Amor que nunca acabará - Capítulo 11

Um conto erótico de Cadu
Categoria: Homossexual
Data: 25/07/2020 19:54:30

Tudo, exatamente tudo naquela cidade era novo para mim. Às vezes, a gente acha que coisas banais como um simples cinema já está incorporado à vida de toda a população. Mas, eu era a prova viva de que essa máxima não é verdadeira.

Eu me sentia maravilhado em poder ler, ouvir, ver o que eu quisesse e falar e me relacionar com quem eu quisesse. Eu me sentia feliz em poder amar, beijar e TRANSAR com quem eu quisesse; me sentia livre em poder sair com quem e para onde eu quisesse sem precisar ficar com medo da reação de qualquer pessoa ou ter alguém me seguindo só com a intenção de me fazer o mal.

Nos meus primeiros meses no Rio eu percebi que eu não era quem eu imaginava ser. Eu era um cara alegre, brincalhão e amoroso. Eu precisei me ver sozinho na vida para poder encontrar minha verdadeira família e meu verdadeiro eu. Ali, eu era o Cadu, eu não era o viadinho e nem o moleque. Eu era o Cadu que as pessoas gostavam de estar por perto, eu era o Cadu que ajudava as pessoas quando tinha oportunidade e eu era o Cadu que sorria mais do que chorava. Eu era o Cadu que tinha amigos e um namorado lindo.

- Eu vou precisar de uma camisa emprestada de novo - eu disse encostando na porta do quarto do Edu, eu ainda estava frustrado e com raiva de eu perder minhas roupas tão rapidamente. Eu estava somente de calça jeans, não usava camisa já que as minhas ficavam a ponto de quase espocarem no meu corpo.

- Entra e fecha a porta.

Eu fiz o que o Edu pediu e assim que ele viu a porta ser fechada, ele me puxou com força e me beijou.

- Eu não quero mais ir ao cinema, eu quero ficar aqui com você.

- Nem pensar, moço! Agora quem quer ir ao cinema sou eu.

- Você é uma tentação assim todo cheiroso e sem camisa - Edu estava pior que cachorro no cio depois de termos transado.

- Você tá muito tarado - eu disse rindo ainda preso nos braços dele.

- É impossível não ficar com um namorado tão gostoso.

- E aí? Vai rolar o empréstimo?

- Vai, mas só depois que matar minha saudade de você.

Ele me encostou na porta e isso me tranquilizou já que ninguém poderia entrar ali conosco empatando a passagem. Edu estava com tanto tesão que foi uma luta fazer ele me soltar e emprestar a camisa... Não que eu não estivesse sentindo o mesmo que ele, mas a minha curiosidade para conhecer um cinema de verdade tinha sido despertada e eu realmente queria ir.

- Onde vocês estão indo? - Diego perguntou assim que passamos pela sala.

- No cinema! - Eu disse

- E vocês nem chamam os amigos?

- Ué, você nunca tá disponível e quase nunca fala com a gente e aí fica difícil da gente te chamar.

- Aí, meu coraçãozinho! Você é muito malvado, Cadu.

O fato é que eu não estava indo muito com a cara do Diego desde a noite anterior. Eu achava muito estranho todo esse interesse repentino por mim e pelo Edu.

- Se você quiser ir, ainda dá tempo. - Eu disse mais por educação e para não criar um clima chato ali na pensão do que por sentir vontade de ter a presença do nosso colega enquanto nos divertíamos.

- Sério? Vocês me esperam?

- Se você se arrumar rápido, sim

Edu fez uma cara feia para mim, ficou evidente que ele não queria o Diego andando com a gente.

- Em dez minutos tô aqui - ele saiu correndo para o seu quarto

- Você precisava ter chamado o mala? - ele disse baixinho assim que o Diego subiu as escadas.

- Eu o chamei só por educação, não sabia que ele iria aceitar.

- Antes ter sido mal educado - ele disse emburrado - agora, vamos ter que aguentar ele falando durante todo o nosso programa que era para ser romântico.

- Foi mal, Edu - eu disse segurando a mão dele, não tinha ninguém ali embaixo e eu pude ter esse pequeno ato de carinho.

- Como é que eu vou te beijar agora?

- Beijando! Ele não irá nos atrapalhar, eu prometo – a verdade é que eu estava sentindo a mesma frustração que o Edu, mas não podia falar isso para ele naquele momento.

