Profanos: Brigas e intrigas
O novato era bonito, sim! Disso ninguém poderia negar, mesmo sem um braço. Ele estava entrando na lista idiota do clube dos filhos de Afrodite. Sim, no Colégio interno de Getúlio Vargas, tinham vários clubes e um deles se chamava, filhos de Afrodite. Eram o clube de jornalismo da escola. E o líder deles era o garoto que era super afim de Matheus.
- A lista saiu. – Gritou um dos meninos no refeitório.
Cristóvão odiava A matilha, mais ele odiava mais ainda o clube dos filhos de Afrodite, como aqueles dozes garotos irritavam o moreno. Eles eram filhos de gente poderosa, e estavam naquele clube para alavancar sua própria popularidade. Já que todos eram metidos a galãs de novela e até mesmo mauricinhos acéfalos.
A lista era tinha seus requisitos e um deles era o charme.
Matheus Castilho ainda estava no topo, seguido por Leonardo Miller e em terceiro lugar o novato Chamado Icaro Martins II. E descendo até o decimo lugar.
Cristóvão se sentava quase no fim do refeitório, que era cheio de mesas redondas brancas, com um cardápio cheio de guloseimas e entre outras. Cristóvão era bolsista e aquilo não lhe servia e o máximo que a escola dava, era um bom desconto para comer coisas adequadas. Não como doces franceses e italianos. Mais pelo menos um bolo de chocolate servia.
A escola era de manha as aulas matinais, logo em seguida o almoço e a partir das duas horas da tarde as reuniões dos clubes ou aulas de reforço, e idiomas que tinha na escola.
Ela era um terreno grande que tinha pequenas vilas, que mantinham como distrações para os alunos, como parque temático e ate mesmo com algumas piscinas. Você poderia sair apenas nos sábados, mas teria que voltar até meia noite para a escola, porque logo Domingo pela manhã tinha as inspeções e se você não tivesse, seria expulso da escola.
Meninos só voltaram para pegar suas coisas, o que era triste.
- O que esta pensando? – A voz de Jonas tirou o amigo de seus pensamentos.
Jonas era um garoto forte, mesmo para um gordinho, seus cabelos eram castanhos claros, olhos esverdeados, ele tinha problemas nos dentes e usava aparelho e seu sorriso lembrava muito o do coringa. Sua pele era branca e ele sempre tinha alergia a animais. O que era estranho. Jonas Eduardo Pereira era um garoto filho do governador da cidade.
Eles se odiavam logo de cara, já que Cristóvão assim que chegou na escola e logo foi pego por Mariano que foi um dos meninos que recebeu o trote com ele quando chegou, um garoto muito divertido para ajudar a fazer o aniversario do amigo. Depois de muitas brigas os três viraram amigos, e são inseparáveis.
- Apenas em como eu odeio, sinceramente. Aquele clube da Afrodite. – Cris foi ridicularizado por muito tempo pelo grupo, piadas e até memes feitos, ele jamais esqueceria aquilo. – Se eu tivesse poderes matava...
- Eu concordo. – Mariano disse chegando sentando do lado dos amigos. Mariano era filho de uma turca com um Sultão árabe muito do seu rico. Seus cabelos eram loiros intensos, seus olhos azuis como o mar, seu corpo era branco, ele era forte e malhado, um padrão, logo seu corpo esguio e alto devido a natação. Ele tinha uma tatuagem na costa de duas araras, ele dizia que era o animal que o representava. – Temos que acabar com eles. ESTA NA HORA DA GUERRA.
- Porque somos seus amigos mesmo? – a pergunta de Jonas não era ofensiva e sim num tom de brincadeira.
- Porque me amam, e precisam de mim. Eu juntei os três e posso acabar com todos. – Mariano sorriu de um jeito sinistro.
- As vezes eu tenho medo de você. – Cris segredou para o amigo. – Podemos fazer algo com eles. Eu posso pensar em alguma coisa.
- Eu gosto do lado negro de vocês. – Mariano disse, mais logo sua voz morreu em ver o novato passando.
Ele era bonito. Estava com a farda da escola, um blase azul com detalhes vermelhos, usando uma camisa branca e calças jeans, sapato fechados e óculos escuros. O Garoto transmitia um charme ate em seu andar. Ele tinha uma bunda farta e grande. Ele não tinha um lado o braço, mais descobriram que ele usava prótese.
- Ele é bem bonito. – disse Mariano. – Espero que o clube de xadrez o recrute. Eu pagaria para ficar com ele.
- Ate hoje eu não sei porque eu ainda liberei esse clube. – Cristóvão mexia em suas têmporas para evitar a dor de cabeça matinal.
