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Apaixonado pelo Diabo - IX
Capitulo nove: Conflitos
Davi
– ... Em nome de Jesus. Amém. – meu pai encerrou a oração quando estávamos reunidos para o jantar aquela noite. Nós nos sentamos e minha mãe nos serviu um pedaço de lasanha – E como foi o dia de vocês, meninos?
Daniel olhou para mim com um sorriso inocente no rosto. Eu sabia que o meu irmão não contaria ao meu pai sobre o que viu aquela tarde. Eu tinha sido bem claro quanto a isso. Só de lembrar a forma como ele aceitou quem eu era, fazia meu coração dar pulos de alegria. Ele me amava e isso era tudo o que importava.
– Não aconteceu nada de interessante – falei dando de ombros – Basicamente assistir tv o dia inteiro com Daniel.
– Na minha época as crianças brincavam na rua, mas agora elas só querem assistir televisão, jogar vídeo game e ficar na internet o dia inteiro – meu pai resmungou – Quando eu tinha a idade de vocês...
– Vivíamos em outra época – minha mãe completou sua frase o que o fez ficar carrancudo – Podemos comer em paz?
– Mas eu não ia falar nada demais – ele resmungou.
– Só ia reclamar de como eles estão desperdiçando a juventude – minha mãe disse – Seus filhos vivem em outro mundo, Marcelo.
– Um mundo podre – O tom que meu pai usou era cheio de raiva – Quero livra-los desse mundo impuro!
– Mas você não pode Marcelo! – minha mãe falou irritada.
– O que está acontecendo com você Cristina? – meu pai perguntou confuso e furioso – Você tem agido de forma estranha nos últimos dias e no domingo mal prestou atenção ao culto!
– Talvez eu esteja cansada disso Marcelo! – minha mãe falou e pela forma que disse, todos na mesa pudemos ver que ela estava desabafando – Estou cansada de seguir algo que não concordo. Estou cansada de ficar fingindo acreditar na mesma coisa que aquelas pessoas! Estou cansada de viver com um homem que diz coisas idiotas e que magoam pessoas que te amam!
Uma lagrima escorreu pelo olho de minha mãe quando ela falou a última frase que se referia a mim. Meu coração se acelerou na hora e um sentimento de força tomou conta de mim. Minha mãe estava mostrando mais uma vez que me apoiava e que ficaria do meu lado.
– Você está louca Cristina – meu pai disse se levantando da cadeira – Pensa bem e depois vem falar comigo.
– Senta nessa cadeira agora! – minha mãe ordenou – Vão para o quarto meninos! – sua voz era mais firme do que nunca.
Nós obedecemos assim como meu pai. Daniel veio para o meu quarto e ficou deitado na cama comigo enquanto meus pais discutiam sobre o que achavam melhor nos ensinar.
Arthur
– Estamos com medo – Enzo disse aos nossos pais depois do que dissemos sobre Alexandre – Ele vai acabar matando alguém nessa casa.
– Mas eu não entendi o por que ele ameaçou você, Arthur – meu pai falou – O Enzo ele tem um motivo para ferir, mas você?
– Por que ele é maluco – Enzo reforçou o que já tinha dito milhares de vezes aquela noite – E obrigado por achar que ele tem um motivo plausível para me machucar.
– Seu pai não quis dizer isso Enzo – minha mãe defendeu meu pai como sempre fazia – Ele só se expressou mal.
– Engraçado como ele tem feito isso ultimamente – Enzo provocou.
– Vamos nos ater ao problema? – Breno interviu antes que virasse uma discussão da qual ninguém sairia vitorioso – Alex é um perigo para nós.
– O irmão de vocês só está perdido – minha mãe tinha uma mania irritante de tentar proteger todos de todos – Ele só precisa processar o fato do seu irmão ser... – ela gesticulou e engoliu em seco procurando uma palavra para usar.
– Gay! – Enzo completou furioso – Pode dizer gay!
– Sabe que não me sinto à vontade com isso – ela tentou se justificar.
– Pois pode ir se acostumando – Enzo falou – Mas vocês precisão fazer alguma coisa com Alexandre antes que ele faça uma besteira grande com alguém aqui em casa. Qualquer um aqui pode ser alvo da loucura dele.