- Assim espero, você vai ter quitar essa sua dívida muito bem quitado hoje à noite - ele sorriu maliciosamente

- Eu pago, senhor! - eu disse rindo

- Eu irei cobrar e se você não pagar, já sabe - ele ergueu as mãos e balançou os dedos indicando a sessões de tortura a base de cosquinhas

- Eu preciso achar uma fraqueza sua, esse jogo está muito desigual - eu disse rindo

- E aí? Vamos? - Diego disse descendo as escadas e ele de fato se arrumou muito rapidamente

- Vamos! - eu disse

- Que filme vamos assistir?

- Não sabemos ainda! - Edu disse deixando transparecer um pouco do seu mal humor em relação ao nosso colega

Nós fomos para a estação de trem e o Diego não calava a boca um segundo sequer. Eu estava vendo a hora de eu mesmo dar uns tapas no menino, ele estava demonstrando que era muito mais interessante quando ele vivia para os estudos e só falava com o Clã da medicina.

- Cara, ainda não acredito que vocês estão juntos!

- De novo esse assunto? - eu perguntei lançando um sorriso que indicava que aquele não era um assunto que me fazia feliz

- É muito surreal! - Ele disse

- Não sei por que seria tão surreal! - Edu disse

- Ah, é que o Cadu chegou ontem praticamente e vocês já estão juntos. Eu nem nos sonhos duvidava que o Cadu gostava do babado.

- Ainda sigo sem entender a parte surreal...

- É que nós chegamos aqui juntos - ele falava em relação a pensão - e se tivesse que rolar alguma coisa, seria entre a gente, não?!

- Não vejo assim! - eu disse muito puto, acho que foi a primeira vez que eu sentia ciúmes de alguém. Edu me olhou com os olhos bem arregalados de susto.

- Ei, calma aí! Por que vocês estão tão agressivos comigo desde ontem?

- Posso te mandar a real, cara? - Eu perguntei

- Mande!

- Cara, você tá sendo muito chato. Desde ontem você já deve ter perguntado umas 200 vezes se a gente estava juntos. E agora, você foi ainda mais chato dando a entender que queria ficar com o Edu, pelo menos foi assim que eu entendi.

- Opa, não, não! Sério, não tô afim dele - ele disse rindo - eu só falei mesmo por que para mim é surreal vocês estarem juntos

- Ainda bem que se tratando de nós dois - Edu falou em relação a mim e a ele - a sua opinião não vale muito, né?!

- Mas rapaz, você parecia ser tão caminho - ele disse rindo da cara de raiva que eu fazia - me enganei feio em relação a você, Cadu.

- Posso dizer que eu me enganei feio em relação a você também

- Sério? Por que?

- Você está aparentando ser muito chato, Diego!

- Gostei de você, Cadu!

Eu fiquei sem entender, eu estava sendo um puta escroto com ele e ele dizendo que gostava de mim?

- Como é que é? - Edu perguntou

- Não é gostar do jeito que você tá pensando, Edu. - ele disse rindo - gostei do Cadu pelo fato dele ser direto e sincero, gosto de gente assim: sem frescuras. Os meninos - ele falava em relação ao Clã da medicina - não são assim e a gente só fala de medicina O TEMPO TODO.

Nós ficamos em silêncio por um tempo até o Diego retomar o assunto.

- Não fiquem putos comigo, beleza? Às vezes eu sou meio chato mesmo.

Eu diria que ele era sempre chato, mas ele estava sendo sincero e eu sempre valorizei muito essa característica nas pessoas, assim como ele.

- Não estou puto, mas se você nos perguntar se estamos juntos ou falar que somos surreais, eu juro que te jogo desse trem. - eu disse rindo e tentando acalmar os ânimos

Ele sorriu junto comigo

- Sabem, é bom ter com quem falar assunto de gente normal - ele disse

- Deve ser bem chata a conversa de vocês, hein? - Edu falava em relação ao Clã

- Você não imagina o quanto! - ele suspirou - aqueles caras são incríveis, podem crer. O único problema deles é que eles esqueceram de viver. Tinha hora que eu via vocês conversando quando a gente comia juntos e eu tinha vontade de puxar assunto, eu só não sabia como. Vocês aparentavam ser muito amigos.