- Não se faça de rogado, Você mesmo já se divertiu com os meninos do clube de xadrez, antes do Rodrigo Santiago. – Jonas dispensou aquele comentário matinal como se fosse um bom dia.
O clube de xadrez ou mais conhecido como Profanos era um grupo bem fechado, já pensou passar pelo menos um ano inteiro no colégio interno de meninos, sem praticamente sexo algum? E um belo dia no segundo ano, começou o clube de xadrez, um clube de sete garotos que faziam sexo com os outros alunos por dinheiro e diversão. Mesmo que quase todos não precisavam de dinheiro, era um hobbys para muitos.
- Chegou os filhos do demônio. – Comentou Mariano, tentando desviar do assunto que foi posto a mesa.
A matilha chegou com seu bando de 10 alunos. Matheus estava liderando eles, se achando o rei da escola e Cristóvão fuzilava o garoto entortando sua colher.
- Calma! Não adianta disso, sabe que eles são poderosos, temos que matar bem devagar e deixa-los sofrer. – Jonas olhou para o amigo. – Tenho certeza que foi ele que fez o trote em você.
- Esse ano entraram 15 alunos bolsistas, do primeiro ano. – Mariano abriu o celular e procurou pela pagina do Facebook de Matheus o poste - temos que ser mais rápidos que eles. Já que as inscrições para a matilha já estão aberta.
- Podemos bolar um plano. Ou coisa assim. – Jonas desviou o olhar e encarou Leonardo que o observava de longe.
O sinal tocou e eles tiveram que ir para sala de aula.
O clube do xadrez era algo que todos os meninos conheciam. Por um lado, você se divertia e curtia, por outro, estava assinando seu próprio funeral. Os meninos do clube eram muito lindos, uma mesclarem de deuses gregos e romanos em sua forma mais humano possível.
O clube tinha seus sete meninos. O clube era aberto a todos que queriam curti uma boa sacanagem, sem padrões ou desculpas, alguns eram discretos e matinhas seus nomes ocultos, apenas o líder do clube de xadrez sabia seus nomes, um garoto ardiloso que sabia bem guardar segredos, mais também sabia usa-los quando lhe bem convinha.
Murilo Solace, era o nome do garoto de aparecia rustica, com seus olhos bicolores, um lado azul e o outro verde, seu sorriso branco era de um cafajeste, ele era esguio devido a academia sem fim que praticava da escola e o time de futebol, seu rosto tinha uma marca em sua sobrancelha chegando a quase sua bochecha. Do rosto triangular e dos cabelos em tom de castanhos. Sua pele tinha a cor de um bronzeado perfeito.
O garoto era um aluno bolsista. Ele não tinha dinheiro para ficar naquela escola, mais suas notas o deixavam bem para isso, ele liderava o clube mais pevertido e estratégico da escola. Só o fato dos garotos saberem quem eram seus clientes, era uma arma e tanto, para se defender e atacar. Para caso um deles sofresse repreensão, Murilo não pensaria nem das vezes em usar isso contra eles.
Os meninos andavam em grupo. Seus corpos eram desejados e seu charme era algo que valia a pena entrar. Agora você pergunta, porque esse bendito clube ainda existia? Porque até os professores que também eram homens, estavam presos ao clube. O diretor da escola, também frequentavam o clube e isso fazia todos estarem na mão do líder conselheiro do clube, Murilo.
Murilo gostava daquele poder, gostava de como usava e abusava daquilo, já que sua família era pobre, e agia como um cafetão. O dinheiro que eles arranjavam, eram para fundos do clube e também para o próprio líder.
Murilo era conhecia entre eles como Rei Profano. Por ser o cara mais caro. E valia a pena ficar com ele. Oh como valia.
Mais o ano não começou como ele queria, seu grupo estava desfalcado. Havia vagas em aberto ao grupo, devido a alguns dos alunos e amigos de Murilo terem saído da escola. Mas Murilo não se deixou a abater por isso, ele acharia e resolveria o problema. Ele iria abrir vagas para o clube, e teria seu grupo dando o dinheiro que ele precisava. E já sabia como iria fazer isso.
Icaro estava entrando na sala de aula quando percebeu aonde entraria.
Icaro era um rapaz que nunca teve amor do pai, e isso o fez ser mais fechado, e sempre tendo que provar seu valor na sociedade, o que achava aquilo desnecessário. Icaro nasceu com diabetes e por isso teve que cedo apotar o braço esquerdo, o que o deixou ainda mais depressivo.
