O Anjo (parte 1)

Um conto erótico de Contista1968
Categoria: Sadomasoquismo
Data: 07/08/2008 22:16:38
Última revisão: 08/08/2008 08:30:40

I.

Ela despontou na entrada do salão principal do restaurante assim que terminei a leitura do caderno de Economia. Estava zangada. Não: aborrecida. Aborrecida, Laura parece zangada. Bastou um olhar para que eu entendesse o seu estado de espírito. Algo saíra errado, horrivelmente errado. E o maître mal conseguia acompanhá-la em sua marcha enfurecida ao meu encontro.

“Pode desistir do coral gregoriano. Simplesmente não vai acontecer” – ela resmungou sem sequer me desejar boa tarde. Sentou-se à cadeira que o homem gentilmente lhe puxava e fez-lhe um sinal breve para que nada dissesse e fosse embora. É assim como Laura trata o mundo. Servos. Seria uma ótima rainha.

“O que foi dessa vez?” – perguntei, com um suspiro de cansaço. Mas meu cansaço e o meu total desinteresse eram irrelevante.

“Eles já estão comprometidos. Você acredita nisso? Quem essa gente pensa que é? Estamos no Brasil, pelo amor de Deus! Do jeito que eles falam da agenda deles...” – e fez com os dedos os sinais de aspas, puro desprezo: - “... você teria a impressão de que estamos em Milão”.

“Foi você que mudou a data do casamento, meu amor. Sabíamos que isso poderia...”

“Dane-se!” – ela me interrompeu, furiosa, cuspindo as palavras: - “Vai ser o acontecimento do ano em São Paulo! Que se ajustem à nossa data!”

“Você chegou a oferecer mais dinheiro...?”

“Claro que eu ofereci mais dinheiro! Que pergunta imbecil, Cristiano!” – os olhos reviraram-se, fazendo o ‘imbecil’ soar ainda mais ‘imbecil’. – “Sabe de uma coisa? Vou falar com o papai”.

Ah! A clássica ameaça. Só um homem no mundo sabia resolver os problemas. Papai. Papai industrial, arquimilionário, investidor na Bolsa de Valores, empreendedor, Senador por duas legislaturas seguidas, dono de uma boa parte do centro de São Paulo e meu chefe.

“Nessas horas, só o papai mesmo. Você não se interessa, né, Cristiano?”.

“Claro que eu me interesso. Eu estou aqui”.

“Está, mas não ajuda. Sou eu que tenho que fazer tudo sozinha. Tudo!”

“Laura, minha querida, você já tem uma visão exata e muito precisa do que você quer para a nossa cerimônia de casamento, para a nossa festa de casamento e para a nossa lua de mel. A minha contribuição é apoio moral”.

Apoio moral e dizer sim. Eu pouco me importava com os enfeites cor de lavanda. Nem sei como é cor de lavanda.

“Ainda por cima, tem a minha irmã. Você sabe qual é a última dela? Você tem idéia do que ela acabou de me dizer?”

“Não...”

“A vagabunda quer ir de preto ao nosso casamento. De preto! Quem é que vai de preto a um casamento?! Quem?! A Teresa faz essas coisas de propósito! Ela quer arruinar o nosso dia! Eu nunca vi na minha vida uma criatura tão invejosa e tão desagradável quanto aquela garota! E sabe o que é isso? O Otavinho!”

“O Otavinho...?”

“Você sabe... o cara por quem ela era apaixonada e que eu larguei, para ficar com você, Cristiano, meu querido... Sempre foi assim. A Teresa tem essa raiva de mim porque todos os homens por quem ela se apaixona se apaixonam por mim. Agora, que culpa tenho eu de ser mais bonita do que ela? Me diga! Eu lá tenho culpa de ter nascido do jeito que eu nasci?! Tenho?! Você precisa ver o jeito como a Teresa me olha, de ódio mortal. Vai ver que é por causa daquelas pernas de pilão dela!”

Teresa não tem pernas de pilão. Teresa é uma linda garota de cabelos cacheados e com um sorriso iluminado. Eu alegremente teria metido meu pau entre as pernas da minha futura cunhada se ela me houvesse dado a chance. Mas isso teria sido um erro fatal. Cunhada amante é sempre um erro fatal e Teresa, para minha sorte, vivia na Itália. Namorava um italiano. Sequer estava por perto para que eu tivesse a tentação de querer seduzi-la.

O almoço durou uma eternidade. Laura consegue tomar o tempo nas mãos e esticá-lo ao máximo, é a sua maior especialidade. Basta falar. Enquanto fala, as horas não passam. Ela reclamou de tudo. Das flores. Da catedral. Do padre. Da escolha de nos casarmos em São Paulo. Do bufê. Das jóias. Estava de olho nas jóias que a mãe guardava – jóias que estavam na família há cinco gerações e que, aparentemente, não saíram do cofre, em Zurique.

Sabem de uma coisa? Sou um homem que não pode se queixar. Meu futuro sogro é muito, muito rico e influente. Minha futura sogra é a única pessoa que consegue calar a minha noiva com um olhar. É uma senhora estupenda, magnífica, sempre muito gentil comigo. Tenho um futuro cunhado que é, hoje em dia, um de meus melhores amigos. Teresa, minha futura cunhada, é um sonho de menina. Não é uma família da qual eu não queira fazer parte – muito pelo contrário. Juntar-me a eles não seria ruim, a não ser pelo fato de que estou me casando com Laura. Que é muito bonita e até uma moça culta, estudada, mas com uma tendência ao insuportável que pinga na sua cabeça como tortura chinesa. Não perca tempo querendo saber porque eu perco meu tempo ao lado dela – é isso mesmo. Quero fazer parte da família. É um casamento de conveniência. Da minha conveniência, claro. Laura poderia ter tido pretendentes mais interessantes do que eu – bem mais ricos, eu quero dizer. E eu teria preferido Teresa, mas foi Laura que me perseguiu durante meses e me caçou com a perseverança de um bulldog. Apaixonou-se. E mostrou-se presa bem mais fácil para o arpão.

