Primeiro Amor XXII - Segunda Chance - Parte 1
“Não é que você é algo para admirar
Porque o seu brilho é algo como um espelho
E eu não posso deixar de reparar
Você reflete neste meu coração
Se você um dia se sentir sozinha e
A luz intensa tornar difícil me encontrar
Saiba apenas que eu estou sempre
Paralelamente do outro lado
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Porque com a sua mão na minha mão
E um bolso cheio de alma
Posso dizer que não há lugar aonde não podemos ir
Apenas ponha a sua mão no vidro
Estarei aqui tentando puxar você
Você só tem de ser forte
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Porque eu não quero perder você agora
Estou olhando bem para a minha outra metade
O vazio que se instalou em meu coração
É um espaço que agora você guarda
Mostre-me como lutar pelo momento de agora
E eu vou lhe dizer, baby, isso foi fácil
Voltar para você uma vez que entendi
Que você estava aqui o tempo todo
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É como se você fosse o meu espelho
Meu espelho olhando de volta para mim
Eu não poderia ficar maior
Com mais ninguém ao meu lado
E agora está claro como esta promessa
Que estamos fazendo
Dois reflexos em um
Porque é como se você fosse o meu espelho
Meu espelho olhando de volta para mim
Olhando de volta para mim
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Você é especial, original
Porque não parece assim tão simples
E eu não posso deixar olhar, porque
Vejo a verdade em algum lugar nos seus olhos
Nunca poderei mudar sem você
Você me reflete, amo isso em você
E, se eu pudesse, eu
Olharia para nós o tempo todo
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Ontem é história
E amanhã é um mistério
Posso ver você olhando de volta para mim
Mantenha seus olhos em mim
Mantenha seus olhos em mim
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Você é, você é o amor da minha vida
Você é, você é o amor da minha vida
Baby, você é a inspiração para esta preciosa canção
E só quero ver o seu rosto se iluminar quando você me despertar
Então agora digo adeus ao velho eu, ele já foi embora
E não posso esperar, esperar para levar você para casa
Só para lhe contar, você é
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Você é, você é o amor da minha vida
Você é, você é o amor da minha vida
Você é, você é o amor da minha vida
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Garota você é o meu reflexo, tudo o que vejo é você
Meu reflexo, em tudo o que faço
Você é o meu reflexo e tudo o que vejo é você
Meu reflexo, em tudo o que faço
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Você é, você é o amor da minha vida
Você é, você é o amor da minha vida
Você é, você é o amor da minha vida”
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Semanas mais tarde, ainda lembrava de todo o acontecido. Com tristeza, lembrou-se de todas as palavras ditas, do comentário maldoso sobre a conveniência da união.
Os dias se arrastavam sem conseguir tirar da cabeça o desastroso término. Nos fins de semana, dedicava-se a fazer as tarefas domésticas, algo que não gostava e não fazia antes, sua mãe e irmã ficaram até surpresas. Durante a semana, bloqueava as recordações mergulhando no trabalho. Mas à noite, atormentada pelas memórias do amor mágico e selvagem, abraçava-se ao travesseiro e chorava.
Nesse período, a amizade aos poucos voltava com o Eduardo. Cada dia mais se entendiam. Ele evitava tocá-la ou dizer algo, mas ela sabia o quanto ele a desejava e queria. A cada olhar, um toque distraído, a fazia questionar sobre se deveria dá uma chance. Apesar de ter quase certeza que não era uma boa tentar se envolver com ele novamente; não por medo, mas sim por prevenção.
Entretanto, a cada dia que se encontravam o sentimento ressurgia. Ele a fazia sentir uma mulher com emoções, vontade, necessidade física, desejo.
Ela respirou fundo ao relembrar do último beijo.
Não importa; a coisa certa a fazer era afastá-lo de vez pensou Nicole.
Mas, se era esse o caso, por que só a ideia de fazê-lo se afastar a fazia sentir-se mal?
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Depois de quatro meses do desastroso fim de namoro com Bruno, finalmente aceitou a saída para o happy hour com os funcionários da empresa onde trabalhava.
-Você se importa se eu for junto? - perguntou Eduardo.
