UM DIA MUITO ESPECIAL (II)

Sou separada há dois anos, tenho uma filha e ralo muito para que nada falte para ela, já que a pensão do meu ex mal dá para cobrir as despesas básicas. Por causa disso, faz tempo que não sei o que é uma pica dentro de mim. Vivo de espaçadas siriricas, quando eu não aguento mais o tesão e quando não estou muito cansada para gozar. O trampo me esgota. Trabalho numa loja de roupas, correndo o dia inteiro, para atender a cliente chato. Final do dia estou esgotada. Mas pelo menos tenho um emprego que me rende boas comissões, final do mês. Sou uma boa vendedora.

Semana passada, acordei com a xoxota em brasa, completamente molhada. Tive um sonho daqueles que só os abstêmios sexuais experimentam. Ao despertar, tentei recompor toda a cena erótica do sonho e passei a me tocar, sensualmente. Começaria o dia com um orgasmo – ainda que solitário.

Mas... puta que me pariu! O relógio escancarou na minha frente que eu estava atrasada pra caralho, e se não voasse para o chuveiro imediatamente, perderia o ônibus, e, com ele, metade do dia de trabalho. A água morna me excitou mais ainda, mas eu sabia que não podia. Não dava tempo. E ainda precisava deixar minha filha no apartamento do pai; ele viajava muito e estava passando alguns dias na cidade. Pediu-me para que ela fosse passar o dia e dormir com ele naquela noite. Concordei. Ele era um pai maravilhoso, e a garota o adorava. Eles se davam superbem. O cara só não prestava para marido, mas, como pai para minha filha e amigo para mim, era o ideal.

Cheguei na loja tentando conter o fogaréu entre as pernas. Como não havia cliente algum, pensei em me aliviar no banheiro. Quando me dirigia ao interior da loja, já pressentindo o prazer da gozada, entra-me um cliente. Indecisão do caralho”: gozar ou faturar? Nesse momento desejei ser puta, pois poderia fazer as duas coisas.

O leite da minha filha falou mais alto. Ele estava impaciente, não queria muito papo. Fui a mais solícita possível. Queria que aquela venda valesse a gozada que tive que reprimir. Separadas algumas peças, levei-o ao provador. Demora da porra! Vou dar uma apressada, que tenho um orgasmo me esperando. Abri a porta, falando: “E aí, ficou boa?!”

O cara estava de rola dura, tentando acomodar dentro da calça. É foda! Eu aqui com pressa e o carinha fazendo traquinagem. Já que eu tinha visto a cena, precisava agir com naturalidade e profissionalismo, para garantir que o constrangimento não fodesse minha venda. Entrei, fechei a porta, e passei a ajudá-lo, chegando mesmo a pegar sua rola dura (vontade grande de dar pra ele ali mesmo!) e enfiar na calça. Mostrei que ficara legal.

Ele concordou e me pus a retirar a peça. Ao baixar o zíper, sua rola vadiou na minha frente, por pouco não levei uma lapada de pica na cara. Eu mereço!

Aí aconteceu. Com a voz mais aveludada que já ouvira de um homem, ele falou:

– Como vou sair daqui nesse estado? Você poderia dar um jeito nisso...

Juro que pensei em meter-lhe a mão na cara, para deixar-lhe impressa a marca dos cinco dedos. Mas, numa questão de segundos, conjecturei: estou torrando de tesão desde que acordei, não tem ninguém na loja, o provador está fechado e um homem está com a pica dura na minha frente. Que caralho eu estava querendo mais do destino?

Agarrei aquela vara rígida e comecei a chupá-la, sentindo o tesão aumentar em cada centímetro, em cada chupada. Meu melzinho deveria ter encharcado minha calcinha. Sugava com suavidade e firmeza aquela rola, até que o gostinho salgado na língua e a pulsação do membro me avisaram do iminente gozo.

Retirei a rola da boca no exato momento em que o primeiro jato atravessou o ar e estalou na porta do provador. Outras golfadas seguiram-se, o homem gemia e arfava. Pensei que iria ter uma coisa ali. Quando se recuperou um pouco, pediu-me um beijo. Levemente refeita da loucura, e já começando a voltar à realidade, quis recusar, mas ele foi tão persuasivo em seu olhar pidão, que cedi. Beijo gostoso do caralho! Ele deve ter sentido a quentura do meu ventre encostado fortemente ao seu corpo, porque suas mãos percorriam sofregamente meus seios, apertavam minhas nádegas e se preparavam para enfiar-se sob minha calça.

