A Herança - parte 7

Um conto erótico de L.S.
Categoria: Grupal
Data: 29/04/2017 21:05:02

Pessoal, antes do conto vou dar algumas explicações.

Admito que ficou um pouco confuso, mas foi proposital. Pedi pra que não odiassem ninguém por que eles vão mostrar as garras aos poucos. Sobre os personagens:

Miguel pelo visto era pior do que dizem, agora está tentando ficar bem, mas com a vida que ele levava, muitas pessoas querem vingança

Matheus está confuso, ele foi drogado e talvez tenha transado com alguém que agora é seu irmão. Como agir guardando um segredo desses?

Kaue vai ser um pequeno satã.

Rodrigo ainda vai mostrar pra o que veio, pois ninguém é tão perfeito e compreensivo.

Laila e Poliana vão começar a se envolver com medo do Miguel voltar a ser como era.

Espero que esse esteja menos confuso. Lhes apresento o primo Wallace, outro grande amigo do Miguel, mas bem diferente dos outros personagens. O que pode dar errado com o Matheus conhecendo uma nova face do Miguel, a Poliana e o Wallace?

Boa leitura pessoal, não deixem de dizer o que pensam sobre o conto, seja uma critica ou um elogio.

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Matheus

“Pensando no que?”

“Gosto de ver as coisas em movimento.”

Ele continuava encarando a rua pela janela. Tão focado que mal se movia. Florence berrava a frase “What Kind of man loves like this” com tanta força que pensei que fosse pra mim.

“É nessa rua.” - apontou quando chegamos, parei o carro no portão de grade. - “Vamos?”

Eu estava nervoso, não parava de balançar as chaves. Ia conhecer o 'melhor primo', com certeza era alguém de confiança dos meus irmãos. Tinha que impressionar.

“CHEGO MINHA PUTA PREFERIDA.” - ouvi o grito e olhei pro alto. Wallace era moreno, cabelos lisos num undercut, estava sem blusa, mas eu não conseguia achar seu corpo bonito apesar de ser todo malhado, sem nenhum defeito. Sempre reparava nos homens considerados bonitos pra ver se eu me sentiria como me sentia perto do Miguel.

“VAI SE FODER O ARROMBADA DO CARALHO.”

Virei o rosto e ele faltava só brilhar. O sorriso era tão infantil e inocente que sorri também. Subimos as escadas e Miguel pegou a baseado da boca do primo e fumou enquanto o abraçava.

“Zé droguinha da porra, nem fala comigo e já vai se drogando.”

“Também te amo, primo.”

“Quem é esse ai?”

“Esse é o Matheus.” - virou de lado e me encarou sem expressão, odiava quando ele fazia aquela cara de nada parecida com a do melhor amigo. - “Filho do meu pai.”

Wallace sentou na cadeira de praia que estava perto, passou a mão pelo rosto, acendeu um cigarro e sorriu.

“O que minhas primas acham disso?”

“É isso.”

Que tipo de resposta era 'É ISSO'?

“Então parece que tenho outro primo mais novo pra perverter.”

Sentei quieto na maior parte do tempo, eles eram bem próximos. De uma forma diferente de que era com o Pedro. Com o primo parecia mais... não sei. Hétero? Sim, com o Pedro era um bromance, com o Wallace era mais uma irmandade. Eu sorria e respondia tudo o mais sucinto possível. Miguel ficava cada vez mais chapado, a garrafa de rum que ele tinha aberto já tinha passado da metade há varias golada. O primo continuava do mesmo jeito que quando chegamos.

“É sempre tão quieto assim?”

“Não, só sou meio tímido no começo.” - respondi bebendo da lata.

“Não precisa, ali o estado do outro.” - gargalhou apontando pro Miguel, dormindo na cadeira de praia, sem blusa, suado, com varias guimbas e latas ao redor. Sim, ele tinha misturado o rum com cerveja e maconha.

