Felipe, Meu amor de Infância FINAL
(Sugestão de música para essa leitura />
- Já conversamos sobre isso e sei que você já perguntou isso a sua mãe também, mas vou te falar de novo. Assim que voltei de viagem te procurei na sua casa mas você não morava mais lá, sua mãe ao saber que eu estava noivo e desconfiada do que podia ter acontecido entre nós já embarreirou qualquer contato que podia ter com você. Não tinha coragem de tocar no assunto, ser gay é algo que nunca passou na minha cabeça, nunca me vi nessa condição mesmo amando você. A única pessoa que sempre conversou comigo sobre isso de forma clara foi o seu pai e ainda assim não tive coragem de falar tudo que precisava. Depois de toda aquela situação com a Emilly, ainda vi minha mãe muito resistente a nós dois, ela sempre dizia que nunca aceitaria uma relação nossa. Fui extremante irresponsável por achar que as drogas iriam me ajudar em algo, mas cai nessa e quando menos esperava você estava lá como um anjo pra me amparar. Eu não tinha nenhuma coragem de olhar pra você e ver como estava deixando a minha felicidade escapar de mim, meu orgulho também sempre falava mais alto não queria aceitar ajuda de ninguém era um problema que eu havia buscado então eu teria que resolver - Felipe desabafada como nunca, eu apenas lhe escutava - Quando a sua mãe ficou doente eu sempre ia visitá-la não queria pensar o pior mas temia, não poderia deixar ela morrer sem antes nos dar sua benção, não me sentiria bem, parece bobeira mas a benção dela e da minha mãe representa muito para mim. No final de tudo tanto ela quanto minha mãe sempre achou o que eu sentia por você uma aberração, algo que em hipótese alguma seria aceita, o que sempre me deixou extremante mau quando conheci a a Emilly eu usei ela como ponto de apoio mas não teria jamais o mesmo sentimento que sinto por você. - concluiu ele.
Era muito estranho ouvir tudo aquilo, mas de certa forma alimentava o meu ego saber que tinha alguém, que eu era peça fundamental para a vida dele. O dia transcorreu muito bem, a todos os amigos que chegavam era notória a cara de surpresa e desaprovação pela presença de Felipe, os olhares eram todos de acusação, não sei se mais intensos para mim ou para ele. Como meu aniversário é num feriado e caiu numa sexta feira podemos passar o final de semana juntos, foram dias mágicos, vivemos intensamente cada dia, como se fosse o ultimo. No domingo tivemos que nos despedir afinal na segunda voltaríamos a nossa rotina, todos os finais de semana nos víamos e não havia um dia sequer que não conversaremos seja por liação ou por mensagens.
Todo aquele castelo com direito a príncipe e tudo estava para ruir, depois de muito tempo sem contato com Gabriel recebi uma ligação dele, ele me parecia muito nervoso mas perguntou quando eu iria aparecer para colocar a conversa em dia, achei estanha sua ligação e não fiz muita cerimonia:
- Ta bom Gabriel, eu sei que você não ligou para saber se estou bem, a meses não nos falamos! Qual a bomba? - brinquei com Gabriel.
- Então eu preferia conversar com você pessoalmente, se não tiver problemas - Respondeu Gabriel em um tom pouco serio.
Na minha cabeça só passava que ele queria voltar, ter um vale a pena ver de novo ou algo do tipo, ele saberia que se falasse diretamente o que ele queria eu poderia contar pro Vitor e gerar uma situação “desconfortável” visto que eles tinham apenas se distanciado e não acabado, na verdade nem sabia se ao menos algo havia começado. Combinei com Gabriel de nos encontrarmos na minha casa mesmo em alguns dias.
Havia marcado num dia de semana pois era um dia mais tranquilo entre os plantões dele e consegui uma folga no trabalho, chegado o dia lá estava Gabriel em minha porta, ele me parecia inquieto e nervoso, e não fez muitos rodeios para chegar no assunto:
- Desculpa não te dar muitos detalhes no telefone, mas o assunto é um pouco chato. encontrei seu pai no mercado a uns dias atrás e ele comentou que você e Felipe haviam voltado. A uns dias eu já vinha encontrando ele no parque, e sempre com uma companhia que me intrigava muito. - falava Gabriel uma lentidão que me matava! Um desespero imenso já tomava conta do meu coração. - Acredito que você já imagina quem seja, Emilly tem estado com ele quase todo dia e num clima um pouco mais quente que amizade.