Agora, nem tudo é desgraça. Na vida, tudo se arranja. Há compensações. Eu, por exemplo, tenho minhas válvulas de escape. Minha pequena ilha de perfeição. Meu reino. Meu sossego, minha paz. Tenho um anjo na minha vidaMeu anjo senta-se à mesa da ante-sala de meu escritório. Tem vinte e um anos. Quando a vi pela primeira vez, não acreditei. Pedi sua carteira de identidade. Porque meu anjo não parece ser um dia mais velha do que seu décimo sexto aniversário. Como um anjo de verdade, dos afrescos renascentistas, tem feições de querubim. O cabelo castanho cai em cascata pelas costas, ligeiramente encaracolado nas pontas. Seus olhos castanhos são bem claros, quase oliva. Tem mãos de fada, pele cremosa, bem clarinha, e um corpo abençoado, de perfeitas curvas e reentrâncias. Não é excepcionalmente bela, mas a beleza que tem é clássica, atemporal. E o melhor de tudo, o que mais me agrada, o que mais me importa, é que meu anjo me olha com doçura, mansamente. Meigamente. Docilmente. Como uma ovelha. Como um coelhinha. Vê? Ela não é uma gata. Gatas têm patas macias com garras bem afiadas e traiçoeiramente escondidas. Não, meu anjo não é uma gata. Meu anjo é uma linda ovelhinha.

Depois de um almoço que bem poderia ser um prólogo aos sete níveis de inferno, nada melhor do que chegar ao escritório e ver meu anjo trabalhando. De vê-la levantar-se de sua cadeira, olhos ligeiramente baixos, e ouvir o seu ‘boa tarde’. Meu anjo não tem coragem de erguer a voz. Ela apenas segura seu caderno de anotações, esperando pela minhas instruções.

“Algum recado, Isabela?”

“Alguns, Dr. Cristiano. Ligaram de Nova York, sobre a compra do loft. O proprietário ainda não respondeu à oferta que os senhores fizeram, mas a imobiliária pede mais um prazo”.

“Hmm... o que mais?”

“Aquelas pesquisas de mercado sobre vendas na Comunidade Européia ficaram prontas e o Dr. Luciano gostaria de conversar sobre os resultados”.

“Ah... isso me interessa”.

Meu anjo sabe que tem que me seguir até a minha sala. Sabe que tem que fechar a porta e aproximar-se de minha mesa. Ela espera que eu tire o paletó e o pendure. Que ligue a tevê no canal de notícias e ajuste o volume. Que eu pegue a correspondência na minha entrada. Que ligue o computador.

“Então, o Luciano ligou?”

“Sim senhor...”

“De onde?”

“Londres...”

“Hmm...”. No início, meu anjo usava calças compridas, mas hoje, apenas saias. Adoro vê-la de saia. “Você fez o que eu mandei, Isabela?”.

Meu anjo baixa a cabeça e faz que sim. Ela sente meus dedos tocarem sua perna. A junta do joelho, por trás. Eu vejo o suspiro nervoso, vejo que meu anjo baixa os olhos e faz que sim, já começando a arfar. “Sim, meu senhor...”.

“E como foi?” – gosto de tocá-la de leve, como cócegas. Os dedos vão subindo pelas coxas. Meu anjo tem pernas lisinhas e arrepia-se ao menor toque.

“Foi... maravilhoso... senhor...” – ela fecha os olhos, aflita. Porque cheguei à sua linda xoxota, toda depilada, livre dos pêlos que tanto me desagradam. A rachinha do meu anjo é delicada, rosadinha. Gosto de tocá-la, de brincar com aquele grelinho que mais parece um moranguinho. Gosto de sentir a carne tenra. Gosto de sentir quando ele vai intumescendo. É por isso que meu anjo não usa mais calcinha, a não ser que esteja em seus dias.

“Me conte. Você se deitou no sofá e...?”

“E...” – ela procura não gemer. Sabe que só pode gemer quando eu permitir. Não pode gozar sem a minha permissão tampouco. Gosto de ver quando arfa. Quando meu toque embaralha seus pensamentos e ela se perde, catando as palavras na cabeça. – “E... me toquei... como o senhor disse para eu fazer...”

“É... a sua bocetinha está bem molhada...” – meu dedo passeia por aquela gruta perfeita, chegando ao grelo. O rosto de meu anjo fica vermelho, mas não de vergonha. É a excitação, que ela precisa aprender a domar. “Você gozou bem, eu vejo...”

“Mas senti a sua falta...” – Isabela fala, quase como um suspiro. Está adernando, fazendo força para não gozar sem a minha permissão. Vejo a boquinha de lábios rosados secar-se.

“Eu tive um almoço horrível, Isabela. A Laura está uma fera porque, desde que mudou a data do casamento, os preparativos ficaram muito mais complicados...” – vejo meu anjo fechar os olhos. Está quase gozando, a pobrezinha, enquanto bolino seu grelinho. Arfa em silêncio, tentando não gemer. Está se perdendo nos pensamentos. – “... você sabe... é como um castelo de cartas... vai ficando cada vez mais difícil conciliar as datas... os músicos... o bufê... os convidados...”