“Não devíamos levar ele no hospital ou pro quarto?”

“Claro que não, se heroína não matou esse mlk, álcool e erva não vão.”

Ele dizia isso como se fosse extremamente normal as pessoas usarem heroína, na verdade todas as conversas giravam em torno de drogas, mulheres (pelo visto Miguel era Bi e já tinha se apaixonado por varias meninas, até pensado em casar com uma), esportes (ele tinha dado a entender que não gostava de futebol antes), politica, mais drogas, festas, mais drogas, amigos traficantes que estavam presos, pastores amigos da família que estavam sendo processados, economia, mais drogas, mais mulheres, mais drogas, mais traficantes, economia de novo.

A maioria dos homens conversam sobre mulher, futebol, festas e tals, mas ouvir ele falar por horas sobre isso só acendeu na minha mente com mais intensidade a ideia de que Lu ainda estava lá, Miguel não era aquele menino inocente que ficava ouvindo Florence e pensando na vida. Toda vez que ele se permitisse sentir, mesmo que coisas boas ao lado dos amigos, ele mostrava um pouco de como era, foi no Bastilha com o tal de Kaue, era com as drogas e tudo mais naquele momento com o Wallace.

“Ele usava muito?”

“Só as vezes, mas isso é historia dele, um dia Primo Miguel te conta.”

“Pow, ele disse que vocês tem Deficit de Atenção também.”

“Sim.”

“Ai vocês controlam o deficit, usam varias drogas e não precisam de tratamento pra parar. Como funciona a genética dessa família?”

“Você vai descobrir quando conhecer todo mundo. Meio que cada um veio com uma especialidade nessa família. Eu sou o drogado, Miguel é o filho da puta, Laila é foda com confusão e briga, Poliana é especialista em ser sonsa e bêbada, meu irmão tem um pouco disso tudo. A gente...”

Paramos quando uma buzina tocou. Ele foi até a ponta do terraço, olhou pra mim preocupado e gritou.

“ENTRA AI MEU AMOR.”

“JÁ BOLOU UM PRA MIM?” - era uma voz feminina.

“Vou bolar, prima.”

Levantei pra ver quem era e sim, era prima do Wallace, irmã do Miguel.

“Tranquilo, Matheus?” - ela me abraçou e sentou na cadeira do lado do irmão. - “Pelo amor de deus, são nem meia noite e ele já está na merda?”

“Ele ta durando mais que você.”

“Mais novo né, tenho mais anos de toxinas no sangue.”

“Mas ele é foda, já foi pior que tu.”

“Mas não pior que você, né primo?”

“Ninguém é pior que eu nas toxinas.”

“Gloria a deusa.” - brindaram e me encararam. - “Vai brindar não?”

“Desculpa.” - fiquei sem graça e ergui a lata.

“Faz o brinde ai.” - ela sorria como se me incentivasse.

“A família?” - sim, eu falei aquilo.

“Tem uma frase que a gente sempre dizia sobre isso, qual era mesmo primo Wallace?”

“Sangue grita.” - ele respondeu.

“Sangue grita.” - brindamos e Wallace decidiu ir no banheiro.

Não queria ficar sozinho com minha... minha irmã, não que fosse muito melhor com o Wallace, mas ao menos com ele eu já tinha visto como lidar.

“Como está sendo morar com o mala do Miguel?”

“Tranquilo.” - meu sorriso foi forçado, claro que ela tinha percebido. Será que tinha?

“Só tranquilo? Ainda não quis bater nele não?”

“Ainda não.”

“Com o 'ainda' na frase eu fico mais feliz.”

Ela me parecia legal, estava tentando. Era muito parecida com meu pai, loira dos olhos azuis, um pouco mais claros que os meus.

“Mas agora na sinceridade. O que pretende fazer com os imoveis?”

“Preciso deles.”

