League of Pedro - Capítulo 15 - Arquitetos e Engenheiros
Capítulo 15 – Arquitetos e Engenheiros
Quando a minha mãe voltou do seu retiro espiritual usual, a festa em nossa casa já havia acabado.
E ninguém diria que houve uma festa cheia de orgia e com temática de Anime. Como sempre meu trabalho de encobrir as festas era perfeito.
Mas eu não esqueci que agora eu também estava encobrindo as coisas do Clan e do meu próprio irmão.
- Mãe, vou levar a Dani na casa dela.
- Claro, filho. Vai lá.
Essa era a desculpa que o meu irmão sempre falava pra poder levar a Daniela pro novo dono e consequentemente a próxima casa. O que desembocava na futura festa.
Eu abraço a Dani e me despeço.
Eu não havia esquecido que teria de amenizar de alguma forma a situação da Dani. Mas ela agora deixando a minha casa reduzia qualquer influência imediata que eu poderia ter sobre ela com os meninos do Clan. :/
E depois de retornar sem a Dani em casa meu maninho querido já me chama em um canto pra conversar detalhes sórdidos.
- Aly, a próxima festa vai ser daqui a uns 4 dias. Depois de amanhã visita o Raul e faz o de sempre. Os pais dele vão esquiar em Bariloche.
(Gostam de esquiar?)
Eu engulo em seco ao escutar isso.
- E-esquiar?
- Sim. Que foi?
- Nada. Mas eles vão ficar uma semana inteira?
- Vão. Eu não te avisei porque isso surgiu de última hora.
Isso explica o porquê disso estar fora da minha agenda.
- E a festa vai durar tudo isso?
Jonathan ri com aquilo.
- Novidades são necessárias. Eu já estava enjoando dessa rotina. Sempre as mesmas coisas e sempre da mesma forma. Temos que inovar de vez em quando.
- Joe, isso vai sair mais caro. Você sabe que eu pago os seguranças e todo o staff com nossas mesadas e os ingressos de convite pras festas.
Nós tínhamos um Patreon e recebíamos um valor por festa ou uma inscrição mensal. Assim você pagava pra um dia ou pro mês inteiro. E fora isso de vez em quando você poderia ter a grande oportunidade de acesso a Daniela em alguma gincana sexual exótica, como a que foi feita na base Attack on Dani.
- Eu sei. Pode contratar e pagar por turnos. Sem problemas. O Raul falou que vai bancar boa parte do valor.
- Como?
- Bom. Lá na casa dele você vai descobrir isso mais rápido que eu.
Ao invés de amenizar as festas eles iriam realizar uma puta festa na casa do Raul. Seria uma semana inteira dos meninos com ela. Obviamente só os aloprados e os convidados mais doidos e bêbados ficariam esse tempo todo na festa. Os membros do Clan iriam apenas quando os papaizinhos não estivessem em casa. Os únicos que estariam ali nesse período completo seriam o Raul e a Daniela.
- Tudo bem, Joezito. Vou conversar e ajeitar tudo com o Raulzito.
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- Querido, você acha que nosso filho ficará bem?
Uma mulher afetada e ruiva estava falando com seu marido no assento ao lado da primeira classe do voo.
- Acho que sim. Ele está lá com a namorada dele, não é?
- Amor, você me parece pensativo.
Depois de uma pequena bufada pensativa, o homem fala.
- Eu acho que nosso filho está sendo traído.
- Oi? Amor, como assim?
- Eu pesquisei sobre essa garota. Nada muito fundo. Não foi a trabalho, obviamente. Enfim, tem alguma menina similar a ela fazendo pós na Irlanda. E além disso um dos amiguinhos do nosso filho eu já o ouvi falar que namorava uma tal da Daniela também.
- Amor, isso parece uma paranoia sua. Você sempre se foca demais e se perde em suas investigações.
O homem se ajeita no assento de coro italiano Natuzzi e bufa uma última vez. Como se desse por vencido ou pensasse que perder tempo com assuntos de plebe já fosse uma derrota por si só.
- Como queira, suponho que isso é responsabilidade dele. Daqui a pouco chegaremos no aeroporto na Argentina.
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Uma coisa que vocês não sabem meus amores é que cada festa não tem regras definidas. Cada pessoa decidia comigo algumas horas antes e eu fazia o que era factível e possível. Assim os outros membros do LOD sempre ficavam maravilhados e surpresos.
Foi assim que durante vários meses eles não enjoaram de dar no coro da Danizita. Porque toda vez havia coisas novas. É claro, cada base tinha um tema. Então se fosse uma festa na base Winterfell os convidados do térreo usavam as mesmas máscaras de lobo e se serviam dos mesmos drinks temáticos e os mesmos whiskies de Game of Thrones.
Mas as festas do LOD com a Dani.
Estas sempre mudavam.
