CORAÇÃO DE TITÂNIO - 10

Eu iria postar esse capítulo faz alguns dias. Fiquei sem internet e tal... Sinto muito!

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coelinho33: Haha! Você está chocado? Então peguei todos de surpresa. Gosto assim! Haha! Brinca. Obrigado pelo comentário.

Martines: É... Acho que fui bem sucedido nesse aspecto de colocar algum (pouquíssimo) suspense no conto. Acho que ficar com raiva e nojo são coisas normais, afinal Leon é um ser humano. Xavier é uma caixinha de surpresas... Creio que até o final do conto ele irá deixar cair algumas faces. Fique de olho nele. Obrigado pelo comentário!

rodrigopaiva: Incesto, eu já achava um assunto complicado de se abordar no meu conto anterior... Nesse não fica menos complicado. Creio eu que uma traição não doeria tanto quanto ser comparado com outra pessoa... Obrigado por comentar, senhor Paiva!

Pe_Henrique: Meu Deus!!! Amém!

Jãozinho: Haha! Está muito surpreso?! Haha! Bem, tenho que te deixar essa dúvida... Será que Xavier é o que aparenta? Será que há mais segredos?

S2DrickaS2: Vou começar meu comentário sobre seu comentário já dizendo meu nome. Acredite ou não, me chamo... Surpresa! Haha! Leon é um nome que eu também adoro. Minha querida (ainda não sei seu nome), pode deixar que não irei desistir. Posso demorar um pouco, mas o conto sairá. Obrigado pelo comentário minha fiel leitora!

Caabe_be: Meu nome é Daniel! Pronto, falei! Daniel Souza, iguaizinho ao meu amado personagem! Por quê? Porque acredito que meu nome não combine tanto comigo quanto combina com meu personagem. Sobre o conto... Você achava que haveria um masoquismo envolvido? Haha! Adoro! Haha! Mas não... Xavier está mais pra psicopata do que pra... OPS! Falei demais. Fiquei sorrindo feito um pateta por você ter percebido o paralelo dos incestos entre os meus contos. Adorei seu nome... Carlos Alexandre! Nome de soberano. Hummm... Xavier doente? Bem... Fique de olho nesse safado! Obrigado por comentar, senhor Alexandre! De verdade.

compulsiva: Estou surpreendendo todo mundo. Estou surpreso por estar surpreendendo todos! Haha! Bem... Irei dar um rumo bem complicado pra história. Espero que você goste e continue acompanhando. Obrigado!

kel3599: Não fique com raiva de mim! Por favor... Eu vou entrar em depressão, viu?! Haha! Fico muito feliz que você goste de como narro, apesar de você não ter gostado tanto do rumo que tomou. Confie em mim, eu também gostaria de outro rumo... Mas... Né? O tamanho do conto continua minúsculo e lá no fim explico. Obrigado por comentar sempre!

Nick *-*: Meu nome é Daniel, senhor Mathews! Fico agradecido pelo comentário e quero falar que adorei a foto. ;) Enfim! Xavier e Leon vão passar por alguns perrengues e espero que você continue acompanhando a história! Não me mate antes do tempo! Haha!

Ru/Ruanito: Credoooo! Adoroo!

holli: Obrigado!

ale.blm: Obrigado, Alê! Abraço!

Isztvan: Obrigado por gostar e comentar. Se está gostando, fico tri feliz. Ei! Eu nem faço tantos mistérios. Só alguns poucos. E se você me dar zero, irei me suicidar! Haha! Haha!

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CORAÇÃO DE TITÂNIOEu nem sabia mais quem eu era! Tantas mudanças, tantas coisas. Meu cérebro havia travado e eu não conseguia pensar direito.

É tão engraçado como esperamos que aburdos aconteçam com os vizinhos, mas nunca conosco. Eu parecia pegar fogo de dentro para fora...

Não sei como cheguei no meu apartamento, como estava deitado na minha cama. Apenas sabia que ali estava eu.

Meu peito estava doendo e meus olhos ardiam. Doía respirar, doía pestanejar, doía pensar.

Papai..., a voz de Xavier ecoava na minha mente, doentia e melancólica.