- Não aparentamos, nós somos muito amigos. - eu disse

- Amigos até demais - Edu disse nos levando todos a uma gargalhada gostosa

- A gente também queria falar com vocês, mas vocês sempre meio que excluíam a gente. Então, a gente só falava entre a gente mesmo. - Eu disse

- É, eu percebia isso. - Ele disse - É muito bom ter amigo viado naquela pensão - ele disse nos levando a mais uma gargalhada

Nós chegamos no cinema, compramos nossos ingressos e dessa vez eu comprei o do Edu antes mesmo que ele pudesse pensar em comprar o meu.

- Isso foi injusto, rapaz! - ele me disse quando eu estava voltando com nossos ingressos nas mãos

- Não, foi justo, muito justo. - eu sorria

Eu tinha aproveitado o instante que ele tinha ido ao banheiro para comprar nossos ingressos.

- Foi injusto, sabe por que? Você pagou valor cheio e eu poderia ter comprado pela metade do preço com minha carteira da universidade. Estudante tem desconto no cinema

- Não tô nem aí, se eu não tivesse sido rápido, você teria comprado meu ingresso.

- Teria mesmo!

Eu gostava da atitude dele, mas eu sabia que assim como eu, ele não podia ter grandes gastos já que era ele mesmo quem pagava todas as suas despesas.

- Vamos entrar? - Diego veio até nós após voltar do banheiro

- Vamos comprar pipoca, só um minuto. - ele saiu correndo e eu fui atrás na carreira

- EI! - Diego gritou

- Você não vai pagar a minha! - eu disse quando encostamos no balcão para comprar pipoca.

- Ah, pode apostar que vou!

- Não, não vai. Sério, Edu, você não vai comprar. Se você fizer isso, eu vou ficar muito puto com você

- Ok, ok! - ele disse ao perceber que eu falava sério com ele - cada um compra o seu?

- Fechou!

- Por que vocês saíram correndo?

- Para evitar que o Edu fizesse besteira - eu disse rindo da cara que o Edu fazia após ter sido vencido

Após termos ingressos, pipoca e refrigerante para o Edu e água para mim, pois eu não bebo refrigerantes, nós entramos na sala para assistir ao filme.

- Acabou minha pipoca - eu ouvi Edu falar no meu ouvido no meio do filme

- Eu ainda tenho, pode pegar

- Você é o melhor namorado! - ele disse, mas eu estava tão concentrado naquela tela gigantesca que eu não dei nenhuma resposta e ele me deu um beijo no rosto bem rapidinho

- E aí? O que fazemos agora? - Diego perguntou assim que saímos da sala de cinema

- Não faço ideia! - eu disse

- Vamos tomar alguma coisa?

- O Cadu não bebe, Diego.

- Sério? Você tem quantos anos mesmo?Ah, vai! Conta outra!

- Sério, eu tenho 18 anos.

- Não caio nessa - ele disse rindo

- Por que você não acredita que eu tenho 18 anos?

- Você não tem cara de 18 anos e você é muito certinho para ter essa idade.

- Quando eu o conheci, eu pensava que ele tinha 21 ou 22, mas ele tem 18 mesmo.

- Sério? Sério mesmo?

- Sério, cara - eu disse rindo, as pessoas adoravam me dar mais idade do que eu tinha de fato (é assim até hoje!)

- Olha, terceira vez que você me surpreende. Com 18 eu estava bebendo até perfume.

- Um amigo já me disse a mesma coisa, mas eu não bebo mesmo.

- Então tá... O que vocês sugerem, então?

- O que eu queria fazer, você não pode Diego. - Edu disse rindo para mim com a melhor cara de safado que ele tinha

- E por que não?

- Por que isso só quem poderia fazer éramos Cadu e eu

- Ah, safado! - Diego disse caindo na gargalhada

Após o filme ainda ficamos perambulando pelo shopping e como nenhum de nós conhecia a cidade tão bem para saber onde ir, acabamos parando em um barzinho e os meninos tomaram alguns drinks enquanto eu fiquei só na água.

Às 23h já estávamos na pensão, era sábado mas todos nós precisávamos estudar, os meninos mais do que eu.

- Valeu pela noite, meninos. Precisamos marcar mais vezes.

Depois de termos colocado as cartas na mesa, até o que o Diego não era tão chato quanto eu estava imaginando, pelo menos naquele recorte de noite.

- Bom, vou lá estudar. Boa noite!

