Entre amigos (Parte I)

Um conto erótico de Mauro
Categoria: Grupal
Data: 05/05/2018 04:06:51
Última revisão: 05/05/2018 04:11:12

Uma coisa que não poderia ser dita sobre aqueles dois é que não cumpriam suas promessas! Menos de dois dias após o ménage com Érica e Cássio naquele fatídico fim de festa, Dayane me mandou mensagem me chamando para sair.

Marcamos um café no meio da semana em um dia que eu não teria aulas no período da tarde e eu a busquei de carro na saída da universidade por volta das 15 h. Day me cumprimentou com um sorriso caloroso e um beijo no rosto e pude sentir o perfume doce que usava.

Ela estava linda naquela tarde! Dayane tinha pouco mais de 25 anos naquela época, mas seu jeito extrovertido a fazia parecer muito mais nova. Não tinha uma beleza avassaladora, nem nada do tipo; sua aparência era bem comum, diga-se de passagem. Tinha 1,70 m (talvez um pouco menos que isso), cabelos pretos lisos na altura dos ombros, mas que sempre usava preso num rabo de cavalo e um porte físico mediano, nem magra, nem gordinha. Tinha um sorriso lindo com os dentes frontais superiores levemente grandes (o que lhe dava um ar inocente) e um nariz um pouco arrebitado. Sempre usava óculos.

Enfim! Era uma moça muito bonita, mas que poderia passar despercebida na multidão. Mas quando começava a falar, Dayane tornava-se a mulher mais poderosa do mundo! Era professora de física na rede municipal apenas pela comodidade que um cargo concursado traz consigo e, naquela época, estava trabalhando em um doutorado sobre astrofísica. Era, de longe, uma das pessoas mais inteligentes que eu conhecera até então!

Diferente do que se pode pensar de um gênio como ela, Dayane era extremamente solta com os amigos, conversava de forma animada (e sobre qualquer assunto) e adorava fazer graça com tudo.

Naquele dia fazia um frio gostoso e ambos estávamos vestidos a caráter: eu usava uma calça de sarja preta com um casaco cinza por cima de uma camiseta preta e ela vestia uma calça jeans azul escura, camisa branca de botão e um blazer preto. Eu gostava do visual modesto, porém charmoso dela.

Peguei os livros pesados que ela carregava nos braços e coloquei no banco de trás do carro enquanto ela agradecia e entrava do lado do passageiro. Day me disse para irmos em um café que ficava há poucas quadras de distância da faculdade e chegamos lá em poucos minutos enquanto conversávamos sobre banalidades.

O lugar era muito bacana; não muito grande, ambiente aconchegante e um atendimento excelente. Dayane pediu cappuccino e waffles, eu pedi um café puro e uma fatia de torta de limão. Enquanto a garçonete levava nossos pedidos até a cozinha, ficamos batendo papo na mesa.

— Mas e aí? — perguntei com entusiasmo — A quantas anda o seu projeto? Da última vez que a gente se falou, cê disse que a banca tinha recusado o texto inicial…

— Ah, cara! Nem me lembra disso! — disse revirando os olhos — Eu quis matar aquela professora! Eu tive que reescrever quase toda a tese do começo, acredita?! Tô terminando só agora, pra entregar no fim do mês.

— Bom, vamos torcer então! — dei uma risada pra quebrar o gelo — Pesquisa é sempre isso mesmo! Foi por isso que eu parei na especialização!

Dayane soltou uma gargalhada e nossa conversa foi interrompida pela garçonete que voltava com nosso pedido. A torta estava uma delícia! Continuamos o papo sobre o projeto dela (que era muito interessante, embora eu não entendesse metade dos termos que ela usava!), Day me perguntou sobre uns trabalhos que eu estava fazendo como freelancer, enfim, a conversa fluia muito bem com ela. Devo confessar que eu ficava maravilhado ao ouvir ela falar! Tudo, desde sua voz animada até a forma como ela gesticulava era simplesmente encantador! Senti uma pontada de desespero ao pensar que talvez estivesse caindo na velha armadilha da paixão…

— Mas aí… — despertei de um pequeno transe e tomei um gole do café forte e quente — Como foi a festa na casa da Érica? Eu realmente queria ter aparecido…

— Ah, foi muito boa! — tentei desconversar, repentinamente constrangido — Foi mesmo uma pena você não ter ido… — reparei em um breve levantar de sobrancelha por trás da armação do óculos de Dayane enquanto ela bebia de sua xícara e me toquei, instantaneamente, que ela sabia de tudo que tinha rolado naquela noite. Não pude evitar o rubor que me subiu ao rosto, fazendo Dayane rir alto.