Meu dedo já está bem melado quando o recolho. Um gozo interrompido. Meu anjo sabe que não poderá gozar enquanto eu não deixar. Enquanto não estiver latejando, pulsando, às vezes chorando de desejo. Ela fica ainda mais bonita com aquele ar confuso e perdido de quem estava à beira do gozo e perde o ápice. Vejo suas pernas apertarem-se, quase que como um reflexo. Mas meu anjo não reclama. Não é do seu feitio. Afago seu bumbum suavemente. Um lindo bumbum. Mais parece um coração invertido. “Vamos, Isabela... tranque a porta...”.

Ela sabe que tive duas horas de agonia e que preciso de conforto. Por isso, não hesita. Meigamente, vai até a porta e a tranca, girando o trinco quase que sem qualquer ruído. Meu anjo também sabe que deve ajoelhar-se diante de mim, o que faz com grande doçura. Adoro seus olhos. Olhos mansos. Afago seu rosto de querubim. “Minha querida ovelha... tão bela...” – beijo-lhe a testa: - “Lembre-se... eu posso, a qualquer tempo, com um simples telefonema, mandá-la para outro lugar”.

Seus olhos crescem e tornam-se líquidos de desespero. “Escute o que estou lhe dizendo. Posso conseguir um emprego melhor para você, em outra de nossas empresas, se esse for o seu desejo... posso até conseguir uma vaga de assistente que lhe renda o dobro do que você ganha hoje em dia. Posso fazer tudo isso se você me disser, agora, que não deseja mais ser minha”.

“Meu senhor, não...” – ela murmura, arfando de novo. – “Não me tire daqui... por favor... eu peço... eu imploro...”.

“Muito bem... não fique nervosa. Que assim seja...” – abro sua blusa azul. Um botão de cada vez. Deixo que meu anjo use sutiã, daqueles que desabotoam na frente. Porque, assim, posso abri-lo e liberar seus seios. Meu anjo tem seios redondos, de um branco leitoso, e que terminam em biquinhos rosados. Biquinhos que crescem e ficam duros tão facilmente. Como agora. – “Fique em posição, minha ovelha”.

Meu anjo sabe qual é a posição. Vejo seus olhos fecharem-se brevemente, como um reflexo, pela antecipação do que a aguarda. Ela coloca-se de pé e posiciona-se em frente à mesa. Abre bem as pernas, empinando seu lindo bumbum. Com as mãos espalmadas sobre o tampo, debruça-se para frente. É uma linda visão. Dessa vez, vou usar a régua de madeira – um anacronismo que mantenho na gaveta de minha moderna mesa de vidro fumê e aço escovado. Quem hoje em dia usa réguas de madeira? Réguas de madeira eram o que o meu tio usava em minhas primas, muitos anos atrás. Eu era um garoto, devia ter só uns seis anos, e me lembro de ver a mesma cena repetidas vezes, do alto da escada. Uma delas, às vezes às três, perfiladas, três moças grandes, com o bumbum empinado, apanhando e tendo que pedir perdão.

Levanto a saia e prendo a ponta da bainha por dentro, junto aos colchetes que a mantêm na cintura fina. “Mais para frente, minha ovelha”. Ela ajeita-se. Naquela posição, posso ver os delicados lábios, que se projetam do interior da rachinha. Menina graciosa, tem lábios pequenos, bem feitos. Meu dedo escorrega pela fenda até chegar ao ânus rosado. Meu anjo geme com a carícia, bem baixinho. Sua boceta brilha com os sumos de sua excitação. “Se você gritar, minha ovelha, eu vou deixá-la sem sua devida recompensa. Estamos entendidos?”. Ela faz que sim. Vejo sua cabeça balançar, ainda enterrada nos braços. Meu anjo aprendeu a engolir e abafar seus gritos. Porque, gritando, não me sentirá entre suas pernas.

A primeira reguada vem sem aviso – é sempre assim. A madeira atinge a pele branca bem na carne macia, com um estalido seco. Vejo o corpo contrair-se. As mãos crispam-se. E o rosto de meu anjo emerge com um sorriso suave de profundo êxtase. “Uma...” – ela murmura. “Pelo coro de canto gregoriano, do qual eu realmente faço nenhuma questão”. Outra reguada, dessa vez na outra nádega. “Duas...” – meu anjo geme. “Pela Teresa, que fica linda de preto, e é por isso que a Laura ensandece de raiva...”. A terceira atinge a pele como uma sonora bofetada. Meu anjo leva um segundo para recompor-se. De seus olhos fogem duas lágrimas grossas. “Três...”. “Pelo meu fraque... de que a Laura não gostou... e, por isso, eu vou ter que ir ao alfaiate de novo...”. A quarta pega no mesmo lugar e meu anjo deixa a cabeça para trás, com os lábios abertos, tentando recobrar o fôlego. “Detesto alfaiate. Prefiro comprar pronto, mas a Laura insiste”. “Quatro...” – ela conta.

Da quinta em diante, minha mão não tornará as coisas tão fáceis assim para o meu anjo. A esquerda escorrega até o vão entre as pernas. Seguro sua vulva, forçando-a para cima, para que empine ainda mais a sua bundinha. A cada golpe, meu anjo também sente a massagem. Sente o dedo afastando o capuz e brincando com a carne macia, fazendo com que a ardência nas nádegas confunda-se com as carícias no grelo intumescido. Ao todo, as reguadas somam quinze e meu anjo tudo agüenta, em agoniado silêncio. Não é só a dor que irrompe pela sua carne, mas o desejo de liberar-se em um selvagem orgasmo. O que eu ainda não permiti. A cada pancada, ela segura o ímpeto. Morde os lábios. Mas vai perdendo-se.

“Vire-se”.

[continua]

II.