O pai dele o odiava, por ele ser quem era, por cedo já dizer ao pai que ele era Gay, e ainda mais ser uma pessoa que sofria com diabetes e acima do peso. A mãe do garoto conseguiu receber uma boa quantia de dinheiro de pensão do ex-marido, o que a fez ser dona de um próprio negocio, duas confeitaria famosas pelo estado e dois restaurantes, um de comida oriental e outro de comida mexicana e árabe.
Icaro odiava ter que carregar o sobre nome do pai e odiava ainda mais seu irmão, e era isso que ele teria que sobreviver ao seu ano. Com muita insistência da mãe de Icaro ele foi para a escola mais requisitada do pais. E ter que sobreviver ao meio irmão, Matheus Castilho III.
Assim que viu seu irmão e uma parte da matilha no fundo da sala, ele teve que se contentar para não querer dar um soco na cara dele. Seu irmão era perverso e mesmo sendo um ano mais novo que Icaro. Mais aquilo não faria diferença, ele teve o amor do pai e nunca precisou ver a mãe sofrer para arranjar comida, nos dias de fome.
- Oinc, Oinc, Oinc.
Ele sabia que era o irmão, já que ele tinha essa brincadeira idiota desde da vez em que o pai os levou para uma viagem a Fernando de Noronha. Ele ódio sua madrasta e odiou mais ainda seu irmão, por aprontar com ele naquela maldita viagem.
Os olhares fulminantes de Icaro foram de encontro ao irmão, no final da sala. Ele prometeu para a mãe que não estrangularia o irmão, mesmo que ele merecesse.
Ele se sentou na frente, na fileira bem a frente da mesa do professor. Colocou seus materiais em cima da mesa. Até que seu colega de quarto e mais dois meninos entraram pela porta e ficaram no lado oposto do final da sala, onde a matilha estava.
Ate que um belo rapaz, de cabelos castanhos e olhos bicolores chegou perto dele para se sentar atrás de si.
- Não fique perto dele, Murilo. – esbravejou Matheus com um tom debochado em suas palavras. – Ele pode te infeccionar com alguma doença.
- Acho que ele tem lepra. Devido a não ter um braço. – Comentou o de cabelos negros ao seu lado.
- E você deve não ter cérebro, Matheus. Ou melhor, deve ter, mais perdeu em um dos nossos encontros. Por isso não aceito mais suas investidas.
Matheus encarou o garoto e logo em seguida resmungou alguma coisa. Mas se levantou chegando perto do Rei profano. Ele o encarou e sorriu.
- Calma docinho, ainda será meu. E farei da sua vida um inferno. – Matheus sorriu prendendo o queixo do maior, logo em seguida o beijando.
- Seu escroto, se sente ou vou fazer você limpar essa escola toda. – a voz de Cristóvão se fez ouvir, Icaro encarou o moreno se levantando e indo na sua direção. A sala ficou em silencio.
Matheus encarou o menor, e sorriu. Os dois cachorros de Matheus que Icaro conhecia estava na sua costa. Leonardo e Samuel, Murilo se levantou.
- Eu não preciso que me defendam. – Murilo soltou tirando a mão de Matheus de sua camisa. – Sabe que posso acabar com você.
- Não estou fazendo por você Murilo, estou fazendo por Santiago e pelo que esse verme fez comigo e ele. – Cristóvão soltou o comentário, fazendo os ouvidos de Icaro se alertarem, aquilo iria ser uma briga.
- Não tenho nada a ver, com aquele seu baitola idiota, ele fez tudo aquilo e teve o que merece.
Cristóvão ficou vermelho de raiva.
- Já chega! – gritou Icaro se levantando. – Sai daqui irmão, ou eu mesmo vou bater em você.
A sala começou os murmúrios.
- O leproso esta...
Icaro jogou o garoto com força caindo por cima das cadeiras.
Samuel e Leonardo avançaram, mas o professor entrou dentro da sala de aula.
- Todos para a diretoria. Agora!
O professor de literatura tinha entrado, seu corpo era magro, usando uma mochila mais pesada que ele mesmo, seus cabelos eram lisos e negros, ele parecia novo, já que seu rosto poderia ser bem confundido por um adolescente, de pelo menos um metro e sessenta e cinco de altura, mas eles sabiam que o professor era casado e tinha um garoto bonito de sete anos.
- Mais professor... – Cristóvão tentou argumentar.
- Nada de mais, todos os seis. – Olhou o professor encarando os seis.
Cristóvão saiu batendo os pés em fúria no chão, Murilo e a matilha saiu logo atrás, deixando Icaro por enfim sair da sala.
Aquele ano prometia muita coisa.