— Cê sabe… — pausou um segundo para limpar a espuma de leite dos lábios enquanto pousava a xícara na mesa — Que eles estão bancando o cupido pra cima da gente, não sabe?

— Aham… — eu estava muito sem graça naquele momento e ela parecia se deliciar com a situação — Não achei que eles fossem levar a sério aquilo…

— Aqueles dois não prestam! — disse sorrindo — Mas acho que foi bom… Fiquei feliz de saber que você estava a fim de me ver. Só não entendi o motivo de pedir pra eles fazerem intermédio…

— Ah, sei lá! — começava a relaxar depois do pequeno momento de tensão — Acho que tava com medo de chegar em você…

— Ué?! Medo de que, homem?! — ela parecia genuinamente surpresa.

— Ah, Day! A gente tem que ter noção de quanta areia nosso caminhãozinho comporta né?!

— Mauro, Mauro, Mauro… — balançou de leve a cabeça com um sorriso — A modéstia não lhe cai tão bem quanto você pensa…

Devo ter feito cara de bobo naquela hora, pois ela gargalhou. “É amigo…” eu pensava comigo mesmo “Parece que você foi fisgado!”.

Dayane pediu a conta e insistiu em pagar tudo. Não fiz objeção, apenas disse que pagaria a próxima (deixando claro que queria que houvesse uma próxima vez). Saímos do estabelecimento e Dayane colou no meu corpo quando um vento frio passou por nós dois, segurando no meu braço enquanto caminhávamos até a rua próxima onde eu havia estacionado o carro.

Levei-a de carro até sua casa (lá na zona norte) e fomos papeando durante todo o caminho.

— Olha, Mauro… — me disse quando estacionei em frente a sua casa — Cê sabe que eu ando na correria por conta do doutorado e tal… É meio difícil de conseguir um tempo livre ultimamente. — me olhou de forma intensa — Mas se você for paciente, eu super gostaria de te conhecer melhor!

— Eu não teria como recusar qualquer oportunidade de passar um tempo contigo! — respondi rindo.

Dayane se inclinou sobre mim e me beijou rapidamente. Foi curto, porém maravilhoso! Seu rosto estava frio por conta do clima, mas sua boca era fogo e seus lábios (embora pequenos) eram macios e carnudos. Segurei sua face enquanto a beijava, acariciando sua bochecha gelada.

Ela abriu a porta com um sorriso iluminado e saiu. Observei enquanto ela entrava pelo portão e dei partida no carro.

— Eu não acredito que você já está apaixonado, seu puto! — disse para mim mesmo enquanto fazia o retorno pela rua.

Após esse encontro, Dayane e eu saímos mais algumas vezes: jantamos juntos, fomos ao cinema e demos uma volta na Liberdade. A cada encontro eu ficava mais fascinado por aquela mulher tão impressionante! Érica estava superentusiasmada com o rápido progresso da nossa relação e vibrava a cada pequeno avanço.

Ainda não tinha feito nenhuma investida sexual. Achava que era cedo ainda, não queria acelerar as coisas. Além disso, Dayane era tão interessante em todos os outros aspectos, que o sexo não era uma prioridade naquele momento, embora eu sentisse um tesão imenso por ela. Isso se intensificou quando, após uma conversa mais picante por mensagem onde eu revelei meu fetiche por pés, ela me enviou uma foto daqueles pés maravilhosos! Eram de tamanho médio (chutei que devia calçar 36 ou 37) com dedos longos alinhados em “escadinha”, uma curvatura sinuosa na parte interna e as unhas bem-feitas e pintadas de branco.

Dediquei cada momento livre a partir daquele dia a imaginar como seria delicioso chupar aqueles pezinhos. Mal podia esperar pela oportunidade de glorificar cada parte do corpo daquela mulher sensacional!

Cássio me ligou em uma noite de sábado para informar que ele, Érica e Nadja (a moça com quem eu conversara bastante na última reunião do nosso grupo de amigos) estavam indo para um barzinho e queriam que Dayane e eu encontrássemos eles lá.

Me animei na mesma hora! Já estava achando que aquele fim de semana não renderia nada. Mandei mensagem para a Day que topou na mesma hora e marcamos de nos encontrarmos lá no bar (já que morávamos em direções opostas).

Tomei um banho rápido e vesti uma roupa confortável para a noite. Penteei o cabelo e a barba usando uma cera perfumada, vesti minha jaqueta preta e saí para a noite fria de São Paulo. O vento gelado no rosto me revigorava e tive o pressentimento de que aquela noite seria incrível.