- Boa! - Edu e eu falamos juntos

- E nós? O que faremos?

- Vamos cada um para o seu quarto

- Acho que não ouvi direito...

- Ouviu muito bem, sim, senhor.

- Não, não ouvi, não. Até onde eu sei, alguém precisa quitar uma dívida e o valor está muito alto – siga-me! - ele foi andando para o seu quarto e eu fui atrás.

- Pendura essa para mim, hoje precisamos estudar – eu disse após ele fechar a porta

- Não vendemos fiado, senhor. Você precisa pagar a dívida hoje, agora.

- É sério, não posso pagar essa dívida aqui

- E por que não?

- Você sabe muito bem, Edu.

- Os meninos? Você não precisa se preocupar com eles, eles não veem o que a gente faz ou deixa de fazer.

- Mesmo assim...

Eu vi que ele ficou triste com minha relutância em passar a noite ali no quarto dele, mas eu era o mais racional na relação e eu não poderia dar um mole tão grande para o acaso.

- Desculpa, tá?

- Tudo bem, mas eu preciso lhe informar, senhor...

- O que meu bom gentil cavalheiro?

- A sua dívida gerará muitos juros

- Estou ciente disso! – eu disse rindo daquela brincadeira

- Muitos juros mesmo!

- Sim, senhor!

- Não prefere quitá-la logo?

- Não, pode deixa-la pendurada que eu pagarei os juros com muito prazer.

- É com prazer mesmo que você irá pagar – ele disse me abraçando, cheirando meu pescoço e por fim me beijando – Boa noite!

- Boa noite! – eu disse sem ar

Eu fui para meu quarto sorrindo e logo mergulhei nos estudos. Eu estava determinado a passar naquelas provas.

No dia seguinte, quando eu cheguei da biblioteca, eu encontrei a pensão completamente vazia. Achei estranho não encontrar a Dona Carmem preparando o jantar e sai procurando a senhorinha por toda a pensão. Nos quartos e nos outros compartimentos da casa, ela não estava. Então, ela só poderia estar no quarto dela. Resolvi tomar meu banho e descansar um pouco como eu fazia todos os dias. Ao descer para jantar, eu não encontrei nem Dona Carmem e nem a janta. Só então eu decidi procura-la em seu quarto.

- Dona Carmem? – Eu bati na porta

- Oi! – eu ouvi a voz dela bem fraquinha

- Dona Carmem, é o Cadu.

- Pode entrar! – ela falava bem baixinho

Quando eu entrei no quarto, eu encontrei dona Carmem deitada na cama e ela aparentava estar bem doente.

- Dona Carmem, o que a senhora tem?

- Ah, não estou muito bem, querido. – a voz dela era um sopro, ela realmente não estava bem, era visível

- A senhora passou o dia aqui? Assim?

- Passei...

- Por que não ligou para mim, eu vinha pra cá logo depois do trabalho - Eu tive um estalo na cabeça e tive a brilhante ideia de procurar um dos meninos da medicina – espere um minuto, eu vou atrás de um dos meninos para ver o que a senhora tem

- Não...

Eu nem ouvi o que ela iria dizer e já fui saindo do quarto e indo em direção ao quarto de um dos meninos e é claro, não tinha ninguém em casa. Então, eu resolvi ligar para um deles. Eu fiz uma rápida análise da situação: Felipe e Diego estavam muito recente no curso, Cassiano era o mais mal humorado.... só me restava o Bruno e foi para ele quem eu liguei.

- Alo! Bruno?

- Alo, quem fala?

- É o Cadu, Bruno. Aqui da pensão.

- Ah, oi, Cadu.

- Você já está vindo para a pensão?

- Ainda não, Cadu. Agora que eu sai da universidade e ainda vou jantar com a minha gata.

- Caramba!

- Mas o que foi?

- A Dona Carmem, ela não está nada bem. Ai eu ia te pedir para dar uma olhada nela.

- O que ela está sentindo.

- Espera aí que vou lá com ela – eu corri para o quarto da senhorinha e perguntei o que ela tinha, ela ia me falando e eu ia passando tudo para o Bruno.

- Ela tomou o remédio da pressão?

- Dana Carmem, a senhora tomou o remédio da pressão? – eu aguardei a resposta – Não, Bruno, ela ainda não tomou.