“Ok. Vou ser bem sincera, Matheus. Eu e meus irmãos não precisamos, você precisa. Estamos bagunçando algumas partes nossa vida pra que você tenha o que nosso pai deixou. Então eu vou perguntar novamente. O que pretende fazer com os imoveis?”

Miguel nunca tinha me perguntado aquilo, nem chego perto do assunto. Ela queria saber. Por que? Eu não perguntava o que eles iam fazer com a herança. Minha vida também estava bagunçada com aquilo tudo. Mas obvio, eles não morariam comigo, eu moraria com eles.

“Minha vida não é e nunca foi tão estável quanto a de vocês me parece ser, posso estar errado. Não tive muito tempo pra poder fazer tudo o que eu devia ou queria, um casa própria iria fazer uma diferença absurda.”

Não era um motivo muito bom, eu saiba disso, mas era o que eu podia dizer sem ter que pensar muito na resposta. A verdade é que uma casa faria diferença, ter uma família era o motivo real.

“O que o Miguel te contou da nossa vida?”

“Basicamente nada, ele é meio fechado em relação a vida dele.”

“Meu irmão tem disso mesmo. Bom, nem sempre fomos tão estáveis, nossa vida sempre foi muito conturbada, por isso meus irmãos são tão fechados, cada um a sua maneira, de alguma forma eu também. Mas o problema é, Miguel é um amor de pessoa, do tipo que faria tudo por alguém que ama, do tipo que moveria o céu e o inferno pra conseguir o que quer. Quando ele sente que as coisas estão saindo do controle dele, a primeira reação é sempre agir, quase sempre da pior forma possível, depois ele conserta o que conseguir e esconde o que fica quebrado.” - ela falava olhando dentro dos meus olhos. Por que estava me contando aquilo? - “Então vou ser bem sincera com você, já que você foi bem honesto comigo.” - Nem tanto. - “O que quer com meu irmão?”

FODEU. Ela sabia. Olhei pro lado e pra minha sorte Wallace estava se aproximando, ela ia ficar sem graça de falar sobre isso na frente dele. Assim que o primo deles, nosso, sentou eu sorri sem graça pra que ela encerrasse o assunto.

“Atrapalhei?” - acendeu outro baseado e eu me perguntei como ele ainda parecia tão inteiro.

“Não, só estava perguntando pro Matheus o que ele quer com o Miguel.”

Meu deus, ela tinha dito aquilo.

“Eu acho que eles querem se pegar.” - O QUE? COMO ASSIM? COMO ELES PODIAM FALAR DAQUILO COM TANTA NATURALIDADE? - “Ninguém tá te julgando não cara. Eu já transei com ele varias vezes.”

“Acho que metade do estado transou com meu irmão.”

Eles riam e tudo o que eu queria era enfiar minha cara num buraco e desaparecer. Principalmente quando pararam de rir e ficaram esperando uma resposta.

“Não sou gay.” - foi tudo o que consegui responder.

“Nem o primo o Wallace, nem meu irmão. Eles já devem ter comido muito mais mulher que você, ainda assim conseguem dizer quando querem transar com outro cara.”

“Não é esse o caso.” - o que eu estava falando? É claro que era esse o caso.

“Parece que é. Por isso ele veio pra cá. O que acha primo?” - do que Poliana estavam falando?

“Também acho.”

“Como assim?” - perguntei assustado. Eles falavam como se eu fosse entender tudo.

“Eu não sou um cara de dar conselhos, toda vez que o Miguel me procura, é pra dar uma pausa em alguma coisa. Pra mim, era alguma coisa com o Rodrigo. Mas desde a hora em que ele sentou aqui eu percebi que o problema é você. Tu tá bagunçando a cabeça dele. E tenho certeza que ninguém que ver o Miguel com a cabeça bagunçada.”

“Por que?”

“Meu irmão tem a mania de ficar bem destrutivo quando se sente encurralado.”

“Ele está se sentindo encurralado com o que?” - meu coração estava disparado, podia sentir ele porrando o caralho do meu peito.