[continua]

Meu anjo obedece. Não tem coragem de esfregar a carne das nádegas em brasas. Vira-se de frente, apoiando as mãos sobre o tampo da mesa. O corpo arqueia para trás, oferecendo-se para mim. Chego perto, ouço a respiração laboriosa que faz os seios subirem e descerem. Uma pequena presa acuada, esperando pelo abate. Ergo a saia, prendendo a bainha da frente na cintura, como fiz atrás. Ah, que linda...! Sua boceta brilha, de tão úmida. Como pode ser tão perfeita?

“Por que você não vai embora?”.

“Porque não posso... porque eu pertenço ao senhor”.

Passo a minha mão entre as pernas, na gruta úmida, pingando de seus sucos. Meus dedos lambuzados chegam ao grelo, que eu gosto de tocar de leve, percorrendo a carne pulsante de uma ponta à outra. Se estivesse com a vara de marmelo, eu não resistiria à tentação. Mas a régua de madeira é dura demais, não tem a flexibilidade necessária. “Meu senhor...?” – ela geme, agoniada. “O quê?”. “Posso... gozar...?”. “Ainda não”. A vulva do meu anjo é quente e macia, e está coberta de seus sucos. Dois dedos treinados encontram o caminho até a vagina, deslizando para dentro. Ela treme. Revira os olhos, morde os lábios. Tem que se conter até a palavra mágica. Minhas estocadas começam gentilmente e vão se tornando mais fortes, mais rápidas, mais bruscas. Meu anjo começa a gemer baixinho. “Goze...” – murmuro em seu ouvido.

O orgasmo irrompe de uma só vez, como ondas de espasmos pelo corpo que não é meu e, no entanto, me pertence tão inteiramente. Ela geme baixinho, arfando. Gosto do jeito que goza, o meu anjo. Como se fosse um segredo. Não grita, não esperneia, não diz bobagens. Apenas sorri, ofegante, parecendo a ponto de desfalecer. Enquanto ela pulsa em minha mão, busco seu grelo – a carne que mais parece um morango inchado, latejante. Meus dedos fecham-se ao seu redor e o apertam. Não é um espetáculo? No ápice de seu prazer, meu anjo sente o beliscão que puxa o grelo pulsante e o torce, fazendo com que as pulsações perdurem por mais alguns inebriantes e preciosos segundos. Meu anjo lateja, sem ar nos pulmões para gritar. Seu corpo treme antes de tombar em meus braços, quase inerte. “Você deveria ir embora” – eu digo, trazendo-a para mim. “Estou lhe dando a chance, ovelha. Porque eu mesmo não vou parar”. Meu anjo parece não ter medo. Ela me olha, ainda zonza de seu gozo, e sorri com a candura de uma criança.

“O senhor vai trabalhar até tarde hoje...?”. – Isabela desconversa. Faço que sim. Se não fosse pela reunião das três e meia, eu juro, eu estaria dentro desse corpo que me pertence. Estaria montando a minha égua, usando seus cabelos de rédea. “Posso ser de alguma serventia...?”. “Claro que pode. Pode até me fazer um último capricho, antes que eu me vá”. “Se for do seu agrado, meu senhor...”. Eu faço um afago no meu anjo. Minha boca chega perto, faz com que ela se ofereça para um beijo. Mas eu espero. Seguro-a por um tufo de seus cabelos castanhos, vejo os lábios inchados entreabrirem-se, pedirem, implorarem. E quando finalmente a beijo, sinto seu gosto delicioso. Sinto o gosto da língua que se abandona à minha, sinto o gosto da saliva, da umidade, do calor. Sinto os mamilos endurecidos roçando contra o meu peito, como uma deliciosa cócega. Ela ainda quer, abre-se para mim. Responde sofregamente ao beijo que eu interrompo com os meus dedos lambuzados. “Aqui...” – agora ofegante, puxo-lhe os cabelos para trás: “Chupe... tudo... chupe seus sucos... seu gozo... lamba tudo...”.

Meu anjo não hesita. Suspira mansamente, com um lindo sorriso. Seus lábios entreabrem-se e avançam em meus dedos como se estivessem chupando o mais doce mel. Ah, isso é inebriante... meu pau pulsa loucamente, como se pudesse sentir aquela língua em meus dedos. Não posso gozar – eu penso, fascinado com a imagem de meu anjo lambendo seu próprio gosto dos meus dedos. Ergo a mão e ela inclina a cabeça para trás, ficando na ponta dos pés. Tetas divinas, as dela. Tetas feitas para serem chupadas, sugadas, mordiscadas. Tetas com mamilos que mais parecem botões de rosa. Biquinhos que eu prendo com grampos e prendedores, vendo aquele rostinho contorcer-se de dor e intenso e prazer. Não vou conseguir segurar. Não vou. Tiro os dedos da boca do meu anjo e, ainda segurando seus cabelos, forço-a para baixo. Ela escorrega por minhas pernas e avança para a minha braguilha. “Ainda não!”. Não posso esbofetear aquele rosto de querubim agora – em cinco minutos, ela volta para a mesa de assistente. “Recomponha-se. Não temos tempo para isso agora”.

Você há de pensar que essa história é o clichê do executivo e da secretária, embora Isabela não seja propriamente apenas uma secretária. Mas clichês são clichês por um motivo – porque são uma verdade que se repete. Deixe-me esclarecer, porém, que meu anjo veio parar a meus pés por obra e graça do destino. Não fui eu que a selecionei ou contratei. Esse não é o meu cargo na empresa, absolutamente. Sou formado em Economia. Minha especialidade é o mercado financeiro. Diga-se de passagem também que, quando Isabela pisou em meu escritório, não me causou nenhuma profunda impressão. Uma moça bonita, de modos suaves e sempre muito solícita, mas não houve um primeiro encontro arrebatador. Fiquei satisfeito de saber, isso sim, que a minha nova secretária era também aluna de Administração de Empresas, o que significava uma melhora em relação à anterior – Fátima, a garota obtusa que mal conseguia dar conta dos recados. Isabela foi algo como uma lufada de ar fresco. Passei a chamá-la de assistente e a dar-lhe alguns trabalhos mais complexos, que Fátima – em sua magnífica estupidez – não conseguiria sequer entender. Que dirá executar.