- Beleza, então, ela precisa tomar logo. Depois, você vai precisar ir à farmácia e comprar um remédio para ela. – ele me disse o nome do remédio e logo encerramos a ligação

- Tudo bem! Valeu, Bruno.

- De nada, cara. Se ela piorar, você me liga novamente, beleza?

- Beleza, valeu!

Eu dei o remédio da dona Carmem e corri para a farmácia e no caminho eu tive a brilhante ideia de comprar uma sopa. Ela com certeza não tinha comido nada o dia inteiro e como ela mesma dizia: saco vazio não para em pé. Comprei o remédio, comprei a sopa para ela e jantar para mim e para o Cadu, pois eu sabia que ele iria chegar morrendo de fome.

- Dona Carmem, como a senhora está? – eu disse sentando ao lado dela.

- Ah, Cadu, já estou melhorando. Acho que era a pressão alta...

- A senhora precisa tomar cuidado, beba isso aqui – eu passei o remédio que o Bruno tinha mandado eu comprar – foi o Bruno que mandou a senhora tomar – ela pegou o remédio e o bebeu junto com a agua que eu lhe oferecia – agora, tome essa sopinha. A senhora não comeu nada o dia todo, não é?

- Não e nem estou com fome...

- Mas a senhora precisa comer, como a senhora mesma diz, saco vazio não para em pé. Vamos lá, só saio daqui depois que a senhora comer tudinho.

Ela me olhou, sorriu e começou a tomar a sopa. Eu fiquei lá até ela terminar.

- Obrigada, Cadu.

- De nada! Agora, tente descansar um pouco. Eu vou jantar e depois eu venho ver como a senhora está, tudo bem?

- Ta bem!

Eu a deixei deitadinha e fui jantar, pois eu estava morrendo de fome.

- Nossa, eu já estava preocupado. Pensei que você ainda não tivesse chegado. – Edu disse ao me ver entrar na pensão

- Ah, eu cheguei faz tempo. Eu estava cuidando da Dona Carmem, ela não está muito bem.

- Poxa, e ela não nos falou nada?

- Pois é, eu cheguei e ela estava lá sofrendo sozinha. Eu liguei para o Bruno e ele me disse o que fazer. Vamos jantar? Eu tive que ir na farmácia e aproveitei para comprar algo para jantarmos já que a dona Carmem não pôde fazer o jantar.

- Eu tenho ou não tenho o melhor namorado? – ele disse rindo todo bobo

Nós jantamos e eu ainda fui ver dona Carmem, mas ela já estava dormindo. Eu tive que checar se ela estava dormindo mesmo, pois tive medo dela estar morta. Edu e eu dormimos juntos naquela noite, mas não fizemos nada além de dormir e isso graças a dois motivos: nós dois estávamos mortos de tanto cansaço e eu não me sentia bem em transar ali com todos aqueles meninos tão perto da gente.

- EI, bonitão! – eu senti alguém me puxar e me dar um baita susto

- AI, FILHO DA PUTA! – Eu disse quando eu vi que o alguém era o Rui, eu quase me borrei de tanto medo

Eu estava a caminho do supermercado e era muito cedo e eu morria de medo de andar sozinho naquele horário.

- Nossa, como ela tá agressiva hoje – ele disse se espocando de rir da minha reação

- Filho da puta! Como que você me dá um susto desse?

- Cara, a culpa não foi minha! Eu estou te chamando há muito tempo, desde o ponto de ônibus, você é que não me ouviu. Você tá fugindo de quem? Precisa andar voando? – eu percebi que ele estava ofegante

- Ah, foi mal, eu realmente não ouvi você chamar.

- E por que você se assustou tanto?

- É bem óbvio, não Rui? Você também se assustaria se um retardado te puxasse o braço em plena 6h30, numa rua deserta de uma cidade mega perigosa.

- É, vendo por esse lado... Bora Pernalonga, vamos voar para o supermercado - ele disse saindo correndo feito um maluco

Eu fiquei olhando aquela maluquice do Rui e não pude controlar a gargalhada que soltei. Eu fiquei para trás e ele foi correndo na frente. Ao perceber que eu não o acompanhei, ele parou e me esperou.

- Não vai morrer, velho do jeito que você é, é capaz de você cair duro aí no chão. - eu disse rindo por que ele estava muito ofegante

- Rapaz, eu não tenho mais idade pra isso.