Cheguei rápido na estação devido ao baixo fluxo de pessoas naquele horário e caminhei por cerca de cinco minutos até encontrar Érica e Cássio fumando do lado de fora do bar.

— Mauro! Achei que fosse demorar mais. — Érica disse enquanto me abraçava. Estava muito linda naquela noite; usando um vestido preto estampado com flores vermelhas e meia-calça preta por baixo. Cássio também estava muito charmoso com seu casaco marrom e os cachos rebeldes movendo-se ao vento.

— O metrô tava muito suave. — respondi enquanto cumprimentava seu marido com um abraço — E a estação é pertinho daqui… E a Nadja? Não veio com vocês?

— Ela tá la dentro, no banheiro. A Day me mandou mensagem também; avisou que chega daqui a pouco. — Cássio me respondeu.

Nadja saiu do bar poucos minutos depois, usando um sobretudo vermelho por cima da roupa escura. Era uma mulher muito alta (mais do que eu ou Cássio), com quase 1,90 m e um porte atlético; com pernas longas e fortes e ombros largos. Tinha um rosto comprido, o nariz delicado e olhos levemente puxados por trás de óculos com armação redonda. Usava o cabelo cacheado bem curtinho, quase raspado nas laterais. Tinha um rosto sério quando estava sozinha, mas sempre abria um sorriso ao encontrar os amigos e era um poço de simpatia.

— Olá, moça! — cumprimentei-a com um beijo no rosto — Quanto tempo! Não te vejo desde o dia da festa!

— Ah, meu… muito trabalho, né? Como estão as coisas?

Me preparava para respondê-la quando avistei Dayane do outro lado da rua. Ela estava deslumbrante naquela noite! Vestia uma blusa preta de mangas longas, saia azul escura na altura das coxas e uma meia preta grossa que passava um pouco da altura dos joelhos, deixando a mostra uma pequena faixa de sua pele clara. Calçava sapatilhas pretas e estava com os cabelos soltos. Era uma visão que enchia meu coração de calor!

Deu uma breve corrida na nossa direção, deslisou os braços em torno do meu pescoço e me tascou um beijo de língua. Érica tirou sarro de nós dois batendo palmas e abraçou-a quando nos soltamos. Quando todos terminamos de nos cumprimentar, entramos no bar para fugir do frio.

Era um ambiente agradável, mas estava bem cheio (afinal, era uma noite de sábado), então ficamos de pé no balcão bebendo e jogando conversa fora.

Havíamos chegado lá cedo, por volta das 21 h, pois queríamos aproveitar o metrô na volta para casa. Portanto, pouco antes da meia-noite, Cássio nos convidou para esticar o rolê no apartamento do casal. Todos estavam de acordo: a noite era apenas uma criança e ainda tinha muito papo para ser colocado em dia.

Fomos de metrô até o bairro em que Érica e Cássio moravam. Não estávamos bêbados ainda, mas a animação fazia com que parecesse que estávamos alterados enquanto conversávamos alegremente no elevador. Eu estava encostado no espelho e Day se aconchegou em mim enquanto conversava com Nadja. Eu adorava sentir seu perfume e o calor de seu corpo…

Entramos no apê e Érica foi logo ligando o som com um rock anos 80 enquanto Cássio pegava cerveja para todos. Fomos para a sala e todos nós aproveitamos para nos livrar do excesso de agasalhos, ficando mais à vontade.

O casal tinha uma quantidade grande de puffs na sala e todos dêmos preferência a eles em vez do sofá. Érica saiu do quarto descalça e sem a meia-calça e se juntou a nós em torno da mesinha de centro.

— Porra, Cássio! Cerveja?! — fingiu indignação ao ver as garrafas em nossas mãos — Cadê aquela tequila que a gente ganhou?!

— Ai meu Deus do céu! — Nadja exclamou enquanto todos ríamos — Cê tá querendo é causar a discórdia aqui, mulher!

Terminamos as cervejas enquanto conversávamos e Cássio foi até a cozinha voltando com a famigerada garrafa de tequila e cinco copinhos. Estando todos sentados em círculo, Érica serviu uma dose para cada e anunciou, brandindo a garrafa como um cetro:

— Bora fazer o jogo da verdade ou desafio!


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Comentários

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  • Desejo receber um e-mail quando um novo comentario for feito neste conto.
08/06/2018 14:35:58
Muito bom.Que delícia e que casal feliz.
13/05/2018 01:47:12
Muito bom


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