Senti que havia chegado ao limite: se permitisse seguir adiante, não haveria volta. Nós nos foderíamos gostosamente e eu gozaria feito uma louca, aos gritos. Antevendo a fila do seguro-desemprego, reuni todas as minhas forças e parei o beijo. Saí da cabine, deixando-o se arrumar, e me pus ao pé da porta, para finalmente garantir aquela bendita venda.

Procurei ser ainda mais profissional do que fora até então. Notei que ele estava meio ressabiado. Decerto queria continuar a safadeza. Mas não lhe dei qualquer chance. Fingi não ter acontecido nada – o que o deixava meio desnorteado – e fechamos a conta. Levei-o até a porta, sorri meu sorriso de atendente e agradeci. Notava que ele procurava as palavras. Ao se ver na porta de saída, deve ter buscado toda a coragem que tinha, e me falou, sussurrando:

– Quem sabe poderíamos continuar o que começamos no provador...

Senti nova agulhada na minha xoxota. Mas sabia que era praticamente impossível rolar mais alguma coisa ali. Pensei até em fechar de vez qualquer possibilidade, mas a diabinha que estava dentro de mim desde o sonho da noite anterior, falou, entre tímida e sensual:

– É... quem sabe...

Voei ao banheiro e nunca uma siririca foi tão rápida e tão intensa. Gozei com toda a força reprimida de mais de ano sem trepar, multiplicada pelo sonho, e levada ao extremo com o gosto de sua rola, que ainda estava em minha boca, e a pressão de seus lábios, que eu ainda sentia sobre os meus. Praticamente tive que tomar um novo banho, para voltar ao normal.

Foi um dia movimentado, a partir daí. Nunca realizara tantas vendas. Somando por alto, já deveria ter faturado naquele dia o correspondente a meio mês de trabalho. Saí contente da loja, no começo da noite, para pegar o ônibus de volta para casa. Estava feliz.

– Moça! Moça, por favor!

Não julguei que fosse comigo. Por isso não atendi logo. Quando me convenci que só poderia estar se dirigindo a mim, voltei-me. Um rapaz vinha apressado ao meu encontro. Só não corri porque estava no meio de uma calçada, com o movimento de um final de dia de trabalho, muita gente indo e vindo, a me garantir a segurança do encontro. Esperei para ver de que se tratava.

Só quando estava parado na minha frente, sorrindo meio abestalhadamente, é que reconheci o primeiro cliente do dia. Estava usando a roupa que comprara e tinha uma caixa de bombons de chocolate na mão. Golpe baixo, aquele! Do jeito que eu estava feliz hoje, devoraria aquela caixa de uma vez... Antes que eu entendesse direito o motivo daquela abordagem, ele foi direto:

– Queria saber se a roupa caiu bem em mim!

– Oi?!

Quando eu me preparava para tomar de assalto a caixa de chocolate e cair fora, com a certeza de que estava diante de um maluco, ele usa novamente aquela voz aveludada que me fizera chupar um homem desconhecido, no meio do expediente:

– Você disse que poderíamos continuar a sessão do provador...

Eu não acreditava no que estava ouvindo e vendo na minha frente. Minha buceta começou a minar água mais uma vez. Meus seios foram se enrijecendo. Eu fui ficando meio sem ar. Eu estava num jejum sexual da porra. Tivera um dia particularmente feliz. Minha filha estava com o pai, eu estava com o apartamento todo só pra mim. Tudo isso zuniu no meu cérebro na velocidade da luz. Olhei para ele e só pude dizer:

– Você é maluco, não é? – meu riso desautorizava qualquer resistência.

Ele escancarou um sorriso lindo (reparando direito agora, era um homem muito gostoso!). Saltitou, sorridente em volta de mim, me entregou a caixa de bombons, e me convidou para tomarmos alguma coisa. Segui meu coração ao responder que sim. O que tivesse de acontecer nesta noite, aconteceria (inclusive nada, como diz a música).

Mas isso eu só conto depois...