinto sendo lambido e chupado pela minha boca gulosa.

- Safado! – grunhiu, sem desamarrar aquela cara de macho contrariado, e jogando o console do videogame de lado, enquanto se atirava sobre mim feito um leão sobre a presa.

Seus braços envolveram meu tronco e me apertavam com força, enquanto ele esfregava sua ereção nas minhas nádegas nuas. Me fiz de abatido, sem oferecer resistência à sua investida. Ele mordeu meu cangote, sussurrou – viado – no meu ouvido, baixou o short liberando o caralhão, e o meteu violentamente no meu cuzinho, que eu arrebitava contra sua virilha. Crispei os dedos agarrando-me ao lençol, e soltei um ganido quando o cacetão atravessou impetuoso os meus esfíncteres anais. Os primeiros momentos foram torturantes e dolorosos, o Alex socava seu membro potente no meu cuzinho macio extravasando a brabeza contida em seu peito. Ao começar a prestar atenção nos meus gemidos pungentes, foi controlando a força e o destempero com os quais me fodia, pois percebeu que eu me entregava a ele com toda submissão e desvelo que um macho merecia na cama.

- Você é meu macho, Alex! Não fique zangado comigo, eu te gosto muito! – gemi, tomando no cu todo o tesão dele.

- Sou doido por você, seu safado! Repete que sou teu macho, repete! – ordenou e, mal eu o obedeci, comecei a sentir ele esporrando meu cuzinho esfolado. Depois de ele tirar a pica do meu rabo galado, eu o cobri de beijos. A paz estava selada.

O Alex andava tão relapso quanto a nossa privacidade, não se preocupando em fechar a porta do quarto quando estávamos transando, descuidado ao arriar minha bermuda ou enfiar a mão na minha calça para passar a mão na minha bunda, o que permitiu que o Mario nos surpreendesse em pleno assanhamento, tirando a rola para fora e me fazendo mamar sua caceta enquanto estávamos vendo TV na sala, e por aí vai. Minhas reprimendas pareciam entrar por um ouvido e sair pelo outro, quando não fazia piada da minha preocupação. Então aconteceu o que eu vinha prevendo há tempos, fomos flagrados pelo Mario em plena sacanagem.

O Mario estava na garagem mexendo no carro. Pequenos consertos ele mesmo gostava de fazer debaixo daquele capô. O Alex e eu tínhamos dado uma boa adiantada no almoço, e esperávamos o Mario concluir o serviço, sem nenhuma pressa para aquele almoço de domingo. Eu tinha chegado cedo, os dois nem haviam terminado de tomar o café da manhã. Quando o Alex veio abrir a porta, eu já me enchi de tesão, pois ele estava com aquela barba hirsuta por fazer que logo me espetou quando apertei suas bochechas. Ele ficava muito sexy com aquela barba, algo entre um garotão com preguiça de escanhoá-la e um homem feito na virilidade. Bastava eu o ver assim e meu cuzinho se assanhava todo. Nem a bermuda folgada do pijama ele se dera ao trabalho de trocar, e o roçar constante do tecido lhe provocava ereções que ele ficava apalpando constantemente, assim que elas ficavam presas no meio do tecido. Eu ficava com um tesão incontrolável quando ele desfilava nessa descontração toda diante de mim. Agarrei-o e beijei-o com luxuria ainda na porta, ele não perdeu tempo e amassou minhas nádegas com força. Para me deixar ainda mais excitado, o Mario terminava seu café sentado numa banqueta junto ao balcão da cozinha, com um short surrado e desbotado debaixo do qual se via moldado e solto o cacete grosso. De uns tempos para cá, ele havia adquirido o hábito de beijar meu rosto toda vez que nos encontrávamos. Naquela manhã não foi diferente. Junto com o beijo, veio uma fungada no meu pescoço e a exclamação de que eu estava usando um perfume delicioso. Eu não usava perfume algum, foi tão somente o cheiro da minha pele recém banhada que ele sentiu. Mesmo assim, a observação dele fez passar um calafrio pela minha espinha que foi se juntar às piscadas que minhas pregas anais já produziam.

Tudo corria às mil maravilhas, o Mario distante e entretido com o conserto, eu e o Alex em frente a bancada da cozinha preparando a refeição, quando ele resolveu me dar a primeira encoxada.

- Tesão de bunda, não tem como resistir a essa carne toda! – ronronou, chupando minha nuca, enquanto me fazia sentir sua ereção. Fervendo de tanto tesão, eu a empinava na virilha dele, aferventando também o tesão dele.