Nessa época, eu já era noivo de Laura e mantinha uma relação... clandestina... com uma advogada também chamada Laura – uma ruiva de seus trinta e quatro anos, viúva e inteiramente submissa. O mais divertido a seu respeito é que, à luz do dia, essa mulher competente é uma de nossas mais ferozes negociadoras. Seu escritório trabalha para o Grupo ao qual pertenço e tenho que dizer que Laura Amante, uma vez à frente de uma causa, é como um pit bull jurídico. Morde e só solta quando houver estraçalhado a vítima. Entre quatro paredes, porém, era outra pessoa, completamente diferente. Foi com fascinação que a vi em uma sessão de chicotadas ao som de uma canção de Anita O’Day. Estava esticada, pendurada por argolas, no ar, e as pernas abertas. Seu corpo fazia um grande X, todo esticado. Tinha vendas, uma mordaça e um gancho que, preso em seu rabo de cavalo, mantinha a cabeça esticada. De sua bunda brotava um plug de formato cônico. Naquela festa BDSM, em uma elegante mansão dos Jardins, parei para observar as chicotadas naquela mulher que, de costas, exibia um cone enterrado em sua bunda. Ela tremia a cada golpe, gemia e urrava. A pele, já bem vermelha, foi aos poucos abrindo-se em vergões, com pontinhos de sangue. Uma dominatrix a caráter enterrava seus dedos na vagina da ruiva estirada, fazendo movimentos ritmados, e levando-a a uma espécie de delírio orgástico.

Ao final, quando retiraram a ruiva das argolas, e removeram a venda, a mordaça, não pude acreditar no que vi. Laura Pit Bull, em carne e osso, com a pele macerada. Ainda tinha o cone na bunda quando cheguei perto e olhei-a nos olhos, atraído pela cena icônica. Ela reconheceu-me de imediato – certamente das festas de confraternização, dos almoços executivos, das reuniões a portas fechadas. Não nos conhecíamos tão bem assim, mas o meu rosto era familiar o bastante para arrancar um olhar de desespero daquela mulher. Não pude evitar. “Ora, ora...” – eu disse, intrigado com a ironia. Poucos dias depois, Laura Amante procurou-me, nervosa. Não para pedir o meu silêncio. Se o quisesse, poderia ter insinuado um acordo. O meu pelo dela. Afinal, eu teria que me explicar com Laura Noiva o que eu fazia numa festa BDSM se a coisa toda chegasse ao seu conhecimento. Mas, veja bem: não é assim que funciona. Laura Amante era uma submissa por natureza, em flagrante contraste com sua atuação profissional. Nem de longe ocorreu-lhe uma chantagem. Queria, isso sim, ser minha escrava, pois sabia que eu era um dominador – bastou aquele único olhar para que tivesse essa certeza. Estava colocando-se ao meu dispor.

Viramos Mestre e Escrava. Não resisti à curiosidade. Laura Amante era como uma fêmea em constante cio, nada a aplacava. Se eu chamasse, viria. Cairia aos pés do Mestre. Pedia pelo chicote, banhando meus pés com suas lágrimas de súplicas. Seu apetite por violência era inesgotável. Gostava de ser currada, coberta, penetrada por trás, com a cabeça afogada na banheira cheia. Gostava de ser amordaçada, amarrada, algemada. Nela, usei cintos de couro, chicotes de diversos formatos, palmatórias, plugs, vibradores, choques elétricos, toda sorte de grampos, brinquedos vários que nunca experimentei em outras amantes, algumas das quais até bastante fogosas. Havia uma beleza sarcástica em sua agonia, um descompasso fundamental entre a loba dos tribunais e a escrava que facilmente chegava ao gozo quando o rosto era pisoteado contra o chão.

Seu frenesi por rudeza, porém, não era nada poético. Era bruto, selvagem e desesperado. Em seu êxtase, em sua subserviência, Laura Amante não inspirava. Queria ser humilhada como uma constante punição, por pecados ancestrais de que nem faço idéia. Por um tempo, seu apetite voraz fascinou-me. Aliás, a dominação me fascina desde que me entendo por gente – até pelo menos onde minha memória alcança. Aprendi, ainda garoto, que existe uma fronteira tênue entre a dor e o prazer, fronteira essa que mãos habilidosas conseguem completamente apagar. No limbo entre ambas, a alma submissa encontra seu paraíso. A relação entre dominador e dominado é portanto um jogo, uma dança, uma poesia. Um é o Mestre, o criador, o artista. O outro entrega-se. É a tela, a partitura, o papel onde arte será criada. Com Laura Amante não era assim, nunca foi. Com ela, não havia arte. Era violência sem qualquer elegância ou sofisticação. Era um gozo sofrido, ganido, esganiçado, escandaloso. Uma sofreguidão infinita.

Quando meu anjo entrou em minha vida, eu tinha as mãos bastante ocupadas com essas duas Lauras. Nem percebi o que o acaso me trazia de presente. Porque tratou-se realmente de um acaso. Isabela foi contratada para trabalhar no próprio Departamento de Pessoal. Seu primeiro dia de trabalho ocorreu no exato mesmo dia em que Fátima, minha secretária, sofreu um acidente de carro e teve que ser hospitalizada. O Departamento de Pessoal, então, mandou-a como substituta. A experiência deu tão certo que, cerca de dois meses depois, quando voltou de sua licença médica, Fátima soube que seria transferida para o almoxarifado, onde até ficou feliz, mais à vontade entre resmas de papel e cartuchos de impressora do que tendo que anotar recados complicados.