Meus pais se entreolharam por meio segundo e pareceram tomar uma decisão sem nem mesmo trocarem uma única palavra.
– Tudo bem – meu pai suspirou – Você também se sente ameaçado Arthur?
– Sim – respondi.
– Eu também – Breno completou.
– Então vãos conversar com ele – minha mãe disse.
Nesse mesmo momento Alex abriu a porta e entrou em casa com a roupa suja e algo que lembrava muito sangue, mas ele mesmo não parecia machucado. Todos olhamos assustados para ele que subiu as escadas sem falar com ninguém. Só pudemos ouvir o som da porta do seu quarto se fechando. Minha mãe começou a chorar e meu pai a abraçou a confortando.
– É melhor conversarem rápido – Enzo levantou assim como Breno e eu. Fomos os três para o quarto que dividíamos desde o dia em que Alex bateu em meu irmão pela primeira vez.
No total foram quatro surras que meu irmão levou dentro da própria casa. A primeira foi no dia em que ele reuniu todos na sala a seis meses e nos contou que é gay. A segunda foi logo depois que sua namorada terminou com ele. A terceira foi no natal quando Alex tomou três garrafas de vinho e ficou extremamente violento. A quarta foi na semana passada quando Alex entrou em nosso quarto no meio da noite e começou a socar meu irmão e depois tentou estrangula-lo. Eu senti que naquela noite ele tinha aparecido para matar meu irmão. Desde então, Enzo dorme com uma faca debaixo do travesseiro.
– Alexandre! – ouvimos meu pai bater furioso na porta do quarto de nosso irmão – Abre essa porta agora!
Nós ficamos três nós olhamos felizes por nossos pais estarem finalmente tomando uma atitude com relação ao nosso irmão.
– Nós só queremos conversar querido – minha mãe soou doce e compreensiva como sempre. Eu já disse como isso me irrita?
– Saia daí agora! – meu pai estava furioso.
Ouvimos o som da porta de meu irmão se abrindo e depois se fechando. Ouvimos alguns gritos.
Davi
Posso resumir o resto da semana com uma única palavra: Tensa. Meus pais brigava o dia inteiro por qualquer coisa. Eu sabia que minha mãe estava brigando com meu pai por mim, mesmo que ele não tivesse feito nada comigo ultimamente. Era como se ela quisesse compensar todos os outros anos em que não disse nada e até mesmo o apoiou. Eram intensos bate-bocas que duravam até tarde da noite.
Se para mim ver meus pais brigando era difícil, para Daniel era quase insuportável. Meu irmãozinho vinha dormir na minha cama todas as noites, pois se sentia triste sozinho os ouvindo discutir.
– Vocês têm brigado muito – eu disse para a minha mãe aquela tarde enquanto ela fazia o jantar – Está tudo bem.
– Não é nada demais Davi – ela respondeu enquanto cortava o frango em cubos pequenos – Nós só discordamos em alguns pontos.
Fiquei em silêncio por alguns minutos me perguntando quais seriam esses pontos nos quais eles divergiam e sempre chegava a conclusão que era sobre mim.
– Vocês têm brigado por mim? – tive de perguntar.
– Ouça Davi – minha mãe disse sem desviar os olhos do frango – Tudo o que eu faço é pensando em você e no Daniel. Se eu tiver de brigar com meu marido idiota sobre o que ele pensa do próprio filho, então eu irei até o inferno para defender um de vocês.
– Mas ele fez alguma coisa? – perguntei curioso.
– Seu é um idiota Davi – minha mãe falou – Está com o pensamento limitado pela religião.
– Ele fez alguma coisa? – repeti só que desta vez de forma mais urgente.
Minha mãe respirou fundo e olhou para mim e disse:
– Ele falou que ter um filho homossexual era um castigo de Deus.
Aquelas palavras me feriram como milhares de adagas perfurando o meu corpo.
– Realmente ele é um idiota – falei saindo da cozinha ignorando os chamados de minha mãe.
Passei o resto do dia em meu quarto e nem mesmo desci para jantar. Isso gerou mais uma discussão que começou quando meu pai a acusou de estar separando a família. Ela revidou e logo mandaram Daniel subir e meu irmão veio direto para o meu quarto se deitar comigo.
– Eles vão se separar? – Daniel me depois de quase duas horas em silencio no meu quarto.