Não demorou minha bermuda e minha cueca estavam na altura dos joelhos e ele enchendo a mão com meus glúteos nus. Fingindo me esquivar e pedindo para que parasse com aquele frenesi, só conseguia aumentar o desejo dele.

- Vamos para o quarto, vamos! Quero foder esse cuzinho agora! – continuou ronronando voluptuoso junto ao meu ouvido.

Eu já o tinha repreendido e dissuadido algumas vezes, sempre sem sucesso, pois ele continuava a me bolinar cada vez com mais entusiasmo. Então entrou aquele dedo no meu cuzinho e começou a circundar a rosquinha enquanto meus músculos anais se contraiam vigorosamente sobre aquele intruso depravado. Minha obstinação desapareceu como que por encanto, e a vontade de deixar meu macho me possuir se tornou a última alternativa.

- Não, aqui não, seu maluco! – protestei, quando ele me prensou contra a bancada e tentava enfiar a rola no meu cu. Ele me empurrou em direção ao quarto porque não estava a fim de prolongar, nem por um segundo, aquela vontade de meter a pica no meu rabo.

Assim que me atirei sobre a cama, ele terminou de arrancar minhas roupas. Investiu direto nas minhas nádegas, onde a marca de uma sunga cavada, que eu vinha usando com frequência na piscina nesses dias ensolarados, começava a ficar deliciosamente nítida e contrastante com a pele imaculadamente branca. Com as duas mãos ele abriu meu reguinho, focando na rosquinha rosada que não parava de piscar revelando meu desejo de ter seu membro atolado nela. Ele enfiou aquela cara barbuda no meio das minhas nádegas, o pinicar dos pelos hirsutos me fez gemer, do jeito que ele gostava, libidinoso e receptivo. Mordidinhas ora delicadas, ora mais brutas estavam deixando a pele dos glúteos cheias de marcas de sua devassidão. Eu rebolava aquela bunda carnuda que ele devassava sem o menor pudor. Quando senti a língua dele, úmida e quente, rodopiando sobre as minhas preguinhas anais, acabei deixando escapar um gritinho afrescalhado e submisso. Ele mantinha a cara enfiada nas minhas nádegas e eu a minha no travesseiro dele, cujo cheiro estava me deixando maluco. Nenhum dos dois notou que o Mario estava encostado na porta escancarada, envolto na toalha de banho que acabara de usar ao sair da ducha ao ser atraído pelos nossos gemidos. Quando ergui meu rosto do travesseiro, soltei um gritinho de pavor ao vê-lo ali parado mexendo despudoradamente no pinto coberto pela toalha. Só então o Alex olhou na direção do pai, por um momento tão breve que eu nem teria notado não fosse o sorriso que o Mario esboçou na direção dele. Como se a presença do pai não tivesse a capacidade de arrefecer seus instintos exacerbados, o Alex voltou a linguar meu cuzinho. Eu não conseguia parar de gemer e olhar para a mão do Mario manipulando seu falo. O Alex, ajoelhado na cama, puxou-me em sua direção pelas ancas, erguendo minha bunda até a altura de sua pica empinada feito um poste. Uma pincelada no meu rego e um impulso certeiro a colocou dentro do meu cuzinho, produzindo um gemido que deixou os dois quase loucos de tanto tesão. Enquanto o Alex movia cadenciadamente sua pelve socando a caceta no meu rabo, o Mario começou a caminhar em nossa direção com um sorriso lascivo, sem se importar de a toalha ter caído logo nos primeiros passos. Eu não conseguia desgrudar os olhos daqueles genitais bem formados. O caralho tremendamente cabeçudo, reto e grosso, revestido de um emaranhado de veias saltadas ainda estava à meia-bomba. Abaixo dele, em meio àquela forração de pentelhos densos e negros, pendiam os dois testículos alongados, em alturas diferentes, dentro do sacão pesado. Para um gay como eu, não podia haver nada mais lindo do que aquilo que estava entre as pernas musculosas daquele macho, bem diante do meu rosto, me permitindo até sentir a bruma cheirosa que exalava. Olhei em direção ao Alex engatado no meu cu, na esperança de ele me fazer saber como agir. Porém, meu rosto foi trazido de volta pela mão áspera do Mario. Segurando seu falo próximo à base, ele o pincelou no meu rosto com delicadeza, foi aproximando-o dos meus lábios, e fez a glande percorrer o contorno da minha boca. Ao sentir que ele começava a verter aquele sumo translúcido e viscoso, eu abocanhei a cabeçorra e comecei a chupar. Pensei que fosse desfalecer de tanto tesão. Um macho enfiando a pica na minha garganta enquanto o outro se satisfazia no meu cuzinho, simultâneos e cúmplices naquela libertinagem. Eu estava me sentindo uma verdadeira puta, a puta mais sortuda desse mundo. Deixei toda e qualquer castidade de lado e passei a me empenhar de corpo e alma satisfação daqueles machos e da minha própria. A oportunidade que me estava sendo presenteada não estava disponível com essa facilidade e dignidade a qualquer um, era um privilegio meu, apenas meu.