Não devo ter sido um chefe simpático. Andava calado, com fantasias a respeito de ejetar ambas Lauras de minha vida. Entre um relatório e outro, imaginava-me livre das duas. Fazia estilingues de elástico com os dedos, com bolinhas de papel que representavam a cabeça de uma ou de outra. Na verdade, até hoje ainda penso no dia em que subirei ao altar, diante da catedral lotada de celebridades, socialites, políticos, milionários, personalidades, imprensa, e simplesmente direi não. Não. Eu não te aceito como minha esposa, Laura Noiva. Vá para o inferno. A cada dia que passa, cada vez mais perto da data fatídica, calculo a possibilidade disso acontecer e como seria a cena. Penso no rosto de Laura Noiva quando eu lhe der as costas e calmamente for embora pela nave, livre para sempre.

Naqueles dias, Laura Noiva enchia-me de raiva, enquanto Laura Amante era a válvula de escape. E, no entanto, o universo não estava em equilíbrio. Talvez, eu devesse me casar com a ruiva e chicotear a falsa loura, não sei. De toda forma, no início, fui seco com Isabela. Não havia sorrisos, nem palavras de elogio. Não havia instruções claras. Eu resmungava o que queria e Isabela fazia um grande esforço para cumprir suas tarefas. Fui ríspido algumas vezes. Fui impaciente o tempo todo. Ou indiferente, quando estava de bom humor. E, de algum modo, o trabalho aparecia feito. Se eu estivesse prestando realmente atenção, veria que meu anjo fazia um esforço imenso para me agradar. Está em sua natureza agradar, com tamanha docilidade – e doçura – que em nada lembra o desespero de Laura Amante.

Talvez, não estivéssemos hoje juntos se não fosse pelo fatídico dia em que, durante o horário do almoço, dando instruções longas e elaboradas de como eu deseja os relatórios de gestão impressos para a reunião da Diretoria Financeira, um acidente criou a fagulha necessária para unir-nos. Isabela anotava. Em pé, pois eu não a convidava a sentar-se. Eu falava, andando de um lado a outro, enquanto abria minha correspondência com uma lâmina em forma de adaga, presente de Laura Amante, para que eu usasse em suas roupas. No meio de uma frase, larguei tudo o que tinha na mão com um gemido de aflição. Havia me cortado. Não tão fundo, mas senti a lâmina na pele, vi o vergão abrir-se na palma e o sangue só despontou depois, quando fiz pressão para avaliar a profundidade do corte. “Oh, meu Deus...” – ouvi-a dizer, já a meu lado, com uma expressão preocupada no rosto.

“Não foi nada, não está doendo” – eu realmente não era nada simpático com Isabela. Mas, naquele momento, ela surpreendeu-me. Pegou minha mão docemente nas suas, de um tal jeito que eu parei para observá-la. Vi, pela primeira vez, como era bonita. Parecia um querubim. E o querubim olhava minha palma, muito preocupada, parecendo compartilhar daquela dor. Com seu dedo indicador, ela traçou a trilha do corte da lâmina, bem suavemente, roubando parte do sangue que escapulia pela fenda. Seu toque era o toque de uma criança curiosa. Observou o sangue viscoso na ponta de seu dedo e, depois, ergueu seus olhos para mim, meigamente. Timidamente. Mansamente. Por alguns segundos, o tempo parou. Vi o anjo. Vi a ovelha. Vi que ela já respirava com ansiedade. Seu coração estava aos pulos dentro do peito. Vi os lábios incharem-se, secos. Estava me dizendo algo. Querendo me oferecer algo. E eu entendi.

“Pegue a adaga no chão, Isabela”. A voz estava diferente e meu anjo percebeu. Não havia por favor. Era um comando, em tom baixo e firme. Eu olhava diretamente em seus olhos e ela, parecendo um mortal diante da divindade, não arriscava devolver-me o olhar. Foi ajoelhando suavemente até o chão, onde pegou a adaga, conforme instruído. E ergueu-se com graciosidade, fascinada com o objeto que também lhe causava medo. Vi meu anjo passar o dedinho no fio da lâmina, bem devagar, sem machucar-se, querendo avaliar o seu poder. Vi também quando olhou para a palma da própria mão, em meio a uma espécie de transe, já pronta para reproduzir, em sua pele, o mesmo corte. Mas meu anjo aprendeu bem cedo a primeira lição – o comando é sempre prerrogativa do Mestre. Agarrei-lhe o pulso, impedindo o movimento com que pretendia ferir-se. Meus dedos fecharam-se com tamanha força que Isabela logo soltou um gemido baixinho e largou a adaga, devolvendo-a para mim.

“Jamais repita isso de novo” – repreendi, com os dentes cerrados, guardando a adaga no bolso da camisa. Agora sim Isabela arfava de medo, como um camponês que teme haver incorrido na ira dos deuses. “Não senhor... não repito mais... me perdoe...”. Nem sabia por que pedia perdão. Mantinha os olhos baixos, parecendo esperar por um castigo. Mas, antes, eu precisava ter certeza de algo. “Então, quero que beije a palma da minha mão”. Se a mansidão não estivesse em seu espírito, ela poderia até beijar o corte, e o sangue, por ter medo de perder o emprego – mas eu veria nojo em seu olhar. Medo. Humilhação. Não, senhoras e senhores. Nada disso passou por aqueles belos olhos cor de oliva. Vi meu anjo olhar-me com uma ponta de tímida alegria, como se eu estivesse oferecendo-lhe o paraíso.