A vontade de gritar veio primeiro, substituída rapidamente por uma vontade de chorar. Chorei novamente, de nojo, de raiva, de dor. Sentia ânsia de vômito ao pensar nele e o próprio pai. Por quê?! Por quê?! Eu o odiava tanto! Eu o odiava!

Odiava, talvez, mais a mim mesmo.

Odiava meu coração encolher-se de dor cada vez que eu pensava naqueles olhos coloridos. Merda! Eu estava com tanto ódio, com tanta raiva e dor! Podia arrancar minha pele com os dedos, de nojo.

Não podia mais suportar aquilo. Ele e eu não teríamos um futuro! Nunca teríamos. Xavier tinha aquele sentimento doentio pelo pai... O que sobrava pra mim? Sobrava ser o cara que era parecido com seu pai, ficando com ele apenas por isso... Por parecer alguém que ele desejava. Isso eu não suportaria!

Jamais!

Um banho escaldante marcou minha ida ao banheiro. Nem assim eu me senti mais limpo.

...

Dizer que passei terrivelmente o domingo todo seria pouco. Quando conseguia pegar no sono, sonhava apenas com visões incestuosas que faziam meu estômago revirar-se.

Ao olhar para mim no espelho segunda-feira pela manhã, tive pena de mim mesmo. Seria um puta elogio dizer que eu estava horrível. Parecia mais velho pelas olheiras, rosto amassado e olhar sem vida.

Só me prestei para levantar da cama pois estava decidido a acabar de vez com qualquer vínculo que eu tivesse com Xavier. Sumiria da vida dele e queria mais que tudo que ele sumisse da minha! Queria ter uma amnésia e esquecer que o havia conhecido.

Às nove da manhã eu estacionava meu carro à frente do restaurante, vestindo minhas roupas costumeiras e não o terno que deveria usar. Estava com o contrato em mãos, a agenda, o cheque do meu primeiro pagamento e as chaves do restaurante assim como do meu armário.

Encaminhei-me para porta da frente e antes de alcançá-la para destrancá-la, eis que me surge Xavier parado a alguns metros longe de mim, escorado em um carro. Ele não falou nada, não se mexeu. Eu simplesmente senti a presença dele ali, me encarando.

Encarei-o de volta, sentindo meu coração martelar no meu peito. Deus! Ele estava tão horrível quanto eu! Parecíamos dois zumbis, fitando um ao outro.

-Pensei que você não viesse. -ele confessou, rouco. Encarava-me, impassível, focando-me os olhos e nunca desviando seu olhar colorido de mim.

-Vim pedir demissão. -disse, sentindo a amargura das minhas palavras.

-Você não pode. -ele disse, aproximando-se aos poucos. -O contrato é específico quando o assunto é esse. Um mês obrigatório!

-O contrato? -eu balancei as folhas sobre os olhos dele, para depois rasgá-las em diversos pedaços pequenos e jogar no chão, com raiva. -Que contrato?

Joguei o molho de chaves no peito dele, focando seus olhos surpresos e magoados. Aproximei-me com raiva e atirei-lhe o cheque na sua cara. A agenda pendeu pra fora das minhas mãos caindo no chão.

-O dinheiro que tem aí eu gastei uma parte, mas não se preocupe! Vou devolver o mais rápido possível. Sei sua conta bancária e irei depositar tudo o que falta.

-Não! O dinheiro é seu... -ele começou a falar, fracamente, mas eu simplesmente virei minhas costas e comecei a me afastar. -Leon! Porra, Leon! Não faz isso!

Estava quase alcançando meu carro quando senti seu aperto no meu braço impedindo-me de avançar. Não virei para encará-lo pois meus olhos estavam marejados de raiva, ódio e amor... Podia sentir a ira que fosse, mas eu ainda amava-o. Meu coração estava partido e meu orgulho em frangalhos.

-Você não tá pensando direito! Esse emprego é bom! Não largue por bobagem! -ele murmurou, apertando meu braço.

-Bobagem? -tive de rir baixinho. -Você é um doente do caralho e quero distância de você!

-Você não vai encontrar um lugar tão bom como aqui! Sabe disso. -seu aperto ficava mais apertado. Ainda não havia criado coragem pra encará-lo.