O Alex observava excitado como eu me dedicava a mamar a caceta do pai, fazendo-o grunhir e se contorcer com minha boca e minha língua afagando seu falo; por vezes ele parava de bombar meu cuzinho na tentativa de protelar o gozo que ameaçava eclodir, vendo como eu me devotava à pica do pai. O Mario também se retraiu, sacando a rola da minha boca quando percebeu que ia gozar, mas eu voltava a segura-la em minhas mãos e ajustar meus lábios ao seu contorno, sugando e lambendo a glande sensível, até ele não aguentar mais e agarrar meus cabelos firmando minha cabeça e ejaculando aos borbotões na minha garganta. Fiquei tão alvoroçado em engolir aquele sêmen quente que nem notei que meu pau, que balançava a cada socada que o Alex dava no meu cu, começou a esporrar feito um alucinado. O ar do quarto se impregnava do cheiro de porra, de sexo, e essa devassidão incontrolada fez o Alex gozar no meu cuzinho, enchendo-o com seu esperma cremoso e abundante. Depois que o Alex sacou a pica do meu cu, o Mario me puxou para os seus braços, me apertou e começou a me beijar. Eu o acariciava e retribuía seus beijos com o ardor redobrado, quando o Alex se juntou a nós prendendo meu corpo entre os deles. Virei-me na direção dele e também o beijei com a mesma intensidade de carinho que estava dedicando ao pai.

Mãos ávidas percorriam meu corpo, não davam trégua ao meu tesão. Beijos ora num, ora noutro se sucediam mal me deixando respirar direito. Ambos cobravam atenção, queriam ter suas expectativas atendidas, queriam se satisfazer naquele corpo que perdia, tão encantadoramente, a inocência de um comportamento até então recatado e castiço. Em minutos, eu já voltava a abrir minhas pernas para o Mario meter o pinto no meu cu, enquanto minha boca se empenhava em satisfazer a pica exigente do Alex. Quando ele me deixou no portão de casa no final daquela tarde, eu mal conseguia andar, o cuzinho dilacerado e transbordando de tanta porra, misturado a dor que se estendia por todo baixo ventre, era o que me impedia de dar passos firmes. Uma única coisa recompensava tudo aquilo, a felicidade que eu estava sentindo.

Nossos encontros continuaram acontecendo por todo ano seguinte, meu último na faculdade de medicina, ora a três, ora comigo e um dos dois individualmente. Depois das primeiras transas a sós com o Mario, comecei a nutrir por ele um carinho tão intenso que não encontrava paralelo com o Alex. Achei que estava apaixonado por aquele homem, pois ele preenchia todos os ideais que eu tinha na minha cabecinha inexperiente nesse assunto. Ele era maduro, era dono de seus desejos, tinha uma autoconfiança extraordinária, sabia fazer amor como eu jamais sonhei que alguém pudesse fazer. Quando estávamos transando só nós dois, eu via como ele se empenhava em me satisfazer, em fazer aflorar todos os sentidos do meu corpo, até parecia que a satisfação dele era algo secundário, que era a minha que importava. Ao mover sua jeba lenta e cadenciadamente no meu cuzinho ele me fitava como se estivesse me ensinando a amar, a dar tudo de si sem esperar pelo retorno, a produzir a felicidade dentro do outro. Eu me derretia por ele, suspirava ao poder afagar aquele rosto viril, suplicava para ele me galar com seu néctar másculo. Ele apenas sorria docemente e me dava tudo que eu precisava.

- Amo você! – cheguei a suspirar certa vez, enquanto ele galava meu cuzinho. Ele não disse nada, apenas segurou meu rosto em suas mãos e me beijou demoradamente.

