Azul do Céu - Maria (10)

Acordei me achando estranha, depois notei que a Tah não estava na cama. Me acostumei a ter a Tah me abraçando, me aquecendo, e ela não estava. Eu estava sentindo que estava com a cara inchada de chorar. Aos poucos lembrando do que tinha acontecido na noite anterior e fui ficando amuada. Eu sabia que aquilo não tinha partido dela mas mesmo assim me doía, me fazendo repensar sobre ela ter mesmo vontade de continuar comigo.

Me viro na cama e encontro um bilhete. Estava escrito Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você. Meu olhos encheram de d'água. Me levantei e fui procurar ela, pedir desculpas por duvidar dela. Abro a porta, vou até a cozinha. A televisão está ligada no filme Diário de uma Paixão, na parte em que Noah está lendo o diário para Allie. A história do filme é linda e lembra a nossa um pouco, eu acho. Já não continha mais os lágrimas, procurava ela pela casa e não achava. Na mesa de centro da sala estava um outro bilhete: Por detrás de um grande amor está uma grande história. e do lado havia uma foto minha, distraída, na beira da praia. Eu nem sabia da existência daquela foto.

O dia estava clareando ainda, olhei para o relógio e vi que ainda eram 5:20 da manhã. Fui até a varanda pra ver se achava ela e me deparou com Babi, com um laçarote vermelho, e tinha um papel preso no laçarote: O amor é como uma grande casa que tem que ser construída por você. Ele pode sofrer com as tempestades, entretanto continuara ali. Você não pode deixá-lo morrer quebrar ou vender por qualquer casa que já esteja pronta porque assim não descobrirá o valor de tê-la, assim é o amor. A casa suportara se estiver ali nas alegrias, tristezas, raiva, ciúmes e todos os seus sentimentos tudo o que envolva o coração. Construa esta casa, deixe-a transformar-se em uma mansão, pois esse é o verdadeiro amor o que escuta e compreende e vive dentro de cada pessoa que se deseja amar. Todas aquelas partes eram do filme. Era o meu favorito. Mas com ela sabia? Será que ela lembrou disso também?

Fui para o jardim dos fundos ainda tentando achar a Tah e me deparou com a imagem mais linda que já vi. No jardim tem uma pequena árvore, nessa árvore estava penduradas várias fotos. Tah estava embaixo da árvore, sentada no bando, sorrindo, segurando algo. Fui até ela, soluçando de tanto chorar, e me sentei. Ela limpou minha lágrimas e antes que eu falasse algo ela começou a falar.

- Talvez ainda tenha um resquício de dúvida quanto ao meu amor por vc, então resolvi fazer algo que mostrasse que vc é a única musa dos meus sonhos e a única mulher que eu quero.

Então ela me deu uma caixa. Quando abro, vejo várias fotos que nunca tinha visto nossas, as gaivotas de origami que fiz pra ela uma vez, entradas de cinema da primeira vez que saímos, nossos anéis de compromisso, um frasco pequeno do perfume que uso e todos os rascunhos de alguns poemas que ela tinha escrito pra mim.

Tah - Essa é minha caixinha de lembranças. É aqui que eu te encontro quando estamos longe. Nem se eu quisesse eu esqueceria vc. Eu te amo, e isso já está cravado no meu inconsciente. Eu me lembro de vc, eu me lembro de nós. Eu me lembro de tudo, Cecília. Agora que quero saber se vc quer continuar a nossa história de onde paramos?

Eu não sabia fazer nada a não ser chorar. Não conseguia falar nada, apenas me joguei em cima dela, lhe enchendo de beijos. Abracei ela e não queria soltar ela nunca mais, não queria que aquele momento acabasse nunca.

Eu - Eu quero, sim, continuar de onde paramos. Quero vc pra sempre do meu lado. Eu te amo muito.

E nada mais importava pra mim aquele momento, a não ser ela, eu, o nascer do sol e nosso futuro juntas.