-Sabe meus motivos pra me afastar! Seu filho da puta! Esqueceu de ontem?!

-Não, não esqueci! -ele puxou-me, mas não me mexi. -Leon, vem pra dentro comigo e vamos conversar devidamente. Conversar como pessoas civilizadas.

Respirar pesadamente, querendo que tudo que eu havia passado naquelas duas semanas não passasse de um terrível pesadelo, porque ter conhecido Xavier foi justamente isso... Um pesadelo.

-Quero que você fique longe de mim. -falei, baixinho, desprendendo meu braço do seu aperto.

Quando estava para entrar no carro, parei subitamente ao ouvir claramente um Você não vai escapar tão fácil! vindo diretamente dele. Virei meu olhar pra ele e vi seu olhar bicolor totalmente transformado em determinação e fúria.

Senti, pela primeira vez, medo dele. O dia anterior me provou que eu não conhecia realmente aquele ser na minha frente... Ele me usou, me apunhalou pelas costas e, eu tinha certeza, seus truques não acabariam por aí.

Quaisquer que fossem os motivos dele pra Não me deixar escapar! eu só queria uma distância segura dele. Dele e da vontade louca que eu tinha de beijá-lo ao mesmo tempo que eu tinha vontade de socá-lo até deixá-lo em coma.

Havia mais coisas que eu queria respostas de Xavier... De repente lembrei daquele homem no shopping, que estava com ele. Quem era? Balancei a cabeça e me concentrei em dirigir pra longe. Aquele cara deveria ser algum amigo ou sei lá... Não me era mais importante! Pelo menos não deveria.

Quando cheguei à frente do apartamento, vi um carro conhecido. Estacionei ali perto. Fui logo saindo do carro e me aproximando aos poucos.

-Pai? -questionei, surpreso.

Ele sorriu, saindo do carro. Vestia-se normalmente... Sem as costumeiras roupas da alta sociedade. Algo estava errado!

Senti seu abraço carinhoso me envolver e automaticamente lembrei do furacão que minha vida se tornou. Aquele abraço foi o suficiente pra me levar às lágrimas dolorosas novamente. Eu só queria parar de sentir aquela dor e aquela raiva. Por que eu sentia tanta raiva? Era tanta raiva que parecia que meu corpo não era um receptáculo o suficiente e aquela raiva toda iria transbordar de mim... Mais cedo ou mais tarde.

-O que aconteceu, filho? -ele questionou, preocupado, ao me ver chorando. Meu corpo tremia.

Recompus-me aos poucos e balancei a cabeça. Indiquei o prédio com a mão.

-Vamos entrar! -funguei com mais classe que podia. -Lá eu te conto tudo.

...

Jamais havia visto Jonas tão transtornado. Sua raiva era engraçada e eu poderia esquecer um pouco a minha.

-Então quer dizer que o cara por quem você é apaixonado ainda ama o pai morto e ficou com você apenas por lembrá-lo? -ele questionou, incrédulo.

Acenti, sorvendo alguns goles do meu vinho. Era bom demais desabafar com meu próprio pai! Ele não me julgou quando contei que havia me envolvido com um homem e ficou pulando de felicidades quando disse que meu relacionamento com Homero estava super bem.

-Leon, não consigo acreditar que isso aconteceu com você. -ele murmurou, virando totalmente seu vinho em uma sorvida.

Encolhi os ombros, tentando ficar o menor possível. Talvez a raiva parasse de me espetar suas garras em mim.

-Será que podemos mudar de assunto? Meu dia já começou uma bosta. -murmurei.

-Claro, claro. -seus olhos se suavizaram com compaixão.

-Bem, o senhor não me disse o que veio fazer aqui.

Ele desviou seus olhos dos meus e só voltou a me olhar alguns segundos depois. Ele parecia um tanto culpado e com vergonha.

-Eu não tenho pra onde ir. -ele sussurrou.

-Como? -eu balancei a cabeça sem entender.

-Saí de casa! -ele murmurou, com mais convicção. -Vou em busca de um advogado amanhã pra resolver a separação.

A primeira coisa que fiz foi levantar do sofá, surpreso, depois corri até ele e o abracei, rindo. Ele me abraçou de volta, primeiramente surpreso, mas logo começou a rir comigo.