Em nossos encontros a sós, ele começou a me ensinar uma maneira peculiar e prazerosa de dar o cu, embora extremamente dolorosa. Mas, eu a encarei com toda determinação e carinho.

- Vou te ensinar como deixar sua musculatura anal fortalecida, com exercícios tipo aqueles que os caras fazem na academia para aumentar a massa muscular de bíceps, trapézio, abdômen e por aí vai. Isso vai ser importante para quando for mais velho, para que não fique com os esfíncteres anais flácidos e incontinentes, o que costuma acontecer com gays mais velhos, depois de terem dado o cu muitas vezes. Uma musculatura anal hipertrofiada e potente, vai não só aumentar o prazer do cara que estiver te fodendo, como a sua própria, ao sentir a rola do cara entrar justinha e bem apertada dentro de você. – afirmou do alto de sua experiência. O fascínio que suas palavras provocaram em mim foi indescritível. Ser doutrinado por um macho maduro jamais tinha passado pela minha cabeça, era tão excitante, que topei na hora.

Os tais exercícios nada mais eram do que uma foda na qual eu precisava assumir o papel ativo para colocar a pica dele no meu rabo. Na primeira dessas lições, que praticamente se tornaram a maneira pela qual ele me enrabava, eu precisava me sentar diante dele sentado com a pica dura feito um poste. Ele iniciava a foda apontando o caralho na porta do meu cuzinho, e enfiando apenas a cabeça. Dali em diante, era eu quem precisava assumir o controle e fazer aquele mastro se aprofundar nas minhas entranhas.

- Vai até o final, vai. Isso até o final, vai engolindo minha pica devagarinho, sem sentar sobre ela, apenas sugando ela para dentro pela contração dos músculos. – ordenava, enquanto eu empurrava meu buraquinho contra o membro dele, fazendo-o sumir dentro de mim. – Sobe e vem descendo devagar mordendo e engolindo minha pica, só deixa a cabecinha e vem mastigando a rola. Mastiga a pica grossa com vontade! Faz seu cu arder, faz! – sussurrava com tesão. Eu gemia, sentia meu cu se arregaçando e obedecia sem questionar. Aquele rosto másculo me encarando, observando cada expressão na minha face, me deixava ainda mais excitado e disposto a obedecer aquele macho que parecia saber tudo que era preciso para fazer um sexo incrível.

Não eram apenas os músculos anais que precisavam trabalhar até a exaustão para eu ter meu rabo fodido, eram os de todo baixo ventre e das coxas que precisavam se unir coordenadamente para que aquela jeba ficasse completamente entalada em mim. Era comum eu chegar ao clímax durante o exercício. Ele não permitia que eu parasse, exigia que me empenhasse mais, mesmo observando que eu ia ficando sem forças. Aquele empenho todo, somado ao modo carinhoso e doce como eu o encarava e, aos afagos que minhas mãos faziam em seu peito e seu rosto, faziam-no gozar.

- Acabo de te inseminar! – grunhia ele, muitas vezes, antes mesmo de eu começar a sentir sua umidade viril escorrendo nas minhas entranhas. – Você é um tesão de aprendiz, garoto! – gemia, enquanto me esporrava.

- E você o mais maravilhoso dos professores! – devolvia eu, o que o fazia me abraçar com força e desejo.

O Alex notou esse clima que havia entre mim e o pai. Cobrou explicações, que eu embromei para responder. Eu não saberia como nominar o que estava acontecendo entre nós três, quanto mais dar explicações ao Alex. Um espectador de fora chamaria isso de putaria de viados. Porém, não era isso. Eu sentia que estava dando algo de muito mais valioso para aqueles dois machos do que apenas o cuzinho. No meio da sacanagem, à qual eu, gemendo de prazer com um caralhão enfiado no cu e outro na boca, me entregava, se revezando para gozar nos meus orifícios; se juntavam sentimentos que nenhum de nós talvez fosse capaz de definir. Eram esses sentimentos sem nome que faziam tudo aquilo ter um sentido, um propósito que nos unia de uma maneira muito especial. Eu não tinha certeza se era amor o que sentia tanto pelo pai quanto pelo filho, seria pretencioso demais, forçado demais, uma vez que nenhum nunca tinha mencionado nada que pudesse me levar a pensar assim. Eu, e eles também, gostávamos do que acontecia entre quatro paredes, de enlaçar nossos corpos, de uni-los daquela maneira sublime, de satisfazer o que eles nos cobravam. Embora o Alex e eu passássemos um bom tempo juntos, aquilo não era um namoro, mesmo ele se referindo a mim, na presença do pai, como seu namorado. Até porque, a intrepidez dele ainda o fazia ciscar para todos os lados e cantos. Enquanto eu, depois de conhecer o pai dele tão intimamente como a ele, tinha sentimentos confusos em relação aquele macho mais maduro, que me inspirava confiança, que parecia adivinhar cada um dos meus desejos mais secretos quando tinha seu cacetão enfiado no meu cuzinho. A situação toda se resumia àquelas maluquices que fazemos na juventude, deixando nos guiar pelos ímpetos, pelo que dita o inconsequente aqui e agora, já que o futuro e suas cobranças estão a léguas de distância; daquilo que só mais tarde sentiremos constrangimento de lembrar, e daquilo que fará parte de um passado que nos moldou como somos. Portanto, que importância havia em dar um nome aquilo que rolava entre nós três? Para que um nome para algo tão gostoso que nos deixava felizes só por acontecer?