- Isso eu percebi, vovó!

- Vovó é o caralho!

- E aí? Como foi o final de semana?

- Se eu fosse você eu nem tocava nesse assunto... - ele estava puto devido eu ter recusado mais um convite que ele tinha me feito

- Qual é, diz aí... Como foi o final de semana. - eu sabia que ele não iria resistir e me contaria de qualquer jeito

- Ah, cara, foi incrível! Eu conheci uma gata e que gata!!! A gente ficou junto o final de semana todo. Tô vindo agora lá da casa dela.

- Eita, o negócio foi tão bom assim?

- Aaah - ele suspirou - você não faz ideia! Aquela mulher na cama é para acabar com qualquer um. Que mulher!

- Limpa a baba aí, Rui - eu disse rindo

- Olha, ela é de babar mesmo, viu?! Quando eu lembro o que aquela mulher fez comigo, eu fico de pau duro em segundos.

- Vai se amarrar mesmo?

- Nem pensar, cê tá louco? Eu não me amarro assim, não. E você? Como foi o seu final de semana tão importante que não pôde sair com o amigo?

- Cara, eu já te disse o motivo de eu não ter saído com você.

- Ah, conta outra, Cadu! Esse seu papo de estudo não me compra, não.

- Eu tô te falando, eu passei o final de semana estudando.

- Sei, sei e eu sou uma mocinha virgem.

- Ah, que lindo! Elas chegam juntinhas agora! E aí princesas? Como foi o final de semana. - Alex já nos recebia na bagunça

- AIIIIIIIIII, CHEFINHO! FOI INESQUECÍVEL, ESSE GAROTÃO AQUI É UM ARRASO!

- OBRIGADO, QUERIDA! - Eu disse engrossando a voz

Eu só faltei morrer de rir, Rui era incrível! Ninguém conseguia tirar barato com a cara dele por que ele entrava na onda e a pessoa ficava sem graça.

- Vocês não prestam! - Alex disse rindo - Bom dia, rapaziada!

- Bom dia, chefe! - eu disse

- Bom dia, bonitão! - Rui disse com a voz afetada

- Tem muito serviço hoje, viu? Se arrumem rápido e hoje eu quero ver braço, vamos deixar o bate papo para a hora do almoço.

E ele não estava de brincadeira, aquela manhã tinha tanta mercadoria para descarregar que eu tive a impressão que meus ossos não aguentariam.

- Aquele filho da puta não estava de brincadeira! - Rui resmungava após termos voltado do restaurante e estarmos descansado para voltar ao trabalho

- Cara, eu acho que não consigo carregar mais nada.

- Nem eu! Pra completar tem essa cinta maldita que só falta separar meu corpo em dois.

- Não reclama, vovó! Cê sabe que essa cinta é o que evita de você ficar torto pra vida inteira.

- Cinta maldita do caralho

Nós ainda carregamos mercadoria a tarde inteira. Eu sentia meu corpo tão cansado que naquele dia eu não fui à biblioteca, eu precisava mesmo era ir direto para casa. No entanto, enquanto eu caminhava para o ponto de ônibus, uma moça me chamou.

- Oi, tudo bem? - Ela veio até mim sorridente

- Oi!

- Olhe, para você! - ela me entregou um pequenino arranjo com flor - para alegrar o seu dia.

- Puxa, muito obrigado! – eu sorri

- Você está muito ocupado? Eu faço parte daquela igreja - ela apontava para um local cujo o qual não se parecia em nada com uma igreja - você aceitaria receber uma oração? Prometo que você sairá muito mais feliz.

- Não sei, não, moça. - eu tinha meu pé atrás com a religião já que eu morei a vida inteira com um lunático, mas sempre acreditei que existia algo, uma força maior do nós.

- A oração dura só 15 minutinhos, é bem rapidinho. Vamos lá?

Ao olhar atentamente para a moça, eu me senti bem e resolvi aceitar a oração que ela tinha me proposto, mal não iria me fazer, não é mesmo?

- Como eu lhe disse, a oração dura somente 15 min. Nós a chamamos de oração em ação, é uma oração silenciosa e que lhe fará muito bem. Eu a farei utilizando as minhas mãos e não meus lábios, então, não falarei nada. Por isso dizemos que ela é silenciosa. A oração é dividida em três momentos, primeiro você ficará 5 min de frente para mim, depois você irá virar de costa e ficará assim durante 7 min. Para finalizarmos, você virará de frente para mim novamente e essa última parte tem a duração de 3min. Tudo bem?