“Você, irmão...” - ela me chamou de irmão. Ela tinha realmente me chamado de irmão. - “... é alguém que o Miguel sempre procurou. Um irmão, um amigo pra vida. Um extensão dele. Por que ele é diferente, sempre foi, sempre teve uma cabeça que puta que pariu. Na cabeça dele, se tivesse um irmão, tudo seria mais fácil. O irmão dele seria um tipo de gêmeo, sei lá. Ai aparece você. Quando ele já é adulto, quando ele não precisa mais, pra evitar que você se aproxime como o irmão que ele sempre quis, porque não tem mais espaço, ele transfere sua imagem pra algo erótico. E você faz o que? Retribui.”

“Mas eu não...”

“Ninguém está te culpando muleke.” - como não? Como o Wallace falar isso não me culpava? - “É foda dizer não pro Miguel, ele bom ou ruim. Quando eramos crianças, eu tinha 12 e ele 10, o filho da puta ficou mais de um mês me mostrando filmes pornos e páh. Até que um dia a gente tava meio bêbado.” - com 10 anos? - “Ele coloco um filme bissexual, foi me convencendo que seria legal. Eu era mais velho, ainda assim ele me convenceu. Sempre que eu queria parar, por que me apaixonava por uma menina qualquer, ele ludibriava tudo o que eu queria e acreditava. Me convencia de que eu precisava continuar fodendo com ele. O filho da puta mesmo quando criança foi uma das pessoas mais manipuladoras que conheci.”

“Mesmo quando ele não quer forçar nada, meu irmão sempre consegue o que a cabeça dele quer, mesmo que ele não perceba o que está fazendo.”

Lu, Miguel, Lúcifer, irmão. Tanto fazia a forma que as pessoas o viam, ele ainda era o menino que eu tinha conhecido. Como? Como eu podia me sentir tão atraído por alguém que era tão...

“Matheus...” - ela segurou minha mão, Wallace ainda fumava, mas agora parecia preocupado. - “... não é com você, não é com ele. O problema é a conjuntura. Pra preservar vocês como irmãos e pra ajudar sua vida, vem comigo. Quarta feira eu vou chamar você e ele pra ir lá em casa. Se você se sentir confortável, pode ficar comigo. Pelo menos até tudo se acertar.”

Aquilo não ia se acertar, era mais antigo. Quis contar como eu e ele havíamos nos conhecido anos antes, mas segurei. Por um lado eu estava feliz, eles não estavam me julgando, não estavam brigando, estavam me ajudando. Pelas costas do Miguel.

“Claro, mas quem vai falar com ele?” - Olhei pro Miguel dormindo, a forma como parecia estar fingindo, mesmo que não estivesse. Como parecia tão indefeso, sem ser. Como parecia tão proibido, menos do que realmente era.

“Eu me viro com meu irmão. Já é tradição tomarmos as rédeas da situação um do outro quando necessário.”

“O que vai dizer?” - eu não queria que ele pensasse que o estava dispensando.

“Nada, ela não vai dizer nada, ele não vai perguntar nada. Você não vai dizer nada.” - Wallace parecia bem serio com isso. Levantou e pegou o Miguel quase que no colo. - “Sangue grita por que a gente confia nos nossos, de olhos fechados, se um faz uma coisa extrema, confiamos que é necessário, uma hora vamos saber o por que.”

O vi descer as escadas carregando meu meio irmão desacordado, Poliana se despediu e foi pra casa arrumar tudo pra quarta feira. Segundo ela, tinha que preparar o marido, Macos e a filha Laís pra me receber.

Depois de um tempo o Wallace me chamou. Miguel já estava no carro. Estava na hora de ir embora, encarar a realidade sem ser pela aquela cortina de maconha que começava a nublar minhas ideias.

“Cuida bem dele, sem pensar se machuca ou não. Meu primo não merece outra pessoa colocando a própria vida na frente da dele.”

“Miguel não me parece do tipo que deixa isso acontecer.”