O Alex não se conformava de eu não abrir o jogo com a minha família sobre a minha condição sexual. Acabávamos brigando toda vez que ele me pressionava a contar aos meus pais que eu era gay e que ele era meu namorado. E eu não o fazia por duas razões, a primeira porque não sabia como eles iam reagir, e eu suspeitava que seria de maneira desastrosa, o que provavelmente me levaria a cortar relações com a minha família, e isso eu não desejava; a segunda porque eu não tinha certeza dos sentimentos do Alex por mim, me chamar de namorado na frente do pai e, não se sentir confortável ao meu lado quando estava com os amigos dele, era algo que eu não conseguia entender.

- Esse final de semana vou com a galera para São Paulo para assistir à final do Campeonato Paulista, nos vemos na segunda na universidade, ok? – avisou, num sábado pela manhã depois de termos passado a noite juntos.

- Posso ir junto?

- Você não se interessa por futebol, o que quer fazer num estádio lotado?

- Ver como é. Estar com você em algo que você curte.

- É uma viagem de quatro horas e meia só para ir, e até agora nem sabemos onde vamos pernoitar. – justificou.

- E daí? Por acaso você acha que eu não resisto a uma viagem de quatro horas?

- Não é isso, claro que aguenta! É que só vai homem, entende?

- E eu sou o quê? O fato de você enfiar seu pinto em mim não me faz uma mulher, eu continuo a ser homem, continuo a ser do sexo masculino! – exclamei.

- Ah, não complica! Você entendeu o que eu quis dizer!

- Entendi! Entendi, sim! Entendi que quando você está com seus amigos machos você não me quer por perto. – afirmei, convicto de que era assim que ele se sentia em relação ao que havia entre nós. Entre quatro paredes tudo bem, na frente de outros a coisa mudava de figura.

- Jura que você está a fim de brigar quando vamos ficar dois dias sem nos vermos?

- Eu não quero brigar! Eu só gostaria de saber o que você realmente sente por mim? O que te leva a não me assumir diante dos teus amigos?

- Ora, veja quem fala! Há mais de um ano que você está enrolando para contar para a sua família quem eu realmente sou, que não sou o amiguinho do filho deles como eles pensam, mas o macho dele. Quem aqui não está assumindo a verdade? – devolveu enfático.

- Tudo bem então! Vá se divertir com seus amigos! Boa viagem! – exclamei, ao sair do carro e bater a porta com violência.

- Não vai nem dar um beijo no seu amiguinho? – ironizou, pois ele ficava furioso quando alguém batia a porta do carro dele com força. Sem me virar na direção dele, fechei a mão direita e estiquei o dedo médio. Estávamos outra vez em clima de guerra.

Era essa inconstância que minava nosso relacionamento. Eu acabei por concluir que éramos ambos imaturos demais para viver um amor verdadeiro. Ao final daquele ano, após a formatura, quando recebi um sinal positivo para fazer a residência médica em São Paulo, não passei por nenhum grande dilema para colocá-lo a par da minha partida, e dizer adeus sem remorsos. Eu ia sim, sentir falta daquelas duas picas insaciáveis e profícuas, do sabor inebriante dos espermas daqueles dois machos, daquela sensação prazerosa de estar com a ampola retal toda lubrificada de sêmen ao caminhar, depois de ter me entregue às taras de pai e filho. Porém, eu tinha que dar um rumo à minha vida, seguir em frente, mesmo que isso significasse abrir mão do Alex. Ele ainda não sabia o que queria da vida, além de usufrui-la da maneira como vinha fazendo e, tudo me levava a crer que ele não estava preparado para assumir nada tão sério e definitivo quanto outra pessoa em sua vida.