Ela o olhou antes de responder.
-E você se importa?
Ele colocou as mãos sobre a mesa.
-Claro que não. E, de qualquer forma, gostaria de passar algum tempo com você.
Ela mordeu os lábios.
-Por quê?
Ele tentou não se concentrar na boca de Nicole, e assim olhou diretamente para os olhos dela.
-Porque tenho trabalhado muito ultimamente e essa é a primeira oportunidade que tenho para dedicar um tempo para mim. E porque, realmente, gosto da sua companhia.
O sorriso que ela deu foi discreto, mas ele sabia ser sincero.
-Obrigada.
-Então - disse ele calmamente - posso ir?
Houve um minuto de silêncio até Nicole responder:
-Sim.
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-Eu posso te dar uma carona até sua casa antes de irmos ao barzinho. O que acha? - perguntou Eduardo assim que acabou o expediente.
-Tudo bem.
-Você se importa de caminharmos um pouco antes de levá-la?
Nicole só meneou a cabeça.
Começaram a passear na ponte construída em frente a praia. Na hora o sol começava a se pôr, enquanto as ondas quebravam na faixa de areia.
-Oh, meu Deus, isso é simplesmente lindo!
-É mesmo. - disse Eduardo enquanto a olhava.
Na hora Nicole ficou desconcertada e voltou a olha o mar.
-Já são 17:45hs - disse ele. - O que você acha de eu levá-la em casa para se trocar e nos encontrarmos daqui a 30 minutos?
Nicole olhou para Eduardo.
-Eduardo, obrigada, mas estou acostumada a pegar o ônibus para ir a qualquer lugar. - Nicole rejeitou graciosamente.
-Tenho certeza disso, mas não tenho nada para fazer agora.
Nicole balançou a cabeça com um sorriso tímido.
-Queria saber quando vai entender que não concordei em comer com você e sim sair com todos para happy hour.
Ele sorriu.
-Mas você concordou. Foi nosso acordo, lembra-se?
Nicole arqueou uma sobrancelha enquanto caminhavam pela calçada.
-Que acordo?
-Você não lembra?
Ela olhou para ele de forma interrogativa.
-Não, não lembro.
-Então você deve estar tendo um lapso de memória.
-Não, acho que não - disse Nicole, gostando dessa camaradagem entre os dois. - Tenho 23 anos e sou jovem demais para ter lapsos de memória.
-Nem tanto - disse ele, implicando com ela. - Tenho 31, mas costumava...
-Ei, Eduardo! Espera aí!
Eduardo e Nicole pararam de caminhar ao ouvirem alguém chamando por ele. Eles se viraram e viram uma mulher, que parecia ter quase a idade de Eduardo, com roupas esportivas.
-Ei, Edu, onde você tem se escondido? - a mulher perguntou para Eduardo quando ela finalmente os alcançou e os dois trocaram um beijo no rosto. - Faz séculos que não o vejo.
-O trabalho tem me mantido ocupado. - E então ele olhou para Nicole. - Nicole, quero que você conheça uma amiga minha da faculdade, Emília. Emília, esta é Nicole.
Nicole aceitou a mão da mulher.
-Prazer. - falou Nicole que imediatamente sentiu uma frieza no aperto de mão dela.
-Prazer também.
A mulher logo se virou, voltando a falar com Eduardo e dando as costas para Nicole.
-Precisamos marcar uma saída, como antigamente...
-Infelizmente não posso.
-Você não está ocupado demais para se divertir, certo?
Respirando fundo, Nicole engoliu a raiva.
Eduardo, sentindo que Nicole queria fugir, colocou a mão na cintura dela e puxou-a para mais perto dele.
Ela podia sentir a frieza na voz dele quando disse:
-Sim, estou. Estou tentando conquistar essa linda mulher. E como sou inteligente, uso meu tempo para conquistá-la. E é o que eu estou tentando fazer Emília. Deseje-me sorte.
Nicole pôde sentir que o comentário de Eduardo deixara a mulher sem palavras.
-Bem, acho melhor voltar a minha corrida. Mande lembranças a sua família - disse Emília antes de voltar a correr, sem olhar para trás.