- Ok! -

- Se você quiser fechar os olhos, fique à vontade.

- Tudo bem!

Eu estava sentado de frente para ela. O que ela chamava de igreja mais parecia uma casa do que uma igreja. Enquanto ela fazia a oração, uma música baixinha e suave tocava. Como ela havia me alertado, eu fechei os olhos. Eu não sei o que deu em mim, só sei que eu senti algo tão bom, tão positivo. Que eu recebi a oração dela e depois eu recebi de outras pessoas. O meu cansaço simplesmente sumiu enquanto eu estava ali.

- Oi! - a moça se aproximou de mim novamente - e aí? Como você está se sentindo?

- Nossa, muito bem! Muito bem mesmo!

- Ah, que bom! Eu fico muito feliz! Olha só, agora irá começar o nosso culto. Se você quiser assistir, eu posso te acompanhar.

- Ah, obrigado! Eu irei assistir, sim.

Eu fiquei sentado e ela me explicou rapidamente que aquela igreja tinha sua origem no Japão e que por isso eles iriam fazer uma oração em japonês, depois fariam uma oração em português e depois nós receberíamos o Johrei, que tinha sido a oração que eu havia recebido dela e de outras pessoas. Após a oração, nós iríamos ouvir um ensinamento e uma experiência de fé de algum membro da religião.

- Qualquer dúvida, você pode me perguntar, tudo bem?

- Ok!

O culto deles foi exatamente o que ela havia me dito. Quando chegou na parte da leitura de ensinamento, eu fiquei impactado e curioso. O que eles falavam ali era totalmente diferente do que eu vivenciava na religião limitada da família de onde eu vim. Naquele dia, eu descobri que uma religião deveria ser suave, flexível, livre e desimpedida. Ali sentado e olhando para uma pintura com uma escritura japonesa, para uma fotografia de um japonês idoso e para um vaso com flores (isso era o altar deles, a moça me explicou), eu ouvia que as pessoas não poderiam impor um molde a ninguém, que aquela religião não possuía mandamentos rígidos e que mandamentos assim só criavam pessoas falsas que falavam uma coisa e faziam outra (morei minha infância e adolescência com uma pessoa assim, eu tinha experiência de causa nesse assunto.). Para aquela religião, pessoas assim pertenciam a uma crença limitada e que não salvaria ninguém e muito menos traria felicidade.

Parece que estava no meu destino passar naquele dia e naquele horário na frente daquela igreja, que após o culto a moça me explicou que se chamava Igreja Messiânica. Ali eu confirmei o que eu suspeitava, o que meus pais praticavam não era uma religião positiva, uma religião que trouxesse felicidade. Aquilo que eles praticavam só servia para atrofiar a mente e criar pessoas maldosas, preconceituosas, limitadas e infelizes.

Como estava ficando tarde, eu disse a moça que eu precisava ir embora, mas que eu passaria ali novamente no dia seguinte. Após aquele dia, antes de ir a biblioteca, eu passava todos os dias ali e recebia a oração que se chamava Johrei.

No trem a caminho de casa, aquela sensação tão positiva, tão gostosa me acompanhou. Eu já tinha esquecido meu dia difícil e estava me sentindo preenchido por uma felicidade inexplicável.

Quando eu cheguei em casa, eu fui logo procurando a dona Carmem. Eu a encontrei na cozinha.

- Oi, Dona Carmem!

- Oi, querido! - ela veio me abraçar

- A senhora está bem?

- Estou me recuperando, muito obrigada por ter cuidado de mim, Cadu. Você é um menino especial. Muito obrigada mesmo!

- Imagina, dona Carmem. A senhora cuida da gente e a gente cuida da senhora. Se a senhora, que Deus nos livre, ficar doente novamente, por favor, me avise. Não fique lá no seu quarto sofrendo sozinha, não, viu?

- Muito obrigada, Cadu. Você já comeu algo? Está com fome? Daqui a pouquinho sai o jantar.

- Olhe, eu tô morrendo de fome. A senhora está precisando de ajuda por aqui?

- Não, não, aqui na minha cozinha eu me entendo. Vá se lavar, vá.