“Tu pensa que não, mas se um dia ele disser 'eu te amo' pra você. Se prepara, ele vai beber o Rio São Francisco de canudo antes de deixar você se decepcionar, mesmo que isso mate ele. Não deixa isso acontecer. Ele nem vai reparar que tá se fudendo por você, mas a gente vai. “

Ele estava me ameaçando ou era impressão minha?

“Isso não vai acontecer.”

“Que bom, por que gostei de você. E tu é primo né. Não rola eu ter que me meter em briga de irmão. Cuida dele. Meu primo é um demonio na maior parte do tempo, mas também é o melhor amigo, namorado, irmão, filho, ou qualquer coisa se ele quiser. Foca nisso se as coisas derem errado.”

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MIGUEL

O carro balançava me deixando meio tonto, mas eu não queria abrir os olhos. Se falasse algo, provavelmente iri vomitar, senti alguém me ajudar a ficar de pé, subir as escadas e tirar minha roupa, a aguá fria bateu acordando meu corpo e me fazendo ficar de pé.

“Bem vindo de volta.” - ele riu passando shampoo na minha cabeça. - “Pensei que não fosse sobreviver a hoje.”

“Que horas...” - a palavra 'são?' ficou presa na garganta junto com o vomito, engoli e respirei fundo. Sentei no chão do box segurando os joelhos e escondendo o rosto.

“Quer ir pro hospital? Eu te levo.”

“Já está passando.” - respondi fazendo o máximo pra passar segurança, levantei a cabeça e meu rosto estava há poucos centímetros de cueca dele. Olhei pro alto e ele estava de molhando a cabeça, com o rosto pro alto, sem reparar o qual perto seu pau estava da minha boca. Marcado naquela cueca, que era a única peça de roupa que ele usava. A água delineava bem, eu quase podia ver a cor rosada da cabeça daquele pau com veias mesmo mole. Mas não estava mais mole, estava maior, mais grosso, olhei pro alto e ele me encarava.

“Vai deixar seu pau duro na minha cara mesmo?”

“Ele ainda não está duro, só acordando.”

Levantei um pouco mais reto que antes, sai do box e fui pro quarto, todo molhado. Deitei na cama e me permiti cochilar.

Assim que acordei, senti cheiro de comida. Coloquei uma roupa e fui caçar a larica de todo dia. Estava chovendo e o cinza dominada tudo, o vento frio entrava pela varanda me dando uma vontade imensa voltar a dormir, mas meu estomago reclamava demais.

Matheus estava de calça de moletom preta e blusa de manga longa azul, ele sempre usava algo da cor dos olhos. Virou o rosto e me viu parado encarando suas olheiras.

“Está melhor?”

“Sim.”

“Seu namorado veio aqui te ver, tentou te acordar mas quando viu que não ia conseguir foi embora. Pediu pra te avisar que um primo dele está visitando a cidade e que vamos nos encontrar com ele fim de semana, depois do seu trabalho.”

“Nós?”

“Sim. Ele contou a historia pro primo, e o primo ficou curioso sobre mim.”

“O primo dele é gay?”

“Não, o primo dele também é bastardo.”

“Hum.”

Não tinha muito o que eu dizer, apenas balancei a cabeça e sentei na bancada. Acendi um cigarro e fiquei vendo o cozinhar.

“Entendi. O que acho dele, do primo Wallace?”

“Vocês são bem próximos, de uma forma meio única, meio fora do padrão.”

“Isso é verdade.”

“Como era?”

“O que?”

“Transar com ele.”

“Ficou interessado?”

“Não, só fiquei curioso em como vocês escondiam isso, e como conseguem levar a vida como se não tivesse acontecido.”

“Simples, aconteceu. Não acontece mais. Ele nunca mais ficou com homens, então eu respeito o fato de que pra ele foi só experiencia, tesão de adolescente. Ele respeita o fato de que mesmo que um dia ele acorde e pense em querer de novo, eu já segui minha vida e o amo apenas como primo.”