A boca macia encostou em meu ferimento como um carinho inebriante. Beijou-me. O contato morno e úmido criou um rastilho feroz de prazer, que saiu da palma de minha mão e irradiou-se por todo o corpo, fazendo com que meu pau começasse a crescer e a pulsar. Beijou-me de novo, e de novo, e de novo – pequenos beijos carinhosos, que manchavam seus lábios de sangue. Levemente. Mas meu anjo não se importou com isso. Muito pelo contrário. Entusiasmou-se. E, em seu entusiasmo, transgrediu a regra de novo. Em meio a um beijo, deixou a língua passear pelo ferimento. Lambeu o vergão, limpou o pouco sangue que escorria. Isabela beijava minha palma como se fosse minha boca. Dessa vez, meu anjo precisaria ser punida por seu açodamento. A mão que tanto acariciava virou-se contra ela. Espalmada, acertou o belo rostinho de querubim com um único golpe virulento e certeiro. “Eu disse, jamais repita isso!”.

Eu falava vociferando entre os dentes. Isabela, assustada, entendeu tratar-se de raiva. Mas a raiva do Mestre também é desejo. “Me perdoe, senhor...”. “Não. Dessa vez, não há perdão”. Ela olhou-me com medo, implorando, pedindo alguma coisa que, em seu nervoso, nem conseguia formular em palavras. Linda ovelha, entregando-se tão docemente para o abate. Muito jovem ainda, precisava ser conduzida por mãos experientes. “Retire-se daqui. Não quero mais ver o seu rosto por enquanto. Só volte quando os relatórios estiverem prontos para a reunião”. Isabela tremia. Queria dizer-me algo. Parecia a ponto de jogar-se a meus pés e pedir perdão, mas não tinha coragem de ir contra uma ordem. Baixou a cabeça e fez como eu ordenava, não querendo piorar as coisas.

Em mim, existe o espírito de um gato. Minha crueldade é felina. Gosto de brincar com a presa antes de abatê-la. Gosto de encurralá-la, de prendê-la pela cauda, de fazê-la perder-se no labirinto. Gosto de vê-la implorar pela minha piedade, para que eu dê fim ao seu sofrimento. Um Mestre tem prerrogativas divinas – muda a ordem das marés. Naquele momento singular, algo acendeu dentro de mim. A sorte trouxera uma potranca nova para a minha ante sala. Uma potranca que já me olhava com olhos de adoração. Agora, eu a desejava. Queria domá-la, treiná-la, educá-la. Do jeito certo, iria transformá-la em um puro sangue. E o jeito certo seria brincar um pouco, até que ficasse no ponto certo.

Parte da brincadeira era saber até onde ela estaria disposta a ir. Chamei-a à minha sala, no dia seguinte ao incidente do corte, e disse-lhe, em tom solene, que estava disposto a deixá-la ir. Isabela empalideceu de imediato, bastante aflita. “Não posso trabalhar com alguém que não me obedeça” – expliquei, calmamente, enquanto os olhos oliva enchiam-se de lágrimas. – “Você é indócil e desobediente, isso não me agrada nem um pouco. Por isso, conversei com Recursos Humanos e eles dizem ter uma vaga aberta no Gabinete da Presidência do Grupo. A boa notícia é que as horas são melhores, você trabalhará no turno da sua escolha e o seu salário será maior. Sem contar o prestígio. Meu futuro sogro é um bom patrão. Se você for boa funcionária, poderá fazer carreira aqui”. Mas meu anjo não parecia nada entusiasmada. Vi as lágrimas escorrerem pelo rosto. “O que foi, Isabela!?” – ralhei, muito impaciente. Ela tremia. “Fale logo!”.

“Dr. Cristiano... se o senhor me der uma outra chance... eu prometo, eu vou me esforçar, eu vou fazer o meu melhor... pra ser a sua secretária... do jeito que o senhor quer...”. Quase senti pena da minha camundonga. Estava já com o seu rabinho preso bem debaixo da minha pata. “Não seja tonta, garota! Oportunidades assim não aparecem todos os dias!”. “Mas é que... eu prefiro... ficar... com o senhor... e eu vou me esforçar... muito... eu prometo, eu prometo...!”. Já viu desespero no olhar de alguém? Puro afrodisíaco. “Bom, eu não estou interessado no seu melhor. O que eu quero é tudo. Ou tudo ou fora daqui. Este é o meu reino. No meu reino, eu não sou um patrão, eu sou um Mestre. E, como tal, exijo obediência. Exijo lealdade. Entrega. Sem isso, o seu melhor não me interessa nem um pouco”. Isabela absorveu aquelas palavras com sua habitual seriedade. Estava decidida a ficar. “O que eu posso fazer, Dr. Cristiano? Agora? Para que o senhor me aceite de volta?”.

Tão adorável. Estava de pé, à frente de minha mesa. “Venha cá, criança”. Exatamente como uma criança, ela veio para perto de mim. Ficou em pé, ao lado de minha cadeira, de mãos para trás. “Ajoelhe-se”. Algo estava ebulindo dentro daquela menina. Vi sua respiração ansiosa tornar-se ainda mais palpitante. Sorriu um sorriso nervoso e fez como eu mandei, sem perguntar, sem questionar, sem sequer achar a ordem uma ordem esdrúxula. “Olhe para mim”. Meu anjo parecia hesitar, mas não podia desobedecer. Olhou nos meus olhos. Aquilo tudo a excitava de um modo que ela nem bem entendia. Era um tumulto de emoções, uma mistura de medos e desejos trombando em sua cabeça. “Preste bem atenção, meu anjo... para ficar, você tem que me devotar total obediência. Quando eu disser venha, você vem. Quando eu disser faça, você faz. Transgressões serão punidas sempre, pois não posso permitir que minha ovelha não obedeça”.

