NINGUÉM SE PERDE... NINGUÉM SE GUIA... TODOS SE APAIXONAM (REAL) – Parte 1
Hoje tomei coragem e resolvi escrever minha história aqui. Para começar queria dizer que para alguns minha história pode parecer clichê, mas é real. Ela é um pouco dramática e não muito romântica. Porém ela terá começo, meio e fim. Não irei ficar enrolando vocês.
Outro ponto que gostaria de ressaltar é que em um primeiro momento não penso em descrever momentos de sexo, a não ser que eu perceba ser muito necessário no desenrolar do conto. Pois bem, acho que é isso que gostaria de avisar! Boa leitura!
NINGUÉM SE PERDE... NINGUÉM SE GUIA... TODOS SE APAIXONAM (REAL) – Parte 1
Meu nome é Joe, moro no interior de São Paulo e tenho hoje 17 anos, e a história que vou contar iniciou-se no início desse anoAntes que peçam vou me descrever... Sou loiro, cabelos bagunçados, olhos azuis, estatura mediana e uso aparelho ortodôntico. Faço muita natação, por isso tenho um corpo definido, mas não nado para ter músculos e sim por que gosto. Não me considero um príncipe encantado, mas me considero bonito.
Tudo começou no início do ano, acabávamos de nos mudar de cidade (somente eu e meu pai, minha mãe é falecida) e consequentemente eu teria que me mudar de colégio, isso pra mim seria um pesadelo, pois sempre tive fobia escolar e nas escolas por onde passei tive várias crises de ansiedade até me acostumar. Pelo menos aquele seria meu último ano, estava no terceiro do E.M. e meu pai disse para eu enfrentar com coragem o colégio novo, pois aquele seria o último.
Primeiro dia de aula e lá vou eu para o pesadelo, um local que eu odiava e que não conhecia ninguém. Por precaução sempre carreguei um Revotril em gotas comigo para ataques de ansiedade, chegando ao colégio já tive que pingar duas gotas embaixo da língua para conseguir entrar. Fui direto até a sala de psicopedagogia, onde a Prof.ª Carla me acompanharia até minha sala, eles estavam cientes do meu problema.
Sigo dona Carla pelo corredor até minha sala, enquanto passava por ali eu via um monte de gente desconhecida me olhando, e aquilo me deixava mal. Logo entramos na minha sala 3ª “B”, uma das salas com menos alunos, tinha apenas 22, a maioria meninas e somente quatro garotos, eu seria o quinto. Todos se organizavam em suas carteiras quando dona Carla me anuncia:
-Pois bem pessoal esse é o Joe Henrique, ele veio da cidade vizinha e será o novo colega de vocês, sejam simpáticos, façam amizade e apresentem o colégio a ele. - Aff, ela me tratou como um bebezão. – Joe, aquele é seu professor de Filosofia, o Caio. – falou apontando para o professor que veio me buscar na porta – Prazer Joe! Sou o Caio, mas os alunos me chamam de Professor Raio, logo você vai entender por que. Pode se sentar junto aos outros garotos lá trás.
Fui até onde estavam os outros garotos e os três disseram-me apenas “Oi”. O professor inicia a aula, mas logo alguém bate a porta.
-Com licença professor! –falou um garoto entrando devagar.
-Atrasado novamente Marc! Acho que vou ter que lhe dar um despertador de presente. – todos riram – Vamos, sente –se lá!
Ele se sentou ao meu lado. Logo seu amigo da frente se vira e pergunta:
-Daí Marc. A noite foi boa ontem pra você se atrasar assim. –falou rindo.
-Certeza cara... –ele olha pra mim – Não me apresentou nosso novo colega Pedro.
-Ah, é o Joe! Ele é da cidade vizinha. –falou Pedro.
-Prazer Joe, sou o Marc. –estendeu a mão pra mim.
-Prazer! –apertei sua mão babando nele.
Marc era de estatura mediana, cabelos pretos médios, olhos verdes, barba por fazer e um brinco na orelha esquerda, ele estava de blusa, mas dava pra ver que era bombadinho. Sinceramente, o achei bonito, ele parecia ter se interessado por mim, pois ficava me olhando a aula inteira e sorrindo com cara de safado. Porém eu ainda não tinha uma orientação sexual definida, não tinha minha identidade e por mais que sentisse atração por ambos os sexos, tinha medo de meu pai, pois ele era muito machista e tradicional.
Ah, esqueci-me de comentar que eu tenho um irmão mais velho, o Jonas, ele tem 20 anos, loiro como eu e musculoso, adora moto. Mas quando nos mudamos ele estava viajando.
Chegada a hora do intervalo, todos vão saindo e Marc me chama:
-Daí Joe, vem com a gente!
-Beleza. – e saio com eles.
Seguimos para um local bem movimentado do colégio. Ao ficar lá começo a passar mal e vou correndo ao banheiro para usar o Revotril. Marc vem atrás a me vê utilizando o remédio.
-Tenho Fobia Escolar! Não posso ficar em lugares como aquele.
-Beleza então. Vamos pra um lugar mais calmo, vem comigo! –e me puxa pelo braço.
Ele me leva até um bando onde só ficamos nós dois, não tinha ninguém ali.
-Bem melhor! –falei.
-Deve ser chato ter isso. –fala Marc.
-Nem fale, eu sofro um monte no começo do ano. E ter uma companhia me ajuda muito, por isso já tenho que te agradecer por estar me ajudando. Valeu Marc!
-Que nada... Estamos aí. –e apertou minha mão.
Logo chegam ali três meninas. Uma loira bonita vem até mim:
-Um gatinho como você com certeza tem namorada. –falou ela. – Sou a Jessica do 3ª “A”, prazer.
-Prazer, sou o Joe. –falei tímido.
-Aff, Marc, você devia ter apresentado ele antes pra gente... –falou ela rindo.
Marc não falou nada, apenas levantou e me puxou pra longe dali.
-Joe, um aviso importante. Não chega perto dessas gurias!
-Mas elas parecem ser gente boa. –falei.
-Mas são umas cobras. –fala ele brabo.
-Ok. Valeu por meu avisar!
-Cara, aqui nesse colégio tem um monte de gente que só pensa em se aproveitar dos outros, não confie em ninguém... Fique comigo!
-Ok! Pode deixar!
-Vamos almoçar no Show Grill hoje logo após a aula. Pode vir junto se quiser.
-Beleza! –e sorrimos um pro outro.
Continua....