Eu fiz o que ela mandou. Subi ao meu quarto, peguei minha toalha e fui direto para o banheiro tomar um banho.

- Fui, fiu! - eu ouvi ao sair do banheiro só de toalha

Eu virei com o sorriso no rosto, pois eu pensava que era o Edu.

- Nossa, que gatinho! - Diego me olhava da porta do quarto dele

- Ah, e aí Diego? - eu disse sem graça e incomodado

- Tudo tranquilo e você?

- Tranquilo também! Licença aí que eu preciso me trocar

Ele ficou me olhando enquanto eu ia caminhando para o meu quarto. Eu achei bem estranho esse papo e o modo como ele me olhava. Vesti uma roupa limpa e desci correndo para jantar, eu realmente estava morrendo de fome. Depois que eu comecei a trabalhar no supermercado, minha fome nunca mais foi a mesma. Eu vivia com fome e eu agradecia à genética, pois eu não engordava. Pelo menos uma coisa boa aquele povo podre tinha que ter me dado.

Depois que o Edu me falou que meu corpo estava diferente, eu passei a me reparar mais. Eu estava mais forte, meus braços estavam ficando musculosos, meu corpo estava ficando definindo. Tudo isso graças a minha fome incontrolável e ao meu serviço que exigia ao extremo toda a força que meus músculos podiam oferecer.

- Oi! - Edu me disse

Ao descer as escadas, eu dei de cara com o Edu chegando na pensão.

- Oi! - eu disse sorrindo

- Tudo bem? - ele retribuía meu sorriso, eu achava lindo o sorriso do Edu. Ele tinha umas entradinhas nas bochechas que me deixavam com um friozinho gostoso na barriga toda vez que eu o via.

- Tudo ótimo! E com você?

- Melhor agora! Você já jantou?

- Ainda não, vou fazer isso agora.

- Você me espera? Vou só deixar essa mochila lá em cima

- Espero, sim.

Ele passou por mim correndo e foi deixar a mochila no seu quarto e voltou em questão de segundos. Quando ele retornou, eu já estava sentado à mesa.

- Você está lindo! - ele disse no meu ouvido

Como eu não o tinha visto descer, eu levei um baita susto.

- Você quase me mata do coração!

- Eu te ressuscitaria fazendo um boca a boca. - ele disse sorrindo para mim - tenho um convite para te fazer. Promete que vai tentar aceitar...

- Por que eu não aceitaria?

- Por que você está estudando bastante nos últimos dias...

- Qual seria o convite?

- Uma amiga minha quer ter conhecer, eu contei a ela que eu estava namorando. Na verdade, eu não contei, ela adivinhou e eu não poderia negar.

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Boa noite a todes, todas e todos!

Ontem não rolou internet por aqui, então, só hoje consegui postar. Para compensar o temperamento intempestivo da minha internet, o capítulo de hoje é bem longo.

Oremos para que essa semana a gente volte ao ritmo normal de publicação. hahaha

Como tudo tem um lado positivo, com a ausência de internet, já tenho dez capítulos escritos e revisados. Então, agora, só dependemos da dona bonita. :)

Tem muita gente nova lendo minha história, então sejam todas(es)(os) bem-vindas(es)(os)!

Um abraço e um beijo em todes, todas e todos! Até terça!


Este conto recebeu 51 estrelas.
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Comentários

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Tudo muito incrível e esse seu encontro com novos ensinamentos religiosos com certeza foi um grande empurrão para as suas vivências mais adiante.

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Que triste, queria tanto a continuação 🥺🥺

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Não postou mais era sempre fiel nas postagens

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Q será q houve q N postou mais?

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Parece que vai ser mais um conto que na melhor parte morre

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Termina o conto por favo

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🤔

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Saudades desse conto!a história dos dois tem dificuldades, mas eram fofos os dois

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Não vale mais apenas acompanhar esses contos, todos inacabado

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Mds eu vou surtar, não aguento mais esperarar

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Continua... Sentindo falta do conto

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Espero que esteja bem! O amor nunca acabará , mas espero que você continue com o conto e o acabe.... Rs

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Mais um conto inacabado 😭😔😕😟

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Acho que a Net do Cadu parou de vez rs

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Cadê os capítulos já escritos?

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Continuaa

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Muito bom tô amando cada capítulo 😁✌️

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Será que o Diego vai aprontar com os dois

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Diego talaricagem

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