Ela nem pareceu notar a palavra ‘ovelha’. Fez que sim, nervosa e ansiosamente. “Diga ‘sim, meu Senhor’. Doravante, quando estivermos a sós, você irá sempre referir-se a mim como Senhor, Mestre, Dono. Meu Senhor. Meu Mestre. Meu Dono”. Pobre garota. Fez novamente que sim, em silêncio, e levou um susto quando a agarrei pelo queixo. Garras fortes, que a fizeram tremer de medo. “Como foi que eu te instruí, Isabela?!”. “Sim... meu... Senhor...”. Oh, perfeita. Absolutamente perfeita. Estava no ponto. “Ótimo. Acho que nós dois vamos no entender muito bem. Boa garota”. Meu anjo chegou a sorrir. Estava grata e aliviada. Não fazia idéia do que estava por vir.

[continua]


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Comentários

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24/02/2013 09:27:27
Como sempre muito bem escrito e excitante
22/10/2008 15:53:06
Poxa muito looooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooongo...
22/10/2008 09:45:44
Até que está bem escrito, mas não gostei muito do conteudo não. Acho que perdeu muito tempo em detalhes desnecessarios. Não deu nem vontade de ler os demais.
20/10/2008 16:10:48
Ela Deu muito e eu chupei e gozei Na sexta e eu 40 anos,magrinho e bonitinho e minha mulher, loira 35 anos, gostosona e muito ssfadinha, fomos para Blumenau na oktberfest . Na ida passamos por curitiba, ond e um rapaz da Net nos esperou ja num motel combinado, na entrada da estrada, liguei e confirmei sua presença, quando chegamos no motel o safado ja estava de pau duro. Ela foi direto no pau do cara, moreno, e pintudo, uns 20 cm. nisso fui tomar um banho, quando voltei ela estava sentada no pau do cara, e dise: '' Vem corninho, bem ver sua safadinha dando'' . Cheguei perto e passei a mao para sentir o chifre entrando na '' minha'' buceta arrombadinha. Depois que ela deu gostoso, almoçamos com o rapaz seguimos viagem para Blumenau, mas em joinville tinha um casal da Net tambem que nós haviamos combinado e eu liguei e marcamos um jantar no um bom restaurante de joinvile. Durante o jantar percebi a loira linda de labios carnudos que o nosso amigo exbia, ela gostosona tambem igual a minha, acabamos e fomos para a casa deles, Chegando lá , meti gostoso na loira enquando minha mulher dava para o cara, que nao era pintudo nao. A loira chupava muito meu pai, e acabei gozando na boca dela. depois que acabei de gozar minha mulher veio dar a lambida final e nisso o cara meteu no cuzinho da minha mulher que adorou o pau pequeno e muito safada disse: '' Ta vendo como é bom ter pau pequeno, nao doi meu cuzinho e eu sinto muito mais prazer ''. Dormimos na casa do casal , transamos de novo de manha e seguimos viagem para Blumenau. Lá fomos para o hotel e a noite do sabado, fomos para a festa, muita mulher bonita, muitos rapazses bonitos e safadoes. Minha mulher de calça jeans com contura bem baixa e bem apaertada, deliciosa mostrando a barrigunha malhada. Os caras ficaram bem avontde e fizemos muita amizade com eles e as meninas tambem quando eu falva que eramos casal liberal os caras atacavam ela. um menina me peguntou como eu podia liberal minha esposa assim, tinha dois cras beijando ela ao esmo tmepo na festa, eu ria. lá pelas duas da manha minha mulher cansada queria ir embora, os caras nao queria deixar, e acabamos indo embora para o motel, foram eu , minha mulher, a menina de um deles e os dois carinhas. la no motel minha mulher reclamava qeu estava com a bueta doendo, ja tinha dado muito, e naoqueria dar, os caras fizeram ela chupar os paus deles, e comiam a menina loirinha, e como minha mulher naoq ueria dar, nao me deixaram comer a menina deles, e oferceram o pau para mim e disseram, oh meu , chupa nosso pau ja que a sua mulher nao quer dar para nós, . eu olhei para mim minha mulher e ela olhou para mim e disse? entao, vai aproveita, vc nao gosta, entao vai olha dois pintoes lindos, eu e ajudo, vai chupa, eu entao cai de boca, um dos carinhs, segurou minha cabeça e meteu fundo na minha boca, e jorrou porra na minah guela. me encheu de porra , nessa hora, minha mulher meteu dois dedos no meu cuzinho, e bateu punheta para eu gozei, gozei gozei gozei com um caralhao na guela, dois dedos no cuzinho e uma mao aveludada na meu pau. quem quiser provar , entra em contato
16/09/2008 11:42:28
adorei
12/09/2008 04:52:02
esse é o professor de portugues punheteiro! Leo 1000 kkkkkk fala sério... tem cada um... tá ótimo o texto exelente! alias ta ecellemte huahauhauhauhauahuahuah
07/09/2008 08:41:39
Escrever com bom português não é tudo. Saber escrever não é tudo. O autor sabe escrever, tem bom português, articula perfeitamente o texto, mas lhe falta o poder de síntese. No momento que perceber esse detalhe vai fazer muito sucesso, pois seu potencial é para um dez. Desculpe, é apenas uma crítica construtiva de alguém que achou ótimo o seu texto mas longo demais para ser um conto deste site. Mas a nota é 10.


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