-Caralho! -exclamei, ainda rindo. -Finalmente nos livramos da bruxa!

-Eu pensei que pudesse ficar com você por alguns dias até... -ele começou, totalmente vermelho.

-Pai, você vai ficar morando aqui comigo! -eu afirmei. -Pelo tempo que você quiser! Vai ser ótimo!

Ele sorriu largamente. Parecia mais jovem rindo. Meu pai era um homem muito conservado é muito, muito bonito. Nunca entendi o porquê ele ficar com aquela boneca de voodoo.

Jonas foi aos poucos perdendo sorriso e então encarou-me sério.

-Preciso te contar o real motivo de ter resolvido partir de vez. -ele disse, num suspiro.

Parei de sorrir também, ao ver que o assunto era mais sério que eu imaginava. Ele estava tenso e um tanto preocupado.

-O real motivo? -questionei.

-Faz muito tempo que quero partir daquela vida. -ele começou. -Nunca fiz isso porque não queria deixar você sozinho com ela, pois sempre acreditei que você um dia pudesse ver que o que sua mãe faz é errado.

Eu sorri com carinho a ele. Ele retribuiu, continuando.

-Logo que você saiu de casa, não pude fazer o mesmo pois sem mim lá, Marli iria acabar com o comitê torrando todas as verbas e os fundos para a caridade. -ele encolheu os ombros. -Há crianças nessa cidade que só comem algo por causa das verbas...

-Então por que saiu? -indaguei, levemente.

-Sabe aquela guria? -ele gesticulou. -Aquela nariguda com olhos de peixe morto?

-Érica? -eu ri, da maneira que ele falou.

-Isso! Ela mesma! Pois bem! Você terminou com ela e saiu de casa. Sua mãe formou uma aliança secreta com a guria feia.

-Peraí... Não entendi. Aliança secreta? Como assim?

-As duas colocaram um detetive atrás de você, pra te vigiar, colher informações e descobrir algo que te obrigue a voltar para casa e voltar a namorar aquele sapo feio.

Arregalei os olhos, arfando em surpresa. Coloquei a taça de vinho em cima da mesinha ali, com a testa franzida ao pensar em algo tão absurdo.

-Elas não fariam...

-Você sabe que fariam. -ele torceu a boca em ódio.

-Mas como você descobriu isso? -consegui sussurrar.

-Ouvi uma conversa das duas com o detetive. Ele mostrava fotos suas e também seu horário costumeiro. Se elas não sabem de tudo sobre você, sabe muita coisa. -ele deixou suas costas caírem cansadas no sofá. -Pedi o divórcio, o que foi um inferno, e arrumei minhas coisas pra vir atrás de você! Elas não sabem que eu sei do plano delas, então isso é um trunfo nas nossas mãos.

Eu ainda estava paralisado pelo fato de minha própria mãe querer minha desgraça. Ela não estaria feliz até que todos nós estivéssemos infelizes ao lado dela.

Eu tive de entortar um sorriso irônico. Era tão a cara dela subornar os outros! Deus! Eu já havia visto esse truque dela inúmeras vezes! Cascavel, bruxa, maldita!

-O que faremos agora? -indaguei, sem esperança.

Era questão de tempo até o detetive achar algo pra que elas me subornassem. Não duvidava que fosse algo que envolvesse Xavier... Eu não suportaria vê-lo sofrer por minha causa.

-Não sei. -meu pai admitiu. -Mas talvez devêssemos formar nossa própria aliança pra contra-atacar.

Estava perdido em pensamentos que só decodifiquei aquelas palavras alguns segundos depois. Quando o fiz, recostei-me no sofá para rir.

-Nos dois contra as duas bruxas? Elas têm armas poderosas... Não me parece muito justo.

-Pensei em convocar um forte aliado que resistiu fortemente à tirania da bruxa. -ele estava sorrindo maleficamente quando me olhou.

Rimos juntos e exclamamos em uníssono HOMERO!

Isso! Homero saberia como lidar com essa situação! Ele, Dani e o Fernando! Iríamos derrubar as duas bruxas com um tacada só!

Em menos de dois minutos estávamos indo juntos pra casa do meu irmão.