Gabriel pegou o celular no bolso e mostrou fotos que me custaram crer, lá estava Felipe e Emilly abraçados no melhor estilo casal em lua de mel. Um choro convulsivo tomou conta de mim, senti ali todo meu mundo ruir mais uma vez. Na minha cabeça só vinha aquele hipócrita falando que me amava e que eu era tudo na vida dele. Tive o conforto do ombro de Gabriel para chorar os primeiros minutos mas não me sentia bem em fazer isso.
- Cara não sei como te agradecer por isso, a única coisa que eu peço é que me envie essas fotos, juro que não vou citar seu nome. E me perdoa de verdade em não te pedir para ficar mais um pouco mas preciso ficar só. - o choro já se tornava em um ódio profundo.
Atendendo meu pedido Gabriel passou as fotos para mim e me despedi dele.
- Jura que você não quer que eu ligue pro Vitor ou alguém vir ficar com você? - Gabriel não se continha de preocupação em me deixar ali só.
- Sim, preciso ficar um tempo sozinho. - Respondi lhe dando um abraço de agradecimento por tudo.
No meu quarto só consegui imaginar como alguém podia ser tão falso, como poderia brincar tanto com os sentimentos dos outros. Claro que eu poderia ser seu amante de final de semana e ele bancar a o machão com sua namoradinha durante a semana. Por certo até mesmo pela distância seria cômodo a ele ter uma vida dupla, mas até quando? O quanto ele me julgava inocente o suficiente em acreditar que ele não iria querer uma vida comigo por optar viver na cidade dele. Vinha tudo numa avalanche de sentimentos e emoções das quais nunca saberei descrever com exatidão.
A noite como de costume Felipe me ligou, não tinha como atendê-lo, não naquele dia, eu não saberia dizer tudo que eu precisava dizer, pois sempre que eu sequer penso no assunto apenas as primeiras palavras saem e em seguida um choro de revolta em ser tão trouxa me toma. Como pude acreditar que ele iria me escolher viver comigo e enfrentar a mãe dele? É claro que sempre seria mais fácil assumir uma relação que fosse bem vista pela sociedade e não questionado. Ele ainda insistiu nas ligações e por fim me mandou uma mensagem, a resposta que pude dar a ele foi apenas as fotos que eu tinha e das quais a covardia dele não se deu nem ao trabalho de responder.
Nos dias seguintes ele ainda insistiu em algumas ligações mas não o atendi, somente 3 semanas depois tomei coragem de contar ao Vitor tudo que tinha acontecido e claro tomei um belo esporro por ter vivido tudo aquilo sem contar nada a ele, ainda tive que ouvir todo aquele bla bla bla de eu sabia que ele ia te machucar de novo, ele não presta merece aquela vagabunda, O que ele não entendia e que não cabia eu dividir mais essa frustração com ele, estava na hora de seguir sozinho a minha vida.
Hoje em dia vivo minha vida na minha rotina de trabalho e estudo, tenho planos de em breve morar fora do Brasil e seguir de cabeça erguida ainda que o coração esteja vazio é bem bagunçado. Não dei a menor chance de defesa a Felipe até mesmo por que tudo que ele falasse não iria me convencer de que ele iria mudar, ele voltar com uma mulher traia ele mesmo estando a caminho do altar, para mim eram mais que merecidos os dois. Meus pais se divorciaram minha mãe esta de mudança para um outro estado em Janeiro e não tenho mais nenhum motivo para volta à aquela cidade.
Estou solteiro e vivendo a vida como posso.
É isso gente, chegamos ao fim. Peço desculpas de coração pela demora, em momento algum pensei em desistir ou abandonar vocês é que realmente não tinha estrutura pra colocar tudo que estava vivendo no papel, tinha dias que abria o editor de texto e mal saía uma linha. Só tenho mesmo que agradecer a paciência e a força que vocês me deram todo esse tempo. Meu contato continua o mesmo vou deixar aqui no final e está sincronizado no meu celular então responderei a todos o mais rápido possível sempre! Até a próxima!
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