Nicole olhou para Eduardo.
-Por que você deu a impressão de que estávamos tendo um envolvimento?
De repente ele deu aquele sorriso de canto de boca que ela amava.
-Incomoda você?
-Claro. Não sou um dos seus casos - disse ela com calma.
-Nunca quis que fosse um caso.
Eles voltaram a caminhar e nenhum deles falou por um tempo. Nicole, então, decidiu quebrar o silêncio, e olhou para ele:
-Você não disse por que fez isso.
Eduardo suspirou. Só não queria deixar que Emília pensasse que suas intenções em relação a Nicole, não eram sérias, porque estava muito longe da verdade. Na verdade queria que todos soubessem o que sentia por ela. E isso, concluiu ele, era o xis do problema.
-Emília iria tirar suas conclusões sem que eu dissesse nada. Você é uma mulher linda e me considero um cara nada feio, então, o mais natural é que as pessoas pensem que somos um casal.
-E isso não incomoda você?
-Não, mas claramente incomoda você. Aprendi Nicole, a não me preocupar com que os outros pensam.
Nicole parou de caminhar e apertou de modo firme o braço de Eduardo.
-Fui criada para me preocupar com o que os outros pensam ou falam de mim.
Eduardo balançou a cabeça.
-Nesse caso, hoje, nesse momento por que se importa tanto?
-Porque não somos um casal.
Ele sorriu.
-Ainda não.
Ela não conseguiu evitar o riso. E naquele momento sentiu algo novo surgindo entre eles.
-Fala sério.
-Estou falando. Gosto de você.
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Eles voltaram a se encontrar no barzinho junto aos outros funcionários.
Na hora que chegaram Eduardo pediu uma bebida para os dois. Nicole, que estava com sede, deu um longo gole e lambeu os lábios. Nesse momento, uma onda de desejo atingiu Eduardo, que tentou desviar o olhar e assim se controlar.
-Esta ai? – falou Nicole enquanto estralava os dedos em frente ao rosto dele.
-Como?
Ela sorriu.
-Você parecia distraído.
-Impressão sua - ele sorriu tentando desviar o assunto de sua distração.
Nicole bebeu mais um pouco e perguntou:
-Quantos anos você tinha quando começou a empresa?
Ele sorriu, lembrando-se daquele tempo.
-Tinha 22 quando comecei. Eu e outros amigos da faculdade, trabalhamos duro até chegar onde chegamos.
Então, a garçonete voltou, para anotar o pedido deles e dos outros a mesa.
-Não me lembro da última vez em que sai para me distrair assim. Geralmente estou tão ocupado...
Nicole pareceu surpresa.
-Você está brincando?!
-Claro que não. Trabalhei muito duro e só agora estamos obtendo os frutos de tanto trabalho.
-Eu amo isso. Ter pessoas ao meu lado e escutá-las. Gosto de observá-las e tentar entendê-las. Gosto de rir mesmo das piadas sem graça. E ao mesmo tempo amo esta em casa de pernas para o ar sem nada para fazer.
Eduardo engoliu em seco. Ele imaginava Nicole indo para casa depois de um dia longo e exaustivo, despindo-se lentamente... Eduardo ao ver o rumo que tomava seus pensamentos, tentou reprimi-los.
-Na volta irei de táxi assim você não precisa desviar de seu caminho.
Eduardo a olhou.
-Você conheceu minha mãe no passado, não? - perguntou ele, a olhando bem dentro dos olhos.
O olhar dele a enfeitiçava. Droga, pensou Nicole.
-Sim. Por quê?
-Ela tem uma característica única que talvez você não tenha percebido na hora, mas de todos os filhos, fui eu quem mais puxou tal característica.
Interessada, Nicole perguntou:
-E que característica é essa?
-Teimosia.
-Ah - disse Nicole rindo - e se eu disser que posso ser tão teimosa quanto você e ela juntos?
Ele examinou-a por um instante e depois sorriu.
-A única coisa que posso dizer é que com certeza o embate entre nós seria no mínimo interessante.
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-Tudo bem, admito a derrota.