Elas basicamente eram sonhos loucos erotizados e planos de abusos físicos constantes da Daniela. Eles só eram reduzidos porque eu mesma ia cortando as ideias grandiosas demais e ia colocando preço e realidade nisso.
Não entenderam?
Qual tal assim?
Os meninos do LOD eram como Arquitetos de Gangbangs.
E eu era a Engenheira das Festas.
‘’Eu queria prender ela em um buraco na parede e fazer quem passar no corredor comer o cuzinho dela.’’
‘’Não, como farei um buraco na sua casa? Inviável’’.
‘’Eu quero botar ela de cabeça pra baixo numa corda, aí ela balança e chupa nossa rolas’’.
‘’Impossível. Suas casas têm laje e até forro de madeiras nobres. Pra fazer isso teria que ser na sacada do segundo andar e pendurar ela no caibro. E ela pode cair. Então, não.’’
‘’E também podemos fazer...’’
‘’Não’’.
‘’E também..’’
‘’Não.’’
‘’E...’’
‘’Não’’.
Tudo que vocês já viram acontecer foi só aquilo que eu reduzi. Todas as ideias no papel eram mais mirabolantes que a realidade. Se ficaram impressionados com o que já foi relatado, só imaginem os escopos iniciais das fodas pensadas pelo Clan. :0
E dessa vez não seria diferente.
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Já havia se passado 3 dias e os pais do Raul já haviam viajado pra Bariloche.
E eu chego na casa do Raulzito e abro.
Sim.
Eu tinha a chave de TODAS as casas que eram bases.
O Raul me recebe e na sala ficamos vendo animes em streaming na Crunchyroll, enquanto vou escutando as ideias e planilhando tudo. Viabilidade, preço, acessibilidade e recursos humanos pra 7 dias.
De alguma maneira eu tenho que colocar isso como experiência no meu currículo. ^-^
- Não dá pra fazer isso? – Bufa tristonho o Raulzito depois de outra ideia erótica e extrema demais.
- Não. Quer matar ela? A Dani não aguentaria isso por sete dias consecutivos.
- OK. Você que manda, Aly.
- Hihihi. Onde está a Danielazita?
- Está lá em cima, dormindo.
- Ok...
E eu paro de debater propostas de surubas pra festa. Eu foco só no notebook e nos agendamentos. Eu estava fazendo isso pra reunir forças pra fazer duas perguntas.
E vai a 1º pergunta.
- Raul, de onde virá esse dinheiro? Nosso caixa do Patreon cobre só 60% do valor.
Ele gargalha.
- Não tira do nosso porquinho digital não. Seu irmão está juntando dinheiro naquela conta pro final da ‘pós-graduação’ da Daniela.
Isso até mesmo eu não sabia o conteúdo.
A conta inicialmente era da época do LOD e das doações dos fãs. Antes o Patreon financiava as primeiras festas e tudo. Basicamente serviu pra impulsionar os garotos a sair da tela virtual e passarem a chantagear e a foder a Dani na vida real.
Mas agora as doações eram esporádicas, ninguém sabia mais tanto do site. E os membros antigos e saudosistas do site já eram membros fixos das festas do primeiro andar. Dessa forma, o que caía na conta eram as assinaturas de convidados nas festas e ganhos extras com as gincanas sexuais da Daniela.
Só que os gastos eram sempre inferiores aos arrecadados. Então nosso porquinho digital só engordava.
E meu irmão até agora não falou pra ninguém o que faria com essa grana.
- Mas como você vai pagar, Raul?
- Me acompanha.
O Raul sobre e vai ao quarto dos seus pais.
- Eu? Cadê a Dani?
- Cadela não dorme na cama. Ali está ela.
A Daniela estava dormindo no chão em um lençol fino de linho no tapete persa do chão.
Eu tinha esquecido que eles adoravam isso antes das festas. Não era em toda casa que a Dani dormia na cama. Dependendo de qual base fosse ela podia ficar até em uma casa de cachorro.
E ignorando a Daniela ele levanta a cama.
E meu queixo quase cai.
Havia um mar de dinheiro estocado em um fundo falso embaixo da cama. Eu senti que eu fui transportada pra um filme sobre o Pablo Escobar.
- Seu pai é o que mesmo, Raul?
- Delegado Federal. Mas ele tem medo de ser sequestrado por dinheiro em conta. Então ele divide em várias contas e ações. E deixa grana até embaixo da cama como reserva.
- Uau.
Uau.
- Isso paga?
Com as mãos trêmulas e me sentindo excitada pelo poder do dinheiro eu respondo.
- Paga sim.
E reunindo todas as minhas forças eu faço a segunda pergunta.
- Raul, em troca do dinheiro eu queria te pedir algo pra ficarmos quites.
- Claro. O que você quiser.
- Posso participar junto com a Dani?