“Nunca brigaram por isso?”

“Claro que não.”

“Como foi?”

“Foi bom, começamos quando crianças, meio que aprendemos tudo um com o outro.”

“Rodrigo não sente ciumes?”

“Não. Eu e Wallace ficamos a ultima vez quando eu tinha 14. Já se passaram quase 15 anos.”

“Se eu soubesse que namorar com homens era tão menos complicado eu já estaria com um.”

Ele sorria me olhando dos pés a cabeça e depois desviava o olhar de volta pras panelas.

“Não é bem assim. Homens podem ser tão ou mais complicados que as mulheres.”

“Seu ex era tão complicado assim?” - perguntou desligando o fogo e parando de frente pra mim. Eu estava sentado na bancada de pernas abertas, se ele desse mais cinco passos...

“Não tanto quanto eu.”

“Você me parece bem simples.”. - deu dois passos.

“Espera pra ver.”

“Por que não me mostra.” - segurou nos meus joelhos e encaixou seu corpo no meu.

Nossos rostos já estavam querendo se encaixar, nossas respirações fundas, nossas bocas chegavam pra frente e pra trás como se dançassem. Eu queria, queria muito. Senti sua mão avançar pra minha cintura, a outra já prendia meu pescoço, ele não me puxava, só não me deixava chegar pra trás. Meu corpo reagia impulsionando meu quadril pra mais perto dele, minhas pernas já se fechavam em sua cintura, minhas mãos já estavam quase dentro da sua blusa. Meu pau pulsava e minha cabeça rodava.

“Desculpa.” - o ouvi antes de sentir o corpo dele se afastar. - “Isso não pode acontecer.”

Abri os olhos ainda confuso. Ainda sentindo ele em mim. A porta da sala bateu e percebi que tinha saído de casa. Aquilo precisava parar. Rodrigo não merecia aquilo, eu não merecia aquilo. Estava tudo bem antes. Estava tudo certo há pouco tempo. Senti ódio do meu pai, eu não sentiria essa atração se tivesse sido criado com o Matheus, se eu conseguisse enfiar na minha cabeça que ele era MEU IRMÃO

Deuses, eu quase tinha beijado meu meio irmão. Me senti sujo. Fiquei enjoado e corri pro banheiro. Vomitei parte pela ressaca, parte pelo nojo que senti de mim. Parte por vergonha de quase ter traído meu namorado. Eu precisava que a Poliana o levasse, mas como o faria ir pra casa dela sem que tudo ficasse estranho? Como? Eu precisava que ela o fizesse ir, sem minha interferência. Pro Rodrigo não achar estranho, pra que o Matheus não se perguntasse se íamos desistir dele? Íamos? Poli precisava plantar a semente, eu orava pra que já tivesse agido. Por que no caso eu, estava ocupado mantendo tudo o que eu podia trancado. Não seria bom que eu resolvesse aquilo, meus métodos nunca forma muito saudáveis. Eu não queria ter que foder a vida de outro Matheus, nem que outro Matheus destruísse a minha vida.


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Comentários

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30/04/2017 18:58:32
Povo pra se drogar.. esses contos come filhinhos de papai quase sempre são assim, muita droga, todos os caras já se pegaram e ficam pagando de heterosão p manter pose...fora que são na maioria bem fúteis. Meio fantasioso p mim. Pq foge bem da minha realidade.mas um conto bom...
30/04/2017 09:25:02
Miguel precisa se tratar kkk esse cara não é normal
30/04/2017 01:29:19
Traduzindo: Miguel é psicopata kkkkk
29/04/2017 21:12:46
Back from the dead. Na verdade entendi que quis dizer no capitulo anterior. Afinal, o que mais existe aqui no CDC são contos confusos e carentes de coesão textual e seu passa um pouquinho longe. Não suma mais, nem lembrava mais de você. 😉


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