-Fala sério, Nic. Realmente achou que a deixaria perambulando pelas ruas a essa hora?
-Não vejo por que não, sempre faço isso.
Quando ele parou em frente a casa, ela disse:
-Não precisa me levar até a porta.
Uma parte dele desejou saber se era por que ela se sentia envergonhada ao ser vista ao lado dele, o que o incomodou muito. Ele tirou o cinto de segurança, curvou o corpo e colocou a mão no rosto dela.
-Sinto muito, mas não existe a menor possibilidade de deixá-la no meio do caminho.
-Obrigada. Não queria fazê-lo sair do carro. - ela sorriu para ele.
Ficou aliviado em saber que ela não se sentia desconcertada em ser vista com ele. No entanto, conseguia sentir o nervosismo dela ao tocá-la. Sentiu um desejo louco de beijá-la na hora. Será que ela responderia ao beijo ou o rejeitaria? Só havia uma maneira de descobrir.
-Obrigada - disse ela quando Eduardo abriu a porta do carro e estendia a mão para ajudá-la.
Seu coração vibrou na hora em que as mãos se tocaram.
Ele continuou a segurar sua mão enquanto caminhavam até a porta de casa. Ao abrir a porta, ela limpou a garganta.
-Obrigada novamente, Eduardo. A noite foi maravilhosa.
-Também acho.
-Bom... Tchau.
-Você janta comigo amanhã à noite?
Ela piscou.
-Jantar?
-Sim. Jantar. Amanhã à noite.
Nicole suspirou. O que ela podia responder? Ainda tinha dúvidas se valeria a pena tentar novamente.
-Nicole?
Ela olhou para ele.
-Você vai jantar comigo?
-Podemos entrar? Acho que estamos chamando atenção.
Eduardo olhou em volta, e viu alguns vizinhos os olhando curiosos.
-Tudo bem.
-Aceita alguma coisa para beber?
Ele encostou-se contra a porta.
-Não, obrigado. Pode responder a minha pergunta sobre o jantar.
Nicole apertou as mãos nervosas. Enquanto passava a língua nos lábios.
-Não faça isso.
-O quê?
-Lamber os lábios assim. Você fez isso várias vezes hoje e em todas as vezes eu tive vontade de substituir sua língua pela minha. Agora mesmo, estou me segurando para não fazer isso.
O coração dela disparou ao ouvir tais palavras e por força do hábito, voltou a lamber os lábios, e quando percebeu, disse rapidamente:
-Oops. Não tive a intenção.
Os olhos dele ficaram colados no rosto dela.
-Tarde demais. - ele se afastou da porta lentamente e se aproximou até ficarem frente a frente. - Estou louco para beijá-la.
Era loucura, pensou Nicole quando o viu diminuir a distancia entre eles. Tentou na hora fazer uma lista de todos os motivos que a levavam a não querer se envolver com ele novamente, mas nesse exato momento a única coisa que pensava era beijá-lo logo.
Bruno baixou a cabeça e ambos fecharam os olhos enquanto os lábios se aproximavam. Expressavam no beijo todas as emoções reprimidas há semanas.
Ele amava os lábios dela, cheios e tão lindamente desenhados, e amava mais ainda o sabor único que ela tinha.
Nicole ficou, sem ar, de pernas bambas, gemendo alto, com o beijo que agora se intensificava.
Tentou lembrar-se novamente de que não deveria ceder assim. Entretanto nesse exato momento a única coisa em que pensava era o qual excitada estava naquele momento.
Lentamente ele afastou-se.
-Esse - disse ele roucamente - foi meu quarto.
-Seu quarto o quê? - ela perguntou com um sussurro.
-Meu quarto beijo de verdade. O meu primeiro e meu segundo foi anos atrás com você. O meu terceiro foi o que roubei de você semanas atrás. Nunca me entreguei tanto a uma mulher quanto me entrego a você Nic.
Ele levantou o queixo dela com a ponta de um dedo.
-Você é linda.
Ele curvou-se e beijou os lábios dela novamente.
-Responda a pergunta que fiz antes.
-Que pergunta.
-Janta comigo amanhã?
Nicole soltou a respiração antes de responder.
-Sim.