Na véspera da minha partida, eu havia combinado de me encontrar com ele em sua casa. Achava que ia me despedir dele com uma última transa, só nós dois, que levaria seu sêmen como uma doce lembrança nas entranhas. Eu já o esperava a mais de duas horas, depois do horário combinado.

- Se vocês marcaram ele logo deve estar de volta! – afirmou o Mario, que também já vinha observando o comportamento displicente do filho em relação a mim. – Por que não liga para ele?

- Porque não vou ficar implorando para ele ficar comigo, Mario! Se ele quisesse ficar comigo já estaria aqui.

- Você sabe como ele é, gosta de estar solto por aí.

- É justamente nisso que somos muito diferentes. Eu gosto do seu filho Mario, gosto muito! Mas, para algo vingar é preciso que os dois desejem a mesma coisa.

- Vocês são jovens demais para pensar assim. Não devem se cobrar tanto!

- Acontece que eu vim hoje aqui para me despedir do Alex, chegou a hora de eu ir fazer a minha residência em São Paulo. Eu esperava que ele ao menos viesse me desejar boa sorte, que me desse um beijo para eu levar de recordação de tudo aquilo que vivemos juntos. – ao mencionar a partida o Mario ficou atônito.

- Você vai nos abandonar? Tão de repente!

- Não estou abandonando nada, até porque me parece que não há nada para abandonar.

- Há sim, Bruno! Nós te amamos! Você sabe muito bem disso!

- Você, Mario, não tenho dúvida! Se hoje eu sei o que é amar, é porque foi você quem me ensinou, em cada coito que tivemos. Já o Alex, não apostaria um centavo nele!

- Tenho certeza de que ele gosta muito de você, talvez bem mais do você supõe! O Alex apenas é criançola demais para interpretar seus próprios sentimentos. Não o condene, nem o queira mal por isso.

- Não estou fazendo isso, Mario! Eu sei que ele ainda não se encontrou. Quem sabe um dia ele venha a entender o que realmente houve entre nós dois?

- Então não se afaste dele! Se não estiverem juntos, pode ser que seja tarde quando ele acordar para a vida.

- Hoje eu só queria um beijo, um beijo! Você acha que é pedir muito? – questionei, com a voz embargada e uma lágrima descendo pela minha face, pois àquela altura eu já estava convencido de que não o viria antes de partir.

- Não, não é! Vem cá, não chore! Tudo vai se arranjar, você vai ver! – asseverou, ao me tomar em seus braços. O beijo que eu havia guardado para o Alex foi depositado na boca daquele homem com tanto carinho e desvelo que acabei por excitá-lo. – Você deveria ser proibido de beijar assim! Veja como me deixou! – exclamou, me mostrando sua ereção.

- Você é o homem mais maravilhoso que eu já conheci! Eu devia me apaixonar por você! – exclamei, tentando colocar um sorriso de consolo no rosto. Ele riu e voltou a me apertar em seus braços. Parti na manhã do dia seguinte para São Paulo sem que o Alex me enviasse sequer uma mensagem para dizer porque não apareceu ao nosso encontro, ou para se despedir de mim.

Continua...


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Comentários

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Adoro suas histórias!

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Apesar de ter ficado extremamente agoniado com o começo do conto eu amei demais. Toda a atmosfera entre os três é muito erótica e eu não via a hora dele finalmente se entregar pro Mário, até torci pros dois ficarem juntos.

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Querido Gilberto_Abreu,

Muito obrigado por ler minhas histórias e fico feliz que sejam do seu agrado.

Respondendo sua pergunta, não. Não existe um motivo específico de eu não ter nomeado os protagonistas. Na verdade, eu mesmo me surpreendi com sua observação. Numa consulta rápida aos contos antigos, vi que você é um bom observador.

Abração e tudo de bom! Espero que goste dos que virão.

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Kherr, primeiramente parabéns pela história (maravilhosa como sempre), não canso de dizer o quanto sou seu fã. Gostaria se possível que você me tirasse uma dúvida, sempre tive a curiosidade de saber do por que nos seus contos mais antigos, o narrador nunca tinha nome, os co-protagonistas eram todos nomeados, mais o protagonista não, existe algum motivo especifico?

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Alex estranho

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