– Eu não sei – murmurei pensando no assunto. Eles já estavam discutindo a um bom tempo e a cerca de vinte minutos haviam se trancado no quarto.
– A Natália me disse que seus pais brigavam muito até que o pai dela foi embora e agora ela tem duas casas – Daniel contou a história de sua colega de turma.
– A nossa família é diferente da dela – falei tentando acalma-lo – Nossos pais se amam muito. Eles só estão tendo um desentendimento.
“Então vai embora” ouvi minha mãe gritar no quarto “Vai embora e assim eu não tenho mais que te ver machucar seus filhos”. Ouvi o som de algo de vidro se quebrar e não pude mais me conter.
Fui até o quarto deles e abri a porta e os encontrei de frente um para o outro. Atrás de meu pai se encontrava a cristaleira que minha mãe provavelmente atirou contra ele.
– Não precisa mais brigar por mim mãe – disse chorando – Não precisa.
– Do que você está falando Davi? – meu pai estava confuso.
– Vai para o quarto Davi. Depois conversamos – minha mãe ordenou.
– Eu não vou deixar vocês se separarem por mim – falei sentindo a mão de Daniel segurando na minha.
– Do que você está falando? – meu pai olhava de mim para minha mãe.
– Nós dois podemos resolver isso Davi – minha mãe garantiu – Vão os dois para o quarto.
– Não vou deixar mais ninguém fazer algo que se arrependera depois só por que eu tenho medo – as lágrimas escorriam por meu rosto enquanto meu coração batia em um ritmo que eu só me lembrava de sentir quando Eduardo morreu – Não vou permitir que vocês briguem só por que eu sou gay☠ Dark ☠, Você com certeza gosta de ser odiado rsrsrsrs, mas até agora eu só gosto cada vez mais de você. E eu também já li essa pesquisa e devo confessar que isso é algo de que eu já suspeitava a muito tempo. Realmente o Lucas não vale nada. E quanto a outros namorados... Leia os próximos capítulos e descobrirá se eles existem.
BDSP, Eu estou no armário para uns e para outros não. Rsrsrsrs. Tipo assim, meus pais e alguns amigos sabem de mim, mas minhas irmãs não, pois são bem preconceituosas. Quanto aos meus pais, eles fingem que não sabem, mas eles nunca me trataram mal nem mesmo nos cinco dias após a conversa que tive com cada um deles separadamente. Espero que seus pais também não te tratem mal. Quando ao conto... Arthur conhece sim a família de Lucas, mas como isso funciona eu explicarei no próximo capitulo que será mais focado em Arthur e Lucas.
Geomateus, O que vai acontecer agora só acompanhando para saber rsrsrsrs.
Luan L, Você não tem nada pelo que se desculpar e espero que supere seus problemas pessoais. Eu tento publicar o mais breve possível, mas eu trabalho e isso complica um pouco as coisas, mas vou tentar ser mais rápido. E meu email é: E fico feliz que goste de meu conto e vê se aparece mais vezes.
Obrigado ao restante de vocês que acompanham o conto e até o próximo!
Comentários
bom
Situação dificil
Tadinho do Daniel, ter que ficar ouvindo as brigas dos pais, eu lembro de algumas brigas dos meus pais, eu e meu irmão só sabíamos chorar, pois ficávamos com medo do meu pai fazer algo com minha mãe, mas graças a deus era só discussão. Ja no caso do Alex eu espero que ele morra, gente como ele, merece pagar por cada ofensa e atitude agressiva que tenha feito a algum homossexual. Olha a mãe do Davi, ganhou meu respeito, pq é raro uma mulher que nem ela discutir com o marido por causa do filho homoafetivo, ela merece um homem melhor que essa coisa preconceituosa. Eu estou cada vez mais apaixonado pelo seu conto, muito bom!
é que eu sei o que é odio, é mais facil ser odiado que amado, que nem sei o que é! aosto que no final ou o lucas sai impune disso, ou morre, gostaria que fosse pelas maos do alexandre!
se duvidar ele tem um para cada semana!
Mds!
Q capítulo fantástico, tou sem palavras aqui.
Pronto!
Ja vi q amanhã n vou fazer nada pensando nesse conto.
Vc conseguio me deixar curioso seu bandido rs.
Continua logo pfffffff.